terça-feira, 30 de abril de 2013

Governos mentirosos...,


26/04/2013
 às 18:15 \ Direto ao Ponto

O Guido Mantega argentino topou com uma jornalista de verdade. Vejam o que aconteceu

Durante a entrevista com o ministro da Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, a jornalista grega Elenis Varvitsiotis fez a pergunta tão  previsível quanto a seca no Nordeste brasileiro: qual é o tamanho da inflação? Gravado há seis meses, só foi divulgado ontem, pelo site do canal de TV Skai, o vídeo que registra a desoladora performance do entrevistado. É o melhor momento do documentário sobre a crise argentina. Merecidamente, transformou-se em poucas horas num dos assuntos mais comentados do Twitter, com a hashtag #MeQuieroIr e e as palavras “Ministro de Economía” e “Lorenzino”.
Primeiro, o Mantega portenho recomenda à jornalista que se baseie nos índices oficiais. Quais são?, indaga Elena. Tropeçando em reticências, ziguezagues e pausas bêbadas, Lorenzino balbucia a resposta: “Creio que o acumulado dos últimos doze meses é de 10,2%. Posso estar me equivocando por algum décimo”. A entrevistadora adverte: “O FMI disse que poderia haver sanções por estatísticas falsas. O que vai fazer a respeito”.
Com cara de criança que se perdeu da mãe no supermercado, o ministro formula o apelo: “Posso parar por um minuto?” Então, sem notar que o microfone continuava aberto, pede socorro a um acompanhante não identificado: “Me quiero ir”. Queria ir embora. E foi. Ficou por conta de uma assessora apresentar justificativas para a fuga desmoralizante:  “É um tema que talvez seja difícil de entender”, desinforma a porta-voz. “Falar da inflação quando não falamos nem mesmo com os jornais argentinos sobre a inflação…”
É de uma jornalista como a grega Elena que Guido Mantega e Dilma Rousseff precisam. Aprenderiam em pouco mais de dois minutos que não se deve contar mentiras a entrevistadores sem medo.

domingo, 28 de abril de 2013

Cui prodest? Cui bono?


28 de abril de 2013 | 2h 10

JOÃO UBALDO RIBEIRO - O Estado de S.Paulo

Antigamente, na faculdade de Direito, pelo menos na Bahia, a gente encarava Direito Romano logo no primeiro ano. No vestibular entrava latim, que já tinha sido ministrado durante todo o então curso secundário. Mas a maior parte do pessoal não aprendia a língua, propriamente. O comum era decorar às vezes traduções inteiras, em edições bilíngues das Catilinárias, da Eneida e de De Bello Gallico. Quando chegávamos ao Direito Romano, a decoreba se estendia a brocardos e máximas jurídicas, que a gente salpicava nas provas para impressionar o professor e declamava nos concursos de oratória que todo ano eram realizados, com torcida e grande empolgação. E, claro, gastávamos farto latinório nos corredores da faculdade e para impressionar terceiros, pois onde já se viu bacharel baiano que volta e meia não solte um latinzinho, se bem que, hoje em dia, o que me contam é que a maior parte dos bacharéis se forma sem saber se expressar nem em português, quanto mais latim. Deve ser maledicência e, de qualquer forma, não vem ao caso.
Mas não foi nas aulas de Direito Romano que pela primeira vez prestei atenção no cui prodest e no cui bono, perguntas de sentido idêntico, feitas quando se busca saber quem se beneficia de determinada situação - a quem aproveita, quem ganha? Foi um pouco depois, quando começamos a estudar Direito e Processo Penal e nos apresentaram casos e julgamentos de crimes misteriosos ou controvertidos. Um bom advogado ou promotor, ao ser confrontado com um desses crimes, ou mesmo qualquer crime, inclusive os aparentemente elucidados, devia deter-se algum tempo nessa indagação, que constituiria quase uma postura metodológica básica. "Cui prodest scelus, is fecit" era a frase de Sêneca que citávamos judiciosamente. Mais ou menos "aquele a quem o crime aproveita foi quem o cometeu".
Parece bastante simples e até intuitivo, condição que ninguém precisaria estudar para inferir. Mas, como sabemos, esta vida é cheia de surpresas e foi assim que, diante de uma notícia que vi num noticiário de televisão, me ocorreu que a perguntinha não é feita tão frequentemente quanto se suporia. Ou então não é feita de jeito nenhum. A matéria era sobre o roubo de uma carga de cigarros no Rio de Janeiro, se não me engano na Avenida Brasil, em que houve até tiroteio e morreu gente. Mais bandidos, pensamos diante da tevê. É, mais bandidos, mais assaltantes, ladrões e assassinos, polícia neles.
Certo, mas onde fica a perguntinha? Acho que os ladrões de cigarros, se tivessem conseguido levar o caminhão, não iam montar uma barraquinha na rua Uruguaiana, ou sair oferecendo pacotes de cigarros de casa em casa, a preços de ocasião. Ou seja, os ladrões obviamente ganham com um roubo bem-sucedido, mas quem ganha são apenas eles? Claro que não, pois, como acontece em outros ramos do comércio, quem deve lucrar bem mais não é o "produtor", mas o atravessador. Alguma empresa ou organização capaz de vender os cigarros "legalmente" está, com certeza, por trás de todos os roubos de cigarros. Não existe loja ou boteco que anuncie cigarros roubados, logo parte do que se compra e vende na praça como legítimo é roubada. E ninguém estoca cigarros para investir.
Todos os outros roubos de mercadorias também têm que ser vistos nessa ótica. Roubaram uma carreta cheia de máquinas de lavar. Novamente se pergunta: os ladrões vão sair de casa em casa, oferecendo máquinas de lavar? Ou computadores, ou televisores, ou liquidificadores? Vão vendê-los na feira? Não vão. Esses aparelhos estarão expostos nas vitrines de alguma loja ou cadeia de lojas, para serem vendidos livremente, quem sabe se em alguma promoção sensacional, sem juros e com o primeiro pagamento depois do carnaval do próximo ano. Evidentemente que não estou acusando nenhuma loja ou cadeia em especial, mas não vejo como as coisas podem deixar de ser assim.
A velha pergunta, portanto, não é feita. E, como perguntar não ofende, por que as investigações, que eu saiba, nunca descobriram essas e outras lojas, das quais deve haver alguns milhares pelo Brasil afora, ou em países com que temos fronteiras? De novo, não posso fazer acusações, mas somente levantar suspeitas perfeitamente lógicas. A quem aproveita não haver investigações? Em primeiro lugar às lojas, mas, logo em seguida, a quem não faz as perguntas, as autoridades que deveriam buscar e flagrar as mercadorias receptadas. Se não buscam nem flagram, é justo desconfiar que algumas mãozonas estão sendo molhadas nesse processo todo, talvez até agentes municipais, estaduais e federais, numa esplêndida operação federativa, que só faz dizer bem da criatividade e da capacidade de trabalhar em conjunto do brasileiro, além da solidez de nossas instituições delinquentes.
Há exemplos ainda mais interessantes, como o caso dos remédios. Até imagino algum ladrão de carga vendendo um laptop na feira de Caruaru, mas remédio, inclusive de tarja preta, é bem mais difícil. Creio que nenhum de vocês deixa de tomar conhecimento, periodicamente, do roubo de um caminhão enorme, carregado de remédios. Que é que fazem com tanto remédio? Como ganham dinheiro com isso? Quanta gente, de farmácias a farmacêuticos ou outros profissionais de saúde, está envolvida nesses roubos? Como é que se desova, sem problemas com a lei, esse material todo? Quem está implicado em todos os processos postos em ação por esses e muitos outros crimes? Enfim, cui prodest? Perguntinha chata, assim como é chata a afirmação de Sêneca. E o pior é que, se a fizermos em relação a alguns dos grandes males brasileiros, as respostas poderão ser até mais inquietantes, porque alguém está sendo beneficiado por eles - e não somos nós.

sábado, 27 de abril de 2013

"A impunidade estimula o delito"


Entre os que meteram fogo na dentista, um menor. Em três anos, estará nas ruas, sob o aplauso de Maria do Rosário, Gilberto Carvalho e Dilma Rousseff

Vejam estes dois (fotos de Joel Silva, da Folhapress).
 
O que mostra a cara é Vitor Miguel dos Santos da Silva. O outro é um “menor”. É o “F”. Não pode ter nem nome nem imagem divulgados. São dois dos assassinos da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza. Eles jogaram álcool em seu corpo e atearam fogo. Vejam de novo: não são mesmo a cara da subnutrição, da pobreza, da esqualidez, do desamparo, da carência de vitaminas, proteínas e sais minerais? Então não é verdade que a gente olha pra eles e vê, coitadinhos, que a miséria impediu o devido processo de mielinização, e eles se transformaram nesses seres deformados, verdadeiros quasímodos espirituais, o que os impediu de ganhar senso de moral e justiça. Tenham paciência!
Sim, leitores, entre os três “suspeitos” — a palavra é um jargão jurídico porque não houve condenação — da morte da dentista, em São Bernardo, está aquele pobre menor, que, como se vê, enfrenta as agruras do raquitismo… A morte do estudante Victor Hugo Deppman foi brutal, estúpida, incompreensível para nós. E a de Cinthya? Aos bandidos, não bastava eliminá-la. Escolheram o caminho mais cruel que conseguiram imaginar na hora. Com essa turma, nada de tiro de misericórdia. Eles queriam que ela sofresse por ter apenas R$ 30 na conta bancária. Queriam mais grana. Achavam que ela tinha a obrigação de lhes fornecer mais. Ou, então, a morte dolorosa. Estes dois não estavam dispostos a pôr seus músculos para trabalhar. Preferiram usar a força e sua imensa covardia para tomar o que os outros conseguiram com o seu próprio esforço.
O menor vai ficar, no máximo, três anos internado na Fundação Casa. Ainda que se estenda um pouco o prazo, o que é possível, não ficará além dos 21 em nenhuma hipótese. E agora? Mais uma vez, vamos ouvir a gritaria: “Nada de legislar sob emoção! É preciso esperar a poeira baixar!” Se as leis não mudam quando os problemas aparecem, então mudam quando?
Em três anos, esse rapaz que incendeia pessoas estará nas ruas. Não saberemos o seu nome. Sua ficha estará limpa. Se ele quiser se candidatar a guardinha de jardim de infância, pode. Se ele quiser fazer um curso para integrar alguma empresa privada de segurança, pode. Mais ainda: se ele quiser integrar as forças regulares e oficiais, também pode. Daqui a três anos, estará a apto, a depender da escolha que faça, a ser portador de uma arma legal.
“Ah, mas baixar a maioridade penal não adianta…” Eu não tenho a menor ideia do que significa a expressão “não adianta”. O que querem dizer com isso? “Não adianta” para quê e para quem? Não resolverá todos os problemas de segurança, sei disso. É provável que nem mesmo baixe os índices de violência ou a taxa de homicídios. Mas “adianta”, sim. Não teremos homicidas à solta por aí. E, sobretudo, não teremos homicidas à solta e impunes.
Cinthya Magaly Moutinho de Souza e Victor Hugo Deppaman integrarão estatísticas. Suas respectivas mortes comporão os números da taxa de homicídios. Mas eram pessoas, com famílias, com vínculos afetivos, com passado, com futuro, com sonhos, com anseios.
Que diabo de sociedade é essa que estabelece um conceito de “adolescência” que outorga àqueles que sob ele são abrigados o direito de matar? “Ah, Reinaldo, há punição, sim…” De três anos? Quanto vale a vida humana no Brasil? A depender de como caminhem as coisas, bastará, para aliviar parte da punição dos outros, que o menor assuma a responsabilidade. A sua “não-pena” já está definida.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que encaminhou ao Congresso, por intermédio da bancada do PSDB, um projeto de lei que aumenta de três para oito anos o tempo máximo de internação de menores que cometem crimes hediondos, comentou o caso: “Lamentavelmente, mais um menor [está envolvido], a gente tem visto menores em crimes extremamente hediondos. Mais um menor, mas a polícia agiu rápido (…) É inconcebível que quem tem 17 anos e 11 meses cometa crimes hediondos e não passa de três anos na Fundação Casa. (…) O ECA é uma boa lei para proteger o direito da criança e do adolescente, mas não dá respostas a crimes muitos reincidentes e crimes hediondo, homicídio qualificado, latrocínio, extorsão mediante sequestro, estupro, estupro de vulnerável”.
É isso. Trata-se de mera questão de bom senso, não de uma disputa de caráter ideológico, entre a “direita penal” e a “esquerda penal”. O governador disse outra coisa óbvia, para a qual se tenta virar as costas: “A impunidade estimula o delito”.
A proposta de Alckmin, que fique claro!, não muda a maioridade penal, o que teria de ser feito por meio de emenda constitucional. O que faz é aumentar o tempo de internação do menor que comete crime hediondo. Eles permaneceriam internados numa instituição diferenciada; não iriam para presídios comuns, mesmo depois de atingida a maioridade.
A Maria do Rosário não quer.
O Gilberto Carvalho não quer.
A Dilma Rousseff não quer.
Só resta entregar o menor raquítico aos cuidados de Maria do Rosário, Gilberto Carvalho e Dilma Rousseff.
Por Reinaldo Azevedo

Rumo à ditadura comunista, voltando às cavernas. Do jeito que vai, logo estaremos grunhindo. Acorda Brasil!

REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA VEJA DENUNCIA ATAQUE DO PT À JUSTIÇA
A reportagem-bomba da revista Veja que chega às bancas neste sábado trará os detalhes do ataque  à Justiça perpetrado pelo PT na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. Em forma de Projeto de Emenda Constitucional -PEC, o partido do Lula, do Zé Dirceu, da Dilma, do Genoíno e de todos os mensaleiros pretende submeter decisões do Supremo ao crivo do Congresso, ou seja, do PT e de sua base aliada.

O objetivo de curto de prazo dos petistas é tentar livrar os mensaleiros da cadeia. De longo prazo, é estabelecer uma ditadura vazada nos postulados do "socialismo do século XXI", nos moldes da Venezuela onde todas as instâncias do Estado já estão em mãos dos bolivarianos, leia-se comunistas.

É que quando se fala em comunismo os petistas tentam fazer piadas e chacotas, afirmando que o comunismo acabou, o que é uma deslavada mentira. Os vagabundos podem enganar os incautos, mas não este velho de guerra aqui do blog que tem mais de 40 anos de jornalismo e conhece como poucos esses velhacos. Muitos deles jornalistas ocupando posição em áreas de comunicação de empresas, governos e entidades civis e, como não poderia deixar de ser, já controlam as redações de jornais. 

Com exceção da revista Veja, a grande mídia brasileira é bolivariana desde criancinha. Seus jornalistas são todos fiéis seguidores da cartilha comunista do PT, e babam a baba da estupidez consagrando o pensamento politicamente correto e mentindo todos os dias, distorcendo as informações. Além disso, são extremamente incompetentes e, rigorosamente, analfabetos funcionais que só sabem bradar palavras de ordem decoradas de panfletos do PT.

A sorte, por enquanto, é que a revista Veja continua trazendo as informações fundamentais e verdadeiras. Quando falam em "controle da mídia"estão preocupados apenas em estabelecer a censura à imprensa para tentar calar a revista Veja. Esta é que é a verdade dos fatos, já que Veja não tem nenhum concorrente. As demais revistas semanais, além de serem mal feitas e mal escritas, não conseguem emplacar porque lhes falta a credibilidade e compromisso com o jornalismo focado nos fatos e não em delírios ideológicos a serviço da canalha petista.

Portanto, vale a pena ler a reportagem de Veja que, como sempre, trará a verdade dos fatos. A começar pela capa que expressa exatamente o que está acontecendo. Ou seja, os fatos.
http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2013/04/reportagem-bomba-da-revista-denuncia.html

quinta-feira, 25 de abril de 2013

“O BNDES é o melhor banco do mundo”, proclamou Eike em 2010

‘Eike, emblema e indício’, um artigo de Demétrio Magnoli

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA QUINTA-FEIRA

DEMÉTRIO MAGNOLI
Eike Batista valia US$ 1,5 bilhão em 2005, US$ 6,6 bilhões em 2008, US$ 30 bilhões em 2011 e US$ 9,5 bilhões em março passado, depois de 12 meses em que seu patrimônio encolheu num ritmo médio de US$ 50 milhões por dia. Desconfie das publicações de negócios quando se trata do perfil dos investimentos de grandes empresários. Apenas cinco anos atrás uma influente revista de negócios narrou a saga de Eike sem conectá-la uma única vez à sigla BNDES. Mas o ciclo de destruição implacável de valor das ações do Grupo X acendeu uma faísca de jornalismo investigativo. Hoje o nome do empresário anda regularmente junto às cinco letrinhas providenciais – e emergem até mesmo reportagens que o conectam a outras quatro letrinhas milagrosas: Lula.
A história de Eike é, antes de tudo, um emblema do capitalismo de Estado brasileiro. Durante o regime militar, Eliezer Batista circulou pelos portões giratórios que interligavam as empresas mineradoras internacionais à estatal Vale do Rio Doce. Duas décadas depois seu filho se converteu no ícone de uma estratégia de modernização do capitalismo de Estado que almeja produzir uma elite de megaempresários associados à nova elite política lulista.
“O BNDES é o melhor banco do mundo”, proclamou Eike em 2010, no lançamento das obras do Superporto Sudeste, da MMX. O projeto, orçado em R$ 1,8 bilhão, acabava de receber financiamento de R$ 1,2 bilhão do banco público de desenvolvimento, que também é sócio das empresas LLX, de logística, e MPX, de energia. No ano seguinte o banco negociou com o empresário duas operações de injeção de capital no valor de R$ 3,2 bilhões, aumentando em R$ 600 milhões sua participação na MPX e abrindo uma linha de crédito de R$ 2,7 bilhões para as obras do estaleiro da OSX, orçadas em pouco mais de R$ 3 bilhões, no Porto do Açu, da LLX. Hoje o endividamento do Grupo X com o banco mais generoso do mundo gira em torno de R$ 4,5 bilhões – algo como 23% do seu valor total de mercado.
“A natureza sempre foi generosa comigo”, explicou Eike. “As pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo”, explicou Lula. A política, não a economia, a “natureza” ou a sorte, inflou o balão do Grupo X. Dez anos atrás o BNDES não era “o melhor banco do mundo”. Alcançou essa condição por meio de uma expansão assombrosa de seu capital deflagrada no final do primeiro mandato de Lula da Silva. A mágica sustentou-se sobre o truque prosaico da transferência de recursos do Tesouro Nacional para o BNDES. O dinheiro ilimitado que irrigou o Grupo X e impulsionou uma bolha de expectativas desmesuradas no mercado acionário é, num sentido brutalmente literal, seu, meu, nosso, dos filhos de todos nós e das crianças que ainda não nasceram, mas pagarão a conta da dívida pública gerada pela aventura do empresário emblemático.
Eike é emblema, mas também indício. A saga da célere ascensão e do ainda mais rápido declínio do Grupo X contém uma profusão de pistas, ainda não exploradas, das relações perigosas entre o círculo interno do lulismo e o mundo dos altos negócios.
Na condição de “consultor privado”, em julho de 2006 o ex-ministro José Dirceu viajou à Bolívia, num jatinho da MMX, exatamente quando o governo de Evo Morales recusava licença de operação à siderúrgica de Eike. Nos anos seguintes, impulsionado por um fluxo torrencial de dinheiro do BNDES, o Grupo X atravessou as corredeiras da fortuna. Durante a travessia, em 2009 o empresário contou com o beneplácito de Lula para uma tentativa frustrada de adquirir o controle da Vale, pela compra a preço de oportunidade da participação acionária dos fundos de pensão, do BNDES e do Bradesco na antiga estatal. Naquele mesmo ano o fracasso de bilheteria Lula, o Filho do Brasil, produzido com orçamento recordista, contou com o aporte de R$ 1 milhão do empreendedor X.
A parceria entre os dois “filhos do Brasil” não foi abalada pela reversão do movimento da roda da fortuna. Em janeiro passado, a bordo do jato do virtuoso empresário, Eike e o ex-presidente visitaram o Porto do Açu. O tema do encontro teria sido um plano de transferência para o Açu de um investimento de R$ 500 milhões de um estaleiro que uma empresa de Cingapura ergue no Espírito Santo. Em março, depois que Lula lhe recomendou prestar maior atenção às demandas dos empresários, Dilma Rousseff reuniu-se com 28 megaempresários, entre eles o inefável X. Dias depois, numa reunião menor, a presidente e um representante do BNDES se teriam sentado à mesa com Eike e seus credores privados do Itaú, Bradesco e BTG-Pactual.
Equilibrando-se à beira do abismo, o Grupo X explora diferentes hipóteses de resgate. O BNDES, opção preferencial, concedeu um novo financiamento, de R$ 935 milhões, à MMX e analisa uma solicitação da OSX, de créditos para a construção de uma plataforma de petróleo. Entrementes, diante da deterioração financeira do “melhor banco do mundo”, emergem opções alternativas. No cenário mais provável, o Porto do Açu seria resgatado por uma série de iniciativas da Petrobrás e da Empresa de Planejamento e Logística. A primeira converteria a imensa estrutura portuária sem demanda em base para a produção de petróleo na Bacia de Campos. A segunda esculpiria um pacote de licitações de modo a ligar o porto fincado no meio do nada à malha ferroviária nacional, assumindo os riscos financeiros da operação.
No registro do emblema, a vasta mobilização de empresas estatais e recursos públicos para salvar o Grupo X pode ser justificada em nome da “imagem do País no exterior”, como sugere candidamente o governo, ou da proteção da imagem do próprio governo e de seu modelo de capitalismo de Estado, como interpretam as raras vozes críticas. No registro do indício, porém, o resgate em curso solicitaria investigações de outra ordem e de amplas implicações – que, por isso mesmo, não serão feitas.

Governo do povo...,


BILHÕES DE REAIS DOS COFRES PÚBLICOS REMUNERAM REGIAMENTE AS GRANDES REDES DE TELEVISÃO. É ALGO ESPANTOSO!

O quadro acima, que está publicado no Blog do Garotinho, dá uma idéia dos gastos da propaganda estatal federal só nas emissoras de televisão. E ainda tem os grandes jornais e depois centenas de pequenas emissoras de rádios e jornais em todo o país que, evidentemente, também recebem seus caraminguás.

Depois afirmam que o baiano João Santana, o ministro sem pasta do governo da Dilma, é um marketeiro muito competente, um sujeito genial, o mago do marketing político. Que Lula é um sábio e que a Dilma vai se eleger no primeiro turno. 

Creio que não precisa dizer mais nada. Os números dessa planilha falam por si só. 

No final deste mês o Imposto de Renda cobrado dos assalariados volta o entupir o cofre do governo. Os donos dos veículos da grande mídia, e especialmente a Rede Globo, têm garantida ao longo do ano essa fabulosa verba.

Tudo isto é vergonhoso, degradante, pérfido. O PT conseguiu apodrecer completamente o Brasil. 

Para os empresários da indústria os caraminguás chegam na forma de "desoneração fiscal". Para o miserável na forma de "bolsa família".

A classe média recebe apenas ameaças e desaforos dos esbirros do PT e, além de pagar o grosso dos impostos, ainda é acusada de ser uma "elite excludente".
http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2013/04/bilhoes-de-reais-dos-cofres-publicos.html

terça-feira, 23 de abril de 2013

"Dilmês castiço"

 editorial do Estadão

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTE DOMINGO
Já se tornou proverbial a dificuldade que a presidente Dilma Rousseff tem de concatenar ideias, vírgulas e concordâncias quando discursa de improviso. No entanto, diante da paralisia do Brasil e da desastrada condução da política econômica, o que antes causaria somente riso e seria perdoável agora começa a preocupar. O despreparo da presidente da República, que se manifesta com frases estabanadas e raciocínio tortuoso, indica tempos muito difíceis pela frente, pois é principalmente dela que se esperam a inteligência e a habilidade para enfrentar o atual momento do País.
No mais recente atentado à lógica, à história e à língua pátria, ocorrido no último dia 16/4, Dilma comentava o que seu governo pretende fazer em relação à inflação e, lá pelas tantas, disparou: “E eu quero adentrar pela questão da inflação e dizer a vocês que a inflação foi uma conquista desses dez últimos anos do governo do presidente Lula e do meu governo”. Na ânsia de, mais uma vez, assumir para si e para seu chefe, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, os méritos por algo que não lhes diz respeito, Dilma, primeiro, cometeu ato falho e, depois, colocou na conta das “conquistas” do PT o controle da inflação, como se o PT não tivesse boicotado o Plano Real, este sim, responsável por acabar com a chaga da inflação no Brasil. Em 1994, quando disputava a Presidência contra Fernando Henrique Cardoso, Lula chegou a dizer que o Plano Real era um “estelionato eleitoral”.
Deixando de lado a evidente má-fé da frase, deve-se atribuir a ato falho a afirmação de que a inflação é “uma conquista”, pois é evidente que ela queria dizer que a conquista é o controle da inflação. Mas é justamente aí que está o problema todo: se a presidente não consegue se expressar com um mínimo de clareza em relação a um assunto tão importante, se ela é capaz de cometer deslizes tão primários, se ela quer dizer algo expressando seu exato oposto, como esperar que tenha capacidade para conduzir o governo de modo a debelar a escalada dos preços e a fazer o País voltar a crescer? Se o distinto público não consegue entender o que Dilma fala, como acreditar que seus muitos ministros consigam?
A impulsividade destrambelhada de Dilma já causou estragos reais. Em março, durante encontro dos Brics em Durban (África do Sul), a presidente disse aos jornalistas que não usaria juros para combater a inflação, sinalizando uma opção preferencial pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Em sua linguagem peculiar, a fala foi a seguinte: “Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico. (…) Então, eu acredito o seguinte: esse receituário que quer matar o doente, ao invés de curar a doença, ele é complicado. Eu vou acabar com o crescimento no país? Isso está datado, isso eu acho que é uma política superada”. Imediatamente, a declaração causou nervosismo nos mercados em relação aos juros futuros, o que obrigou Dilma a tentar negar que havia dito o que disse. E ela, claro, acusou os jornalistas de terem cometido uma “manipulação inadmissível” de suas declarações, que apontavam evidente tolerância com a inflação alta – para não falar da invasão da área exclusiva do Banco Central.
O fato é que o governo parece perdido sobre como atacar a alta dos preços e manter a estabilidade a duras penas conquistada, principalmente com um Banco Central submisso à presidente. Por razões puramente eleitorais, Dilma não deverá fazer o que dela se espera, isto é, adotar medidas amargas para conter a escalada inflacionária. Lançada candidata à reeleição por Lula, ela já está em campanha.
Num desses discursos de palanque, em Belo Horizonte, Dilma disse, em dilmês castiço, que a inflação já está sob controle, embora todos saibam que não está. “A inflação, quando olho para a frente, ela está em queda, apesar do índice anualizado do ano (sic) ainda estar acima do que nós queremos alcançar, do que nós queremos de ideal”, afirmou. E completou: “Os alimentos também começaram a registrar, mesmo com todas as tentativas de transformar os alimentos no tomate (sic), os alimentos começaram uma tendência a reduzir de preço”. Ganha um tomate quem conseguir entender essa frase.
*Augusto Nunes

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Acórdão Mensalão...,



O resumo do processo, publicado na semana passada, reafirmou os principais pontos da decisão, como, por exemplo, o que considerou o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) o organizador e controlador do esquema.
O antigo homem-forte do governo Lula foi condenado a mais de 10 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.

STF publica íntegra de acórdão e mensaleiros podem recorrer a partir de amanhã - Brasil - Notícia - VEJA.com

domingo, 21 de abril de 2013

Entrevista com Mario Vargas Llosa


Mario Vargas Llosa: "Dilma não deveria apoiar uma fraude eleitoral"


“Governos democráticos não devem se tornar cúmplices de governos autoritários”
"Os países chavistas representam o atraso na América Latina. Os países que progridem são os comprometidos com a democracia"
O escritor peruano Mario Vargas Llosa, de 77 anos, ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2010, voltou ao Brasil, depois de três anos, para dar uma palestra no ciclo Fronteiras do Pensamento, em São Paulo. Defensor dos princípios liberais e democráticos, Llosa é hoje um dos raros intelectuais públicos militantes. “Estou esperançoso com o destino da América Latina”, diz. “Pela primeira vez, o continente conta com uma esquerda não autoritária e uma direita genuinamente interessada em democracia.” Uma exceção, segundo ele, é o chavismo na Venezuela – tão absurdo que, em sua opinião, daria um romance. 

Como o livro se chamaria? O autor de A festa do bode, ficção sobre o ditador dominicano Rafael Trujillo, responde, bem-humorado: A festa do passarinho. O presidente venezuelano,Nicolás Maduro, durante a campanha eleitoral, disse em discursos que ouvia a voz deHugo Chávez no canto dos pássaros. Abrindo várias vezes o sorriso largo que se tornou sua marca, Llosa deu a seguinte entrevista a ÉPOCA. 
ÉPOCA – Como o senhor analisa a eleição na Venezuela, vencida por Nicolás Maduro por uma diferença de pouco mais de 1 ponto percentual?
Mario Vargas Llosa –
 Henrique Capriles ganhou as eleições. O uso da máquina do Estado e de seus meios de comunicação foi tão desproporcional que Nicolás Maduro deveria ter vencido o pleito de forma avassaladora. Não foi assim. Houve praticamente um empate. Isso significa claramente que há uma grande reação do povo venezuelano contra o chavismo, contra o que representa Maduro. Por isso, a possibilidade de fraude é grande. Também por isso, me parece justo fazer a recontagem rigorosa dos votos. Os presidentes da América Latina não deveriam legitimar uma possível fraude eleitoral, indo assistir à entronização de Maduro. Seria um ato de cumplicidade contra o povo venezuelano, que claramente pede a democratização, a abertura, a mudança de política. É um momento importante, talvez fundamental, na história da América Latina.


A entrevista completa na revista:

http://revistaepoca.globo.com//cultura/noticia/2013/04/mario-vargas-llosa-dilma-nao-deveria-apoiar-uma-fraude-eleitoral.html

sábado, 20 de abril de 2013

Perigo de explosão


A reportagem de VEJA sobre o caso Rose lembrou a Lula que sábado é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório


Palazzo Pamphili, sede da embaixada brasileira em Roma: hotel de Rose
Há 148 dias Lula insulta o Brasil que presta com a acintosa mudez sobre o escândalo que protagonizou em companhia de Rosemary Noronha. Neste sábado, a reportagem de capa de VEJA, que revela bandalheiras colecionadas pela ex-segunda-dama na chefia do escritório da Presidência da República em São Paulo, confirmou que o caso não será sepultado pelo silêncio do artista de palanque. Também lembrou ao ex-presidente que sábado é mesmo o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório.
Ressentida com parceiros e amigos que a teriam abandonado, Rose ainda não engole a ideia de naufragar sozinha. Vai afundar atirando, prometem as ameaças em código que vem emitindo. Uma delas foi a troca dos responsáveis por defendê-la. Entregue até recentemente aos cuidados de advogados escolhidos pelo PT, Rose contratou um escritório que durante anos prestou serviços ao PSDB para livrá-la de punições aplicáveis aos muitos crimes que cometeu.
Outro sinal de perigo a ameaça é a lista de testemunhas arroladas pelos novos defensores da vigarista que Lula promoveu a servidora da pátria. Para ajudá-la a escapar do processo administrativo em que é acusada de usar e abusar da estrutura do gabinete presidencial em benefício próprio, foram relacionados, por exemplo, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e ex-chefe de gabinete de Lula, a notória Erenice Guerra, ex-braço direito de Dilma Rousseff, e Ricardo Oliveira, ex-vice-presidente do Banco do Brasil e assíduo frequentador do escritório na Avenida Paulista.
A reportagem de Robson Bonin se amparou no relatório final de 120 páginas, elaborado por técnicos do Planalto, que condensa os resultados da sindicância que levou a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a pedir a abertura do processo administrativo contra a Primeiríssima Amiga. VEJA teve acesso ao documento.
Confira dois trechos da reportagem:
Era grosseira e arrogante com seus subalternos. Ao mesmo tempo, servia com presteza aos poderosos, sempre interessada em obter vantagens pessoais — um fim de semana em um resort ou um cruzeiro de navio, por exemplo. Rosemary adorava mordomias. Usava o carro oficial para ir ao dentista, ao médico, a restaurantes e para transportar as filhas e amigos. O motorista era seu contínuo de luxo. Rodava São Paulo a bordo do sedã presidencial entregando cartas e pacotes, fazendo depósitos bancários e realizando compras. Como uma rainha impiedosa, ela espezinhava seus subordinados.
Mensagens inéditas reunidas no relatório da investigação mostram que a ex-secretária foi recebida com honras de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma. Todas as facilidades possíveis lhe foram disponibilizadas. Rose temia ter problemas com a imigração no desembarque em Roma. O embaixador José Viegas enviou-lhe uma carta oficial que poderia ser apresentada em caso de algum imprevisto. Rose não conhecia a Itália. O embaixador colocou o motorista oficial à sua disposição. Rose não tinha hotel. O embaixador convidou-a a ficar hospedada no Palazzo Pamphili — e ela não ocuparia um quarto qualquer. Na mensagem, o embaixador brasileiro saudou a ida de Rose com um benvenuti!, em seguida desejou-lhe buon viaggio e avisou que ela ficaria hospedada com o marido no “quarto vermelho”. Quarto vermelho?! Como o Itamaraty desconhece esse tipo de denominação, acredita-se que “quarto vermelho” fosse um código para identificar os aposentos relacionados ao chefe — assim como normalmente se diz “telefone vermelho”, “botão vermelho”, “sala vermelha”…
Há muito mais informações nas páginas da revista. E seguem seu curso os desdobramentos judiciais da Operação Porto Seguro, que descobriu as patifarias que enriqueceram a protegida do rei e pseus comparsas. Se Lula persistir na tática da afonia seletiva, o Ministério Público e a Polícia Federal terão  de obrigá-lo a falar sobre as delinquências em que se meteu ao lado de uma quadrilheira. Rose é coisa dele.
*Augusto Nunes




Cerveja artesanal custa até 800 dólares; Conheça as mais caras - Economia - Notícia - VEJA.com

Bom sábado de sol!
Vai uma cerveja aí?
Enquanto o Brasil tenta vencer o atraso regulatório que o impede de fabricar cervejas exóticas, outros países já o fazem - e cobram caro por isso. Um levantamento feito pelo site LuxuryLaunches, especializado em mercado de luxo, destacou as cervejas mais caras do mundo. Os preços variam de 44 a 800 dólares. Contudo, poucos exemplares podem ser encontrados no Brasil. Uma das poucas é Sink the Bismarck!, que custa 85 dólares no exterior e é vendida por 600 reais em território nacional. Confira a lista das mais caras:

Cerveja artesanal custa até 800 dólares; Conheça as mais caras - Economia - Notícia - VEJA.com





Tudo são flores no planalto...,

20/04/2013
Presidência da República gastará R$ 208 mil em flores este ano
Marina Dutra e Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
A Presidência da República adiantou a primavera e garantiu que a estação das flores perpetue para o ano inteiro. A Pasta firmou na última semana um contrato de fornecimento de flores nobres, tropicais e de campo com a empresa Cadmo Costa Oliveira. Do total de R$ 208 mil previstos no contrato, já foram empenhados R$ 206 mil para a compra de diversos tipos de flores, inclusive de coroas fúnebres.
As aquisições florais serão utilizadas, segundo assessoria da Presidência em datas natalícias, falecimentos de autoridades, arranjos para eventos com a presença da Presidenta da República, de Ministros de Estado e de autoridades estrangeiras, na decoração do Gabinete Pessoal, da Residência Oficial e dos Gabinetes Regionais da Presidência da República.
Mais da metade da verba será empregada na compra de flores ornamentais. Segundo a nota de empenho, bromélias, antúrios, crisântemos, azaleias, orquídeas com floração nova e botões abrindo e plantadas de forma artística compõem os pedidos da Pasta. As plantas devem estar em caxepôs (vasos com rodinhas) de vidro, cerâmica, em alguns casos, chinesas, vime ou madeira. As plantas podem ter ainda acabamentos artísticos.
Serão 992 plantas ornamentais, ao custo de R$ 105,5 mil. O ornamento mais barato, que consiste em crisântemos e azaléias, sairá por R$ 55. Já a orquídea do tipo Denfales, com cascas de madeira e musgo para acabamento custará R$ 122.
Outros 25% do valor total empenhado será utilizado para a compra de arranjos florais. Serão 1.850 arranjos, ao custo de 58,4 mil. O mais simples, composto por folhagens, asparagus, dracena eucalipto e outras folhas sairá por R$ 6,00. Por outro lado, o arranjo mais sofisticado será adquirido por R$ 250 cada. Esse é do tipo jardineira com caimento e contêm flores nobres de primeira qualidade como rosas, copos de leite, lírios, orquídeas e tulipas.
A terceira maior compra, segundo a nota de empenho, foi de 80 coroas fúnebres grandes, que custarão R$ 42 mil. O valor de cada coroa varia entre R$ 500 e R$ 550. As coroas são feitas de flores de primeira qualidade e medem 200 cm de altura por 150 cm de largura. Cada uma deverá ter, no mínimo, 200 flores.
A compra dos arranjos florais ocorreu por pregão eletrônico e cada item do edital foi “oferecido” separadamente para as empresas participantes. A instituição vencedora de todos os itens do leilão às avessas, isto é, porque ganha a entidade que oferecer o menor valor do que as outras, foi a Cadmo Costa Oliveira.  A mesma entidade venceu licitações semelhantes em 2011 e 2012. Em 2011, a Cadmo embolsou R$ 38,4 mil e em 2012, R$ 89,8 mil.
Segundo a assessoria da Pasta, a razão principal no aumento dos valores destinado à compra de flores diz respeito a mudanças no quantitativo de itens contratados. Tendo percebido aumento da necessidade ou da demanda de alguns itens em 2012, foi requerida a contratação de quantidade superior de alguns tipos de arranjos.
A Presidência afirmou ainda que, por se tratar de contrato para fornecimento de itens sob demanda, o gestor estima quantidades e variedades de itens conforme a experiência de anos anteriores, buscando evitar o esgotamento de itens contratados no período contratado, bem como a necessidade de realizar novo processo licitatório naquele período.
Confira aqui a nota de empenho

ROSEGATE...,


VEJA teve acesso ao relatório sobre as ações de Rosemary na Presidência; íntima de Lula ameaça botar a boca no trombone

É… VEJA teve acesso às 120 páginas do relatório final elaborado por técnicos do Planalto sobre a atuação de Rosemary Noronha, a amiga íntima que Luiz Inácio Lula da Silva mantinha no escritório da Presidência da República de São Paulo. Ela está inquieta e ameaça explodir. Acha que foi abandonada pelos antigos amigos. Para se defender no processo administrativo, Rosemary fez um rol de testemunhas de defesa que, tudo indica, já embute uma espécie de ameaça: Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e ex-chefe de gabinete de Lula, e Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil e ex-braço direito da presidente Dilma, encabeçam a lista. Completam o rol Beto Vasconcelos, atual número 2 da Casa Civil, e Ricardo Oliveira, ex-vice-presidente do Banco do Brasil e um assíduo visitante do gabinete que ela chefiava na avenida Paulista. São apenas os primeiros nomes, segundo a estratégia montada pela ex-secretária.
Rosemary parece dizer algo assim: “Esses aí sabem o que eu fazia…”. Leiam trechos da reportagem de Robson Bonin.
*
(…)
O resultado da investigação é um manual de como proceder para fraudar e trapacear no comando de um cargo público quando seu ocupante priva da intimidade do presidente da República. Sob o comando da Casa Civil da Presidência, os técnicos rastrearam anormalidades na evolução patrimonial de Rosemary Noronha e recomendaram que ela seja investigada por suspeita de enriquecimento ilícito. Um processo administrativo já foi aberto na Controladoria Geral da União.

(…)
A sindicância destoa da tradição dos governos petistas de amenizar os pecados de companheiros pilhados em falcatruas. Dedicado exclusivamente aos feitos da poderosa chefe de gabinete, o calhamaço de 120 páginas produzido pela sindicância é severo com a ex-secretária. Mostra que Rosemary encontrou diferentes formas de desvirtuar as funções do cargo. Ela pedia favores ao “PR ” — como costumava se referir a Lula em suas mensagens — com frequência.
Era grosseira e arrogante com seus subalternos. Ao mesmo tempo, servia com presteza aos poderosos, sempre interessada em obter vantagens pessoais — um fim de semana em um resort ou um cruzeiro de navio, por exemplo. Rosemary adorava mordomias. Usava o carro oficial para ir ao dentista, ao médico, a restaurantes e para transportar as filhas e amigos. O motorista era seu contínuo de luxo. Rodava São Paulo a bordo do sedã presidencial entregando cartas e pacotes, fazendo depósitos bancários e realizando compras. Como uma rainha impiedosa, ela espezinhava seus subordinados.
(…)
Como chefe de estado
Mensagens inéditas reunidas no relatório da investigação mostram que a ex-secretária foi recebida com honras de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma. Todas as facilidades possíveis lhe foram disponibilizadas. Rose temia ter problemas com a imigração no desembarque em Roma. O embaixador José Viegas enviou-lhe uma carta oficial que poderia ser apresentada em caso de algum imprevisto. Rose não conhecia a Itália. O embaixador colocou o motorista oficial à sua disposição. Rose não tinha hotel. O embaixador convidou-a a ficar hospedada no Palazzo Pamphili — e ela não ocuparia um quarto qualquer. Na mensagem, o embaixador brasileiro saudou a ida de Rose com um benvenuti!, em seguida desejou-lhe buon viaggio e avisou que ela ficaria hospedada com o marido no “quarto vermelho”. Quarto vermelho?! Como o Itamaraty desconhece esse tipo de denominação, acredita-se que “quarto vermelho” fosse um código para identificar os aposentos relacionados ao chefe — assim como normalmente se diz “telefone vermelho”, “botão vermelho”, “sala vermelha”…
(…)
Pode explodirRosemary Noronha está magoada e ameaça um revide em grande estilo. Sentindo-se desamparada pelos velhos companheiros que deixaram correr solta a investigação que pode levá-la mais uma vez às barras da Justiça, agora por enriquecimento ilícito, a ex-chefe do gabinete presidencial em São Paulo ameaça contar seus segredos e implicar gente graúda do partido e do governo. Se não for apenas mais um jogo de chantagem típico dos escândalos do universo petista, Rose poderá enfim dar uma grande contribuição ao país. Pelo menos até aqui, a ameaça da amiga dileta de Lula faz-se acompanhar de lances concretos — tão concretos que têm preocupado enormemente a cúpula partidária.
O mais emblemático deles é a troca da banca responsável por sua defesa. Rose, que vinha sendo defendida por advogados ligados ao PT, acaba de contratar um escritório que durante anos prestou serviços a tucanos. O Medina Osório Advogados, banca com sede em Porto Alegre e filial no Rio de Janeiro, trabalhou para o PSDB nacional e foi responsável pela defesa de tucanos em vários processos, como os enfrentados pela ex-governadora gaúcha Yeda Crusius.
Os novos advogados foram contratados para defendê-la no processo administrativo em que ela é acusada de usar e abusar da estrutura da Presidência da República em benefício próprio — justamente o motivo da mágoa que Rose guarda de seus antigos amigos (…).
Leia a íntegra na revista.
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 16 de abril de 2013

Lembram dos valentes que estão na foto protestando contra o rajuste do salário mínimo acima da inflação? É de maio de 2000. Da esquerda para a direita, vocês vêem os então deputados Aloizio Mercadante, Antonio Palocci, José Dirceu, Babá (hoje no PSOL) e Ricardo Berzoini. Todos eles protestam contra o reajuste do mínimo proposto pelo governo FHC, que passava de R$ 136 para R$ 151 — 11,11% de reajuste. A inflação de 1999 tinha sido de 8,94%. No ano seguinte, 2001, o mínimo foi para R$ 180 (19% de elevação), contra uma inflação, em 2000, de 5,97%. O salário votado para 2002 foi de R$ 200, com reajuste de 11,11%, contra uma inflação, em 2001, de 7,67%.


Proposta do governo para o salário mínimo de 2014 é um atentado contra a dignidade humana

Falta de vergonha – Sem saber como combater a crise econômica e muito menos o que o futuro reserva aos brasileiros, o governo da presidente Dilma Rousseff está empenhado na elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que trata do Orçamento da União de 2014 e será enviada ao Congresso Nacional em breve. De acordo com a proposta, divulgada nesta segunda-feira (15) pelo Ministério do Planejamento, o governo dos trabalhadores pretende elevar o salário mínimo, que saltaria dos atuais R$ 678 para R$ 719,48, logo no primeiro dia do próximo ano.
O aumento proposto pelo governo do PT ao salário mínimo é tão ridículo quanto o concedido em 2012 e que elevou o piso nacional para irrisórios R$ 678. O aumento de R$ 41,48 representa R$ 6,12% do mínimo atual, em um país onde a inflação acumulada nos últimos doze meses bateu na casa dos 6,59%, acima do teto da meta fixada pelo governo.
Essa proposta não apenas beira a utopia, mas atropela os discursos passados do PT, que sempre defendeu os números sugeridos pelo Dieese, que no último cálculo considerou um salário ideal, capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador, o valor de R$ 2.824,92. Ou seja, o que o Planalto propõe para 2014 corresponde a 25% do mínimo sugerido pelo Dieese para este mês de abril.
Se tomada por base a inflação real, não a divulgada pelo governo, o aumento do salário mínimo para o próximo ano é um atentado contra a humanidade. O Palácio do Planalto tem se apoiado nos discursos embusteiros sobre a redução da miséria, mas é inimaginável sobreviver com R$ 678 sem enfrentar pelo menos alguns lampejos de miséria. A situação piora quando o salário mínimo é pouco para quem recebe e muito para quem paga.
O mais absurdo está no fato de que os políticos do PT fazem pose quando falam de transferência de renda e combate à pobreza, não sem antes insistirem na tese de transformar o consumo interno em arma para liquidar a crise econômica.
Não há político que consiga expressivos índices de aprovação popular à sombra de um salário que garante a compra de uma reles cesta básica e o direito de usar o transporte público duas vezes ao dia. Isso mostra que as pesquisas de opinião que apontam a aprovação recorde de Dilma não traduzem a realidade dos fatos e confirmam a eficácia das esmolas sociais na formação de obedientes currais eleitorais, mesmo o governo negando essa possibilidade.

"Choro fora de hora"


RICARDO NOBLAT

Foi Luiz Fux que admitiu ter saído por aí durante o segundo governo Lula à caça de apoios para ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Acabou nomeado por Dilma. Em meio ao julgamento do mensalão, líderes do PT plantaram notas em jornais garantindo que o episódio acontecera. Irado, Fux aproveitou uma festa em Brasília e comentou o fato com o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF).
Na semana seguinte, procurado por Mônica Bergamo, colunista daFolha de S. Paulo, admitiu que fizera, sim, campanha para ocupar uma vaga no STF. E que conversara a respeito com o ex-ministro José Dirceu. Conversou seis vezes. E mais de uma dezena com Evanise, mulher de Dirceu. Negou, porém, que tivesse prometido absolvê-lo caso participasse do julgamento. “Não me lembrei que ele era réu”, alegou Fux, o distraído.
Às vésperas da publicação do acórdão do julgamento, o que pretende Dirceu ao revisitar o episódio e dizer que foi assediado moralmente por Fux para ajudá-lo a se tornar ministro do STF? Vingar-se por ter bancado o bobão? Desmoralizar o ministro? Difícil que consiga. O distinto público está satisfeito com o resultado do julgamento. E com Fux e todos que votaram pela condenação dos réus.
Dirceu imagina sugerir que houve parcialidade no julgamento pelo menos da parte de Fux? Difícil de entender o raciocínio dele. Digamos que Fux prometeu votar a favor de Dirceu. Haveria parcialidade se ele tivesse honrado a palavra. Ou a intenção de Dirceu seria forçar a Procuradoria Geral da República a investigar o comportamento de Fux? Com base em que provas? Fux tem credibilidade, Dirceu, não, segundo o procurador.
Quantos ministros não procederam como Fux para ganhar uma cadeira no STF? Joaquim Barbosa foi um dos poucos que não procederam. O objetivo de Dirceu não era este, certamente não era, mas ao dizer o que disse sobre Fux pode ter estimulado a discussão a cerca do que os três poderes da República sempre passaram ao largo – a natureza doméstica do processo de escolha dos ministros de tribunais superiores.
A Constituição exige de um aspirante a ministro que tenha notório saber jurídico e reputação ilibada. A escolha é do presidente da República, submetida ao Senado. Na história de mais 100 anos do STF, o Senado só rejeitou um nome. A aprovação, portanto, é um mero e inócuo ritual. Ninguém se interessa em interrogar a fundo um candidato a ministro. E se no futuro precisar dele no exame de alguma questão?
Joaquim Barbosa tem um notável currículo. O que pesou mais para que virasse ministro, contudo, foi sua cor. Em certa época, Lula encantou-se por ministros temáticos – negro, mulher, do Nordeste, do Sudeste. Dias Tóffoli entrou na cota do PT. Dele não se exigiu notório saber jurídico. Por duas vezes foi reprovado em concursos para juiz. O que vale é que por longo tempo serviu a Lula e ao PT com lealdade.
Se Dirceu discorda do modo pouco republicano como os ministros do STF costumam ser indicados, deveria, no mínimo, ter dado um fora em Fux ao ser procurado por ele atrás de patrocínio. Se não discorda, choraminga fora de hora. Deixou Dilma sob a suspeita de que promoveu Fux a ministro de olho no voto favorável dele à absolvição dos mensaleiros. Na verdade, o maior cabo eleitoral de Fux foi Antonio Palocci.
A prisão espera Dirceu. Uma aposentadoria cinco estrelas, Fux. Que não pode se queixar da vida confortável e repleta de mimos que leva desde agora.