sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Petrolão...,

O fiasco da ofensiva contra verdades reveladas por VEJA ampliou a epidemia de insônia causada pela devassa do Petrolão

Auxiliados pela inépcia de repórteres que só conferem a hora da sessão na academia e pela preguiça de redatores que só conferem a data da consulta com o geriatra, colunistas estatizados tentaram desmentir a notícia divulgada por VEJA neste 24 de outubro: Lula e Dilma sabiam das maracutaias bilionárias engendradas nos porões da Petrobras. Os textos publicados por Reinaldo Azevedo no começo da tarde e por Ricardo Setti no início da noite desta quinta-feira provam  que não há uma única e escassa frase equivocada na reportagem de capa que tornou pública a explosiva revelação feita pelo doleiro Alberto Youssef.
Para aflição dos figurões enrascados no Petrolão e dos comparsas disfarçados de jornalistas, a lama que transbordou da estatal transformada em usina de negociatas já chegou ao Palácio do Planalto. Em troca dos benefícios da delação premiada, o que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef já contaram bastou para assombrar o país. Mas é só o prólogo da história de horror: está longe do fim o tsunami de revelações produzido pela dupla de depoentes, que se tornará ainda mais assustador depois da entrada em cena de mais bandidos prontos para abrir o bico.
Concluída a coleta de provas e informações, a nação conhecerá os detalhes do maior e mais escabroso escândalo político-policial registrado desde o Descobrimento. Concebida para financiar a perpetuação do PT no poder, a organização criminosa montada por diretores corruptos nomeados por Lula e mantidos por Dilma logo incorporou senadores, deputados, ministros de Estado, dirigentes partidários e empresários ─ além de chefes de governo. Nunca se roubou tanto e com tamanha desfaçatez. Um bilhão de dólares virou unidade monetária para a medição do produto do roubo. Algumas propinas superaram os ganhos anuais de superexecutivo americano. Comparado ao Petrolão, o Mensalão acabará reduzido a gatunagem de amador.
É compreensível que Lula e os Altos Companheiros estejam tão inquietos. O chefe supremo da seita sabe que, para voltar a sentar-se na cadeira de presidente, terá de contornar o banco dos réus. Desta vez será bem mais complicado fingir que nunca soube de nada. Não há como repassar, por exemplo, a paternidade da refinaria Abreu e Lima, parida pelo ex-presidente e Hugo Chávez. Deveria custar 2 bilhões de dólares. Já passou de 20, inteiramente herdados pela Petrobras depois do calote aplicado pelo parceiro.
Tantos anos depois daquele que enriqueceu com a rapidez de pistoleiro de faroeste, Lula criou um filhote que engole dinheiro com a velocidade da luz. O pai diz que o primeiro é um fenômeno. Os fatos informam que o segundo é um caso de polícia capaz de transformar qualquer culpado em fortíssimo candidato à cadeia.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-fiasco-da-ofensiva-contra-verdades-reveladas-por-veja-ampliou-a-epidemia-de-insonia-causada-pela-devassa-do-petrolao/

PSDB pede auditoria especial do resultado das eleições ao TSE

Em nota divulgada à imprensa, o partido diz que tem "absoluta confiança" de que o tribunal garantiu a segurança do pleito, mas pretende tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas em relação à lisura da apuração dos votos

Publicação: 30/10/2014 22:06 Atualização: 30/10/2014 22:13

O PSDB entrou hoje (30) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de auditoria especial do resultado da eleição presidencial. Em nota divulgada à imprensa, o partido diz que tem “absoluta confiança” de que o tribunal garantiu a segurança do pleito, mas pretende tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas em relação à lisura da apuração dos votos.

O PSDB pede que o TSE crie uma comissão formada por integrantes dos partidos políticos para fiscalizar todo o processo eleitoral, desde a captação até a totalização dos votos. O partido não pede a recontagem dos votos.

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O resultado oficial das eleições para a Presidência da República foi proclamado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, na terça-feira (28). A candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, obteve 51,64% dos votos válidos e Aécio Neves, do PSDB, recebeu 48,36%. 

Com a homologação do resultado, Dilma poderá ser diplomada pela Justiça Eleitoral. A data ainda não foi definida pelo TSE, mas a diplomação tem de ocorrer até 19 de dezembro, prazo estipulado pela Lei Eleitoral.

Bob Dylan lançará 36º álbum de estúdio em 2015

Anúncio foi feito através de folheto escondido dentro de coletânea recentemente lançada

De forma inusitada, foi anunciado na noite de quinta-feira o lançamento do novo álbum de estúdio do roqueiro Bob Dylan.
Chamado de Shadows in The Night, o anúncio do 36º álbum foi através de um folheto inserido na coletânea The Bootleg Series Vol. 11: The Basement Tapes Complete, que tem lançamento oficial no dia 4 de novembro. 

Gravações inéditas de Bob Dylan são encontradas em Nova York
Manuscrito de Bob Dylan vai a leilão
Bob Dylan lança cover de Frank Sinatra

Alguns jornalistas especializados, que já tem o produto em mãos, abriram a caixa e ficaram surpresos com o folheto com a seguinte frase: "Bob Dylan, Shadows in The Night, novo álbum chegando em 2015.". Segundos depois, a notícia tinha se espalhado pelo mundo.
Sem muitas informações, especula-se que o novo álbum seja de regravações de grandes sucessos. A dica seria a versão feita por Dylan, em maio deste ano, da canção Full Moon and Empty Arms, sucesso na voz de Frank Sinatra.

Governo central tem rombo recorde de R$ 20,4 bi em setembro

Com o resultado, as contas voltaram para o campo negativo no acumulado do ano - primeira vez que isso acontece no período desde 1997

O resultado fiscal é o dinheiro a ser economizado para o pagamento de juros da dívida
O resultado fiscal é o dinheiro a ser economizado para o pagamento de juros da dívida (Photodisc/VEJA)
O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 20,399 bilhões de reais em setembro, pior resultado da série histórica, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira. Este é o quinto resultado mensal negativo consecutivo registrado nas contas do Governo Central em 2014. Apenas em três meses (janeiro, março e abril), as contas do governo ficaram no azul em 2014. O resultado de setembro ficou também abaixo da mediana dos analistas de mercado, que esperavam um valor negativo de 12,9 bilhões de reais.
Com isso, no acumulado do ano até o mês passado, a economia feita para o pagamento de juros ficou negativa em 15,706 bilhões de reais, no vermelho pela primeira vez também na série histórica do Tesouro, iniciada em 1997. O resultado negativo representa 0,42% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, de janeiro a setembro, o superávit acumulado era de 27,996 bilhões de reais.
Os dados confirmam a rápida deterioração das contas públicas no governo de Dilma Rousseff em 2014. A piora nas contas do governo central deve levar a equipe econômica a revisar a meta fiscal do ano. O resultado reflete, sobretudo, o aumento dos gastos do governo nas eleições, as concessões com desonerações de tributos e baixo crescimento que derrubou a arrecadação.
O resultado torna praticamente impossível o cumprimento da meta de superávit primário para 2014 para o governo central, de 80,774 bilhões de reais. A meta cheia do setor público, que além das contas do governo central ainda abrange resultados fiscais dos municípios, Estados e empresas estatais, é de 99 bilhões de reais para 2014. Como resposta à deterioração das contas públicas, a equipe da presidente Dilma prepara o anúncio em breve de um reforço da política fiscal em 2015.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A campanha mais suja da história!

Dilma ganha e é a presidente de direito — mas novo mandato será manchado por uma campanha indigna

(Fotos: Ueslei Marcelino/Reuters :: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)
Dilma comemora a vitória num hotel em Brasília, e Aécio dá entrevista à imprensa também num hotel, mas em Belo Horizonte, ao lado da mulher, Letícia, do candidato a vice, Aloysio Nunes (esq.) e do senador eleito José Serra (dir.): eleita, ela tem mandato manchado por campanha suja; derrotado, ele sai como o mais forte líder da oposição desde o fim da ditadura militar (Fotos: Ueslei Marcelino/Reuters :: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)
Democratas, como eu, aceitam sem hesitar o resultado das urnas.
Dilma Vana Rousseff, 66 anos, está reeleita presidente da República Federativa do Brasil, depois de obter 51,64% dos votos do eleitorado contra 48,36% atribuídos ao candidato da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB).
Dilma permanece ao leme do Palácio do Planalto, porém, com um mandato manchado por uma campanha indigna de uma chefe de Estado, baseada no terrorismo eleitoral, de um lado, e, de outro, numa espantosa sequência de ataques sórdidos ao adversário num grau que jamais ocorreu desde a volta das eleições diretas para a Presidência, em 1989.
O terrorismo eleitoral
A presidente colocou em dúvida que Aécio mantivesse programas sociais que beneficiam dezenas de milhões de brasileiros, como o Bolsa Família ou o Minha Casa Minha Vida, contra as sucessivas e formais garantias do adversário de que continuariam e seriam aprimorados. Se Dilma apenas colocava em dúvida, militantes do PT e partidários espalhavam a mentira como sendo verdade por todo o país, especialmente no Nordeste, lançando mão de todos os meios possíveis — desde cartazes e carros de som até as redes sociais.
Algo semelhante ocorreu com a suposta intenção de Aécio de sufocar os bancos públicos, como também se distorceram as intenções do candidato quando a presidente alegava que prováveis “medidas impopulares” pretendidas por Aécio na economia seriam — como se fossem sinônimos — “medidas contra o povo”. Demagogia baixa e barata, já que apenas governantes que entram para a história ostentam a coragem de adotar medidas impopulares do ponto de vista eleitoral, mas necessárias para corrigir rumos da sociedade ou da economia, pensando não na eleição seguinte, mas nas gerações futuras.
Além do terrorismo eleitoral, também foi coisa feia a “desconstrução” dos dois governos de Aécio em seu Estado, Minas Gerais (2003-2010), com acusações inteiramente falsas sobre supostos “desvios de recursos” da saúde, entre outras baixarias.
A senha para a campanha suja, com Lula à frente
O pior, no entanto, acabaram sendo as insinuações feitas por Dilma, inclusive em debates presidenciais, sobre a vida pessoal do adversário — a senha para campanha suja, capitaneada do alto de palanques por um ex-presidento Lula que parecia possesso, segundo a qual o candidato tucano tem o hábito de ser violento com mulheres, de beber demais (este ponto Lula, pisando em terreno perigoso para ele, se absteve de tocar) e tomar drogas.
Embora derrotado, Aécio sai da campanha imensamente maior do que entrou.
Aquele que a certa altura da caminhada se viu escanteado para um terceiro posto nas intenções de votos pelos institutos de pesquisa quando a morte trágica de Eduardo Campos (PSB) fez entrar na campanha a candidata Marina Silva, começou a ser abandonado por companheiros e viu temporariamente minguar contribuições financeiras, deu uma inédita, extraordinária volta por cima.
O mais forte líder de oposição do país desde a redemocratização, em 1985
Obteve a espetacular votação de pouco mais de 51 milhões de votos dos brasileiros — em números absolutos, quase a votação recebida por Lula quando se elegeu em 2002 — e, entre outras proezas, foi o candidato mais votado em qualquer eleição em todos os tempos no maior Estado brasileiro, São Paulo — recebeu 15,2 milhões de votos, 3 milhões mais do que o governador tucano Geraldo Alckmin alcançou para vencer a reeleição já no primeiro turno e quase dois terços dos paulistas que compareceram às urnas.
Sai da eleição como o mais forte líder de oposição do país desde a redemocratização, em 1985 — como nada ocorre por acaso, um retorno à democracia no qual seu avô, o Presidente Tancredo Neves, cumpriu papel fundamental.
Um líder com um cartel fabuloso de votos, uma postura de firmeza diante do lulopetismo e um programa de governo moderno e coerente. Com apenas 54 anos de idade, é, desde já,  O nome da oposição para 2018.

RETRATO DE UM CARÁTER:

Lula MENTIU ao dizer durante a campanha que “nunca” foi “desrespeitoso” com um candidato a presidente. Pior do que isso: ele foi desrespeitoso com um Presidente no poder, pois chamou o Presidente Itamar, homem digno e honrado, de “filho da puta”. Saibam de detalhes inéditos desta história

(Fotos: Waldemir Barreto :: Agência Brasil)
Itamar, já no fim da vida, quando senador (PPS-MG): Lula, já na condição de ex-candidato à Presidência, o ofendeu gravemente (Fotos: Waldemir Barreto/Agência Brasil)
Lula tem um descompromisso espantoso com a verdade — e com as próprias declarações que faz. Há poucos dias, ainda durante a campanha eleitoral, ao atacar o presidenciável tucano Aécio Neves por supostamente haver “agredido” a presidente Dilma durante o debate da TV Record, quando a classificou de “leviana” por lhe fazer acusações falsas, assegurou: “Jamais chamei um adversário de leviano”.
Pois bem, vejam esse pedacinho de um dos debates do segundo turno da campanha eleitoral de 2006, que disputou com o candidato do PSDB, o hoje governador de São Paulo Geraldo Alckmin:
“Nunca fui desrespeitoso com um presidente da República”, havia recitado Lula, quando Dilma levou a célebre vaia na partida inicial da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Talvez a memória algo toldada de Lula o tenha feito esquecer que, no passado não tão longínquo, classificou José Sarney de “ladrão” e Fernando Collor de “assaltante” quando os dois inimigos que transformaria em amigos do peito e companheiros de jornada governavam o país.
Também insultou Itamar Franco, provam o recorte de jornal e o texto com o timbre da Presidência da República abaixo reproduzidos.
Detalhe da reportagem da folha de 8 de maio de 1993
Detalhe da reportagem da folha de 8 de maio de 1993
Na edição de 8 de maio de 1993, a Folha de S. Paulo publicou o que Lula dissera ao grupo de jornalistas que o acompanhavam em mais uma excursão caça-votos.
“Todo mundo sabe que o ministro da Fazenda, Eliseu Rezende, é um canalha que tem compromissos com empreiteiras”, afirmou o futuro camelô da Odebrecht. Depois de acusar o presidente de omisso, explicitou seu julgamento: “O Itamar é um filho da p***”.
A réplica de Itamar foi a de um homem educado, muitos tons abaixo da grosseria lulista, e veio num bilhete divulgado dois dias depois pela Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto: “Gostaria de saber o que aconteceria (…) se este indivíduo arrogante e elitista fosse o Presidente da República e alguém o chamasse disso”.
O episódio seria apenas um prelúdio de tantas grosserias e palavrõesque Lula cometeria na vida pública, inclusive como presidente da República.
Vou fazer alguns comentários para refrescar a memória dos amigos do blog.
Lula, desde que surgiu como dirigente sindical no final dos anos 70, gozou das preferências da enorme maioria dos jornalistas, sobretudo dos repórteres.
Isso continuou depois que Lula fundou o PT, em 1982. Eram raríssimas as reportagens que, eventualmente, não dissessem maravilhas sobre Lula, sobre o metalúrgico de origem humilde que se tornou um líder popular e criou um partido político que se fortalecia a cada eleição.
Após a histórica eleição presidencial de 1989, a primeira depois da ditadura e a primeira eleição direta desde 1960, quando uma disputa que tinha pelo menos seis candidatos fortes se afunilou para um segundo turno de Lula contra Collor, meu querido amigo Augusto Nunes, com a autoridade de quem era diretor de Redação de um grande jornal — o Estadão da época –, comentou várias vezes, com grande pertinência:
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O bilhete, curto e desproporcionalmente educado em relação à ofensa, que o presidente Itamar mandou divulgar pela Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto após ser xingado por Lula (CLIQUE NA IMAGEM PARA AUMENTÁ-LA)
– Foi difícil a cobertura isenta das eleições de 1989: de um lado, os patrões queriam “collorir” [verbo criado na ocasião para designar os que aderiam a Collor]; de outro, o reportariado era simpático ao Lula.
De fato. Um episódio marcante a respeito da segunda parte da assertiva ocorreria após o comparecimento de Collor ao Programa Ferreira Nettotalk show que o jornalista, morto em 2002, apresentava na TV Record.
Ao deixar a sede da emissora e negar-se a falar com vários repórteres que o aguardavam, Collor entrou no carro ao som de Lula-lá, a canção-chave da campanha do candidato do PT — entoada pelos jornalistas que, assim, arremessavam no lixo a objetividade que se espera de quem faz reportagem e cometiam uma gravíssima infração à ética da profissão.
Essa simpatia por Lula fazia com que repórteres deixassem passar gafes, escorregões e aspectos menos luminosos da vida do líder sindical tornado político. Quem quebrou esse encanto e essa redoma foi, justamente, o jornalista Fernando Molica, então trabalhando naFolha de S. Paulo.
Procurei o jornalista para contar como se deu o episódio. Gentilmente, Fernando, que vive no Rio, onde edita uma coluna diária e publica um artigo semanal no jornal O Dia — paralelamente a uma bem sucedida carreira de escritor (visitem seu site aqui) –, enviou um relato circunstanciado do que aconteceu o qual, até onde sei, é inédito. Só pediu que o relato não fosse publicado antes das eleições.
O jornalista e escritor Fernando Molica (Foto: O Dia)
O jornalista e escritor Fernando Molica: “não daria para negar que Lula dissera o que dissera, não seria correto censurar o episódio” (Foto: O Dia)
Vamos a ele:
“Na época, eu era repórter especial da Folha, trabalhava na sucursal do Rio, e fui escalado para render o colega que estava cobrindo a Caravana da Cidadania [incursões de Lula pelo país para pregar suas ideias.] Quando cheguei, muitos petistas reclamavam do jornal que, dias antes, registrara que o Lula havia comparado o vermelho do PT ao sangue de Cristo.
“Bem, entrei  na cobertura. Como eu trabalhava no Rio, o Lula não me conhecia - já na Caravana, eu tive uma conversa com ele, uma entrevista, um contato profissional. Dois ou três dias depois, fomos todos cobrir uma visita a um bairro da periferia de Teófilo Otoni (MG). Na saída, eu e o Mário Rosa, então repórter da VEJA, nos aproximamos do Lula. Eu perguntei sobre um episódio envolvendo o então ministro Eliseu Resende, acusado de favorecer uma empreiteira.
“O Lula não sabia da história, eu fiz um pequeno resumo para ele. Foi quando ele disse que o Eliseu era um “canalha”. Depois, se referiu ao Itamar como um “filho da puta”, já que poderia fazer um governo melhor, não tinha compromissos com ninguém etc.
“No texto da reportagem eu cometi um erro: classifiquei o episódio de “conversa informal”.  Não era uma entrevista coletiva formal, mas não se tratava de uma conversa informal, de bar, um bate-papo à mesa do café da manhã. O Lula participava de uma atividade, foi abordado por repórteres de um jornal e de uma revista, ouviu uma pergunta e respondeu.
“Em nenhum momento ele ressalvou que falava em off [declarações que políticos ou outras fontes fazem com o compromisso de não serem publicadas, ou não serem atribuídas a quem as fez, dependendo do caso], que suas palavras não deveriam ser publicadas. De alguma forma, acho que o Lula também se contaminou com o clima de cordialidade que marcava sua relação com os jornalistas.
“Lembro que eu e o Rosa ficamos surpresos com a declaração. E aí, o que fazer? Não daria pra negar que o Lula dissera o que dissera, não seria correto censurar o episódio. A própria organização da Caravana traçara limites para o trabalho dos jornalistas – nós, por exemplo, não viajávamos no mesmo ônibus da comitiva petista. As nossas despesas de viagem e hospedagem eram bancadas pelos veículos, não estávamos lá bancados pelo PT.
“Na dúvida, tratei de espalhar a história para os demais colegas, inclusive para uma assessora de imprensa do PT. Decidi também enviar um relatório para o jornal, não achava justo omitir o episódio daFolha – estava lá para cobrir a Caravana, para relatar o que ocorria. E o fato ocorrera.
“Na parada seguinte, o Lula veio falar comigo. Em meio a assessores e jornalistas, ele disse que não quisera ofender o presidente e nem utilizaria a palavra “canalha” para se referir formalmente ao Eliseu. Essas declarações seriam registradas por mim na reportagem que o jornal decidira publicar. No texto,  sequer escrevi o verbo “xingar” - isto, não para proteger o Lula, mas para tentar transmitir a situação com o máximo de fidelidade.
“O resto é história. O Itamar adorava a mãe [dona Itália Cautiero Franco], que morrera, creio, no ano anterior [sim, ela faleceu em 1992]. Ele divulgou nota oficial, o assunto ganhou uma repercussão imensa.  Não apenas o Lula foi questionado. Muita gente  gente disse/escreveu que eu não deveria ter contado o episódio.
“Houve também uma polêmica em torno do verbo “xingar”, usado pelaFolha na capa do jornal e no título da reportagem – esta utilização seria criticada, no domingo seguinte, pelo ombudsman do jornal (não gostei do “xingar”, mas admito que não seria fácil resumir o episódio em uma linha de texto).”
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/retrato-de-um-carater-lula-mentiu-ao-dizer-durante-a-campanha-que-nunca-foi-desrespeitoso-com-um-candidato-a-presidente-pior-do-que-isso-ele-foi-desrespeitoso-com-um-presidente-no-poder-po/

Coração de mãe

“Agora é hora de todos nós nos unirmos para garantirmos um futuro melhor para o país e abrir um diálogo amplo com todas as forças produtivas, sociais e o setor financeiro também. O clima é de construção de pontes e não de buscar a diferença entre as pessoas”.

Dilma Rousseff, revelando que, terminada a eleição, descobriu que Marina Silva não é traidora nem chorona, que Aécio Neves é um abstêmio especialmente carinhoso com mulheres e que até Lula acha que o melhor presidente da história do Brasil foi FHC.

A passos largos rumo ao bolivarianismo, "socialismo do século XXI"( sabe-se lá que extrovenga é essa!)

Um dos trogloditas da Venezuela encarregados de descer o sarrafo no povo está no Brasil e firma “acordos” com o MST, com a anuência de Dilma e de Carvalho, o que não gosta da imprensa livre. Ah, sim: o cara é o ministro dos “movimentos sociais” daquele país, como Carvalhinho…

O jornalista Claudio Tognoli informa em seu blog blog que decidiu entrar no site do Ministério do Poder Popular para as Comunas da Venezuela, que é um dos aparelhos daquele país que organizam as milícias chavistas, aquelas que andaram matando estudantes e oposicionistas. E descobriu coisas interessantes.
Sabem quem está em visita oficial ao Brasil? Elías Jaua, que é um vice-presidente setorial (um cargo que existe por lá) do Desenvolvimento do Socialismo Territorial da Venezuela e titular do tal Ministério das Comunas. O governo bolivariano informa que, nesta terça, foi firmada uma série de acordos, em Guararema, entre o governo venezuelano e o MST nas áreas de treinamento e desenvolvimento da produtividade comunal. Vejam vídeo.
Segundo Jaua, os “acordos têm o objetivo de incrementar a troca de experiências e formação para fortalecer o que é fundamental numa revolução socialista, que é a formação da consciência e a organização do povo para defender suas conquistas e seguir avançando na construção de uma sociedade socialista.”
Ah, bom!!! Eu nem sabia que havia uma revolução socialista em curso no Brasil. Agora sei.
Deu para entender por que Gilberto Carvalho quer tanto os conselhos populares? Eis aí: depois de o chavismo — agora nas mãos de Nicolás Mauduro — ter conduzido a Venezuela ao caos, chegou a hora de “trocar experiências” com o Brasil. Imaginem vocês se um líder de alguma ditadura de direita andasse por aqui a firmar convênios com grupos organizados da sociedade. Seria uma gritaria danada! Eu mesmo seria o primeiro a protestar. Mas, como se trata de uma ditadura de esquerda, bem, nesse caso, pode.
Quando se aponta a má intenção do Decreto 8.243, de Dilma, que será sepultado pelo Congresso, é evidente que não se trata de um delírio paranoico de reacionários, como quer fazer crer o sr. Carvalho. Nada disso! Atenção! A área dos chamados “movimentos sociais”, na qual se insere o MST, é da competência do ministro, e o troglodita venezuelano que veio para cá fazer proselitismo e acordos com o movimento certamente não está no país sem o seu estímulo e a concordância do governo Dilma.
Assim, o MST, um movimento fartamente financiado com dinheiro público, firma convênios obscuros — o que a Venezuela tem a lhe ensinar? — com um governo que mata seu próprio povo na rua. Vai ver os gloriosos seguidores de Stedile querem saber como é viver num país em que se racionam a comida e o papel higiênico.
É… faz sentido! Como entra menos, sai menos. Menos rango, menos consumo de papel. É uma piada!
A presença deste senhor no Brasil é a prova da falta de inocência do decreto do senhora Dilma Rousseff. Vai ser enterrado pelo Congresso. E, do modo como ela o quer, será enterrado quantas vezes for apresentado.
A Venezuela não é e não será aqui, represidenta!
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/um-dos-trogloditas-da-venezuela-encarregados-de-descer-o-sarrafo-no-povo-esta-no-brasil-e-firma-acordos-com-o-mst-com-a-anuencia-de-dilma-e-de-carvalho-o-que-nao-gosta-da-imprensa/

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

"Todos precisam entender que ganhamos perdendo"

REYNALDO ROCHA

Oliver, não sou o menino da piada que, ao receber um pote de estrume como presente de aniversário, procura pelo cavalo. Mas queria compartilhar contigo algumas visões mais otimistas (realistas, penso eu) do que vivemos nestas eleições.
1 – Houve, sim, um movimento que esteve sufocado nos 12 últimos anos.
2 – O PT não mete mais medo. Eles  que estão com medo. A bolivarização do Brasil está muito mais distante do que há um ano.
3 – Há uma oposição. Saímos dos teclados. E mesmo nos teclados ganhamos novas companhias.
4 – Aprendemos a jogar o jogo deles. Aceitamos o Brasil dividido. Eles – que ganharam – que rastejem em busca de tratamento para a fratura que provocaram.
5 – O PMDB não será mais o eterno sócio minoritário dos que detêm o poder. O PMDB tem faro aguçado. Que o PT não conte com a docilidade dos alugados de praxe. Não a terá.
6 – Prefiro os dez senadores atuais do PSDB (mais o Reguffe, do PDT) que aquela massa amorfa que nunca nos representou.
7 – Não há como evitar o esclarecimento do Petrolão. A história ainda está em seu começo. Alguém duvida que será maior que o Mensalão?
8 – Quem no PT tem formação acadêmica para ser ministro da Fazenda? Alguém com escopo para evitar o desastre?
9 – O PT vendeu em hasta pública tradicionais aliados como Sarney, Eduardo Cunha, Henrique Alves e Jader Barbalho. Terá troco?
10 – Quem imagina que as vozes das redes sociais serão silenciadas? Quem imagina que a derrota não fortaleceu a ira santa contra a seita?
11 – Gilberto Kassab será ministro? E Aloizio Mercadante? Faltará tema para que o PT se enferruje ainda mais aceleradamente?
12 – Quem disse que esqueceremos a Rosemary Noronha?
13 – E Lulinha? Quantos escândalos ainda estão por surgir? Quem acha que deixaremos de cobrar quem elegeu a presidAnta?
Como disse, o povo perdeu o medo do PT. E Lula, hoje, é só um doente, desequilibrado, desbocado e perdedor. Dilma ganhou a eleição (graças a João Santana). Lula perdeu. Perdeu em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Pernambuco. E mesmo em Minas Gerais (onde o PT ganhou) a cor da campanha de Pimentel era azul.
O que nos resta é entender ( Marina acertou ao menos uma vez) que perdemos ganhando. Veremos o apodrecimento progressivo desse infame projeto de poder.
E estarei por cá, lembrando nomes, sobrenomes, endereços e fatos que mostrarão que corpos podres desaparecem quando expostos ao sol.
A oposição aprendeu. Sobretudo, perdeu o medo de dar nome aos bois, vacas e mulas. Como a gente sempre fez por cá.

Finalmente, parece, que a oposição está de volta..,

Goooool do Brasil! É essa oposição que nós queremos! A que derruba decreto bolivariano na Câmara. E detona com Aloysio Nunes no Senado: “Não quero ser sócio de um governo falido, e nem cúmplice de um governo corrupto”

Oposição derruba decreto
Eu havia anotado no Facebook na tarde de terça-feira:
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Mas, enquanto eu tentava descansar da cobertura eleitoral, a oposição deu sinal de vida.
Para desgosto do PT e de suas linhas auxiliares PSOL e PCdoB, além de parte do PROS (e da Folha de S. Paulo, parece), a Câmara dos Deputados derrubou o decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, destinado a criar “conselhos populares” em órgãos da administração pública. O Senado ainda tem de avaliar o projeto de decreto legislativo para que a determinação do Planalto seja suspensa, mas o golaço está marcado.
Aécio Neves apontou o perigo durante a campanha:
“Me preocupa inclusive a criação desses conselhos, propostos pelo governo federal às vésperas das eleições, que na verdade buscam substituir em parte a responsabilidade e o poder do Congresso Nacional. São conselhos indicados pelo governo para ocupar o papel daqueles que são eleitos pelos cidadãos.”
A finalidade do decreto é “consolidar a participação social como método de governo” e sua definição de “sociedade civil” abrange “o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”, ou seja: os movimentos sociais controlados e financiados pelo PT. E quem seria a nobre alma dotada do poder de indicar os “integrantes da sociedade civil” para as instâncias de participação e definir a forma dessa participação? Ele mesmo: o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Ainda bem que o Congresso já o conhece.
Os três depoimentos abaixo foram certeiros.
Deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM e autor do projeto que susta o decreto:
[O projeto de Dilma] “Impõe, via decreto presidencial, um modelo de consulta à população que é definido pelo Poder Executivo. É uma forma autocrática, autoritária, passando por cima do Parlamento, do Congresso Nacional, da Casa do Povo, de estabelecer mecanismos de ouvir a sociedade.”
Deputado Antonio Imbassahy (BA), líder do PSDB, para quem o decreto inverte a lógica da democracia representativa:
“Com esse decreto, a presidente Dilma quer que a escolha dos representantes do povo seja feita pelo governo do PT.”
Deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS:
“A oposição brasileira não concorda com esse decreto baixado pelo Poder Executivo em que traz os conselhos populares para determinar ao Executivo o que deve fazer. É o aparelhamento formalmente falando do petismo brasileiro através dos conselhos populares dentro do Poder Executivo.”
Eu assisti à votação ao vivo na TV Câmara e comentei em tempo real no Twitter as declarações dos governistas.
Meus destaques:
Captura de Tela 2014-10-29 às 14.15.39Captura de Tela 2014-10-29 às 14.17.36E não poderia faltar a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ):
“Estou vendo uma certa alegria no Plenário pela possibilidade de derrotar o decreto, como se isso fosse uma derrota retumbante do governo, mas, depois da vitória retumbante da presidente Dilma, isso é uma coisa menor.”
Eu entendo que, como boa comunista auxiliar, Jandira não saiba vencer nem perder com educação. Mas retumbante, na verdade, foi o heroico brado da oposição na Câmara, mostrando que a suposta vitória nas urnas não é passe livre para a ditadura dos companheiros.
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Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) já avisou: o decretão da Dilma não vai passar no Senado
Que o diga o líder do PSDB no Senado e candidato derrotado como vice de Aécio Neves, Aloysio Nunes, cujo discurso desta terça-feira na tribuna – este sim – representou os 50 milhões de eleitores que votaram pela mudança:
“Transformar as redes sociais em um esgoto fedorento para destruir adversários: foi isso que fizeram. Não diga a candidata Dilma que não sabia o que estava acontecendo. Todo mundo percebia as insinuações que fazia nos debates e os coros nos debates sociais, dizendo que o Aécio batia em mulheres, era drogado. Quem faz isso não tem autoridade moral para pedir diálogo. Comigo, não. Estende uma mão e, com a outra, tem um punhal para ser cravado nas costas.”
Aloysio também rechaçou a possibilidade de plebiscito para reforma política, como defendeu Dilma em seu discurso de vitória:
“Volta a cantinela da reforma política atropelando o Congresso Nacional. Vi declaração sua, senhor presidente (Renan). Vamos discutir reforma política, sim, mas primeiro concluir as investigações dos escândalos da Petrobras para não dizerem que existe corrupção na política porque faltam recursos de financiamento público para as campanhas.”
O senador disse ainda, como informa o Globo, que a presidente “injuriou” a corporação ao dizer que no tempo do Fernando Henrique todos os diretores da PF eram militantes do PSDB.
“E Vossa Excelência foi ministro da Justiça do PMDB. Como é possível exercitar a mentira com tanta desfaçatez? Quero dizer que, da minha parte, da nossa parte, nós não daremos trégua. Vamos cobrar cada uma das promessas, inclusive as que ela fez na área da segurança pública e não foram cumpridas nenhuma delas, em relação inclusive à PF e à Polícia rodoviária Federal. Não cumpriu nada em relação ao fundo penitenciário, fronteiras, reaparelhamento da PF, Nada. Eu fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais a serviço do PT, de uma candidatura. Eu devo essa satisfação às minhas famílias, amigo e à nação. Não faço acordo. Não quero ser sócio de um governo falido, e nem cúmplice de um governo corrupto.
Perfeito. É essa a oposição que nós queremos: atenta, combativa, intransigente e absolutamente consciente da perversidade dos que tentam destruí-la.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

Sempre em frente...,

Tua caminhada ainda não terminou...
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.
*Charles Chaplin

Heróis do mensalão tentam sobreviver ao petrolão

Um relato do segundo turno da eleição mais surpreendente da história em manchetes

GUILHERME FIUZA
Luiz Inácio da Silva está de saco cheio – nas palavras dele, naturalmente. Caprichando no timbre pré-histórico que o Brasil consagrou, Lula atacou mais uma vez o denuncismo da imprensa burguesa, que fica publicando coisas desagradáveis sobre a Petrobras. O ex-presidente em exercício disse que não aguenta mais a mesma coisa em toda eleição. De fato, se não fosse essa mídia golpista a serviço da elite branca, os companheiros poderiam continuar a roubar a maior empresa brasileira de forma silenciosa e discreta, sem esse falatório todo que só atrapalha os bons negócios privados feitos dentro da estatal (abaixo da camada pré-sal).

O mais estranho de tudo é que, pelo cenário da corrida presidencial, parece que o eleitorado começou a acreditar nas manchetes da imprensa golpista – um absurdo, pois Lula já cansou de avisar aos brasileiros para não acreditar no que sai na mídia. Eles nunca acreditaram, como se viu na reeleição dele em pleno mensalão e na eleição da sucessora, em pleno escândalo Erenice Guerra. Para corrigir essa perigosa distorção, segue um retrato do segundo turno da eleição mais surpreendente da história em manchetes elaboradas especialmente para não transbordar o saco de Luiz Inácio:

O presidente dos Correios que distribui panfletos de Dilma é ligado ao tesoureiro do PT que está no petrolão. Vote 13 pela coerência.

Dilma calou os críticos. Mesmo com os preços de energia amordaçados, ela acaba de estourar o teto da meta de inflação. Pensam que é fácil?

O despachante de José Dirceu na Papuda, e governador do DF nas horas vagas, não foi nem ao segundo turno. Infelizmente, há unhas que nem Delúbio desencrava.

Fantasmas do passado assombram a elite vermelha (aterrorizada com a ideia de ter de trabalhar a partir de 2015).

A Bolsa subiu, o dólar caiu, as ações da Petrobras dispararam. Volta, Dilma!

Com a boa votação de Luciana Genro, o Brasil enfim discutirá a sério a reforma agrária, o imperialismo ianque e, quem sabe, até as Diretas Já.

Marcelo Freixo, o revolucionário do bem, já declarou seu voto para Dilma. O recado das ruas em junho de 2013, portanto, foi o seguinte: deixa pra lá.

Lá vem a direita gritar que mais um petista (ligado ao governador eleito de MG, Fernando Pimentel) foi pego com uma montanha de dinheiro. Pura inveja da elite vermelha.

Eduardo Jorge apoia Aécio e pira o GPS dos bonzinhos. Fica a dica: a esquerda é a do relógio, e a direita a da caneta.

Falando em pureza, Luciana Genro liberou seus fiéis para votar em Dilma. Pela margem de erro, os puros poderão escolher de Collor a Sarney.

Mantega diz que Armínio cortará programas sociais. É verdade. O Bolsa Ministro Ocioso, por exemplo, desaparecerá.

Delatores revelam: Vaccari, tesoureiro do PT, regia o petrolão. Delúbio está morrendo de ciúmes.

Armínio ao PT: “Comparações com FH precisam ser mais honestas”. Pedir honestidade ao PT? É um fanfarrão, esse Armínio.

O Brasil aguarda ansiosamente o manifesto dos intelectuais de esquerda em defesa da Petrobras e dos heróis que fizeram dela um anexo do PT.

Dilma diz que o petrolão só apareceu porque ela investigou. As cabeças cortadas também só apareceram porque o Estado Islâmico filmou.

Dilma disse que acha “muito estranha” a história contada pelos delatores da Petrobras. Bota estranha nisso, presidenta.

Dilma denuncia: divulgação dos podres da Petrobras é golpe. Cadê o manifesto dos intelectuais petro-progressistas contra o novo golpe da elite branca?

E os sonháticos... Cada vez mais erráticos. Nenhuma surpresa. A coletiva de Marina pós-eleição parecia um almoço de domingo. Haja poesia.

Um lembrete: nenhum jornalista, cientista político ou tucano genérico apostou em Aécio. Diziam que ele não batia no PT e estava no tom errado.

Aécio esterilizará as nordestinas (essa manchete é para poupar trabalho à central de inteligência dos companheiros).

Dilma reclamou das delações na Petrobras em época de eleição. É mesmo um absurdo. Mas roubar a empresa está liberado em qualquer época.


Se você também não suporta mais ver o filho do Brasil de saco cheio em véspera de eleição, siga @GFiuza_Oficial: a política brasileira em manchetes que não ardem nos olhos e não irritam a alma sensível dos companheiros (só um pouco).
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/guilherme-fiuza/noticia/2014/10/bherois-do-mensalaob-tentam-sobreviver-ao-petrolao.html