quinta-feira, 31 de julho de 2014

Avós


JOHANN JULIUS EXNER, (1825 - 1910) , pintor dinamarquês

"Aprendemos a ser filhos depois que somos pais. Só aprendemos a ser pais depois que somos avós…"
*(Affonso Romano de Sant’Anna)





Caso Santander

Muito bem! A analista que foi considerada a responsável por ter anexado a extrato de correntistas uma análise sobre o comportamento dos indicadores econômicos vis-à-vis à posição de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais foi demitida. Lula pediu a cabeça da moça a seu amigão, Emilio Botín, presidente mundial do Santander, e o banqueiro deu o que ele queria. Vale dizer: o chefão petista investiu e obteve os devidos dividendos eleitorais. A partir de agora, uma questão está criada — e não só para o banco que troca cabeças por gentilezas do petismo.
Bancos também atuam como consultores de investimentos. Não são meros lugares em que se deposita o dinheiro. Em qualquer democracia do mundo, um episódio como esse nem mesmo seria notícia. Por aqui, virou um escândalo em razão da mistura sempre explosiva de ignorância com má-fé política. Não só isso. Somos também um país viciado em arranca-rabo de classes. Os que receberam a tal avaliação eram correntistas com contas acima de R$ 10 mil. Foram tachados de “ricos” por setores da imprensa. Ricos? Bem, num país em que uma família com renda per capita de R$ 300 já é considerada pelo governo “classe média”, tudo é possível.
Pergunto: doravante, as análises que o Santander e os demais bancos oferecerem a seus clientes têm alguma validade ou serão redigidas pelo medo e pela patrulha? Quando os consultores das instituições financeiras emitirem as suas opiniões, estas terão sido, antes, submetidas ao Comitê de Censura do Petismo? Se uma opinião considerada incômoda a um partido rende pedido de desculpas e demissão, devo entender que as que não rendem podem até estar em desacordo com a realidade, mas adequadas àquilo que pensam os poderosos de turno?
De resto, insisto num aspecto: a moça demitida do Santander não disse nada que não tenha sido dito na Folha, na VEJA, no Estadão, no Globo, na Globo ou na Jovem Pan. Aí o idiota grita: “Ah, mas essa é a mídia golpista”. Errado! A bancária demitida não afirmou nada além do que o próprio Lula vem afirmando, com uma única diferença: ao fazê-lo, ele usa o episódio para exaltar Dilma. A ex-analista do Santander se limitou a fazer uma constatação.
Esse episódio é vergonhoso e dá conta da cultura autoritária de um partido político, incapaz de conviver com a divergência. A presidente Dilma, numa avaliação tacanha, considerou que a análise enviada aos correntistas era uma tentativa de o mercado interferir nas ações de governo. É mesmo? Ainda que assim fosse, o que haveria de errado? Quando a CUT, o MST, o MTST e um sem-número de siglas tentam interferir nas políticas públicas, tal inciativa é ou não legítima? E olhem que há uma diferença brutal: com alguma frequência, esses entes que cito não se manifestam apenas por meio de notas, mas da ação direta, que cassa direitos de terceiros sob o pretexto de defender… direitos.
Nesta quarta, por exemplo, falaram na Confederação Nacional da Indústria os presidenciáveis Eduardo Campos, Aécio Neves e Dilma Rousseff. Já no evento da CUT — uma entidade financiada com dinheiro público, dos trabalhadores, forçados a financiá-la por meio do imposto sindical —, só o petismo tem voz; só o petismo é convidado a se manifestar, numa afronta escancarada à Lei Eleitoral.
A síntese é a seguinte: a analista do Santander foi demitida sem ter descumprido um milímetro da lei. Dilma será aplaudida amanhã, em evento da CUT, transgredindo a lei. Ou tentem me provar que estou errado.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/terror-petista-cabe-perguntar-a-partir-de-hoje-as-analises-que-bancos-fazem-a-seus-clientes-buscarao-atender-aos-interesses-de-quem/

Trem desgovernado...,

Dilma na sabatina da CNI: a doutora em preço de gás diz que 13 menos 4 é igual a 7, viaja da Ucrânia para o Japão em menos de um minuto, confunde usina nuclear com furacão e submerge num tsunami

Até o colunista acharia que o título do post é coisa da elite golpista, gente que acorda e dorme debochando da presidente da República, se não pudesse apresentar como prova o vídeo que registra um trecho das considerações finais de Dilma Rousseff na sabatina da CNI. A candidata à reeleição começa discorrendo sobre as variações do preço do gás no mercado internacional, estaciona de novo em reticências bêbadas e diz o seguinte:
“Na Ucrânia pagam 13 dólares o… o milhão de BTU. Mas.. 4 pra 13 dá sete.. pagam… quanto é que paga? Depois do furacão.. (Uma alma caridosa na plateia corrige a maluquice aritmética: NOVE!). Aliás 4 pra 13 dá 9.. eu tô pensando no furacão Ka.. o furacão não.. em Fugujima  (sic)… Como é que chama.. no Japão.. O tsunami…”
Pena que o vídeo não tenha incluído o fecho recitado em dilmês erudito: “No Japão a diferença é aquela que eu disse”. O Japão jamais saberá que diferença é essa. Mas todos os japoneses sabem que Fukushima nunca foi “Fugujima” sempre foi Fukushima. E aprendem ainda na infância que 13 menos 4 jamais será igual a 7.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/dilma-na-sabatina-da-cni-a-doutora-em-preco-de-gas-diz-que-13-menos-4-e-igual-a-7-viaja-da-ucrania-para-o-japao-em-menos-de-um-minuto-confunde-usina-nuclear-com-furacao-e-submerge-num-tsunami/

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Estradas brasileiras..,

Todo ano tem inaugurações..., haja óleo de peroba.., ninguém quer matar a galinha dos ovos de ouro..,
Reportagem mostra a situação das principais rodovias do país. No Sul do Brasil é mostrada a situação da BR-101, que ainda não tem sua via totalmente duplicada. Impasse no contorno viário na região da Grande Florianópolis é outra questão abordada na reportagem. 

Funcionária do Santander já foi demitida, como exigiu Lula

O terror petista já está em curso. A “analista” do Santander, que não teve seu nome divulgado, já foi demitida. A informação foi passada aos jornalistas pelo presidente mundial do banco, Emilio Botín, que foi chamado por Lula, nesta segunda, durante encontro da CUT, de “meu querido”. O chefão petista, aliás, puxou o saco do banqueiro e demonizou a pobre bancária. Afirmou que a moça não sabia “porra nenhuma”, nesses termos, e que o seu amigão deveria dar a ele, Lula, o bônus que caberia à então funcionária.
Só para lembrar: correntistas com conta acima de R$ 10 mil receberam uma avaliação sobre a situação política e econômica do país. O texto informava que os indicadores pioram se aumentam as chances de Dilma ser reeleita. Grande coisa! Isso já virou lugar-comum. Os petistas, no entanto, se aproveitaram para inventar uma guerra dos ditos “ricos” contra o PT. Prefeituras do partido que têm a conta-salário no banco falam em romper o contrato. A militância estimula os filiados a retirar seu dinheiro da instituição. Não passa de oportunismo eleitoral.
Certa feita, um adversário de Marat, o porra-louca jacobino da Revolução Francesa, afirmou sobre o seu furor punitivo: “Deem um copo de sangue a este canibal, que ele está com sede”. Falo o mesmo sobre Lula e o petismo: deem copos de sangue aos canibais; eles estão com sede.
É claro que se trata de uma ação para intimidar o debate. A partir de agora, nas instituições financeiras, bancos ou não, está instalado o clima de terror jacobino. Até parece que isso vai mudar alguma coisa. Não vai, não. Tudo tende a piorar.
O PT apelou ao TSE — e obteve uma liminar absurda — para tirar da Internet dois textos da consultoria Empiricus Research que o partido considera que lhe são negativos. O conjunto da obra é péssimo e indica que o PT não tem um compromisso inegociável com a liberdade de expressão. Não custa lembrar que essa é a legenda que definiu como um de seus principais objetivos o chamado “controle social da mídia”. Imaginem como seria a liberdade de expressão entregue a esses patriotas…
Que coisa! O partido que, na década de 80, queria ser a encarnação da liberdade de expressão agora quer se manter no poder apelando à censura, ao terror e ao silêncio.
Texto publicado originalmente às 19h58 desta terça
Por Reinaldo Azevedo


Vigaristas otimistas

“Eu acho que o mesmo pessimismo que ocorreu com a Copa está havendo com a economia. E você sabe que com a economia é mais grave, porque economia é feita de expectativa. Se alguém bota na cabeça que a situação está descontrolada…”

*Dilma Rousseff, ao afirmar na entrevista à Folha que tanto o Massacre do Mineirão quanto a goleada de 7 a 1 sofrida pela economia(a inflação anual vai chegando a 7% e o crescimento do PIB previsto para 2014 caiu para 1%) não passaram de intriga da oposição, ensinando que a situação só continuará sob controle se o Brasil for governado por vigaristas que usam números falsos para manter o otimismo entre os passageiros do barco a caminho do naufrágio.
*Augusto Nunes
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/sanatorio-geral/

terça-feira, 29 de julho de 2014

Caso Santander - 'Sou pago para falar o que penso', diz analista de consultoria cerceada pelo PT

'Sou pago para falar o que penso', diz analista de consultoria cerceada pelo PT

Após episódio com o banco Santander, partido atua para neutralizar análises da consultoria Empiricus, que prevê "futuro sombrio" para a economia brasileira caso a presidente Dilma se reeleja

Ana Clara Costa
Dilma Rousseff: preocupação com a disputa entre petistas pelo poder
PT protocola representação contra consultoria que prevê economia indo mal se Dilma se reeleger (André Duzek/Estadão Conteúdo)
Na última sexta-feira, toda a artilharia petista se armou contra o banco Santander depois que um relatório enviado a clientes de alta renda previa mais dificuldades para a economia brasileira se a presidente Dilma Rousseff se reeleger. Temendo represália, o banco enviou nota ao mercado desculpando-se pelo texto da equipe de análise e assegurando que medidas haviam sido tomadas em relação aos responsáveis. No mesmo dia, o partido silenciosamente protocolou uma representação contra a consultoria de investimentos Empiricus Research no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A justificativa foi a mesma que a usada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para recriminar o banco Santander na sexta-feira: "terrorismo eleitoral". Ou, de forma mais sofisticada, "fazer manifestações que interfiram na decisão de voto".
Segundo a representação, a Empiricus estaria vinculada ao candidato tucano Aécio Neves, à coligação Muda Brasil e ao Google numa campanha com o intuito de manchar a imagem da presidente Dilma por meio de propaganda paga. A consultoria, conhecida no mercado pela forma dinâmica e descomplicada com que produz suas análises, anunciou alguns de seus textos por meio da ferramenta Google Ads. Ao longo do último mês, permaneceram em evidência no Google os anúncios mais clicados por leitores, que eram justamente os textos intitulados: Como se proteger de Dilma e E se Aécio ganhar. O ministro Admar Gonzaga, do TSE, acatou o pedido protocolado em nome de Dilma e concedeu liminar impedindo a Empiricus de propagandear suas análises no Google. O gigante da internet também foi alvo de representação, assim como o candidato do PSDB e sua coligação. Em entrevista ao site de VEJA, o autor dos textos, Felipe Miranda, afirmou que a medida não intimidará seu trabalho. "O que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso", afirma. Confira trechos da conversa.
O TSE informou a consultoria sobre a representação do PT?
Não, ainda não recebemos nenhum comunicado oficial. Ficamos sabendo pela internet. Mas a situação é absurda, pois não há campanha eleitoral da nossa parte. Podem não gostar do que escrevemos, mas nos colocar ali é absurdo.
Estão impedidos de produzir análises com foco eleitoral?
Não. Há uma liminar que nos obriga a tirar aqueles textos do ar. Mas não existe a possibilidade de alguém nos proibir de fazer nossas análises críticas, pois aí seria censura explícita. Já seria um ato institucional contra a liberdade de expressão. Além disso, o que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso.
Como o Google distribuiu os anúncios dos textos produzidos pela Empiricus?
Os dois textos são muito claros: tratam de uma tese econômica que não é nova e que mostra que a bolsa cai quando a Dilma sobe nas pesquisas, e sobe quando o Aécio melhora. O objetivo é simples: nossos clientes devem se proteger desses solavancos. Os anúncios dos textos chegam de forma idêntica ao Google, mas, de acordo com a métrica de distribuição desses anúncios, ficam mais expostos os que são mais clicados. Diante disso, podemos escolher tirar do Google Ads os anúncios menos rentáveis. O que não foi o caso dos anúncios sobre as perspectivas econômicas num cenário de vitória da Dilma e do Aécio.
A consultoria sofreu algum tipo de represália fora a representação no TSE?
Tirando esse clima de caça às bruxas, de perseguição, nada foi feito. Há, claro, a militância. Desde a semana passada recebo xingamentos e ameaças de toda a natureza por email e por meio das redes sociais. Nosso site já caiu várias vezes e tentaram invadir nossos emails. 
Desde a repercussão do caso Santander, o mercado está mais amedrontado?
Não posso falar pelo mercado, pois não estou a par. Mas o que é certo é que estão tentando cercear nossa liberdade e nosso dever fiduciário de prover boas dicas. Nós estamos pessimistas em relação à economia e não posso ignorar isso em minhas análises. No caso do Santander, entendo que ficou feio para o banco ter de voltar atrás na opinião de um analista. Mas não me surpreende, pois os grandes bancos não querem romper relações com o governo. Mas nós somos independentes e só temos compromisso com nossos clientes.

Quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país

Quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país

Na segunda metade dos anos 60, Stanislaw Ponte Preta fez enorme sucesso com os três volumes do seu Festival de Besteira que Assola o País, o FEBEAPÁ. Hoje, o alter ego do escritor Sérgio Porto teria material suficiente para publicar um livro por mês. Mas os leitores talvez não fossem tantos. Com o advento da Era da Mediocridade, o brasileiro padrão passou a encarar com indulgência de comparsa manifestações de ignorância que antes punia com gargalhadas, vaias, deboches, ironias, piadas desmoralizantes e outros corretivos impiedosamente didáticos.
O país embrutecido pela jequice é complacente até com presidentes da República incapazes de ler, escrever ou dizer coisa com coisa. E não reage a cenas de idiotia explícita que, nem faz tanto tempo assim, garantiam ao protagonista, fosse ele nativo ou gringo, pelo menos a carteirinha de cretino fundamental. Um caso clássico é o de Dan Quayle , vice-presidente dos Estados Unidos entre 1989 e 1993, que consolidou a fama de imbecil também entre brasileiros com mais de 20 neurônios com meia dúzia de frases.
Uma delas: “A perda de vidas é irreversível”. (“Minha mãe nasceu analfabeta”, empatou Lula sem que fosse imediatamente internado num hospício-escola).  Outra do americano trapalhão: “Fiz uma viagem à América Latina e só lamentei não ter estudado Latim com mais dedicação para poder conversar com aquelas pessoas”. (Lula, o Inimputável, superou-o ao inventar uma invasão da China pelo exército de Napoleão Bonaparte). O palanque ambulante continua por aí, despejando bobagens de meia em meia hora. A vida pública de Quayle foi encerrada em 1992, numa sala de aula onde resolveu posar de professor de ortografia.

No vídeo que registra o pedagógico fiasco, o vice de George Bush pai aparece ditando a palavra inglesa correspondente a “batata” a William Figueroa, aluno da 6ª série que participa de um concurso de soletração. Depois de escrever potato, o aluno é delicamente repreendido pelo mestre aloprado: “Está correto foneticamente, mas você está esquecendo alguma coisa”. Em seguida, Quayle sussurra algo aos ouvidos do garoto, que imediatamente deforma a grafia certa com o acréscimo de um e inexistente. O potatoe eliminou Figueroa do concurso e antecipou dramaticamente a aposentadoria política do ainda jovem n° 2 dos EUA.
Dilma Rousseff também recorreu a uma vogal pinçada no cérebro baldio para transformar Ariano Suassuna em Ariano “Suassuana”.  A frequência com que troca, embaralha ou esquece nomes de ministros, prefeitos, estados, cidades e coisas fica com cara de pecado venial quando confrontada com as sessões de tortura a que vive submetendo não só a língua portuguesa, mas também o raciocínio lógico, o senso comum e a inteligência alheia.
A performance de Dilma no coração do poder comprova que quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país. Ela acha que merece um segundo mandato. Os eleitores decidirão se o Brasil merece ser presidido mais quatro anos por uma versão assustadoramente piorada de Dan Quayle.

Economia - Indústria

Confiança da indústria é a menor desde abril de 2009 

Indicador divulgado pela FGV caiu 3,2% em julho, em sua sétima queda consecutiva

Setor tem se mostrado pessimista com a economia nacional nos últimos sete meses
Setor tem se mostrado pessimista com a economia nacional nos últimos sete meses (Divulgação)
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) brasileira caiu 3,2% em julho na comparação com o final de junho, registrando a sétima queda seguida, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
Com isso, o indicador foi a 84,4 pontos, menor nível desde abril de 2009 (82,2 pontos), ante 87,2 pontos no mês anterior, quando havia recuado 3,9%.
"O resultado de julho acende uma luz amarela em relação ao terceiro trimestre. Ainda que a diminuição do número de feriados possa influenciar favoravelmente a produção, a demanda continua sendo um fator limitativo a este crescimento", disse Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV/Ibre.
O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 4,8% em julho, para 85,8 pontos, influenciado principalmente pelo indicador que mede o grau de satisfação com o nível de demanda.
Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,8%, a 82,9 pontos, com destaque para as expectativas quanto à tendência dos negócios nos seis meses seguintes.
Ainda segundo a FGV, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada foi a 83,2% em julho, queda de 0,3 ponto percentual sobre junho, atingindo o menor patamar desde outubro de 2009 (82,6%).
A produção industrial do Brasil recuou 0,6% em maio no terceiro mês seguido no vermelho, marcado mais uma vez pela fraqueza dos investimentos, conforme os números oficiais mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Com agência Reuters)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Banco Santander.., cerceamento, cala boca..,

'Sou pago para falar o que penso', diz analista de consultoria cerceada pelo PT

Após episódio com o banco Santander, partido atua para neutralizar análises da consultoria Empiricus, que prevê "futuro sombrio" para a economia brasileira caso a presidente Dilma se reeleja

Ana Clara Costa
Dilma Rousseff: preocupação com a disputa entre petistas pelo poder
PT protocola representação contra consultoria que prevê economia indo mal se Dilma se reeleger (André Duzek/Estadão Conteúdo)
Na última sexta-feira, toda a artilharia petista se armou contra o banco Santander depois que um relatório enviado a clientes de alta renda previa mais dificuldades para a economia brasileira se a presidente Dilma Rousseff se reeleger. Temendo represália, o banco enviou nota ao mercado desculpando-se pelo texto da equipe de análise e assegurando que medidas haviam sido tomadas em relação aos responsáveis pelo texto. No mesmo dia, o partido silenciosamente protocolou uma representação contra a consultoria de investimentos Empiricus Research no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A justificativa foi a mesma que a usada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para recriminar o banco Santander na sexta-feira: "terrorismo eleitoral". Ou, de forma mais sofisticada, "fazer manifestações que interfiram na decisão de voto".
Segundo a representação, a Empiricus estaria vinculada ao candidato tucano Aécio Neves, à coligação Muda Brasil e ao Google numa campanha com o intuito de manchar a imagem da presidente Dilma por meio de propaganda paga. A consultoria, conhecida no mercado pela forma dinâmica e descomplicada com que produz suas análises, anunciou alguns de seus textos por meio da ferramenta Google Ads. Ao longo do último mês, permaneceram em evidência no Google os anúncios mais clicados por leitores, que eram justamente os textos intitulados: Como se proteger de Dilma e E se Aécio ganhar. O ministro Admar Gonzaga, do TSE, acatou o pedido protocolado em nome de Dilma e concedeu liminar impedindo a Empiricus de propagandear suas análises no Google. O gigante da internet também foi alvo de representação, assim como o candidato do PSDB e sua coligação. Em entrevista ao site de VEJA, o autor dos textos, Felipe Miranda, afirmou que a medida não intimidará seu trabalho. "O que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso", afirma. Confira trechos da conversa.
O TSE informou a consultoria sobre a representação do PT?
Não, ainda não recebemos nenhum comunicado oficial. Ficamos sabendo pela internet. Mas a situação é absurda, pois não há campanha eleitoral da nossa parte. Podem não gostar do que escrevemos, mas nos colocar ali é absurdo.
Estão impedidos de produzir análises com foco eleitoral?
Não. Há uma liminar que nos obriga a tirar aqueles textos do ar. Mas não existe a possibilidade de alguém nos proibir de fazer nossas análises críticas, pois aí seria censura explícita. Já seria um ato institucional contra a liberdade de expressão. Além disso, o que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento. Mas vamos continuar atuando da mesma forma. Não tenho rabo preso e sou pago pelos meus clientes para falar o que penso.
Como o Google distribuiu os anúncios dos textos produzidos pela Empiricus?
Os dois textos são muito claros: tratam de uma tese econômica que não é nova e que mostra que a bolsa cai quando a Dilma sobe nas pesquisas, e sobe quando o Aécio melhora. O objetivo é simples: nossos clientes devem se proteger desses solavancos. Os anúncios dos textos chegam de forma idêntica ao Google, mas, de acordo com a métrica de distribuição desses anúncios, ficam mais expostos os que são mais clicados. Diante disso, podemos escolher tirar do Google Ads os anúncios menos rentáveis. O que não foi o caso dos anúncios sobre as perspectivas econômicas num cenário de vitória da Dilma e do Aécio.
A consultoria sofreu algum tipo de represália fora a representação no TSE?
Tirando esse clima de caça às bruxas, de perseguição, nada foi feito. Há, claro, a militância. Desde a semana passada recebo xingamentos e ameaças de toda a natureza por email e por meio das redes sociais. Nosso site já caiu várias vezes e tentaram invadir nossos emails. 
Desde a repercussão do caso Santander, o mercado está mais amedrontado?
Não posso falar pelo mercado, pois não estou a par. Mas o que é certo é que estão tentando cercear nossa liberdade e nosso dever fiduciário de prover boas dicas. Nós estamos pessimistas em relação à economia e não posso ignorar isso em minhas análises. No caso do Santander, entendo que ficou feio para o banco ter de voltar atrás na opinião de um analista. Mas não me surpreende, pois os grandes bancos não querem romper relações com o governo. Mas nós somos independentes e só temos compromisso com nossos clientes.

Mercado reduz ainda mais a previsão para o PIB deste ano

Os economistas ouvidos pelo BC também mantiveram a projeção de Selic a 11% neste ano e diminuíram a da inflação

Expectativa de crescimento do PIB está em apenas 0,9%
Expectativa de crescimento do PIB está em apenas 0,9% (Drawlio Joca/Exame)
Os analistas ouvidos na pesquisa semanal Focus do Banco Central (BC) melhoraram a expectativa para a inflação neste ano, mas pioraram o indicador de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A mediana das estimativas para o PIB passou de expansão de 0,97% na semana passada para 0,90% nesta. Para o ano que vem, as estimativas para a atividade econômica permaneceram na média de 1,5%. 
O mercado manteve a perspectiva de que a Selic (principal taxa de juros no Brasil, definida pelo BC e que serve de referência para praticamente todas as demais taxas de juros) encerrará este ano a 11% após o BC sinalizar na ata de sua última reunião que não a reduzirá. Pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira, mostrou ainda que o mercado está apostando em uma inflação a 6,41% neste ano, pouco abaixo da estimativa da semana passada (6,44%), mas ainda muito próximo do teta da meta, de 6,5%. 
Para 2015, os economistas pioraram a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de alta de 6,12% para 6,21%. Isso significa que eles estão apostando que a elevação dos preços que está sendo contida em 2014 vai pesar no bolso dos brasileiros em 2015. 


(Com agência Reuters)

'O AUTO DE DILMA, A COMPADECIDA’

CELSO ARNALDO ARAÚJO
Eu diria que o nome de Suassuna, no Twitter de Dilma, foi “assassuanado”. Dilma não perdoa: é serial killer, feroz e implacável, de palavras, nomes, termos, ditados, ditos, máximas, aforismos – enfim de tudo o que se chama, se diz, se fala e se escreve. Aliás, repare na tuitada: para ela, Auto da Compadecida é livro – não uma peça de teatro.
É uma Dilma que não falha nunca: a Dilma Compadecida.
Assim como Quarta-feira de Cinzas se segue à terça-feira de Carnaval, Dilma Compadecida sobrevoa áreas inundadas em qualquer parte do Brasil, com ar compungido, captado, na janelinha, pelos cinegrafistas do Planalto – louca para voltar à secura de Brasília, onde absolutamente nada será feito para minorar o sofrimento das vítimas e evitar outra tragédia na próxima enchente. Além das promessas encharcadas de sempre.
E essa previsibilidade de falsos compadecimentos se materializa numa segunda frente: o obituário de personalidades, na forma de notas de pesar sistemáticas assinadas pela presidente.
Não faz isso por desejo dela, é claro, mas instruída pela marquetagem do Palácio, que conhece bem o impacto popular causado por uma presidente solidária na morte e na vida, e severa – não Severina.
Dilma, por certo, não conhece ou mal conhece a maior parte dos pranteados nas notas oficiais. Mas finge conhecê-los com intimidade quase familiar, nas mensagens escritas por assessores que ela avaliza com a chancela da Presidência.
Quando morreu Dominguinhos, escreveram para ela assinar:
“O Brasil perdeu ontem José Domingos de Moraes, o Dominguinhos”.
Nem o mais apaixonado fã da música de Dominguinhos jamais ouviu ou leu seu nome de batismo citado na íntegra – muito menos Dilma. Mas o obituarista do Planalto, por um instante, se transformou em escrivão de cartório de registro.
Não é de Dilma, mas tudo parece ter um toque de Dilma, em seu desprezo pela lógica e pelo sentido das coisas, mesmo a sete palmos do chão.
O mais famoso obituarista da imprensa brasileira, Antônio Carvalho Mendes, o Toninho Boa Morte, escreveu necrológios para o Estadão por quase 40 anos ─ até que um colega escrevesse o dele, na mesma seção. Apesar da rotina mortal, tinha recursos estilísticos para, de vez em quando, sair do terreno raso das platitudes necrológicas. Num intervalo de meses, faleceram Julio de Mesquita Filho e seu filho, Luiz Carlos Mesquita. Toninho começa assim o obituário deste: “Mais uma vez, a morte entrou-nos porta adentro”.
A criatividade, mesmo parnasiana, não é um auto de Dilma Compadecida. Ela assina notas fúnebres feitas à sua imagem e semelhança, enterrando, de cara, qualquer chance de inteligência, sinceridade e oportunidade.
Começa sempre com um clichê terminal – que, em alguns casos, afronta o próprio talento do falecido, como no mais recente, antes de “Suassuana”.
“A literatura brasileira perde um grande nome com a morte de João Ubaldo Ribeiro”.
Outras aberturas de mensagens de pesar atribuídas a Dilma, extraídas da seção “Notas Oficiais” do Portal do Planalto:
“O Brasil sofre uma profunda perda com a morte de João Filgueiras Lima, o Lelé, um dos nossos mais brilhantes arquitetos”.
“É com sentimento de profunda tristeza que recebo a notícia da morte do cantor Jair Rodrigues”.
“Foi com tristeza que soube da morte de dom Tomás Balduíno, incansável lutador das causas populares”.
“Foi com tristeza que soube da morte do escritor colombiano Gabriel García Márquez”.
“Foi com tristeza que tomei conhecimento da morte de José Wilker”.
“Foi com tristeza que tomei conhecimento da morte do senador João Ribeiro”.
“Foi com tristeza que recebi a notícia da morte do amigo e companheiro Jacob Gorender”.
“Foi com pesar que soube da morte de Norma Bengell, uma das principais atrizes do cinema brasileiro”.
Por sorte, não escreveram Benguel – como era costume em parte da imprensa.
Mas Ariano, acredito, ficará uma onça com o Suassuana de Dilma.

domingo, 27 de julho de 2014

“A vida é maravilhosa se não tivermos medo dela.”

O adeus de João Grilo

Gaudêncio Torquato
João Grilo, astuto e fanfarrão, recitava versos destrambelhados, fazia traquinagens com o amigo Chicó, arrematando impressões com a maior inocência, como a que fez para Manuel, o Leão de Judá, o filho de David, o Jesus negro da peça O Auto da Compadecida:
- O senhor é Jesus? Aquele a quem chamam de Cristo? (...) não é lhe faltando o respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado.
As lorotas de João provocam gargalhadas, mas, por pouco, não baniram de nossas escolas seu pai, o teatrólogo, advogado, cancioneiro, o admirado romancista de A Pedra do Reino, o imortal da Academia Brasileira de Letras, o genial paraibano Ariano Suassuna, que, ao falecer, quarta feira passada, aos 87 anos, deixa um dos mais ricos legados da história de nossa literatura.
O banimento quase se deu, há alguns anos, quando um grupo que se dizia defensor do conceito “politicamente correto”, vestindo o manto dos censores da Inquisição ou dos anos de chumbo da ditadura de 64, produziu uma cartilha financiada pelo Governo Federal, onde se registravam como discriminatórios verbetes e expressões comezinhas, como “comunista”, “anão”, “beata”, “barbeiro”, “palhaço”, “ladrão”, “farinha do mesmo saco”.
A expressão de Suassuna certamente estaria presa no cárcere montado pelos guardiões do templo da palavra nesses tempos de controle do verbo e descontrole de verbas. O amontoado de besteiras apenas serviu para subir o tom das gargalhadas de João Grilo e Chicó.
Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro (que também nos deixou,semana passada) e Jorge Amado, seu conterrâneo, foram exímios intérpretes da alma nacional. Desenharam uma galeria de personagens desbocadas, autênticas, alegres, doidas, radicais, sem nunca se submeterem ao tacão do “politicamente certo”, conceito que tem sido a vara de condão de grupos ideológicos entroncados na árvore do poder. Amparavam-se na linguagem para retratar o cotidiano. Quem os vê como discriminadores, senão radicais ou ignorantes?
Quem não fica indignado em ver Monteiro Lobato no paredão da censura? Acusam-no de ser preconceituoso por retratar “a preta” Tia Anastácia. Lobato foi execrado por ter comparado Tia Anastácia, personagem em Caçadas de Pedrinho, a uma “macaca de carvão” e, ainda, porque o conto Negrinha, de sua autoria, abrigar conteúdo racista.
Não há como imaginar personagens que tanto encantaram crianças e adultos – como Tia Anastácia, Emília, Pedrinho, Saci-Pererê, Visconde de Sabugosa, – fazendo a discriminação, ao final do século XIX, como enxergam os patrulheiros de plantão.
Jorge Amado, em Capitães de Areia, apresenta João Grande, “negro de treze anos, forte e o mais alto de todos. Tinha pouca inteligência, mas era temido e bondoso”. Retratavam um tempo em que a negritude era apresentada de maneira pejorativa.
Censurar a expressão de uma época é apagar costumes, jogar as tradições na fogueira de Torquemada.
A polêmica sobre o uso do lexema negro na literatura se expande na esteira de um debate enviesado sobre direitos humanos. Ocorre que as lutas pela igualdade têm jogado na vala comum da discriminação manifestações de todo tipo, mesmo as que retratam ciclos históricos.
Voltemos à antiguidade. Aristóteles, o pensador da filosofia clássica, dividia o mundo entre gregos e o resto, no caso, os bárbaros, selvagens e escravos natos.
Já Platão, em sua obra clássica A República, definia o Estado ideal como aquele dirigido pelos melhores. Dizia ele: “o ouro não se mistura ao bronze”.
Joaquim Nabuco, o abolicionista, chegou a se indignar com os sacerdotes que possuíam escravos: “nenhum padre nunca tentou impedir um leilão de escravos, nem condenou o regime religioso das senzalas”.
E o que dizer de Aluisio Azevedo, descrevendo nas páginas de O Mulato (1881): “se você viesse a ter netos, queria que eles apanhassem palmatoadas de um professor mais negro que esta batina?”
Lima Barreto também não escaparia do paredão. Em Histórias e Sonhos, diz: “não julguei que fosse negro. Parecia até branco e não fazia feitiços. Contudo, todo o povo das redondezas teimava em chamá-lo feiticeiro”. Para os ignaros da censura, explique-se que este grande intérprete produziu Clara dos Anjos (1922), libelo contra o preconceito, a história de uma mulata traída e sofrida por causa da cor.
Em Escrava Isaura (1875), Bernardo Guimarães escreve trechos que hoje estariam no índex proibido: “não era melhor que tivesse nascido bruta e disforme como a mais vil das negras”?
Sem esquecer o jesuíta André João Antonil com seu texto que pode ser considerado discriminatório: “os mulatos e as mulatas são fonte de todos os vícios do Brasil”. Ele escreveu o clássico Cultura e Opulência do Brasil (1711).
À guisa de conclusão, o celebrado Fernando Pessoa: “o espírito feminino é mutilado e inferior; o verdadeiro pecado original, ingênito nos homens, é nascer de mulher”. Arrematado por Shakespeare, que narra, em Otelo, o drama de Brabâncio deixando a filha livre para escolher o marido que mais a agradasse. A donzela escolheu um mouro. Otelo foi contratado para matá-lo.
Toda essa moldura vem à tona no momento no adeus a Ariano Suassuna, fiel intérprete do espírito da linguagem. Dizia ele que o português é a linguagem mais sonora e musical do mundo. Daí a necessidade de expressá-la com as nuances das ruas, com seus personagens e sem a gramática que ajusta as curvas da língua, um ato antidemocrático.
Suassuna, “uma aula viva estupenda e um permanente espetáculo folgazão de inteligência, vida, senso de humor e savoir-faire”, no dizer de José Neumanne (OESP, 23/07/2014), deixa grande lição: “respeitemos a linguagem falada, que é diferente da letra”.
Não é possível que a preamar do niilismo, anunciada por Ortega Y Gasset na terceira década do século XX, tente reaparecer em nosso mundo literário.
Que o desaparecimento de Ivan Junqueira, João Ubaldo, Rubem Alves e Ariano Suassuna nessa triste quadra reforce a convicção de que não podemos ceder um milímetro aos organizadores da “nova cultura”.
João Grilo implora.

Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter @gaudtorquato
Blog do Noblat

Bolivarianos...,

De onde menos se espera, de repente vem uma boa notícia: os bolivarianos estariam em queda na América Latina — diz um deles

(Fotos: Jorge Silva/Reuters :: Juan Karita/AP :: AFP :: Adalberto Roque/AFP/Getty Images)
Chávez, Evo, Correa e Raúl: segundo o presidente do Equador, “ciclo progressista” pode estar chegando ao fim. Afinal, uma boa notícia vinda desses países… (Fotos: Jorge Silva/Reuters :: Juan Karita/AP :: AFP :: Adalberto Roque/AFP/Getty Images)
Está no resumo publicado no jornal Folha de S. Paulo para a entrevista feita pela jornalista Monica Bergamo com o presidente “bolivariano” do Equador, Rafael Correa, o inimigo 1 da imprensa livre em seu país:
“A retomada coservadora na América Latina, com a articulação das direitas internacional e dos países da região, ameaça colocar fim ao ciclo progressista iniciado quando Chávez chegou ao poder na Venezuela, afirma Rafael Correa, presidente do Equador”.
Eta ameaça boa! Que ela se cumpra. Embora o regime “progressista” da famélica Cuba, mantida a ferro e fogo pela ditadura dos irmãos Castro, ainda deva resistir por mais tempo do que os demais.
Por falar em “retomada conservadora”, o governo “conservador” e “direitista” do presidente Juan Manuel Santos, recentemente reeleito para um segundo mandato, pilota um céu de brigadeiro — apesar de enfrentar a narcoguerrilha das chamadas “Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia” (Farc), com pelo menos 12 mil homens em armas.
Com guerra e tudo, a Colômbia do nada bolivariano presidente Santos terá este ano, segundo o FMI, a menor inflação da América Latina (1,9% ao ano), enquanto, por comparação próxima de nós, a do Brasil explode o teto da meta de 6,5%, apesar das inúmeras tentativas do governo de mascará-la com arrocho de preços na área de energia e outras mumunhas.
O PIB terá crescimento perto de 5% (no Brasil de Dilma, se tudo correr bem, chegaremos a esquálidos 1,8%), a indústria deve passar de 6% (a nossa anda em crescimento negativo) e o tamanho da economia ultrapassou o da Argentina, tornando-se a segunda maior da América do Sul.

Fernão Mesquita, a propósito do aniversário da Revolução de 1932: “São Paulo resistiu sozinho a Getúlio; São Paulo vem resistindo quase sozinho ao PT”

Fernão Mesquita, a propósito do aniversário da Revolução de 1932: “São Paulo resistiu sozinho a Getúlio; São Paulo vem resistindo quase sozinho ao PT”

Brasil e Alemanha: "Eles" conseguiram... e agora?


A derrota esmagadora da seleção brasileira aconteceu muito tempo antes deste fatídico 8 de julho no Mineirão. 

Foi preparada pela direita nacional organizada pelo imperialismo, pelos monopólios capitalistas do esporte, pela imprensa “nacional” (vendida para o capital estrangeiro) e, inclusive pela esquerda pequeno-burguesa que trabalha a serviço da direita como o Psol, o PSTU e outros grupos menores do mesmo quilate.

Acuaram os brasileiros para não torcer pelo Brasil, buscaram de todos os meios desestabilizar o time brasileiro. 

A seleção foi derrotada pela política, mais precisamente pela pressão política. 

Os jogadores brasileiros, todos muito jovens, provavelmente a seleção mais jovem que o Brasil já teve fez o que pode, não pode ser culpada de nada. Foi perseguida pela imprensa, caçada em campo, teve que lutar contra os juízes e todas as tramoias obscuras e não conseguiu. Tiraram da Copa o seu melhor jogador com o apoio cínico da imprensa. 

Desarticularam o time e a seleção verdeamarela lutou como pode até o gol de honra contra a Alemanha no final do jogo. São o retrato do povo brasileiro e da classe trabalhadora da qual vieram: são grandes jogadores, lutaram muito contra tudo e contra todos e foram esmagados e humilhados. 

O povo brasileiro que torceu pela seleção brasileira com todo o coração está sofrendo desta mesma humilhação. 

Há os chacais, como a direita, que quer agora tirar proveito desta humilhação e desmoralização. Há os pequeno-burgueses de esquerda e de direita que vão festejar a tristeza do povo e a sua humilhação. É o seu ofício, por isso, merecem o justo desprezo do povo. O ódio é reservado à burguesia.

As apostas foram feitas. O jogo bruto de sempre, dentro e fora do campo, atropelou o Brasil, seu futebol e seu povo. Os que esperam ganhar têm que aguardar a reação real do povo a toda a operação política que conduziu o Brasil e seu futebol a um desastre ainda maior do que o de 1950 no Maracanã. 

Aos jogadores e ao povo, nossa saudação.
Vanguarda Popular