Enquanto Lula continuar com Maluf, o senador Eduardo Suplicy promete não parar de cantar Bob Dylan. Diante da ameaça, Haddad já pensa em renunciar.
LIXÃO DE GRAMACHO – No único momento de convergência entre os 165 chefes de Estado presentes a Rio + 20, a imagem de Lula abraçado a Maluf foi considerada por todos como um risco iminente ao ecossistema democrático do planeta. Deixando de lado diferenças até então irreconciliáveis, países ricos e pobres falaram com uma só voz sobre a ameaça da propagação da fotografia para os sistemas políticos em vigor.
Em cena altamente simbólica, o Brasil propôs aos dignitários presentes que elegessem o Primeiro-Ministro de Tuvalu, Willy Telavi, como porta-voz do grupo, com a missão de transmitir ao mundo a urgência do caso. A proposta foi acatada por unanimidade. Visivelmente transtornado, Telavi ocupou a tribuna e se dirigiu ao planeta: “Como todos sabem, o aquecimento global vem elevando os oceanos. A primeira ilha a ser engolida pelas águas será Tuvalu. Até poucos dias, era esta minha maior preocupação. Não mais. Uma pesquisa de opinião feita ontem em meu país mostrou que 87% da população agora consideram a submersão um destino preferível à dor e à perplexidade de sobreviver num mundo sem sentido em que Lula abraça Paulo Maluf.”
De mãos dadas, Hillary Clinton e Mahmoud Ahmadinejad choravam. ONGs e petroleiras deixaram de lado suas divergências e se congraçaram num culto ecumênico oficiado conjuntamente por um rabino que recitava o Alcorão e um imã que soerguia uma Torá.
Caso Lula recue da aliança, ambientalistas se dispuseram a carregar nos ombros, em procissão, pelo menos duas das sete turbinas de Belo Monte. Ronaldinho Gaúcho prometeu se tornar um asceta e de ora em diante levar uma vida de orações, treinos e abstinência.
Em Brasília, o STF concedeu habeas corpus a Carlinhos Cachoeira, Hildebrando Pascoal e Fernandinho Beira-Mar. “Se Lula vai a Maluf, Deus está morto e tudo é permitido”, declarou Gilmar Mendes, logo antes de atear fogo à toga. 
*i Piauí Herald