sábado, 31 de janeiro de 2015

Empreiteiras querem levar Lula e Dilma à roda da JustiçaEmpreiteiras querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça

Com os processos da Operação Lava-Jato a caminho das sentenças, as empreiteiras querem Lula e Dilma junto com elas na roda da Justiça

Rodrigo Rangel, Robson Bonin e Bela Megaele
SEM SAÍDA – Presos desde novembro do ano passado, os empreiteiros envolvidos no escândalo da Petrobras negociam acordos de delação premiada com a justiça
SEM SAÍDA – Presos desde novembro do ano passado, os empreiteiros envolvidos no escândalo da Petrobras negociam acordos de delação premiada com a justiça (Michel Filho/AG. O GLOBO/VEJA)
Há quinze dias, os quatro executivos da construtora OAS, presos durante a Operação Lava-Jato, tiveram uma conversa capital na carceragem da polícia em Curitiba. Sentados frente a frente, numa sala destinada a reuniões reservadas com advogados, o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os executivos Mateus Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli discutiam o futuro com raro desapego. Os pedidos de liberdade rejeitados pela Justiça, as fracassadas tentativas de desqualificar as investigações, o Natal, o réveillon e a perspectiva real de passar o resto da vida no cárcere levaram-nos a um diagnóstico fatalista. Réus por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, era chegada a hora de jogar a última cartada, e, segundo eles, isso significa trazer para a cena do crime, com nomes e sobrenomes, o topo da cadeia de comando do petrolão. Com 66 anos de idade, Agenor Medeiros, diretor internacional da empresa, era o mais exaltado: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho”.
A estratégia dos executivos da OAS, discutida também pelas demais empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, é considerada a última tentativa de salvação. E por uma razão elementar: as empreiteiras podem identificar e apresentar provas contra os verdadeiros comandantes do esquema, os grandes beneficiados, os mentores da engrenagem que funcionava com o objetivo de desviar dinheiro da Petrobras para os bolsos de políticos aliados do governo e campanhas eleitorais dos candidatos ligados ao governo. É um poderoso trunfo que, em um eventual acordo de delação com a Justiça, pode poupar muitos anos de cadeia aos envolvidos. “Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”, disparou, ressentido, o presidente da OAS, Léo Pinheiro. Amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos tempos de bonança, ele descobriu na cadeia que as amizades nascidas do poder valem pouco atrás das grades.
Na conversa com os colegas presos e os advogados da empreiteira, ele reclamou, em particular, da indiferença de Lula, de quem esperava um esforço maior para neutralizar os riscos da condenação e salvar os contratos de sua empresa. Léo Pinheiro reclama que Lula lhe virou as costas. E foi dessa mágoa que surgiu a primeira decisão concreta do grupo: se houver acordo com a Justiça, o delator será Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos. As empreiteiras sabem que novas delações só serão admitidas se revelarem fatos novos ou o envolvimento de personagens importantes que ainda se mantêm longe das investigações. Por isso, o alvo é o topo da cadeia de comando, em que, segundo afirmam reservadamente e insinuam abertamente, se encontram o ex-presidente Lula e Dilma Rousseff.
(Com reportagem de Daniel Pereira e Hugo Marques)
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no tablet, no iPhone ou nas bancas. Tenha acesso a todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no iba clube.
Outros destaques de VEJA desta semana

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/empreiteiras-querem-levar-lula-e-dilma-a-roda-da-justica 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Petrobras: exploração de petróleo será reduzida ao 'mínimo necessário'

Em crise pelo petrolão, estatal vai cortar investimentos e desacelerar obras. 'Trabalhamos para não ser necessário contratar novas dívidas', diz Graça

Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, Rio de Janeiro
Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, Rio de Janeiro (Marcelo Sayão/EFE/VEJA)
Desvalorizada em função do rombo causado pelo petrolão, a Petrobras vai "redimensionar" o seu plano de negócios para este e os próximos anos, na tentativa de atenuar sua gravesituação financeira. Entre as medidas de contenção, a estatal vai cortar investimentos, desacelerar obras e reduzir a carteira de exploração de petróleo "ao mínimo necessário".

“Este ano de 2015 trabalhamos para não ser necessário acessar e contratar novas dívidas. Em 2016 e 2017, também buscaremos o mínimo de contratação de dividas. E isso leva, sim, a um redimensionamento do plano de negócios da Petrobras", afirmou a presidente da companhia, Graça Foster nesta quinta-feira, em entrevista sobre o balanço não auditado da petroleira, divulgado na quarta.

Leia mais:
Graça: prejuízos com corrupção na Petrobras podem ser maiores
Petrobras perde R$ 13,9 bilhões em valor de mercado em um dia

Exploração – O ‘redimensionamento’ vai atingir uma das principais áreas da estatal, a de Exploração e Produção. A Petrobras pretende investir entre 31 e 33 bilhões de reais no setor – cerca de 25% a menos do que em 2014. O corte vai afetar sobretudo a atividade exploratória, que será reduzida ao "mínimo necessário", segundo a presidente da companhia. O diretor da área, José Miranda Formigli, afirmou que a "participação em leilão (de blocos exploratórios de petróleo) tem que ser de uma seletividade imensa para a gente avaliar se vale a pena”. A postura mostra uma mudança grande para a empresa, que sempre foi personagem principal dos leilões no Brasil.

Em outra frente, a Petrobras está revisando o cronograma de construção das obras da Refinaria de Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como consequência das investigaçãoes da Lava Jato, disse o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza.

A primeira unidade (trem, no jargão do setor) de refino da Rnest entrou em operação em dezembro, mas ainda com sua capacidade limitada. Já o segundo trem de refino estava previsto para entrar em operação em maio deste ano, mas Cosenza disse que pode ser atrasado. “Estamos estudando nova data de entrada do trem dois, em funções dessas mudanças”, afirmou o diretor, durante coletiva de imprensa.

O atraso acontece porque a Petrobras está tendo que reavaliar os contratos que foram fechados com empresas suspeitas de terem participado do esquema de corrupção. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) passa por problema semelhante. Segundo Cosenza, a Petrobras está reavaliando o desenvolvimento da obra devido às denúncias.

Dividendos – Também nesta quinta, durante a apresentação dos resultados, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, admitiu a possibilidade de não pagar dividendos a acionistas, caso a situação financeira da companhia piore. "Há a possibilidade de não haver pagamento de dividendos, essa é uma alternativa que pode ser avaliada dependendo (da situação da companhia)", disse Barbassa, sem especificar um período de tempo.

(Com agências Estadão Conteúdo e Reuters)



Moody's rebaixa todas as notas de crédito da Petrobras

Na prática, a agência de classificação de risco acredita que as denúncias de corrupção e o balanço não auditado podem dificultar o acesso ao crédito da companhia

Petrobras já anunciou diminuição de investimentos
Petrobras já anunciou diminuição de investimentos (Vanderlei Almeida/AFP)
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou todos os ratings (notas de crédito) da Petrobras na noite de quinta-feira, citando preocupações com investigações sobre corrupção na estatal. Além das denúncias, a Moody's também vê um problema no fato de a petroleira ter divulgado informações financeiras com dois meses de atraso e ainda sem a assinatura da auditoria externa. Segundo a empresa, que mede o risco de calotes de dívidas, os resultados financeiros não auditados podem pressionar a liquidez da Petrobras, ou seja, ela pode ter dificuldade em captar o dinheiro que precisa para seus investimentos. 
Este é o terceiro corte em ratings da Petrobras pela Moody's em apenas quatro meses e representa mais um revés para a estatal que enfrenta um grande escândalo de corrupção. Os outros dois haviam sido no início de outubro e começo de dezembro
"A preocupação com as investigações sobre corrupção em curso e incertezas sobre a divulgação oportuna de comunicados financeiros auditados podem levar a significativas pressões de liquidez", disse a Moody's. Entre os ratings rebaixados estão: a dívida não garantida (passou de Baa2 para Baa3); a avaliação básica de crédito da empresa, de ba1 para ba2; e a dívida sênior não securitizada da petroleira, que caiu de Baa2 para Baa3.  
A Moody's manteve os ratings da Petrobras sob revisão para um possível novo rebaixamento. A Petrobras não respondeu ao pedido de entrevista para comentar o rebaixamento pela Moody's. 
A Petrobras divulgou seu balanço não auditado na madrugada de quarta-feira, sem as baixas contábeis decorrentes dos contratos corruptos revelados pela Operação Lava Jato. O mercado esperava que a companhia publicasse já no resultado do terceiro trimestre essas perdas, mas a estatal alegou que ainda não conseguiu fechar um número.
No balanço consta um estudo com 52 ativos da empresa que mostra uma supervalorização de88,6 bilhões de reais em 31 deles. Porém, em teleconferência com os investidores, a presidente da estatal, Graça Foster, disse que o número pode até ser maior, se a Lava Jato envolver mais fornecedoras nas investigações. Como a apuração dos esquemas de corrupção na petroleira ainda está em curso, Graça disse que seria difícil dizer um número exato neste momento, justificando a ausência das perdas contábeis. 
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Contas do governo são negativas pela 1ª vez na história - "Se acha que a competência custa caro, experimente a incompetência."

Governo tem rombo de R$ 17,24 bi em contas de 2014, pior desempenho desde 1997

Puxada por um grande déficit da Previdência, as contas do governo central ficaram negativas pela primeira vez no acumulado de um ano desde o início da série histórica

Em dezembro, as contas do Governo Central registraram superávit de 1,039 bilhão de reais
Em dezembro, as contas do Governo Central registraram superávit de 1,039 bilhão de reais (Ivan Pacheco/VEJA.com)
As contas da presidente Dilma Rousseff fecharam 2014 com um déficit primário de 17,242 bilhões de reais. O resultado do chamado governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central, registraram o pior desempenho da série histórica que teve início em 1997. Foi o primeiro déficit da série e corresponde a 0,34% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o superávit acumulado foi de 76,993 bilhões de reais, ou 1,59% do PIB.
O rombo histórico das contas do governo, divulgado pelo Tesouro nesta quinta-feira, consolidou um processo de forte deterioração fiscal que a presidente Dilma tenta agora reverter para retomar a confiança no país. Apesar das pedaladas fiscais (atrasos nos pagamentos de despesas) que ainda ficaram para 2015 e receitas extraordinárias, o resultado de 2014 ficou distante da última previsão do governo, de fechar o ano com um superávit de 10,1 bilhões de reais. No início do ano, o governo prometeu fazer um superávit de 80,7 bilhões de reais nas contas do governo central.
O resultado reflete uma combinação de aumento de despesas, queda forte da arrecadaçãopor causa da atividade econômica fraca e desonerações tributárias em volume elevado. 
Dados do Tesouro mostraram que as despesas subiram 12,8%, para 1,013 trilhão de reais, enquanto as receitas avançaram apenas 3,6%, totalizando 1,031 trilhão de reais.
A Previdência foi, de longe, o setor que mais contribuiu para o rombo anual. Separadamente, as contas do Tesouro tiveram um superávit de 39,570 bilhões de reais, o do INSS um déficit de 56,698 bilhões de reais e o resultado das contas do Banco Central foi negativo em 114,8 milhões de reais.
Dezembro - Apenas em dezembro, as contas do governo central registraram um superávit de 1,039 bilhão de reais, decepcionando mais uma vez. No final do ano passado, o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, havia garantido que o superávit seria de dois dígitos, o que não ocorreu. O resultado de dezembro é pior para o mês desde 2008, quando as contas fecharam com déficit primário. Para não ser responsabilizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo conseguiu que o Congresso Nacional aprovasse uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que permite o descumprimento da meta.
(Com Estadão Conteúdo)

Nos EUA, casal recebe US$ 2,2 milhões para trocar asfalto por placas solares

nos-eua-casal-recebe-us-22-milhoes-para-trocar-asfalto-por-placas-solares1
O casal norte-americano Julie e Scott Brusaw tem um sonho ambicioso: trocar todo o asfalto do mundo por placas solares, o que reduziria drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e geraria energia limpa e renovável. A boa notícia é que o plano visionário está mais perto de se tornar realidade.
Batizado de Solar Roadways*, o projeto dos dois recebeu US$ 2,2 milhões via financiamento coletivo – aliás, mais que o dobro do valor que pediram inicialmente na plataforma de crowdfunding Indiegogo. O dinheiro veio de mais de 48 mil pessoas, de 42 países. Um sucesso! Especialmente, porque o vídeo de divulgação viralizou na web, com mais de 19 milhões de visualizações (assista no final deste post).
nos-eua-casal-recebe-us-22-milhoes-para-trocar-asfalto-por-placas-solares3
Como colocar o projeto em prática? Para responder a essa pergunta, vou contar a história do começo. Quando tiveram a ideia de instalar painéis fotovoltaicos no chão, o casal passou a pesquisar uma forma de fazer as placas aguentarem muito peso. “Queríamos painéis solares em que você pudesse dirigir, estacionar e andar em cima”, conta Scott, que é engenheiro elétrico, no site da iniciativa. A pesquisa durou oito anos, mas foi bem sucedida!
Com financiamentos da Administração Federal de Rodovias dos EUA, o casal desenvolveu painéis que podem aguentar mais de 113 toneladas. Feitos de vidro (10% do material é reciclado!), cada módulo possui pequenos hexágonos que contém células solares.
nos-eua-casal-recebe-us-22-milhoes-para-trocar-asfalto-por-placas-solares2
Agora, o dinheiro arrecadado com o crowdfunding será usado para viabilizar a tecnologia no mundo todo e contratar profissionais. “Esses painéis podem ser instalados em rodovias, estacionamentos, calçadas, ciclovias e playgrounds… Literalmente, em qualquer superfície abaixo do sol”, conta o casal em seu site.
A ideia é que a eletricidade gerada pelas placas abasteça casas e empresas. De acordo com oscálculos do casal, um sistema nacional de painéis pode produzir mais energia limpa do que os Estados Unidos usa como um todo.
nos-eua-casal-recebe-us-22-milhoes-para-trocar-asfalto-por-placas-solares4
Além disso, o Solar Roadways também tenta convencer com outros benefícios, como:
- fazer crescer o mercado de carros elétricos, graças aos novos postos de abastecimento de energia;
- acabar com os postes de energia das ruas, já que os fios de transmissão de eletricidade seriam subterrâneos;
- descongelar neve que fica acumulada nas vias, e
- sinalizar com iluminação LED pessoas e animais atravessando a pista à noite.
nos-eua-casal-recebe-us-22-milhoes-para-trocar-asfalto-por-placas-solares5
Convenceu?
Abaixo, assista ao vídeo do projeto:
Fotos: Divulgação/Solar Roadways


Introdução

SR


Solar Roadways FREAKIN

Estacionamento
Fase II Prototype Solar Parking Lot animais de estimação! LEDs teste de Neve - Produzido linha é neve / gelo livre. 

Chantilly


LEDs


Derretimento da neve


Tractor teste capitulação do artista de um estado a outro projeto gráfico por Sam Cornettcapitulação do centro Sandpo do artista - Home of Solar Roadways Projeto gráfico por Sam Cornett capitulação do artista do centro Sandpoint calçada Projeto gráfico por Sam Cornett












US senador Mike Crapo (R-ID) fala sobre Solar Roadways
Anos atrás, quando a expressão "aquecimento global" começou a ganhar popularidade, começamos rebatidas em torno da idéia de substituir o asfalto e superfícies de concreto com painéis solares que podem ser acionados em cima. Nós pensamos da "caixa preta" em aviões: Nós não sabemos o que o material que a caixa preta foi feito, mas parecia ser capaz de proteger eletrônicos sensíveis do pior dos desastres aéreos.
Suponha que nós fizemos um troço de estrada fora deste material e alojados células solares para coletar a energia, o que poderia pagar o custo do painel, criando assim uma estrada que iria pagar por si mesmo ao longo do tempo. E se nós adicionamos LEDs para "pintar" as linhas de estrada de baixo, iluminando o caminho para a noite mais segura de condução? E se nós adicionamos um elemento de aquecimento na superfície (como o fio de descongelamento no vidro traseiro dos nossos carros) para evitar o acúmulo de neve / gelo em climas do norte? As idéias e possibilidades só continuou a rolar e do projeto Solar Roadway nasceu.

O nosso mais recente vídeo - Google de Resolva para apresentação X Solar Roadways

Documentário curto por Michele Ohayon
Em 2009, recebeu um contrato da Administração Rodoviária Federal para construir o primeiro protótipo Painel Estrada Solar. Durante o curso de sua construção, aprendemos muitas lições e descobriu novas e melhores maneiras de abordar esse projeto. Estes métodos e descobertas são discutidas ao longo deste site. Por favor, aproveite e envie-nos a quaisquer perguntas que você possa ter.
Para o progresso da Fase II, por favor visite nosso Prototype Fase II página
Este vídeo YERT é destaque em seu documentário de longa-metragem, agora a ser exibida em todos os EUA para uma triagem ou apresentação perto de você, clique no seguinte "placa YERT": YERT
Após a conclusão do contrato de Fase I SBIR, fomos contemplados com um follow-up de 2 anos Fase II $ 750,000 SBIR contrato pela Administração Rodoviária Federal no início de 2011. Com este prêmio, um parque de estacionamento protótipo será construído e, em seguida, testados em todas as condições meteorológicas e de luz solar.


Logotipo TEDx
Scott apresentou a Estradas Solar em uma conversa TEDx em Sacramento em 16 de abril de 2010. Ele foi dado 18 minutos para "A conversa de sua vida" e foi ótimo!

Todo mundo tem o poder. Não há mais a escassez de energia, não mais de roaming quedas de energia, não há mais necessidade de queimar carvão (50% dos gases de efeito estufa). Menos necessidade de combustíveis fósseis e menos dependência de petróleo estrangeiro. Muito menos poluição. Que tal isso para uma vantagem a longo prazo: um road elétrico permite que os veículos totalmente elétricos para recarregar em qualquer lugar: paradas de descanso, estacionamentos, etc. Eles, então, têm o mesmo intervalo como um veículo movido a gasolina.Motores de combustão interna se tornaria obsoleto. Nossa dependência do petróleo chegaria a um fim abrupto. É hora de atualizar a nossa infra-estrutura - estradas e rede elétrica - para o século 21.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PETROBRAS: Tapando o sol com a peneira

Ações da Petrobras caem 10% após anúncio de balanço

Na VEJA.com:
As ações da Petrobras operavam em forte queda nesta manhã de quarta-feira, depois de a estatal divulgar seu balanço financeiro do terceiro trimestre sem as baixas contábeis da corrupção, como era esperado, e sem o aval da auditoria externa PricewaterhouseCooper (PwC). Os papéis preferenciais (PN) da companhia, sem direito a voto no Conselho, chegaram a cair 10,17% no início do pregão, para 8,66 reais. Por volta de 10h45, as perdas eram um pouco menores, de 8,36% (9,32 reais). Já as ações ordinárias (ON), com direito a voto, registraram queda de 10,17%, para 8,66 reais, na mínima do dia. Por volta de 10h45 recuavam 7,57%, para 8,91 reais
Como consequência, o fraco desempenho das ações da Petrobras pressionava a BM&FBovespa. O principal índice da bolsa, o Ibovespa, caia 1,20%, para 48.009 pontos, por volta de 10h45.
Balanço – A Petrobras publicou na madrugada desta quarta-feira o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014 sem considerar as baixas contábeis causadas por corrupção. O documento, divulgado após dois adiamentos e com mais de dois meses de atraso, não tem a aprovação da auditoria independente PricewaterhouseCoopers (PwC). Depois de 11 horas de reunião na terça, o Conselho de Administração da estatal não chegou a um consenso sobre como separar no balanço as perdas provocadas pelos desvios apontados na Operação Lava Jato dos prejuízos com outros fatores, como projetos ineficientes e atrasos causados por chuvas.

Perda com roubalheira pode chegar a 50% do valor de mercado da Petrobras. Empresa divulga, na calada da noite, balanço sem auditoria, no qual ninguém acredita, e omite corrupção


E a Petrobras divulgou, na calada da noite, o seu balanço trimestral. Sem incorporar as perdas decorrentes da corrupção. Sem pôr na conta a roubalheira, a estatal registrou lucro de R$ 3,087 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, uma queda de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e setembro, o ganho acumulado foi de R$ 13,4 bilhões, recuo de 22% ante o ano anterior.
E as safadezas? O documento, assinado por Graça Foster, explica: “Concluímos ser impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da companhia”.
E por que divulgar um balanço no qual ninguém acredita? A empresa explica: “A divulgação das demonstrações contábeis não revisadas pelos auditores independentes do terceiro trimestre de 2014 tem o objetivo de atender obrigações da companhia em contratos de dívida e facultar o acesso às informações aos seus públicos de interesse, cumprindo com o dever de informar ao mercado e agindo com transparência com relação aos eventos recentes que vieram a público no âmbito da Operação Lava-Jato”.
O que se estima é que a empresa teria de incorporar uma perda de US$ 20 bilhões — ou R$ 52 bilhões. Sabem o que isso significa? Praticamente a metade do que ela vale hoje na Bolsa de Valores — R$ 107 bilhões no começo deste mês.
Dilma comandou nesta terça, como se sabe, a maior reunião ministerial do planeta. No discurso, ela disse não haver contradição entre o que diz e faz. Num grupo de 192 palavras, repetiu “Petrobras” oito vezes, segundo ela, a “mais estratégica empresa do Brasil”. Defendeu que se investiguem as irregularidades, mas sem enfraquecer a estatal. E seguiu com outras platitudes.
Enquanto a governanta, em suma, anunciava amanhãs sorridentes, a Petrobras, depois de 12 anos sob os cuidados da companheirada, é obrigada a publicar um balanço na calada da noite, sem auditoria, no qual ninguém acredita. É a suprema desmoralização.
Que ironia! Houve um tempo em que o PT fazia terrorismo eleitoral, acusando os adversários de querer vender a Petrobras, o que sempre foi mentira. Se a estrovenga fosse posta à venda hoje, haveria o risco de ninguém querer comprar…
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/acoes-da-petrobras-caem-10-apos-anuncio-de-balanco/

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Qual é a diferença entre fruto e fruta?


cmiranda_stamp
“Tenho uma dúvida que me persegue há muitos anos: qual é a diferença, se é que existe alguma, entre ‘fruto’ e ‘fruta’?” (Laís Gonçalves)

A questão trazida por Laís tem uma resposta simples: fruta é o fruto comestível. O que equivale a dizer que toda fruta é um fruto, mas nem todo fruto é uma fruta.
A mamona, por exemplo, é o fruto da mamoneira. Não é uma fruta, pois não se pode comê-la. Já o mamão, fruto do mamoeiro, é obviamente uma fruta.
Se a regra geral é simples, basta aplicá-la à imensa variedade do reino vegetal para que comece a se complicar. Em primeiro lugar, para evitar mal-entendidos, registre-se que aqui estamos falando das palavras “fruto” e “fruta” na linguagem comum, em que seus sentidos englobam aquilo que no vocabulário botânico se chama de pseudofruto (como o caju) e ainda a infrutescência (como o figo).
Quase sempre a fruta pode ser comida crua, mas não necessariamente. Nas palavras do Houaiss: “Alguns frutos, embora só sejam consumidos após o cozimento, são chamados de frutas, como, por exemplo, a fruta-pão e algumas variedades de banana”.
É importante notar também que nem todo fruto que se presta a ser ingerido é uma fruta. O chuchu e o pepino são frutos comestíveis que não merecem o nome de fruta. O tomate, embora haja uma corrente que discorde, é outro. Classificados genericamente como legumes, esses frutos se caracterizam por terem menos açúcar do que as frutas.
Os dois substantivos – ambos antigos, datados do século XIII, a princípio grafados fruito e fruita – têm uma origem latina semelhante, mas não idêntica.
A matriz de “fruto” é fructus, “direito de receber e guardar como propriedade os frutos produzidos por alguma coisa, gozo desses frutos, proveito, colheita”. Note-se que esse sentido de “direito de fruir” é conservado na palavra “usufruto”, derivada de usus-fructus, “direito de gozo de um bem do qual não se é proprietário”.
“Fruta” veio de fructa, plural da forma tardia fructum, correspondente ao clássico fructus. Não consegui encontrar nenhuma referência ao momento em que surgiu seu sentido restrito de “fruto comestível”, mas acredito que ele não existisse em latim.
Essa origem de “fruta” levou alguns gramáticos antigos a condenar seu uso no plural, como se a palavra já tivesse um sentido coletivo intrínseco. Um preciosismo que a realidade da língua soterrou faz tempo.
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/qual-e-a-diferenca-entre-fruto-e-fruta/

Compañeros Cucarachas e Tupiniquins unidos jamais serão vencidos! Viva La Revolucion!

PERGUNTAR NÃO OFENDE: O que significará o punho levantado da “revolucionária” Dilma junto a seus “compañeros” bolivarianos? AGUARDO SUA OPINIÃO

(Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Vejam a nossa presidente, toda feliz, de punho erguido ao alto, na velha (e superadíssima) saudação comunista, ao lado dos “compañeros” bolivarianos Evo Morales (de faixa), de seu vice, Garcia Linera (medalhão no peito), do inevitável Maduro da Venezuela (sobretudo escuro) e, à esquerda de quem olha para a foto, do presidente em terceiro mandato do Equador, Rafael Correa (Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Publicado originalmente às 15 horas do dia 24 de janeiro de 2014
Toda sorridente, ao lado de compañeros bolivarianos, como o indefectível Maduro, da Venezuela — que trocou seu grotesco “uniforme de presidente” usado pelo falecido tirano Chávez por um sobretudo à la Polibturo da União Soviética –, a presidente Dilma posou com o punho levantado, à velha maneira comunista, na posse do aparentemente eterno presidente da Bolívia, Evo Morales, em seu terceiro mandato consecutivo.
Não, esta não é uma notícia nova. Ocorreu na terça, dia 21 — dia em que a presidente, se cumprisse melhor seus deveres de casa, deveria estar ajoelhada no milho, mostrando que depois de muita bobagem no governo anterior começa a fazer penitência e adotar medidas duras, necessárias por causa de sua própria herança maldita.
Como não comentei no dia, comento agora.
Dia em que Dilma deveria estar caitituando os países ricos, os grandes investidores internacionais, os grandes bancos multilaterais, as agências de risco e mais centenas de personalidades reunidas no Fórum Econômico Mundial, em Davos, tentando ver se a péssima imagem da gestão de seu governo pode melhorar um pouquinho e se parte desse pessoal volta a acreditar nas possibilidades do nosso país.
Mas ela preferiu ir até aqui pertinho, em La Paz, na Bolívia, prestigiar o presidente que mandou tropas ocupar instalações da Petrobras em 2006 e é inimigo declarado dos países centrais, de quem o Brasil quase sempre foi aliado.
Dirceu ergue desafiadoramente o punho, na tradicional saudação comunista, ao se entregar à Polícia Federal em novembro de 2013: exercendo o "direito de espernear" (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)
Dirceu ergue desafiadoramente o punho, na tradicional saudação comunista, ao se entregar à Polícia Federal em novembro de 2013: exercendo o “direito de espernear” (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)
Ela imitou o assombroso gesto de José Dirceu, o ex-todo-poderoso delfim de Lula, seu chefe da Casa Civil e chefe da quadrilha do mensalão, condenado à cadeia pelo Supremo Tribunal Federal; a 15 de novembro de 2013, depois de muita manobra de advogados, o ex-provável candidato à sucessão de Lula finalmente se apresentou à carceragem da Polícia Federal, em São Paulo, para, dali, ser resolvido seu destino como presidiário no regime semi-aberto.
Mais de oito anos depois da denúncia do escândalo do mensalão pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), mais de sete anos depois do oferecimento da denúncia ao Supremo pelo procurador-geral da República, mais de seis anos após a aceitação da denúncia pelo Supremo, chegava, enfim, o momento da eminência parda do lulalato enfrentar a cadeia.
Ainda restava a ser julgado o embargo infringente que pretendia contestar um dos crimes pelos quais Dirceu foi condenado pelo Supremo, o de formação de quadrilha — embargo que, como sabemos, ele acabou vencendo, devido a uma mudança esperta na composição do tribunal. Mas naquele dia o ministro Joaquim Barbosa, que presidia o Supremo, mandou recolhê-lo à cadeia.
Dirceu chegou à PF de camisa esporte, sorridente, e, à entrada do edifício, dirigiu a um pequeno grupo de barulhentos partidários com a velha saudação comunista do punho erguido. Punho esquerdo, aliás.
Ai eu vim com um “perguntar não ofende”: o que significou esse punho erguido?
Os leitores ofereceram nada menos do que 673 respostas à minha perguntas.
Quero que vocês agora façam o mesmo com o punho erguido da presidente Dilma: o que, afinal, ela quis dizer com o gesto?
Saudades de seus tempos e ações de juventude, que tiveram as consequências que sabemos e pelos quais pagou com a cadeia?
Júbilo? Por estar em meio a chefes de governo na contramão da história? Ou será pelos extraordinários êxitos de um governo que prevê crescimento zero este ano e inflação alta ainda em 2016, enquanto corta benefícios, aumenta juros, aumenta impostos e sobe preços de serviços públicos?
Sinal de “união” das “forças progressistas”? Bem, no Brasil é que não será — com a senadora Marta Suplicy assestando baterias contra seu governo, com a ex-ministra Maria do Rosário criticando sua “guinada para a direita”, com José Dirceu — ele mesmo — batendo pesado em suas medidas econômicas, com seu patrono e benfeitor, Lula, quietinho, sem levantar um dedinho em sua defesa?
Sinal de vitória — para um governo que começa melancólico, por baixo, com um péssimo ministério, em que o grande ponto de credibilidade é um economista vindo da iniciativa privada e próximo aos tucanos, num clima de final de mandato, e não de começo?
Ou o braço levantado será um sinal de que “a revolução” lulopetista está em marcha, ou ainda virá?
Qual “revolução” — uma “revolução progressista e transformadora” de que fazem parte Renan Calheiros, Romero Jucá, Collor, Maluf, Jader Barbalho, o filho de Jader Barbalho, Sarney, a Igreja Universal, os fisiológicos do PMDB?
Fica a pergunta no ar.
Como se sabe, perguntar não ofende.
Agora, digam vocês: em sua opinião, o que significou o gesto da grande líder revolucionária brasileira?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A marcha na França e a quermesse na Bolívia informam: é de dois séculos a distância entre a Brasília de Dilma e Paris

dilma-posse-evoDilma Rousseff está em casa, informa a foto que a mostra no meio dos convidados muito especiais que baixaram em La Paz, nesta quinta-feira, para celebrar o início do terceiro mandato de Evo Morales. Depois de três semanas de sumiço, a presidente reapareceu ao lado do anfitrião na fila do gargarejo, com o sorriso de aeromoça que exonera a carranca em momentos festivos. Dilma ressurgiu vestida de Dilma: terninho verde-brilhoso discordando da calça preta que realça o andar de John Wayne.
No Brasil, erguer o braço esquerdo com o punho cerrado virou coisa de mensaleiro na porta da Papuda. Nos grotões infestados de órfãos da União Soviética, ainda é essa a saudação revolucionária dos camelôs de paraísos socialistas. O gesto beligerante é repetido pelo Lhama de Franja, pelo equatoriano Rafael Correa e seu terno de atropelado e por um Nicolau Maduro fantasiado de comunista russo que vai dinamitar o trem do czar.
Poupada de mais um fiasco em Davos, longe da zona conflagrada por apagões, inflação em alta, PIB em baixa, tiroteios no saloon governista, fogo amigo do PT, revelações da Operação Lava Jato, delações premiadas e delatados em pânico, fora o resto, a supergerente de araque desencarnou para que Dilma pudesse incorporar a Doutora em Nada. Dispensada por poucas horas da missão de desgovernar o Brasil, sobrou-lhe tempo para resolver os problemas do mundo trocando ideias de jerico Evo e Nicolás.
Quando a quermesse terminou, a trinca conseguira ferir de morte o imperialismo ianque, esmagar o capitalismo selvagem, expulsar os europeus colonialistas, exterminar a elite golpista e desterrar a burguesia ─ o resto do serviço ficou para o próximo encontro. É compreensível que nenhum dos que aparecem na foto acima tenha dado as caras na imagem abaixo. Eles pareceriam tão à vontade quanto o terninho do neurônio solitário num baile de gala promovido pela rainha da Inglaterra.
chefes de estado- charlieAparecem na foto alguns dos governantes de 40 países que neste 11 de janeiro, em Paris, abriram de braços dados a marcha dos indignados com o ataque terrorista ao Charlie Hebdo. Como os demais tripulantes do barco do primitivismo, Dilma está fora do retrato. Enquanto 3,5 milhões de manifestantes protagonizavam a mais portentosa declaração de amor às liberdades democráticas, a presidente descansava no Palácio da Alvorada. O Brasil foi representado pelo embaixador na França.
“Não houve tempo para preparar a viagem”, desconversou o chanceler oficioso Marco Aurélio Garcia. O governo soube da manifestação na quinta-feira. Em poucas horas, o avião presidencial teria chegado ao destino. Pode-se deduzir, portanto, que a ausência que preencheu uma lacuna não foi determinada pela geografia ou pela duração do voo. Caso a medida utilizada tenha sido o estágio civilizatório, Dilma fez muito bem em ficar por aqui. A França é muito longe.
A declaração de guerra ao ao terror ─ o mais perigoso inimigo das modernas democracias do século 21 ─  é uma perda de tempo para a mulher que não perde por nada uma reunião dos cucarachas estacionados no século 19. O fundamentalismo islâmico é primo do socialismo bolivariano. Com Dilma no Planalto, a distância entre Brasília e Paris é de dois séculos.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

Lula está na muda. Silenciou quando sua invisível aliada Rose Noronha deixou de ser invisível e incomodamente apareceu no noticiário. Mais silente ficou quando viu que seus aliados no Governo foram decepados por Dilma.
Dilma está na muda. Silenciou quando teve de adotar as medidas que acusava Aécio de planejar. Mais silente ficou ao descobrir que seus caros aliados, a quem dedicou tanto carinho, confiáveis não são. E que seu próprio PT está rachado.
A Fundação Perseu Abramo, Lula desde criancinha, a acusa de aprofundar as tendências recessivas da economia com medidas conservadoras e ortodoxas – isso, em linguagem petista, é um insulto e tanto. Marta Suplicy, articuladora do movimento Volta, Lula, abriu fogo pesado contra Dilma. Maria do Rosário, que foi ministra de Dilma até outro dia, não se manifestou; mas seu marido, o também petista gaúcho Eliezer Pacheco, prefeito de Canoas, disse que Dilma enfrenta a crise achacando os assalariados, “como sempre fizeram os governos de direita”. E completa: “Sou PT, mas não sou cordeiro nem omisso (…) Não foi nisso que votamos (…) Não trairemos nosso projeto nem que a vaca tussa”.
E todos esses são petistas que, se encontrarem Lula em pessoa, terão de fazer enorme esforço para não cair de joelhos e, testa encostada no chão, voz embargada pela emoção, gritar beatificamente “Caramuru! Caramuru!”
O petista-mor José Dirceu, em seu blog, bateu duro em Dilma. Seu filho Zeca Dirceu fez pesado discurso na Câmara contra a corrupção. A vaca anda tossindo.
Dirceu sim, Lula não
Este colunista não gosta de coincidências. Há dias, soube-se que José Dirceu está ouvindo outros grão-petistas que não gostam de Dilma e estão sem voz no Governo. O processo pode levar à criação de nova tendência interna no PT, para assumir o comando do partido, que hoje não é exercido por Rui Falcão.
Pois não é que, em seguida, o Ministério Público pede (e obtém) a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Dirceu, de seu irmão e sócio e da sua empresa? Dirceu recebeu pouco mais de R$ 3,5 milhões de três empreiteiras investigadas no caso Lava-Jato.
OK – mas se é para investigar quem prestou consultoria às grandes empreiteiras, há um profissional ainda mais famoso, cujo relacionamento com as empresas vai a ponto de usar seus jatinhos e de ajudar a fechar negócios internacionais. É o ex-presidente Lula. Ou só Dirceu interessa à investigação? E por que?
A morte é a resposta
Dois atentados terroristas em Buenos Aires, ambos sem solução, eram investigados pelo promotor federal argentino Alberto Nisman. Um, contra a Embaixada israelense, em 1992, com 29 mortos; outro, contra a AMIA, entidade beneficente judaica, matou 85 pessoas. Em ambos os casos, houve acusações a grupos terroristas iranianos. Um dos acusados chegou a ministro da Defesa do Irã, embora com prisão determinada pela Interpol. O Governo argentino preferiu deixar pra lá, e o promotor Alberto Nisman chegou à conclusão de que tanto a presidente Cristina Kirchner quanto seu chanceler, Héctor Timerman, haviam trocado a impunidade do ministro da Defesa do Irã por petróleo e financiamentos. Nisman faria a denúncia no dia em que morreu com um tiro na testa.
Há duas possibilidades, ambas terríveis: a primeira, que o promotor, mesmo com policiais guardando seu apartamento, tinha sido assassinado; a segunda, que por algum motivo, bem no dia em que concluiria um trabalho de dez anos apresentando publicamente suas conclusões, suicidou-se. Nesse caso – e lembrando a pergunta do jornalista Alberto Dines, quando os militares insistiram na tese do suicídio de Vladimir Herzog – que é que lhe fizeram para que ele preferisse se suicidar? A que ameaças e pressões terá sido submetido?
O triste caso Timerman
O ministro das Relações Exteriores Hector Timerman, apontado como um dos responsáveis pelo acobertamento do caso, tem uma história interessante. Seu pai, Jacobo Timerman, era um dos mais importantes jornalistas da Argentina. Foi sequestrado pela sinistra polícia da ditadura e desapareceu. Hector, 23 anos, procurou o auxílio do rabino Marshall Meyer. O rabino Meyer decidiu procurar diretamente o temido comissário Miguel Etchecolatz, diretor de Investigações da Polícia. Num duro diálogo, ameaçado de morte por Etchecolatz, disse-lhe que era o pastor que procurava uma ovelha de seu rebanho, e sabia que Etchecolatz era o ladrão que a tinha levado.
Final da história: a Polícia reconheceu que Jacobo Timerman estava vivo e em seu poder. Ele acabou sendo libertado e advertido de que, se ficasse na Argentina, morreria. Foi morar em Israel, que lhe deu asilo, e escreveu um livro clássico: “Prisioneiro sem nome, cela sem número”. Hector Timerman virou político e chegou a chanceler – apenas para entregar ao Irã o direito de investigar os membros de seu próprio Governo acusados da morte de 114 pessoas.
Triste destino: seu pai, corajoso ao extremo, sobreviveu à ditadura. Ele, que tentando a subida desceu, pode ser derrubado pela voz de um morto.
Sugerir não ofende
O ministro do Trabalho, Manuel Dias, prevê demissões “em alguns setores”. Que tal começar as demissões por ministros e amigos que não trabalham?