domingo, 31 de agosto de 2014

Marqueteiro de Dilma recomenda esconder certos números do Bolsa Família. Confiram quais — e por quê

Marqueteiro de Dilma recomenda esconder certos números do Bolsa Família. Confiram quais — e por quê

(Foto: Claudio Gatti)
João Santana: para nada dar errado na campanha petista, melhor esconder os dados perigosos do Bolsa Família (Foto: Claudio Gatti)
BOLSA ESCONDIDA
Nota publicada na seção “Holofote” de edição impressa de VEJA
O tema Bolsa Família é um tabu na campanha de todos os candidatos, inclusive de Dilma Rousseff. A orientação é que, se for para falar do assunto, apenas se reforce que os benefícios serão mantidos.
Por causa disso, o marqueteiro João Santana decidiu esconder um dos mais importantes números do programa: o de famílias que devolveram o cartão porque não precisam mais do benefício. É aquilo que se chama de porta de saída.
O receio do PT é que os bolsistas interpretem o fato como um sinal de que o auxílio pode ser suspenso no futuro. Uma tragédia eleitoral.


… e Dilma está devendo dois anos de IPVA de seu calhambeque no Rio Grande do Sul


O CALHAMBEQUE OFICIAL
Nota publicada na seção “Holofote” de edição impressa de VEJA
Na declaração de bens que apresentou à Justiça Eleitoral, a presidente Dilma Rousseff lista, entre outros itens de seu patrimônio, um Fiat Tipo 1996.
Em valores atuais, o carro, que já saiu de linha, valeria no máximo 6 mil reais.
O que não aparece no documento é que a presidente está devendo dois anos de impostos ao governo do Rio Grande do Sul, onde o veículo está registrado.
No cadastro do Detran consta que o IPVA de 2013 e 2014, e também oseguro obrigatório, não foram pagos.
A dívida é de 691,13 reais — uma ninharia perto do 1,7 milhão de reais que Dilma informa como o valor total de seus bens, que incluem ainda terrenos, apartamentos, joias e 152 000 reais em dinheiro vivo.

J. R. GUZZO: Marina, como a Rússia descrita por Churchill, é uma charada envolvida em mistério que fica dentro de um enigma

(Foto: Alexandre Santana/VEJA)
“Vai ser difícil, por exemplo, dizer que Marina é da elite branca do Sul, porque ela nasceu mais pobre do que Lula, não é branca e veio da periferia de Rio Branco”, diz J. R. Guzzo (Foto: Alexandre Santana/VEJA)
Artigo publicado em edição impressa de VEJA
J. R. GuzzoEis aí, qual galera em noite apagada, essa imprevisível Marina Silva navegando outra vez em mar imenso – e levando a si própria, junto com os eleitores brasileiros, para algum porto desconhecido. O que existia até a morte de Eduardo Campos não existe mais; o que ninguém imaginava passa a ser a nova realidade.
Marina, até agora uma mera candidata a vice que andava esquecida nas linhas de trás da disputa, e ainda por cima nem estava transferindo seus votos ao companheiro de chapa, como ele tanto queria, passa de repente a ser um nome decisivo para o resultado final – logo na primeira pesquisa após o acidente que tirou Campos da vida e da política brasileira, ela já aparece em segundo lugar na corrida, e à frente da atual líder Dilma Rousseff se houver um segundo turno entre as duas.
Aécio Neves, que toda a lógica do governo apontava como o nome a derrotar, talvez não seja mais o desafiante número 1. A presidente Dilma, até aqui a grande favorita por liderar com folga as sondagens, ter na televisão o dobro do tempo de propaganda que terão os seus adversários somados, e contar com a força bruta da máquina pública em seu favor, pode acabar nem sendo mais candidata a nada.
O ex-­presidente Lula, que estava fora, volta a ficar dentro – se bater mesmo o desespero, poderá empurrar a presidente para fora do barco, sem maiores delicadezas, e assumir ele próprio a candidatura.
É a vida, com suas vastas emoções e itinerários imperfeitos. Um desses nevoeiros malignos que de repente se formam sobre o quebra-cabeça de rios, braços de mar, canais e mangues onde ficam Guarujá e Santos, no litoral paulista; um avião com tecnologia de primeira classe, feito para não cair nunca; uma falha que aparece quando nem máquina nem homens poderiam falhar.
Pronto: bastaram alguns minutos de capricho da fortuna para reduzir a zero toda a vã sabedoria dos excelentes cálculos, análises e raciocínios feitos até agora sobre a eleição presidencial de 2014.
Como se pode ver, a prudência básica está nos aconselhando a lidar só com o presente, e do jeito com que se lida com um porco-espinho – ou seja, com extremo cuidado. O que acontece hoje, quando Marina herda cheia de gás a candidatura de Campos, pode acabar não tendo nada a ver com o que acontecerá no dia 5 de outubro.
Não há como fazer ciência aí. O que se sabe é menos do que o que não se sabe – a começar por quem é a própria candidata.
Marina, como a Rússia descrita por Churchill, é uma charada envolvida em mistério que fica dentro de um enigma. Em 2010, quando se candidatou à Presidência, conseguiu um prodígio: quase 20 milhões de pessoas votaram nela sem saber direito por quê. Não foi, certamente, por ficarem entusiasmadas quando ouviram Marina falar em “centralidade da necessidade”, “controles ex post frente” ou “agenda plasmante”.
Que patuá é esse? Nem o rapaz do Rio de Janeiro que ganhou outro dia a supermedalha internacional de matemática seria capaz de entender.
Ela admite que não se pode viver sem luz elétrica, mas parece não encontrar nenhuma usina que a satisfaça. Sabe que o Brasil não sobrevive 24 horas sem as exportações que só podem ser obtidas com agricultura capitalista de larga escala, mas defende uma “inflexão” na área agrícola.
Marina tinha o dobro das intenções de voto de Eduardo Campos, mas era candidata a vice. Formou-se no PT, mas hoje é a sua principal concorrente. Não se sabe o que pretende fazer, na vida real, diante de nenhum dos problemas que o eleitor quer ver resolvidos com urgência.
Seus 20 milhões de admiradores, até hoje, não lhe cobraram mais esclarecimentos – não entendem o que ela está dizendo, mas parecem achar que é bom. Dá para chegar ao Planalto nessa toada, falando de “sustentabilidade” e “esforço transversal”?
Lula e Dilma, mais que Aécio, esperam que não. Os dois só sabem fazer campanha apostando tudo na destruição do competidor, que sempre pintam como um inimigo da “maioria pobre” – e essa opção não está mais disponível para eles.
Vai ser difícil, por exemplo, dizer que Marina é da elite branca do Sul, porque ela nasceu mais pobre do que Lula, não é branca e veio da periferia de Rio Branco, no fundo do Acre. Não dá para pregar ódio contra alguém que só foi se alfabetizar aos 16 anos de idade, ou teve a saúde arruinada pela falta de dinheiro.
Não se conseguirá negar a Marina o “heroísmo moral” de que fala Cervantes – aquela penca de desvantagens que ninguém quer para si, a começar pela pobreza, mas acha um grande mérito nos outros.
Marina Silva pode ser uma pedreira.
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/j-r-guzzo-marina-como-a-russia-descrita-por-churchill-e-uma-charada-envolvida-em-misterio-que-fica-dentro-de-um-enigma/

sábado, 30 de agosto de 2014

Reynaldo-BH: Para fingir que não é política, a Protetora das Saúvas persegue o poder com a fantasia de retirante de butique

REYNALDO ROCHA

Um dia o prefeito da maior capital do país se definiu como alguém que não era de centro, nem de direita e nem de esquerda. Entendi que ele era de baixo.
Agora temos uma política profissional – sempre viveu disso – repetindo o discurso de Collor: cuidado com os políticos (os outros). O perigo maior é ela própria.
Messiânica, com ar de retirante de butique, seringueira de Brasília e acusadora de todos os que ousam discordar do que diz, Marina Silva faz lembrar o que de pior temos nestas terras tupiniquins: o antigo PT, dono de ética e das verdades. Deu no que sabemos. Difícil escolher entre o descaramento explícito e a desfaçatez silenciosa.
Uma escolha entre Dilma e Marina não é sequer um plebiscito. É uma roleta russa. Envolta em panos (caros) e echarpes (mais ainda), Marina se porta frente aos marineiros como guru a ser idolatrado. Concorda com tudo e não assume nada. Diz platitudes que, se não têm consistência, ao menos entendemos. Entendemos?
Como uma madre Teresa do Acre, cultiva a figura que tenta ser uma Quixote de saias. Mesmo sendo um Sancho Pança famélico.
Não é contra nada. Mas sempre longe de ser a favor de algo, pois para ser a favor é preciso ter ideias.
Dizer-se sucessora de dois ex-presidentes é o cúmulo da prepotência. Quer ser a continuidade e oposição ao mesmo tempo. Quer ser herdeira sem ter sido aliada de um deles. Pelo outro foi usada e usou a imagem de pobres e nordestinos. Uma falta de vergonha e compostura que envergonha qualquer povo da floresta, da cidade ou do butequim.
Quem em sã consciência é contra a luz elétrica? Ter como programa o apoio à luz elétrica é tão assustador quanto pretender ser presidente e contar com quadros (que a Rede de Embalar Idiotas não tem) de outros partidos. Um ministério com Aloysio Nunes e José Dirceu? Com Álvaro Dias e Ideli? Todos irmanados em mantras matinais quando a salvadora e casta presidente adentrar qualquer ambiente?
Marina Silva é um engodo. A Rede sabe disso. Eduardo Campos também sabia. O que ela tem de valioso são os votos de quem, sem entender o que diz, prefere uma frase com pé e sem cabeça a frases sem uma coisa nem outra, como as despejadas por Dilma. É pouco. Muito pouco.
Tancredo morreu e herdamos Sarney. Eduardo deixou essa coisa amorfa e arrogante que se julga a nova dona do Brasil
Triste destino nos tem dado a Velha Senhora. Joga com a vida e morte escolhendo o absurdo para além da morte em si.
Marina escolheu o PSB por falta absoluta de opção. Continua apoiando petistas do Acre e do Rio de Janeiro. Continua sem saber que economia é ciência e não slogan de sonháticos e pesadeláticos.
Continua a criar uma seita, que neste início é ainda mais sectária que o PT.
Acha que em se plantando tudo dá, mesmo que seja no quintal das casas dos protegidos pela falta de estrutura. Não enxerga o agronegócio. Assim como o idiotizado Suplicy (isso explica a amizade que os une) é monotemática. Alguém se lembra de UMA ÚNICA palavra de Marina sobre a saúde e os médicos cubanos? Ou a agressão a Yoani Sanches? Política fiscal? Inflação? Política de desenvolvimento da indústria? Agências reguladoras? Sobre os 39 ministérios e Ali Lula Babá? Sobre a amante Rosemary? Sabe-se o que ela pensa sobre política externa? Infraestrutura? Exportações? Política de emprego e renda?
São detalhes para os marineiros. Na visão tacanha desse grupo, que lembra antigos bandos de hippies em Arembepe, mais importantes são os povos da floresta, a plantação de mandioca e a sustentabilidade que NUNCA foi explicada com clareza.
Marina é insustentável. Insuportável. Despreparada. Fruto de um destino cruel com Eduardo Campos. Dona da verdade. Aproveitadora de partidos e lutas que não são dela.
Marina é – esta sim – um Collor repaginado.
O Caçador de Marajás saiu do Planalto a pontapés do Planalto (aliás, onde estava Marina naquela época?). Quem está tentando entrar é a Protetora das Saúvas, uma praga que agora age em rede.

Com candidatos envolvidos em casos de corrupção, ataques aos adversários e promessas de um governo honesto viram pano de fundo de campanhas

Marcela Mattos, de Brasília
Os candidatos ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), Agnelo Queiroz (PT) e o candidato à reeleição, José Roberto Arruda (PR), durante debate entre os candidatos ao governo do Distrito Federal, em Brasília, em 25/08/2014
FAROESTE CABOCLO –(Da esq. para a dir.) Os candidatos ao governo do Distrito Federal: Rodrigo Rollemberg (PSB), Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) durante debate (Felipe Costa/Futura Press)
“É uma política de faroeste, mas a gente não encontra o mocinho", Paulo Kramer, cientista político da Universidade de Brasília (UnB)
Há mais de uma década, o eleitor do Distrito Federal acostumou-se ao lamentável roteiro de ver seus governadores, assessores e deputados às voltas em escândalos de corrupção. O primeiro senador cassado desde a redemocratização do país, Luiz Estevão, foi eleito pelo Distrito Federal. O primeiro governador preso, José Roberto Arruda, também. Arruda, aliás, é um dos protagonistas das eleições deste ano e lidera as pesquisas de intenções de voto pelo Partido da República (PR). Disputa o cargo com o enrolado governador Agnelo Queiroz, do PT, alvo de três investigações sigilosas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Depois de participar da violação do painel eletrônico no Senado, em 2001, quando renunciou ao mandato para evitar um processo de cassação, Arruda foi flagrado em vídeo recebendo dinheiro de propina no escândalo conhecido como mensalão do DEM, em 2009. Acabou encarcerado por dois meses, mas isso não o impediu de voltar à cena política. O ex-governador teve o registro cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguarda uma definição do Superior Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de disputar as eleições. Enquanto isso, segue em campanha, afirma ter sido vítima de um golpe, e promete um governo livre de corrupção.
Nestas eleições, Arruda concorre com o apoio de outro ex-governador cuja trajetória também acabou em páginas policiais de jornais. Joaquim Roriz, com base eleitoral nas cidades mais pobres do Distrito Federal, governou a capital do país quatro vezes e agora, impedido de disputar as eleições por ser ficha-suja, tenta manter a influência indicando cargos de confiança em uma eventual gestão Arruda. Além de herdeiros políticos, como o senador Gim Argello (PTB) – que responde a três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) –, Roriz lançou a mulher, Weslian, como candidata à primeira suplente do Senado. A família também vai às urnas com as filhas Liliane e Jaqueline Roriz, o sobrinho Dedé Roriz e o neto, Joaquim Roriz Neto, que tentam vagas na Câmara Legislativa e na Câmara Federal. 
“O Distrito Federal carrega essa mácula da velha política. Brasília são duas cidades: uma na Esplanada dos Ministérios, a da representação oficial, e outra que ainda guarda uma característica de fronteira e atrai muitas pessoas a tentarem a vida aqui”, avalia Paulo Kramer, cientista político da Universidade de Brasília (UnB). “A política não deixa de refletir essa realidade: é uma política de faroeste, mas a gente não encontra o mocinho.” 
Telhado de vidro – Suspeitas de corrupção também cercam o segundo colocado na corrida, Agnelo Queiroz, citado no esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, pasta que comandou entre 2003 e 2006. Não para aí: ele também é investigado em esquema de fraudes e cartel durante sua gestão como diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e nas ações que levaram à prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira. Mas seu lema é que “a sujeira e a corrupção não podem voltar a ser a marca do DF”.
Se a ascensão de Arruda reflete uma síntese do atraso da política brasiliense, também é reveladora do descontentamento da população com o atual governo de Agnelo, cuja taxa de rejeição é de 43%. Governada por um médico, a capital do país é a unidade da federação que mais investe em saúde por ano – tem um gasto anual de 1.042,20 reais por pessoa –, mas registra o pior número de leitos e o mais baixo índice de cobertura em setores da atenção básica, agentes comunitários e equipes de saúde da família, segundo o Conselho Federal de Medicina. A situação se repete na educação, com índices de aprovação dos ensinos médio e fundamental em queda, na segurança pública, cujo número de furtos e roubos é crescente, no trânsito caótico no Plano Piloto e na descontrolada invasão de terras. 
No entanto, em vez de discutir os problemas crônicos da cidade, os principais embates entre os candidatos levam o eleitor a um duelo onde imperam ataques e faltam propostas. Na última segunda-feira, o tema corrupção pontuou o debate promovido pelo SBT. “É impressionante o desprezo com a inteligência do povo do Distrito Federal. O Arruda é o discípulo da inverdade e ele continua com a velha maneira de fazer política”, disse Agnelo. A resposta veio no mesmo tom: “Agnelo, vejo você trêmulo e nervoso porque o seu governo foi um desastre. Quando eu vejo você falar de corrupção eu acho que você está olhando no espelho”. 
“O Distrito Federal vive uma situação desmoralizante na política e nos serviços públicos. Os candidatos se concentram apenas em troca de acusações, e o prejuízo fica para o eleitor, que não é apresentado às propostas para reverter os principais problemas da cidade no ano que vem”, avalia David Fleischer, cientista político da UnB. 
Terceira via – Empatado com Agnelo Queiroz nas pesquisas, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), que nunca exerceu um mandato no Executivo, preparou um bordão para se colocar como terceira via nas eleições deste ano: “Brasília não merece nem incompetência nem o ‘rouba mas faz’”. Ainda assim, o socialista está longe de ser uma renovação política: iniciou a carreira pública em 1995, na Câmara Legislativa, passou pela Secretaria de Turismo durante o governo do então petista Cristovam Buarque e foi aliado de Agnelo Queiroz até dezembro de 2012, quando desembarcou do governo para ajudar nos primeiros passos pela candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República. 
As alianças com a velha política que domina o DF se repetem nos outros dois principais candidatos, que também se colocam como renovação: o deputado Luiz Pitiman (PSDB) foi presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) no governo de Arruda e, depois, secretário de Obras de Agnelo. O candidato Toninho do Psol, até os anos 2000, disputava as eleições como o Toninho do PT.

Sem debate de propostas nem renovação política, a principal promessa eleitoral no Distrito Federal é "não roubar".
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/no-df-principal-promessa-eleitoral-e-nao-roubar

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

FHC: "Agentes econômicos perderam a confiança em Dilma" - InfoMoney Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/3470113/fhc-agentes-economicos-perderam-confianca-dilma

FHC: "Agentes econômicos perderam a confiança em Dilma" - InfoMoney 
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/3470113/fhc-agentes-economicos-perderam-confianca-dilma


Aprendeu bem a lição.., não sei, não vi, não sou, onde estou? Avião, passarinho?

Marina diz que não sabia que avião era de laranjas

No Jornal Nacional, candidata do PSB afirmou que só a Polícia Federal poderá dizer se houve irregularidade

PUBLICADO EM 27/08/14 - 20h35
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou que não sabia da possibilidade de o avião em que ela e o então titular da chapa, Eduardo Campos, viajaram ser de "laranjas". As declarações foram dadas em entrevista ao "Jornal Nacional", da "TV Globo". A titularidade da aeronave que caiu, matando o ex-governador de Pernambuco, está sendo investigada pela Polícia Federal. Apurações da imprensa mostram irregularidades no caso.
"Eu não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião. As informações que tínhamos eram referentes à forma legal de adquirir o provimento desse serviço", afirmou.
Marina ainda disse ser cedo para tirar conclusões, destacando que a Polícia Federal é que irá dizer se houve problemas e afirmando que a sociedade não pode "cometer injustiças".
Marina Silva foi questionada se esse discurso de dizer que não sabia das irregularidades e de apontar que as investigações não foram concluídas não seria semelhante aos daqueles que fazem parte do que costuma chamar de "velha política". 
"Minha postura difere no sentido de que esse é o discurso que eu tenho usado para todas as situações.Inclusive com meus adversários. O meu compromisso e o de todos aqueles que querem a renovação da política: é com a verdade. E ela não virá pelas mãos do partido e nem também pela investigação da imprensa. Terá que ser aferida pela investigação da Polícia Federal", afirmou.
Marina disse que o valor gasto com o avião seria ressarcido pelo comitê financeiro, e que isso não tem relação com a eventual postura dos donos do avião.
Ela ainda foi confrontada com o fato de que, em 2010, terminou em terceiro no Acre, seu Estado de origem e onde é mais conhecida. A candidata culpou os interesses que enfrentou na região.
"Há um provérbio que diz: 'é muito difícil ser profeta em sua própria terra', pois temos que confrontar os os interesses.Contrariei muitos interesses no Acre ao lado de Chico Mendes, índios e seringueiros", afirmou, citando as dificuldades de sua trajetória.
"Cheguei a ficar quatro anos sem andar no meu estado. Eu não podia trocar o futuro das futuras gerações pelas próximas eleições. Preferi pagar o preço de perder os votos", disse, citando ainda o baixo tempo de TV e tradição familiar da política no Estado.
Marina Silva negou contradições na chapa com Beto Albuquerque, seu vice, que defendeu no Congresso políticas ligadas à produção da soja transgênica e ao uso de células-tronco embrionárias, das quais ela discorda.
"Nós somos diferentes, mas a nova política sabe trabalhar na diversidade. Há uma lenda de que eu sou contra os transgênicos, mas eu defendia a coexistência: áreas com transgênicos e áreas livres de transgênicos. Infelizmente, no Congresso, não passou a proposta de coexistência e o Beto votou na que avançou", disse, antes de citar convergências entre os dois, sobretudo na gestão de florestas públicas e na Lei da Mata Atlântica.

Marina, a Tirana de Brasília

29/08/2014  02h00
Tenho me dedicado, nem poderia ser diferente, a tentar entender o pensamento de Marina Silva –há gente assegurando que ela vai presidir o Brasil. Mas é tarefa difícil. E rio daqueles que, julgando compreendê-lo, criam suas próprias metáforas para desentranhar as da candidata do PSB à Presidência, de sorte que, depois de alguns minutos de conversa, estamos todos no reino da alegoria, lá onde uma coisa puxa a outra rumo a lugar nenhum. Malsucedido no meu esforço, recorro, então, a Eduardo Giannetti, que parece ser o Platão redivivo que, desta feita, encontrou um bom Dionísio.
Marina reuniria as características da "Rainha Filósofa". Se ela fizer como Giannetti recomenda, conseguirá expulsar da política os cartagineses do PMDB e teremos, então, um governo dos "bons e dos virtuosos". A Siracusa do Planalto Central nunca mais será a mesma. Ou, quem sabe?, o pensador de agora se veja no papel de um Pigmaleão a esculpir a mulher ideal.
A esta Folha, Giannetti disse que sua "Tirana (no bom sentido, claro!) de Brasília" pretende governar com o apoio de FHC e de Lula, embora a própria Marina, em suas intervenções públicas, a despeito de reconhecer as contribuições de PSDB e de PT à democracia, anuncie que é chegada a hora de pôr fim à era do confronto entre os dois partidos. Ou por outra: para as elites políticas, o Platão da Marina diz que vai governar com Lula e FHC; para o eleitorado com ódio da política, ela assegura, de modo oblíquo, que não será nem com Lula nem com FHC.
A "Fórmula Marina", que Giannetti reproduz com impressionante ligeireza para quem tem preparo intelectual, é composta de ingredientes falsos ou de baixíssima qualidade. Marina seria o momento da síntese de uma tese e de uma antítese já manifestas. Ou, nas palavras do nosso Platão a este jornal, tentando certamente ser simpático com as duas personagens que cita: "FHC tem compromisso com a estabilidade econômica, nós também. Lula tem compromisso com a inclusão social, nós também. Vamos trabalhar juntos. Acho possível. Se a democracia brasileira tem razão de ser, é para que isso possa acontecer".
Abstenho-me de comentar o fato de o entrevistado, imodesto, ter descoberto nada menos do que "a razão de ser da democracia brasileira", encarnada, por acaso, em Marina, sob seus diligentes cuidados, é certo! Vou considerar que foi apenas uma distração retórica, não uma húbris... Inferir que FHC não teve compromisso com a inclusão social é uma falácia não menor do que a sugestão de que Lula se descuidou da estabilidade. À sua maneira, cada um dos ex-presidentes foi a síntese das contradições dos respectivos governos que lideraram. Ou será que Marina chega agora para ser o fim da história, o "último homem"?
De resto, a versão de que ao PSDB interessava mais a estabilidade do que a justiça social é só uma história porca narrada pelo petismo. A sugestão de que o PT só distribui benesses sem se ocupar das contas é só um reacionarismo tosco. Minhas severas restrições a esse partido têm a ver com suas taras autoritárias, com seu jacobinismo estúpido, não com seu viés social –de valores essencialmente conservadores, diga-se (mas isso fica para outra hora).
Notem que nem me atenho aqui às barbaridades defendidas por Marina durante a votação do Código Florestal ou à sua luta obscurantista contra os transgênicos. Também a preservo do passado mais remoto, quando, fiel ao petismo, ofereceu batalha contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Abstenho-me de tratar da rede de crimes que envolve aquele avião, da qual ela foi, obviamente, beneficiária, o que poderá resultar até na cassação de um eventual mandato se a lei for cumprida (ou me demonstrem que não). Esses são assuntos, digamos, contingentes, do dia a dia do noticiário.
Uma postulação assentada sobre uma fraude intelectual me incomoda muito mais. A leitura que Marina faz das contribuições e malefícios do PSDB e do PT à democracia brasileira é fantasiosa e atende apenas à mitologia erigida a partir de sua lenda pessoal. Os brasileiros deveriam ter o direito de escolher apenas um presidente da República. Marina quer nos oferecer uma nova era. Cuidado, Platão! Se der certo, não tem como não dar errado. 
reinaldo azevedo
Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista 'Veja'. Escreveu, entre outros livros, 'Contra o Consenso' (ed. Barracuda), 'O País dos Petralhas' (ed. Record) e 'Máximas de um País Mínimo' (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Rejeição ao PT...,

REJEIÇÃO AO PT: Até Suplicy esconde — imaginem vocês — que é do partido! Em sua campanha ao Senado por SP, não aparece NADA do PT. Confiram neste vídeo

Amigas e amigos do blog, a rejeição à presidente Dilma no Estado de São Paulo é tão alta — 47% dos eleitores, segundo o instituto Datafolha, em hipótese alguma lhe dariam seu voto — que está obrigando até a petistas de 28 costados, como o senador Eduardo Suplicy, fundador do partido, a ESCONDER o nome do PT!!!
Sim, o “santo” Suplicy, em sua campanha para um quarto mandato de senador — está no Senado há 24 anos, e quer mais oito –, NÃO DIZ QUE É DO PT e nem MOSTRA SÍMBOLOS DO PT nos seus vídeos de campanha.
Sua campanha, basicamente, limita-se, como vocês verão neste filme, a dizer o quanto ele é “honesto” e repete uma, duas, cem vezes que Suplicy “é do bem”.
Por ora, Suplicy está atrás do ex-governador José Serra nas pesquisas de intenção de voto.
Vai ver que, omitindo o PT em sua campanha, imagina que algum eleitor NÃO SAIBA que ele é do partido…
Ah, para não cometer injustiças, ele usa uma mini-estrela do PT como pingo do “i” de seu nome. E nada mais.

Diogo Mainardi: Sou Marina (até a posse)

Sou um homem simples: acredito que, a cada quatro anos, é necessário trocar o bandido que nos governa. Tira-se um, põe-se outro qualquer em seu lugar. Nunca votei para presidente e, por isso mesmo, nunca me arrependi por ter votado num determinado candidato.
O voto nulo é sempre o melhor –o menos vexaminoso, o menos degradante. Isso não quer dizer que não me interesse pelas eleições. Ao contrário: acompanho fanaticamente todas as campanhas e, no tempo ocioso, que corresponde a mais ou menos quatro quintos de meu dia, pondero sobre a fanfarronice daquela gente pitoresca que pede nosso voto. Além de ponderar sobre a fanfarronice daquela gente pitoresca que pede nosso voto, sou um especialista em torcer contra.
Torci contra Fernando Henrique Cardoso em 1998. Torci contra Lula em 2002. Torci contra Lula –e torci muito– em 2006. Torci contra Dilma em 2010. Agora estou torcendo novamente contra ela. Como se nota, além de ser um especialista em torcer contra, sou também um especialista em derrotas eleitorais. E quem se importa? Com tanto tempo ocioso, aprendi a esperar.
A candidatura de Marina Silva, para quem só sabe torcer contra, como eu, é muito animadora. Depois de 12 anos, há uma perspectiva real de derrotar o PT. E há uma perspectiva real de derrotar o PSDB, sem o qual o PT tende a desaparecer, pois perde seu adversário amestrado.
O conceito segundo o qual é necessário trocar, a cada quatro anos, o bandido que nos governa (Montesquieu, "O Espírito das Leis", volume 2), finalmente pode ser aplicado. Tira-se um, bota-se outro qualquer em seu lugar. O outro qualquer é Marina Silva? Eu topo.
A possibilidade de derrotar o PT –toc, toc, toc– é o aspecto mais atraente da candidatura de Marina Silva. Com um tantinho de empenho, porém, posso apontar outros. Muitos palpiteiros se alarmaram porque seu primeiro passo foi rachar ao meio o PSB; eu, vendo aquela gente pitoresca do PSB, comemorei. De fato, espero que ela rache ao meio os outros partidos de sua base.
Passei 12 anos denunciando os apaniguados de um partido que se empossava criminosamente de todos os cargos estatais. O que eu quero, agora, é que os partidos se esfarinhem. Em primeiro lugar, o PT. Em seguida, o resto.
Outro aspecto animador de Marina Silva é que ela sabe que o eventual apoio de um petista ou de um tucano só pode tirar-lhe votos, prejudicando suas chances de ser eleita. Isso deve persuadi-la a repelir, neste momento, qualquer tentativa exasperada de adesismo. Se ela ganhar, porém, tudo mudará: voluntários de todos os partidos irão oferecer seus préstimos, e ela, agradecida, aceitará, claro.
Assim como aceitará a serventia e a cumplicidade daqueles que, até hoje, sempre lucraram com Dilma e o PT: no empresariado, no sindicato, na cultura, na imprensa. Mas esse é outro motivo pelo qual me animo com a candidatura de Marina Silva: não espero rigorosamente nada de seu governo, e passarei a torcer contra ela um dia depois da posse. Sou um homem simples.
DIOGO MAINARDI, 51, jornalista, é comentarista do programa Manhattan Connection, da GloboNews, e autor de "Lula é Minha Anta" e "A Queda - Memórias de um Pai em 424 Passos" (ambos pela editora Record), entre outros livros

Mostra sobre Madonna e Marilyn Monroe tem obra feita de preservativos

Nesta quinta (28), a galeria de arte Roberta Britto (zona oeste de SP) recebe a exposição "M – de Marilyn à Madonna". A mostra celebra o aniversário de nascimento de Madonna, que completa 56 anos em agosto; e de morte de Marilyn Monroe, que faleceu no mesmo mês, em 1962.

Exposição 'M - de Marilyn a Madonna'

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Adriana Bertini/Divulgação
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Exposição 'M - de Marilyn a Madonna'
Com entrada grátis, a mostra traz quadros de artistas que retrataram as duas musas de acordo com seus olhares e percepções. Entre elas, uma tela com o rosto de Marilyn Monroe feita com cerca de 40 mil preservativos —a obra é da artista e ativista Adriana Bertini, que atua em causas como o combate à Aids e o fim da mutilação genital feminina.
Uma réplica do quadro que Romero Britto fez de Marilyn Monroe e obras de artistas como Sami Akl, Newton Mesquita e José Gonçalves também podem ser vistas no espaço. Os quadros estarão à venda e parte da renda será revertida para a ONG Banco de Alimentos.
M – de Marilyn à Madonna. Galeria de Arte Roberta Britto, r. Oscar Freire, 562, Jardins, São Paulo, SP. Qui.: (28) a sáb.:(6/9). Seg. a sáb.: 12h às 19h. Dom.: 14h às 19h. Grátis.

Se varejo vem de vara, quem atacou o atacado?

“E ‘atacado’? Como passa de ‘aquele que sofreu ataque’ para ‘comércio atacadista’?” (Humberto Maroneze)
A consulta de Humberto é uma decorrência do artigo sobre o sentido comercial da palavra “varejo”, que publiquei aqui na semana passada, e nos dá uma boa oportunidade de desfazer um mal-entendido comum.
Como se sabe, varejo e atacado são termos opostos no vocabulário do comércio. O primeiro designa a venda de mercadorias avulsas, diretamente ao consumidor. O segundo, a venda em grandes partidas.
No entanto, se a palavra varejo é derivada de vara (neste caso uma velha unidade de comprimento usada por comerciantes de tecidos), como foi que o verbo atacar, “agredir”, deu origem a tal acepção?
Bom, não deu – aí é que está o mal-entendido. Atacado vem mesmo do verbo atacar, mas neste caso estamos falando de outra palavra, sem relação com a ideia de ataque ou ofensiva. Atacar, no caso, é um vocábulo antigo e praticamente caído em desuso que significa “prender, unir por meio de ataca”.
Ataca? Sim, ataca: “tira de couro, cordão, fita com que se prende uma coisa a outra, especialmente peça de vestuário; cordão para amarrar sapatos” (Houaiss). O comércio atacadista é, na origem, aquele que lida com mercadorias amarradas umas às outras em lotes.
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Envie sua dúvida sobre palavra, expressão, dito popular, gramática etc. Às segundas, quartas e quintas-feiras o colunista responde ao leitor na seção Consultório. E-mail: sobrepalavras@todoprosa.com.br (favor escrever “Consultório” no campo de assunto).

O primeiro debate entre os candidatos, a entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional e os novos números do Ibope são alguns dos assuntos discutidos no "Aqui entre nós" de hoje. Joice Hasselmann comanda o bate-papo entre Carlos Graieb, editor-executivo de VEJA.com, e os colunistas Augusto Nunes e Ricardo Setti.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

TCU apontou irregularidades em doação de madeira feita pelo Ibama na gestão da ministra Marina Silva

Aldo Rebelo lembrou do caso nesta semana por conta da disputa com ex-senadora em torno do novo Código Florestal

“Além de atentar para tais limites, a doação promovida por ente público não pode ser realizada sem a devida observância dos princípios da isonomia, impessoalidade e publicidade. No caso sob exame, falhou-se nesse aspecto”, aponta o ministro Humberto Guimarães Solto, do TCU
O clima tenso na tentativa de votação do Código Florestal trouxe à tona um caso ainda mal-explicado envolvendo Fábio Vaz de Lima, o marido de Marina Silva. Irritado com uma crítica da ex-senadora, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) sacou uma acusação contra Marina - e que pesa também sobre ele mesmo. Em 2004, quando era ministro da Articulação Política, ele teria operado, a pedido da então ministra do Meio Ambiente, para derrubar no Congresso um requerimento de convocação de Lima para depoimento. O marido de Marina Silva era acusado de envolvimento na doação de madeira clandestina apreendida na Amazônia a uma organização não-governamental.
A madeira apreendida, 6.000 toras de mogno, compunha uma carga milionária. O  Ibama repassou o material à Organização Não-Governamental Fase – que, por sua vez, entregou o material nas mãos de uma madeireira, a Cikel. Descontados os custos do processo, a companhia pagou 3,5 milhões de reais à Fase para ficar com o material. Sua contabilidade atribuiu ao mogno o valor de 8 milhões de reais.

A ligação de Fábio Vaz de Lima com o caso foi aventada porque ele era casado com a então ministra Marina Silva e havia sido o nome mais influente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), uma entidade que congrega dezenas de ONGs e tem na Fase um de seus principais integrantes. Fábio teria influenciado a decisão do Ibama, um órgão controlado pelo Ministério do Meio Ambiente.

O Tribunal de Contas da União analisou o caso e apontou irregularidades na transferência da madeira. A escolha do destinatário do material não foi justificada. O valor real das toras de mogno seria de 36 milhões, e não de 8 milhões, como apontado na prestação de contas da madeireira que adquiriu a carga. A análise também relata que um grupamento do Exército solicitou parte da madeira para usá-la em instalações militares, mas não foi atendido.

“A doação promovida por ente público não pode ser realizada sem a devida observância dos princípios da isonomia, impessoalidade e publicidade. No caso sob exame, falhou-se nesse aspecto”, aponta o ministro relator, Humberto Guimarães Solto.
O ministro questionou também a prática de doação do material apreendido: “A atual administração do Ibama efetuou a ‘doação com encargos’ de 6.000 toras de mogno apreendido à Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional - Fase, inaugurando assim uma nova maneira de ‘esquentar’ produto de origem ilegal, e mais, atuando como agente incentivador da exploração predatória desta espécie, pois, agora, basta ‘explorar’ que o Ibama ‘apreende e doa’ para ‘entidade filantrópica’ que ‘vende’ para empresa que ‘comercializa e explora’ o mogno”.
Na ocasião, os ministros do TCU aprovaram um documento que listou uma série de recomendações ao Ibama, para evitar que os recursos fossem usados de forma inadequada pela Fase. Eles também alertaram para a necessidade de aumentar o rigor sobre os critérios de doação de cargas apreendidas.
Por intermédio de sua assessoria, a ex-senadora informou que todo a doação da madeira à Fase, por iniciativa do próprio Ibama, teve acompanhamento do Ministério Público Federal, que não detectou nenhum tipo de irregularidade.
 Congresso - A Fase afirma que o dinheiro obtido com a doação foi usado na criação de um fundo que promove atividades de preservação ambiental. Marina Silva, por sua vez, alega que o marido já havia se desligado do GTA cinco anos antes do episódio. O presidente do GTA, Rubem Gomes, diz que não houve direcionamento na transferência do mogno: "A única organização habilitada para o intento era a Fase".

Mas, na ocasião, não faltaram denúncias de que o material apreendido envolveria negociações escusas com madeireiras. Não por acaso, as suspeitas chegaram ao Congresso Nacional. Na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, o deputado Luis Carlos Hauly (PSDB-PR) apresentou um requerimento para convidar Fábio Vaz de Lima e alguns dirigentes do Ibama para esclarecer a negociação.

Formalmente, o convite dizia respeito a outro caso: à suspeita de que o Ibama firmava convênios superfaturados com entidades, usando dinheiro obtido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Fábio Vaz de Lima seria convidado porque foi o responsável pela indicação de Atanagildo de Deus Matos, um dos acusados. Mas o temor de Marina Silva estava na denúncia de contrabando de madeira.
Foi aí que Aldo Rebelo entrou em campo. Ministro da Articulação Política, ele foi procurado por Marina para conversar com aliados e blindar Fábio  Vaz de Lima. Funcionou: o requerimento foi rejeitado.

Fábio Vaz de Lima é secretário-adjunto de Desenvolvimento do Acre. Com a polêmica do Código Florestal, a ex-senadora Marina Silva e o deputado federal foram para lados opostos e o episódio voltou à tona. Mas é pouco provável que o caso ainda venha a ser esclarecido.

Socuerro! Começou o debatédio!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do G1Amazonas: "Índios reclamam do sinal da TIM e das dificuldades de subir no açaizeiro para conseguir sinal".
Índio não quer apito! Índio quer sinal da TIM! Índio e todos os caras-pálidas querem um sinal da TIM.
E corre na internet o desabafo da Dercy direto do céu: "Já encheu esse troço de balde d'água na cabeça. Por que agora não enfia o esguicho da mangueira no fiofó?".
Desafio da Mangueira! Esse é o novo desafio: o desafio da mangueira! Rarará!
E atenção! Todos para o abrigo! Começaram os debates! Os debatédios!
O momento mais emocionante do debate: o Suplicy bocejou 11 vezes em meia hora! Rarará! E eu, 222 vezes em um minuto!
Eu já falei que debate é ultrapassado, tem que inventar alguma coisa mais emocionante. Eu sugiro luta no gel, porrinha e pega-vareta!
Ou então um debate pelo Twitter! Debatuiter: com apenas 140 caracteres, o candidato tem que falar sobre saúde, educação, segurança, transportes, gastrite e celulite!
E em 140 caracteres já dá pra mandar o candidato "tomar na fresa da frisa do olho do fiofó". Rarará!
Debate parece terapia de casal. "Foi você!" "Não, foi você."
E no debate em São Paulo? O Alckmin pediu um copo d'água. O que foi negado!
O Skaf é primo do Pinóquio? Nariz 3D! Plantaram um quibe frito na cara dele!
O Padilha pagou multa por continuar estacionado. Acho que vou dar um talão de zona azul pro Padilha.
E tão dizendo que o piriri do Alckmin foi causado por um croquete de rodoviária com um copão de volume morto.
O Alckmin vai ficar mais quatro anos sentado no trono! Rarará!
Temas do debate paulista: segurança e falta d'água.
E eu digo com absoluta segurança que vai faltar água. Rarará!
Moral do debatédio: de tanto debater, nada foi debatido.
Prefiro debater uma vitamina de abacate com Nescau! Prefiro me trancar no banheiro e debater uma! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! 
josé simão
José Simão começou a cursar direito na USP em 1969, mas logo desistiu. Foi para Londres, onde fez alguns bicos para a BBC. Entrou na Folha em 1987 e mantém uma coluna que considera um telejornal humorístico.

    terça-feira, 26 de agosto de 2014

    Pesquisa IBOPE para presidência

    Eleições 2014

    Ibope: Marina encosta em Dilma e venceria 2º turno

    Pesquisa aponta um novo cenário eleitoral no país com a entrada da ex-senadora na disputa: segundo turno é uma realidade e a presidente-candidata já não é mais a favorita

    Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves
    Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves: novo cenário eleitoral no país, segundo Ibope (Reuters/EFE//Estadão Conteúdo)
    Pesquisa Ibope divulgada na tarde desta terça-feira aponta o crescimento da candidatura de Marina Silva, do PSB, que aparece com 29% das intenções de voto, cinco pontos porcentuais a menos do que a presidente-candidata Dilma Rousseff, que lidera a disputa com 34%. O tucano Aécio Neves marca 19%.

    Segundo o levantamento, contratado pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo, Pastor Everaldo, do PSC, e Luciana Genro, do PSOL, têm 1% das intenções de voto cada. Os demais concorrentes somam 1%. A sondagem aponta que o 7% do eleitorado pretende votar em branco ou nulo, e 8% estão indecisos. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
    Foi a primeira pesquisa feita pelo instituto com a presença de Marina, substituta de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13. A entrada da ex-senadora mostra um cenário eleitoral completamente diferente: o número de indecisos e dos que declaravam votar em branco ou nulo caiu. Além disso, os números indicam que o segundo turno é uma realidade: os adversários de Dilma somam 51%, ante 34% dela.

    A simulação de segundo turno entre Marina e Dilma também confirmam um cenário temido pelo PT desde a consolidação da candidatura da ex-senadora. Segundo a pesquisa, Dilma seria derrotada por Marina por 45% a 36%. Contra Aécio, Dilma ganharia por 41% a 35%.

    A rejeição à presidente-candidata continua sendo a mais alta entre os três primeiros colocados – 36%. Aécio marca metade desse patamar – 18% –, e Marina tem 10%.
    Foram feitas 2.506 entrevistas em 175 municípios, de 23 a 25 de agosto. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00428/2014.