terça-feira, 31 de julho de 2012

No Ano passado...,


No ano passado...

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.
Mario Quintana

Ministro do trabalho que não trabalha...,


‘O trabalho do ministro do Trabalho’, por Marco Antonio Villa

PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO DESTA SEGUNDA-FEIRA
MARCO ANTONIO VILLA
Carlos Daudt Brizola, para a surpresa de muitos, é o ministro do Trabalho. Sua passagem pelo ministério ─ hoje sem a mínima importância, ficou seis meses sem titular e ninguém notou ─ é a de um adepto radical de Paul Lafargue, o autor do clássico “O Direito à Preguiça”.
Tomou posse no dia 3 de maio, quinta-feira. No dia seguinte teve um compromisso, às 10h. Reapareceu após quatro dias. Mas, de acordo com sua agenda oficial, seu expediente foi restrito: duas atividades pela manhã, não mais que duas horas. No dia 9, compareceu ao ministério, outra vez só pela manhã, para uma palestra. Na quinta, não mudou a rotina: um compromisso. No dia posterior, mais ociosidade: uma atividade, no final da tarde. Em seguida, três dias de folga. Reapareceu no dia 15, uma terça, para um evento às 10h30. Mais nada.
O mais bizarro é que o ministro desapareceu um mês ─ um mês! Será que quis gozar das férias? Já? Só voltou no dia 14 de junho. Estava na Suíça, que ninguém é de ferro.
Aí, como um homem de hábitos arraigados, tirou mais quatro dias de descanso. Em 19 de junho, uma terça, Daudt Brizola resolveu compensar a ociosidade. Marcou três audiências: das 15 às 18 horas, trabalhando três horas. Na quarta foi assistir a Rio+20. Na quinta, folga. Na sexta participou de um evento, pela manhã, no Rio, onde mora.
Pesquisando sua agenda, achei que ele finalmente iria assumir o trabalho no ministério do Trabalho. Sou um ingênuo. Submergiu mais cinco dias. Ressurgiu no dia 27. E aí, workaholic, trabalhou três horas pela manhã, duas e meia à tarde. No dia posterior, repetiu a dose. Na sexta-feira, veio a São Paulo e em seis horas visitou quatro centrais sindicais. Em junho, trabalhou oito dias. Só em um deles a jornada se aproximou das oito horas diárias.
Em julho, Daudt Brizola só começou trabalhar na terça-feira: ele não gosta das segundas-feiras. Mas nada muito estafante: 90 minutos pela manhã, começando às 10h. À tarde, a mesma jornada, a partir das 16h. Na quarta, cinco horas. Na quinta, descansou pela manhã, almoçou tranquilo e só começou seu expediente às 14h30. Foi embora três horas depois. Na sexta, só compareceu ao ministério à tarde, por 60 minutos. Às 15h, estava liberado. Afinal, tem o happy hour.
Na segunda semana de julho, como um Stakhanov, resolveu ser um herói do trabalho. Registrou atividades de segunda a sexta. Claro que com o espírito macunaímico: em dois dias só teve um compromisso.
Parecia, apenas parecia, que finalmente o ministro do Trabalho iria trabalhar. Mais uma vez acabei me equivocando. Como de hábito, deixou a segunda de lado. Só apareceu na terça, à tarde, reservando 60 minutos para a labuta. Na quarta, mais três horas de expediente. No dia seguinte, o ministro sumiu. Só voltou seis dias depois, e somente à tarde. E voltou a se evadir do dia 25 ─ é devoto de São Cristovão?
Paro por aqui. Não vale a pena cansar o leitor da Folha com as ausências ao trabalho do ministro. Será que a presidente não tem conhecimento do absenteísmo do ministro? Com tanta greve, o que ele fez?
E o que diria Leonel Brizola ─ que trabalhou e estudou com enorme dificuldade, se formou engenheiro em um curso noturno, quando era deputado estadual ─ vendo um neto tão pouco afeito ao labor?
Em tempo: Brizola Neto é o irmão, não ele.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Lei 12.619/2012 - Caminhoneiros tem nova legislação


A Lei 12.619/2012, que garante a regulamentação das atividades dos motoristas profissionais de todo o Brasil, já está em vigor. Em tese, a lei servirá para mudar a rotina exaustiva de milhares de motoristas que passam horas do dia na boleia.
As extensas jornadas de trabalho que ameaçam a saúde e a segurança dos motoristas de caminhão no País estão entre os principais alvos da nova regulamentação da profissão de motorista, sancionada no dia 30 de abril pela presidente Dilma Rousseff. Publicada no Diário Oficial da União do dia 02 de maio, a nova lei estabelece regras para o turno de trabalho, com paradas para descanso obrigatórias. Mas como a nova norma irá, efetivamente, impactar a rotina dos profissionais?
O texto determina que os motoristas devem fazer um intervalo de, no mínimo, 30 minutos a cada quatro horas. O tempo de descanso pode ser fracionado, desde que o limite de horas consecutivas ao volante não seja excedido. O não cumprimento dessas normas implica infração grave, multa e retenção do veículo para cumprimento do intervalo necessário. No total do dia, o intervalo mínimo é de 11 horas, que podem ser divididas em duas pausas, de nove e de duas horas. Para garantir que os intervalos de descanso não fiquem só no papel, a regulamentação prevê a fiscalização por meio de controles manuais (papeleta, ficha de trabalho externo) e eletrônicos (tacógrafo, GPS).
As definições sobre a jornada foram incluídas também no Código de Trânsito Brasileiro. Para o coordenador do Grupo de Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT), Luis Antonio Festino, a medida representa grande avanço, pois permite que o acompanhamento seja feito também por agentes de trânsito e Polícia Rodoviária. Sem essa definição, só os fiscais do Ministério do Trabalho teriam tal atribuição. No entanto, o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), um dos relatores do Projeto de Lei, aponta a necessidade de investir na fiscalização para que a nova lei não se converta em uma carta de intenções.
Na relação entre empregadores e trabalhadores, o presidente da seção de cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti, entende que a aprovação da lei trará segurança jurídica. “Havia uma lacuna muito grande no Código de Trânsito com relação à carga horária”, avalia. Para Benatti, uma vez regulamentada a profissão, alguns impasses serão superados por medidas como a previsão de tempo de espera remunerado - nos casos em que o motorista leva dias em uma fila para descarregar - e normas específicas para horas extras (com limite para duas horas diárias).
Para as empresas, a lei também representa vantagens, avaliam os dirigentes. Sem controle de carga horária, as ações na Justiça costumam pesar na conta das companhias do setor. A definição dos intervalos periódicos pode ainda contribuir para a diminuição de riscos de acidentes, ressalta Festino, acarretando, além de um número menor de vítimas, a redução de prejuízos materiais. “Não adianta cumprir jornada em excesso e perder um caminhão que vale R$ 500 mil ou mais. Acidente de trânsito é prejuízo, sem falar que é o que mais mata proporcionalmente”, explica o coordenador da CNTTT. Em 2008, o trânsito no Brasil vitimou 30,1 pessoas a cada 100 mil habitantes, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios.
Vetos e limitações
Algumas proposições previstas no projeto de Lei foram vetadas pela presidente, como a obrigatoriedade de pontos de descanso a cada 200 quilômetros, no caso de estradas concedidas à iniciativa privada. “Seria um benefício para os motoristas”, lamenta Festino. Entre o que foi aprovado, está previsto que o motorista descanse no próprio caminhão, caso a cabine seja leito, ou em alojamento provido pelo empregador.
Como limitação, a lei serve de subsídio apenas para o trabalhador com vínculo empregatício. No caso dos autônomos, se aplicam somente os artigos referentes à carga horária, referidas no Código de Trânsito. Mesmo assim, a aprovação gera expectativa em relação à valorização da profissão. “Há certa discriminação em relação à categoria, talvez pelo fato de não ter uma regra muito clara”, observa Benatti. Ele destaca que os motoristas são fundamentais para a economia do país, uma vez que 60% da movimentação de cargas são feitas pelo modal rodoviário. “O que chega na porta do produtor e do consumidor é o caminhão”, destaca.

MENSALÃO

Justiça

Mensalão: o perfil dos ministros que participarão do histórico julgamento

Ministros da mais alta Corte do país têm históricos distintos em casos de corrupção. Expectativa é de que Supremo estabeleça um marco contra a impunidade de políticos

Gabriel Castro
Plenário do Supremo Tribunal Federal durante julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre os poderes do CNJ
Plenário do Supremo Tribunal Federal (Fellipe Sampaio/STF )
Dos 11 magistrados responsáveis pelo mais importante julgamento criminal do STF desde a redemocratização, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello tradicionalmente são mais duros em casos que interpretam como ameaças à democracia
O julgamento do escândalo do mensalão reunirá, a partir de quinta-feira, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) com históricos distintos de atuação diante de casos de corrupção. Na prática, o julgamento também será uma oportunidade para a mais alta Corte do país estabelecer um marco, quebrando a tradição de impunidade a políticos. A decisão atrairá olhares de todo o país pela dimensão do escândalo e pela pressão de setores da sociedade que cobram a condenação do grupo que participou do intrincado esquema de corrupção na gestão Lula.
Dos 11 magistrados responsáveis pelo mais importante julgamento criminal do STF desde a redemocratização, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello tradicionalmente são mais duros em casos que interpretam como ameaças à democracia. 
Cesar Peluzo, por sua vez, nem sempre aplica as penas mais rigorosas a políticos acusados de corrupção. Foi assim quando o Supremo condenou os deputados Abelardo Camarinha (PSB-SP) e Natan Donadon (PMDB-RO). Peluzo foi o único a votar pela absolvição. 
Na avaliação de advogados e técnicos que atuam no STF, os ministros Carlos Ayres Britto, presidente da Corte, e Cármen Lúcia não são tão enérgicos, mas demonstraram firmeza quando os desmandos envolveram agentes públicos.
Celso de Mello e Ricardo Lewandowski são identificados como constitucionalistas: prendem-se com afinco a aspectos técnicos.
A posição do ministro Joaquim Barbosa é a mais previsível por ter sido dele o relatório recomendando o acolhimento das denúncias contra os réus. 
O ministro José Dias Toffoli tem sido menos rigoroso em matérias do tipo, votando frequentemente por penas mais brandas. Também pesará sobre ele a suspeita de favorecimento ao PT, partido para o qual advogou por longos anos. Devido ao vínculo com o PT, sigla que tem diversos membros na lista de réus, sua participação no julgamento ainda não é certa.
Rosa Weber e Luiz Fux chegaram ao STF há pouco tempo: a dupla não possui grande histórico de julgamentos em casos criminais. Weber se dedicou a julgar temas trabalhistas. Fux fez carreira analisando processos cíveis.
Rigor – Para o jurista Ives Gandra Martins, experiente em julgamentos na Corte, o forte interesse público no tema provocará comportamento cuidadoso dos ministros. "Eles serão rigorosamente técnicos, não fugirão dos esquadros da lei. Vai se levar em consideração a prova existente e o direito aplicado. A grande exposição tornará o julgamento absolutamente técnico", diz.

sábado, 28 de julho de 2012

Investindo na Burrice...,


"Investimento em educação vai quebrar o Brasil", declara Guido Mantega

26.07.2012
 
A Câmara Federal aprovou, em 26/06/2012, por unanimidade - e agora a matéria está sendo analisada no Senado - o Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê, entre outras metas educacionais, investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, a ser alcançado no prazo de dez anos. O texto aprovado determina que sejam ampliados os atuais recursos de 05,1% do PIB para 07% no prazo de cinco anos até atingir os 10% ao fim da vigência do plano.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto acima), criticou, dia 04, as medidas aprovadas pelo Congresso. "Isso coloca em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro", disse durante o Seminário Econômico Fiesp-Lide, em São Paulo. Explicou o ministro que o país caminha em 2012 para um dos menores déficits fiscais de toda a série histórica, em torno de 1,4% do PIB, bem como que "É com solidez fiscal que se abre espaço para reduzir os juros. Nossa dívida líquida em 35% do PIB é a menor de todos os tempos. Nossa situação fiscal é bastante sólida".
Causa perplexidade a forma como o ministro Guido Mantega trata a educação no Brasil, quando deveria ser a primeira preocupação dos governos. Investimento em educação não se mede como gastos, senhor ministro. A preocupação com a educação deveria ser um projeto de curto, médio e longo prazo de qualquer governo nacional e a principal prioridade das plataformas governamentais. E o Congresso Nacional está muito certo em aprovar medidas positivas direcionadas ao fortalecimento de nossa educação.
Não se constrói nem se reedifica uma nação sem investimento maciço na educação e cultura de seu povo. O Brasil tem uma dívida com a sua educação que precisa ser purgada não com retóricas ou tergiversações, mas com medidas efetivas que possam responsabilizar qualquer governo.
Ora bolas, que risco poderá comprometer a nossa solidez fiscal com a canalização de recursos para o fortalecimento da escola que irá produzir os alicerces de nossa estrutura social, financeira, econômica etc.? O país poderá quebrar por outras razões, mas não por investimentos educacionais.
Quanto se gasta inutilmente com a manutenção ostentosa dos Três Poderes, em Brasília: salários fabulosos, mordomias, privilégios e tudo o mais? Não se vê do governo federal uma prestação de contas à sociedade do que é arrecadado e onde o dinheiro está sendo aplicado. Por exemplo, não existe no plano federal um índice único de reajuste salarial nos Três Poderes. Por quê? A Constituição Federal no Art.37-X determina uniformidade de índice de reajuste salarial. Agora mesmo os servidores sem concurso dos gabinetes de deputados federais foram reajustados em 30%.
Se o Congresso, acossado pelas críticas sociais, não fizer a sua parte tornando o Plano Nacional de Educação mais consentâneo com as necessidades educacionais, quando o governo tomaria medidas realistas, se ele está mais preocupado em vender a imagem de um Brasil robusto, de solidez fiscal, etc., enquanto graves problemas sociais e educacionais não são combatidos com a competência devida? Não adianta apresentar o doente todo maquiado de cor saudável se o seu organismo não está funcionando bem.
*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado e mora em Balneário Camboriú - SC - juliocmcardoso@hotmail.com

Olímpíadas...,


Jogos Olímpicos

As Olimpíadas são festas internacionais que começaram na Grécia antiga. Os jogos gregos aconteciam a cada quatro anos. Deixaram de existir logo no começo da Era Cristã.
A volta dos jogos olímpicos aconteceu em 1896. Desde então, passaram a acontecer a cada quatro anos, exceto durante as duas guerras mundiais.
Os jogos olímpicos antigos saudavam os deuses gregos, mas os jogos modernos saúdam o talento dos atletas de todas as nações.


AS OLIMPÍADAS ANTIGAS

As primeiras olimpíadas aconteceram no ano 776 antes de Cristo na cidade de Olímpia. Apenas uma competição acontecia: uma corrida a pé de 183 metros, que era a volta ao estádio. Somente homens corriam. Na décima quarta olimpíada já havia duas corridas. Na segunda corrida, os atletas davam duas voltas no estádio.
Mais tarde, os espartanos passaram a competir e introduziram outros esportes. Corridas, saltos e arremessos de disco passaram a ser apresentados e, assim, os jogos passaram a durar cinco dias.
AS OLIMPÍADAS MODERNAS

Nos jogos de 1896 eram praticados: ciclismo, salto com barreiras, ginástica, tênis, tiro, natação, levantamento de peso, luta, corrida e esgrima.
Em 1924 começaram os Jogos de Inverno, que passaram a acontecer separadamente das Olimpíadas . Incluíam esqui, hóquei no gelo e outros. Mas as atenções estavam mesmo era para os esportes de verão. Já naquela época a quantidade de esportes era grande.
Eram disputados, entre outros: basquete, boxe, remo, ciclismo, hipismo, ginástica, handebol, futebol, voleibol, pólo aquático.
Hoje em dia, existe uma quantidade ainda maior de esportes.
A competição é destinada a valorizar os grandes atletas do mundo, em todos os esportes e de todos os países, numa grande festa que milhões de pessoas assistem nos estádios e através da televisão.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Guido Mantega e o Plano Real


Leia a análise do atual ministro da Fazenda sobre o recém-nascido Plano Real. E imagine o que será do Brasil se Dilma adotar um Plano Mantega para enfrentar a crise

Em 12 de julho de 1994, dias depois do parto do Plano Real, o economista Guido Mantega publicou na Folha de S. Paulo um artigo sobre o recém-nascido. Teria vida breve, garantiu o autor. Mas provocaria um desastre de tal porte que o Brasil demoraria algumas décadas para sair da UTI. Vale a pena ler de novo a análisereproduzida na seção O País Quer Saber.
É coisa para se guardar o texto de 648 palavras. São 648 provas contundentes da indigência mental do ministro escalado por Dilma Rousseff para enfrentar a crise econômica cujas dimensões só agora o governo se dispôs a enxergar. Mantega já desconfia que, durante quatro anos, só existiu uma marolinha na cabeça de Lula. O mundo inteiro viu o tsunami antes que fosse consumado o trabalho de parto.
Passados 18 anos, o Real já é celebrado pelos historiadores honestos como o plano que derrotou a inflação aparentemente invencível. Até agora, o autor do besteirol publicado em 1994 não pediu desculpas pelas sandices que escreveu, não se declarou envergonhado com o papel de Cassandra sem neurônios nem juízo, não pediu perdão aos leitores que tentou iludir com truques de picadeiro. Pode-se deduzir que continua convencido de o melhor caminho para acabar com a inflação é a trilha riscada à beira do penhasco.
Dilma anda assustada com o emagrecimento da indústria, com os soluços inflacionários, com o raquitismo do PIB. E já suspeita que as nuvens escuras vão ficar mais densas. O que será do Brasil se a presidente resolver enfrentar o perigo com um Plano Mantega? Oremos.
*Augusto Nunes

Cachoeira pode salvar o Brasil

1:35, 26/07/2012 
GMFIUZA
  
(ÉPOCA – edição 739)
Carlinhos Cachoeira perdeu a vontade de viver. Está extremamente deprimido, muito chateado mesmo. Quem deu essa notícia triste foi a noiva do “empresário da contravenção”, Andressa Cachoeira. A mesma que dois meses atrás dava risadas, dizendo que seu amado conquistara muita gente por ser “uma pessoa encantadora”. Na época, a musa dos caça-níqueis fazia planos para o casamento assim que Cachoeira saísse da prisão. Hoje o casal não parece mais tão feliz. O que mudou, afinal?
Aparentemente, nada. Carlinhos continua preso, Andressa continua linda, e o patrimônio milionário dos Cachoeira, construído com o suor dos políticos comprados, continua intacto no laranjal da família. O que estará azedando esse conto de fadas do cerrado? Ao que tudo indica, a culpa é da CPI.
Quando todos os holofotes estavam apontados para a Comissão que investiga as obras completas do bicheiro, estava tudo bem. Com o Brasil inteiro olhando para o escândalo, os clientes de Cachoeira tremiam em seus gabinetes. O risco aos seus mandatos e pescoços recomendava um tratamento carinhoso para com Carlinhos, garantindo-lhe tratamento republicano com a grife de Márcio Thomaz Bastos, o padroeiro das causas mal-cheirosas. Era um tempo de otimismo, com governantes e parlamentares suando frio, e a sensação de que a qualquer momento um habeas corpus mágico do doutor Márcio acabaria com aquele constrangimento todo. Como chegou a ponderar Andressa, “ninguém está livre de ser preso” – ou seja, era um mero incidente a ser superado, para o bem de todos (os sócios).
Mas algo deu errado. O Brasil, entediado, mudou de novela. Preferiu os pilantras de “Avenida Brasil” e os charlatões da Rio + 20. Abandonada pelo público, a CPI ficou à vontade para embromar sem culpa. Aliviou o ex-dono da Delta, barrando a sua convocação tranquilamente, enquanto a platéia assistia ao teatro da salvação do Planeta no Rio de Janeiro. Os depoimentos de Fernando Cavendish e Luiz Antonio Pagot (ex-diretor do Dnit) ficaram para depois das férias, depois das Olimpíadas, depois do início da campanha eleitoral – enfim, ficaram para depois. É como se o desfile da Mangueira fosse marcado para Quarta-Feira de Cinzas.
Carlinhos não merecia isso. Com a queda vertiginosa da CPI no Ibope, seus companheiros no Congresso e nos palácios descobriram que a farra pode sair muito mais barato do que parecia. Se o Brasil não está nem aí, eles também não estão. Cachoeira começou a entender que pode mofar onde está. Daqui a pouco o comando da República popular desloca Thomaz Bastos para refrescar outro aloprado, e a jovem Andressa perceberá que ninguém está livre de continuar preso. A essa altura, talvez nem a “Playboy” a queira mais.
Como rei morto é rei posto, o ex-cunhado de Carlinhos, Adriano Aprígio, um de seus principais testas de ferro, já caiu também. Foram descobertos emails enviados de sua casa à procuradora Léa Batista de Oliveira, uma das denunciantes do bicheiro, em tom não muito educado: “Sua vadia, ainda vamos te pegar. Cuidado, você e sua família correm perigo”. A prisão de Aprígio, um dos guardiões do patrimônio dos Cachoeira, fez Carlinhos passar mal na cadeia, como revelou sua noiva, consternada: “Ele desmaiou. O diretor pegou, levou ele pra sala do diretor. Ele passou muito mal, muito mal mesmo”.
É de fato comovente ver um homem que tanto fez por tanta gente sofrendo assim, sozinho, com as notícias terríveis que recebe na cadeia. Nesse momento de dor, vai aqui um conselho ao torturado réu: nobre empresário da contravenção, pare de esperar pela providência dos falsos companheiros. Acabe você mesmo com essa solidão. Agora.
Faça como Roberto Jefferson: aperte o botão vermelho. Conte quem no governo federal mandava proteger a Delta e aprovar todos os acréscimos de contrato que a construtora espetava no PAC. Explique resumidamente como esse dinheiro saía do governo e voltava para as campanhas dos políticos aliados ao governo, passando pelas suas empresas de fachada.
Acorde, senhor Cachoeira. Seus amigos palacianos vão esquecê-lo nesse cubículo. Seus esquemas serão refeitos com outro despachante mais esperto. Entregue esses parasitas com crachás de revolucionários. O Brasil lhe será eternamente grato.


02/08/12 Início do julgamento do MENSALÃO..., É só M... que voa...,

Chantagem na reta final
PUBLICADO NA EDIÇÃO DE VEJA DESTA SEMANA
RODRIGO RANGEL
Pouca gente tem mais intimidade com o ex-presidente Lula do que o ex-metalúrgico Paulo Okamotto. Além de amigo pessoal, ele sempre atuou como uma espécie de assessor de luxo do ex-presidente, principalmente em assuntos que envolvem dinheiro. No Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Lula foi presidente e Okamotto, diretor de finanças. Na primeira campanha presidencial disputada pelo petista, em 1989, Okamotto era o tesoureiro. Essa relação de confiança ganhou outra conotação quando se soube, durante o escândalo do mensalão, que Okamotto pagara do próprio bolso uma dívida do presidente. A operação levantou uma série de dúvidas, principalmente porque a dívida foi saldada em dinheiro vivo e não havia registro algum do responsável pela quitação. Coube ao próprio Paulo Okamotto esclarecer o mistério: ele tinha em mãos uma procuração do presidente que lhe dava poderes para atuar em seu nome. O polivalente Okamotto anda às voltas com uma missão político-financeira muito mais complicada: foi encarregado de manter sob controle — e acima de tudo em silêncio — o empresário Marcos Valério. Às vésperas do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, Valério está chantageando o ex-presidente Lula e o PT.
Denunciado pelo procurador-geral da República como o operador do maior esquema de corrupção da história, Marcos Valério era dono de duas agências de publicidade que escondiam uma câmara de compensação. Em 2002, na campanha que elegeu o ex-presidente Lula, a agência, entre outras coisas, providenciou o envio ao exterior de mais de 10 milhões de reais para pagar as despesas de campanha do PT — dinheiro arrecadado no Brasil, provavelmente de corrupção, e remetido para fora do país de maneira ilegal. No governo Lula, o esquema ganhou sofisticação. A agência passou a receber recursos diretamente dos cofres públicos, simulava prestação de serviços e subornava congressistas e partidos políticos. Segundo o Ministério Público, 74 milhões de reais foram desviados. Encarregado da contabilidade da “organização criminosa”, Valério responde pelos crimes de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas. Somadas, as penas podem chegar a 43 anos de prisão. O empresário se diz guardião de um valioso e delicado segredo.
Em maio, quando os ministros do STF já debatiam a data de início do julgamento, petistas influentes foram mobilizados para conter a ofensiva de Marcos Valério. De Belo Horizonte, onde mora, o operador do mensalão fez chegar à cúpula do PT a ameaça: depois de refletir muito, teria finalmente decidido procurar o Ministério Público para revelar alguns segredos — o principal deles, supostos detalhes de suas conversas com Lula em Brasília. O ex-presidente sempre negou a existência de qualquer vínculo entre ele e o operador do mensalão antes, durante e depois do escândalo. Para mostrar que não estava blefando, como já fizera em outras ocasiões, o empresário disse que enviaria às autoridades um vídeo com um depoimento bombástico, gravado por ele em três cópias e escondido em lugares seguros. Seria parte do acordo de delação premiada com os procuradores. Seu arsenal também incluiria mensagens e documentos que provariam suas acusações. Paulo Okamotto, que hoje é diretor-presidente do Instituto Lula, foi um dos que receberam o recado — prontamente decodificado por um grupo de assessores próximos ao ex-presidente, que entrou em ação para evitar turbulências na reta final do processo. Desde as primeiras chantagens de Valério, em 2005, o ex-tesoureiro era incumbido de intermediar as conversas com o empresário, que cobrava proteção e dinheiro.
O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico e também integrante do círculo íntimo de Lula, foi destacado para descobrir se as ameaças, desta vez, procediam. Ele procurou pessoas próximas a Marcos Valério, advogados, integrantes do Ministério Público, políticos e empresários. Ouviu a história sobre o depoimento em vídeo, mas não encontrou uma única evidência de que ele realmente exista. Greenhalgh, há mais de um ano, é um dos encarregados de conversar com Marcos Valério. Ele se reuniu com o empresário algumas vezes em seu escritório em São Paulo. “O Greenhalgh é o pacificador, é quem sempre dá as garantias a ele”, disse a VEJA uma fonte da confiança de Valério. O advogado não sabe se o vídeo existe ou não, porém descobriu que o tal acordo de delação premiada era mais um blefe do empresário. Um blefe calculado para gerar calafrios e advertir os petistas sobre antigos compromissos assumidos. Segundo um assessor do empresário, a cúpula do partido prometeu que lançaria mão de todos os instrumentos possíveis para livrá-lo da cadeia.
Procurado, o advogado Greenhalgh não retornou as ligações. Paulo Okamotto admitiu ter participado de reuniões com Marcos Valério, mas disse que isso nada tem a ver com ameaças ou chantagens: “Ele queria me encontrar porque às vezes queria saber das coisas. Em geral, ele quer saber como está a política, preocupado com algumas coisas”. O mensaleiro escolheu como consultor o melhor amigo do ex-presidente que chantageia há sete anos. Indagado se a consultoria também envolvia assuntos financeiros, Okamotto explicou: “Ele tem uma pendência lá com o partido, uma pendência lá de empréstimo, coisa de partido, referindo-se ao processo em que Valério cobra judicialmente 55 milhões de reais do PT, como pagamento dos empréstimos fictícios que abasteceram o mensalão. E concluiu, em tom enigmático: “O Marcos Valério tinha relação com o partido, ele fez coisas com o partido. Eu nunca acompanhei isso. Então, quem pariu Mateus que o embale, né, meu querido?!”.
Não é a primeira vez que o operador do mensalão ameaça envolver o ex-presidente Lula no caso. Em 2005, quando começaram a surgir provas contundentes do envolvimento de Marcos Valério no esquema, e suas ligações umbilicais com o PT, o empresário ligou para o então presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, disse que faria um acordo de delação premiada e advertiu: “Avisa ao barbudo que tenho bala contra ele”. Ameaçou, também, revelar o nome das empresas que abasteceram o caixa dois da campanha de Lula em 2002 e fulminar ministros que haviam recebido parte do dinheiro. Pelo seu silêncio, Valério impôs algumas condições. Queria garantias de que não seria preso e uma bolada de 200 milhões de reais. As denúncias nunca se materializaram. Em 2010, Marcos Valério fez uma confidência no gabinete de uma autoridade de Brasília: “O Delúbio (Soares) me levou para um futebol no palácio”. A autoridade tentou mostrar indiferença diante do que acabara de ouvir, mas sabia muito bem o que aquilo significava. O objetivo era apenas enviar mais um recado. Delúbio garante que essa visita nunca existiu.
Pouco antes de deixar a Presidência, Lula disse que se dedicaria a provar que o mensalão não existiu. Mas, em flagrante contradição, em 2005, no ápice do escândalo, o então presidente se penitenciou: “Eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos de pedir desculpas. O PT tem de pedir desculpas”. Apesar de reconhecer o crime, a estratégia já naquela época era afirmar que toda a fraude aconteceu sem que o líder máximo do partido soubesse. Teoria que o próprio Lula acabou por fragilizar em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, quando confirmou que realmente fora advertido pelo deputado Roberto Jefferson sobre a existência do mensalão antes de o escândalo eclodir. Segundo o próprio Lula, na ocasião estavam presentes os ministros Aldo Rebelo e Walfrido Mares Guia e o deputado Arlindo Chinaglia — o mesmo que Jefferson acusou na semana passada de ter lhe oferecido vantagens para que ele não denunciasse a fraude. Arlindo Chinaglia disse que isso não é verdade. Na reta final, blefando ou não, é no mínimo estranho que, sete anos depois do mensalão, Marcos Valério continue ameaçando o PT — e o PT continue assombrado com as ameaças de Marcos Valério.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Iludir para ser aplaudido


José Pio Martins
Não se faz omelete sem quebrar ovos. E muitos ovos terão de ser quebrados para que o Brasil não vire uma Grécia no futuro

O casal se dirigia a um evento importante. O marido dirigia. A mulher disse que ele estava indo pelo caminho errado. Ele teimou e disse que sabia o que estava fazendo. A mulher contestou e ele reagiu, nervoso. Ela retrucou incisiva: “Querido, é importante chegarmos na hora e estou certa do que digo; eu conheço bem esse caminho”. Irritado, o marido esbravejou: “Eu sei o que faço; não me perturbe!”.

Ela respirou e disse com voz suave: “Querido, talvez você esteja certo. Acho que não tenho tanta certeza assim; então vamos por seu caminho, sem pressa”. Após um tempo, ele parou e perguntou a um transeunte onde ficava o tal lugar do evento. A resposta foi: “O senhor pegou a direção oposta; faça retorno, volte e vire à direita”. Irritado, o homem refez o percurso e chegaram ao local... com uma hora de atraso.

De volta a casa, mais calmo, o marido perguntou à mulher por que ela não insistiu, já que ela estava certa. A resposta: “Querido, eu sabia que estava certa. Mas, se eu insistisse você iria se irritar mais do que já estava e acabaríamos brigando feio. Assim, eu preferi concordar com você porque, entre ter razão e ser feliz,... eu prefiro ser feliz”.

Parece que, na opção entre “estar certo” e “ser feliz”, alguns políticos brasileiros resolveram ser felizes. Ou seja, resolveram iludir para agradar. A historinha acima pode servir aos propósitos do bom relacionamento entre marido e mulher, mas quanto aos graves problemas públicos, fugir de medidas impopulares pode ser apenas um caminho para levar esse mesmo povo ao desastre econômico. A Grécia é o melhor exemplo do que pode acontecer com um país onde governos demagogos gastam mais do que arrecadam durante 40 anos.

Socorro-me do genial filósofo Arthur Schopenhauer que, a respeito, disse o seguinte: “A descoberta da verdade objetiva deve ser separada da arte de conseguir que uma proposta seja aceita e aplaudida, uma vez que a verdade objetiva é uma questão completamente diferente: ela é o terreno do julgamento profundo, da reflexão e da experiência”. Pois bem, os políticos (não todos, claro) já abusaram demais da decisão de não encarar com as armas da razão o principal problema do Brasil nos próximos anos: a bomba previdenciária.

Dados recentes revelam que 23,5 milhões de beneficiários do INSS provocam um déficit anual de R$ 44 bilhões, enquanto apenas 1 milhão de funcionários públicos aposentados e pensionistas causam um rombo de R$ 52 bilhões/ano. A presidente Dilma afirmou que vai trabalhar para que seja aprovado o projeto de lei em tramitação no Congresso desde 2003 sobre novas regras para a previdência do setor público. Pela proposta, os funcionários que entrarem no governo após a aprovação da lei receberiam, do tesouro público, aposentadoria igual ao teto do INSS e o complemento viria de um fundo de previdência complementar, nos moldes dos fundos de pensão do Banco do Brasil e da Petrobras.

A expectativa média de vida está aumentando, a relação entre pagantes e aposentados vem decrescendo e a manutenção de um regime para os servidores públicos (com aposentadoria integral e as pensões mais generosas do mundo) e outro para os trabalhadores privados (submetidos aos achatados benefícios do INSS) são partes de um sistema insustentável. Um exemplo do descalabro está no que o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, chamou de “frouxidão total”, referindo-se à concessão de pensões por morte. O ministro cita o caso de um casal de promotores que, após a morte do marido, a mulher passou a acumular seu salário com a pensão, equivalente a praticamente o salário integral dele.

A tática de iludir para ser aplaudido pode render votos no curto prazo, mas é receita para afundar as finanças do governo, além de manter um sistema injusto que convive com privilégios condenáveis. O tema é impopular e defender sua reforma atrai a ira da CUT e de uma legião de beneficiários do atual sistema. Não se faz omelete sem quebrar ovos. E muitos ovos terão de ser quebrados para que o Brasil não vire uma Grécia no futuro.

A presidente Dilma afirma que vai enfrentar o problema. Ela pode amargar impopularidade momentânea, mas, se conseguir colocar um mínimo de racionalidade na Previdência Social brasileira, a história irá lhe fazer justiça.

*José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Mensaleiros no tribunal


MARCO ANTONIO VILLA
Depois de longa espera, finalmente o Supremo Tribunal Federal vai julgar o processo do Mensalão. A demora é só mais uma demonstração de quão ineficiente é o Judiciário. A lentidão é a maior característica do poder que devia ser célere, eficiente e, principalmente, justo. E não é por falta de recursos. Não. Basta observar as folhas de pagamento que, com muita dificuldade e depois de muita pressão do Conselho Nacional de Justiça, estão sendo divulgadas.
Os poderes Executivo e Legislativo estão maculados pela corrupção até a medula. Não há dia sem que apareça uma denúncia sobre o desvio de recursos públicos ou ao favorecimento de interesses privados. Os olhos do cidadão acabam, em um movimento natural, se dirigindo para o Judiciário. É um gesto de desespero e de impotência. Porém….
Não há otimismo que consiga reverter este quadro, ao menos à curto prazo. Vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana. Daí a enorme responsabilidade do STF no julgamento do Mensalão. Em 2005 fomos bombardeados por reportagens e entrevistas sobre o caso. O mais triste para os valores republicanos foram as sessões da CPMI dos Correios. Muitos depoimentos foram transmitidos ao vivo. Foi estarrecedor ouvir depoentes que tratavam de desvios de recursos públicos, de pagamento de campanhas eleitorais (como a presidencial de 2002) e da compra de apoio político no Congresso, com enorme tranquilidade, como se toda aquela podridão fizesse parte do jogo político em qualquer democracia. E quem agisse de forma distinta não passaria de um ingênuo. Em resumo, a ideia propagada pelos depoentes era de que política sempre foi assim.
Contudo, no decorrer dos trabalhos da CPMI, o clamor da opinião pública foi crescendo. A crise política se instalou. Alguns parlamentares do PT, envergonhados com a revelação do esquema de corrupção, saíram do partido. O presidente Lula foi à televisão e pediu, em rede nacional, desculpas pela ação dos dirigentes partidários. Disse desconhecer que, nas ante-salas do Palácio do Planalto, tinha sido planejado o que ficou conhecido como Mensalão. Falou até que tinha sido traído. Não disse por quem e nem como.
O relatório final da CPMI pedindo o indiciamento dos responsáveis foi encaminhado à Procuradoria Geral da República. A aprovação foi comemorada. Em sinal de triunfo, o relator foi carregado pelos colegas. Para a oposição, o presidente Lula estava nas cordas, à beira de um nocaute. Caberia, disse, na época, um dos seus líderes, levá-lo sangrando até o ano seguinte para, então, vencê-lo facilmente nas urnas. Abrir um processo para apurar o crime de responsabilidade colocaria em risco o país. Estranha argumentação mas serviu para justificar a inépcia oposicionista, a falta de brio republicano e uma irresponsabilidade que só a história poderá avaliar.
Em 2007 o STF aceitou a denúncia. Foi uma sessão bizarra. Advogados se sucediam na tribuna defendendo seus clientes, enquanto os ministros bocejavam, consultavam seus computadores, conversavam, riam e ironizavam seus colegas. Dois deles ─ Ricardo Lewandovsky e Carmen Lúcia ─ chegaram a trocar mensagens especulando sobre os votos dos ministros e tratando outros por apelidos. Eros Grau foi chamado de “Cupido” e Ellen Gracie de “Professora”. O ministro Cupido, ou melhor, Eros Grau, chegou ao ponto de mandar um bilhetinho para um advogado, um velho amigo, e que estava defendendo um dos indiciados. Teve advogado que falou por tempo superior ao regimental e, claro, como não podia deixar de ser, fomos quase sufocados pelo latinório vazio, a erudição postiça, tão típica dos nossos bacharéis. Em certos momentos, a sessão lembrou um animado piquenique. Pena, que ao invés de um encontro de amigos, o recinto era da nossa Suprema Corte.
Apesar do clima descontraído, a denúncia foi aceita. E o processo se arrastou por um lustro. Deve ser registrado que, inicialmente, eram quarenta acusados e foram utilizados todos os mecanismos ─ que são legais ─ protelatórios. No final do ano passado, o ministro Joaquim Barbosa entregou ao presidente do STF o processo. De acordo com o regimento foi designado um ministro revisor. A escolha recaiu em Ricardo Lewandovski, o mesmo que, na noite da aceitação da denúncia, em 2007, foi visto e ouvido ─ principalmente ouvido ─ ao celular, em um restaurante de Brasília, falando nervosamente que a tendência dos ministros era “amaciar para José Dirceu”, um dos acusados. Mas que, continuou o advogado de São Bernardo, a pressão da mídia teria impedido o “amaciamento” (curioso é que nessas horas a linguagem é bem popular e o idioma de Virgílio é esquecido). O mesmo Lewandowski ficou seis meses com o processo. Foi uma das mais longas revisões da história. Argumentou que o processo era muito longo. Mas isto não impediu que realizasse diversas viagens pelo Brasil e para o exterior durante este período.
Depois de muita pressão ─ e foi pressão mesmo ─ , o ministro revisor entregou seu relatório. Só que, dias antes, o presidente Ayres Brito reuniu os ministros e estabeleceu o calendário do julgamento. Registre-se que Lewandovski não compareceu à reunião, demonstrando claramente sua insatisfação. O ápice das manobras de coação da Corte foram as reuniões de Lula com ministros ou prepostos de ministros. Se o Brasil fosse um país sério, o ex-presidente ─ que agora nega o que tinha declarado em 2005 sobre o Mensalão ─ teria sido processado. Mas, diria o otimista, ao menos, teremos o julgamento público do maior escândalo de corrupção da história recente.

Óleo de peroba para cara de pau...,

O vídeo asqueroso que Lula enviou ao Foro de São Paulo em defesa da candidatura de Chávez: mentiras e generalizações grosseiras
O Financial Times publicou hoje um texto em que afirma que Lula ainda atua como se fosse presidente do Brasil. E questiona as credenciais democráticas de um líder que grava um vídeo em apoio à candidatura de Hugo Chávez à Presidência da Venezuela. O marqueteiro que cuida da campanha de reeleição do ditador é João Santana. “Eleição de um ditador, Reinaldo? Enlouqueceu?” Não! Esta é a forma do autoritarismo moderno: recorrer às urnas para solapar direitos fundamentais dos indivíduos e da sociedade. Chávez é o presidente de uma país em que não há, por exemplo, imprensa livre. Juízes independentes são perseguidos, e alguns críticos do regime ou estão presos — sob a acusação de violações de leis que não estão relacionadas à política — ou tiveram de se exilar. A quantidade de absurdos que há no vídeo é fenomenal.
A mensagem de Lula é dirigida à turma do Foro de São Paulo. Durante alguns anos, o Foro foi o grande ausente da imprensa brasileira. Os únicos dois malucos que tocavam no assunto éramos Olavo de Carvalho (ele primeiro) e eu. Parecia que o grupo era uma invenção nossa, algo saído da nossa cachola. Os narcoguerrilheiros das Farc faziam parte da turma. Quando Raúl Reyes, um dos terroristas-chefe morreu — naquele ataque que as forças colombianas fizeram em território equaotiriano —, Chávez lamentou a morte do herói e confessou que o conheceu justamente numa reunião do Foro. A instância, que reúne partidos e grupos de esquerda da América Latina, foi criada por Lula e Fidel Castro.
No vídeo, Lula trata do Foro como se fosse mesmo uma unidade, um grupo — e é. Diz que, em 1990, quando ele foi criado, ninguém imaginava que iriam chegar aonde chegaram: “Naquela época, a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos (sic) um grande número de países. Nos países em que somos oposição, inclusive, os partidos do Foro têm uma influência crescente na vida política e social”. E mistifica: “Os governos progressistas estão mudando a face da América Latina. Graças a eles, nosso continente se desenvolve de modo acelerado, com crescimento econômico, criação de empregos, distribuição de renda e inclusão social”.
Nem diga!
A Venezuela caminha célere para o caos econômico e se ancora exclusivamente no petróleo; a Argentina já foi para o vinagre — é questão de tempo (Cristina Kirchner não é do Foro, mas foi adotada pela turma); as economias de Bolívia e Equador sobrevivem apesar do governo, não por causa dele. A administração supostamente esquerdista do Peru não mexeu uma vírgula no modelo dito “neoliberal” que herdou de Alan García. Estáveis mesmo são a Colômbia e o Chile, que estão fora da influência nefasta do Foro. Lula, portanto, mente. Continuando na sua enorme vocação para falar bobagem, diz: “Hoje, somos referência internacional de alternativa vitoriosa ao neoliberalismo”. Trata-se de um cretinismo ímpar. “Somos”, quem? No essencial, o próprio Lula não alterou aquilo que recebeu — no que mexeu, foi para pior. “Novo modelo” — que é muito velho —, quem testa é Chávez. E é um desastre.
A fala de Lula evolui para o asqueroso. Diz que há muito por fazer na América Latina. No discurso em que começou exaltando a ditadura cubana e em que pede votos para outro tirano, lembrou como exemplos negativos Honduras e Paraguai, os dois países que, dentro da lei e seguindo suas respectivas constituições, depuseram presidentes. Manuel Zelaya tentou dar um golpe bolivariano, insistindo num plebiscito considerado ilegal pela Justiça. Fernando Lugo foi impichado segundo as regras do jogo, o que até ele reconheceu. Sem medo da estupidez, o Babalorixá de Banânia chama as Malvinas de “colônias”.
Deixa, no vídeo, o seu abraço a Hugo Chávez e mente: “Sob a liderança de Chávez, o povo venezuelano teve conquistas extraordinárias”. Avança: “As classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade”. E ainda: “Chávez, conte comigo; conte conosco, do PT; conte com a solidariedade e apoio de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada latino-americano. Tua vitória será a nossa vitória”.
Entenderam agora por que Dilma Rousseff endossa a suspensão do Paraguai do Mercosul e aproveitou a crise para abrigar o tiranete de Caracas? Os “foristas” têm a pretensão de governar toda a América Latina.
Texto publicado originalmente às 20h34 desta segunda
Por Reinaldo Azevedo

Pablo Picasso...,

"Eu não pinto as coisas como as vejo, mas sim como as penso."

"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema."

"Concordo com D.Quixote: o meu repouso é a batalha."

"Se sabemos exactamente o que vamos fazer, para quê fazê-lo?"

"Uma ideia é um ponto de partida e nada mais. Logo que se começa a elaborá-la, é transformada pelo pensamento."

"Eu estou sempre fazendo aquilo que não sou capaz, numa tentativa de aprender como fazê-lo."

"Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez."

"Um quadro bom no meio de quadros maus acaba por se transformar num mau quadro. E um quadro mau no meio de quadros bons acaba por se tornar um bom quadro."

"Tudo o que você pode imaginar é real"

"A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nos enquanto vivemos."

"Um homem só encontrou a mulher ideal quando olhar no seu rosto e ver um anjo, e tendo-a nos braços ter as tentações que só os demonios provocam."

* Pablo Picasso

segunda-feira, 23 de julho de 2012

EINSTEIN...,



Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.

Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor.

Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos.

Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.

Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.

Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu.

Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinhal.

A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.

Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.

A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega.

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

*Albert Einstein nasceu na região alemã de Württemberg, na cidade de Ulm, numa família judaica.
100 físicos renomados o elegeram, em 2009, o mais memorável físico de todos os tempos.
Ulm, 14 de março de 1879 — Princeton, 18 de abril de 1955

Pensar, livre pensar...,



Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. 
- ninguém, exceto tu, só tu. 
Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes, segue-o!

Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”

As convicções são cárceres. Mais inimigas da verdade do que as próprias mentiras.

A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. (...)Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho.

O fanatismo é a única forma de vontade que pode ser incutida nos fracos e nos tímidos.

Ter fé é dançar na beira do abismo.

Eu não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar.

O homem chega à sua maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade que uma criança encara uma brincadeira.

*Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, 15 de Outubro de 1844 — Weimar, 25 de Agosto de 1900) foi um filólogo e influente filósofo alemão.

domingo, 22 de julho de 2012

Nota de falecimento...,


Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".
*Luis Fernando Veríssimo

sábado, 21 de julho de 2012

Casamento...,


Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO,
como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO
tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,
RESPEITO.
Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver
BOM HUMOR
para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!
*Artur da Távola