quarta-feira, 31 de agosto de 2016

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Editorial do Estadão: Ficção e pieguice

Dilma classificou sua reeleição como “rude golpe a setores da elite conservadora brasileira”. Na verdade, foi um tremendo golpe para todos os brasileiros.


Num discurso de 50 minutos feito ontem perante o Senado Federal, com o qual pretendeu se defender das acusações pelas quais será julgada nas próximas horas pelos senadores, a presidente afastada Dilma Rousseff produziu uma peça de ficção entremeada por lances de pieguice explícita. Foi um fecho melancólico do itinerário político de uma chefe de governo que, simplesmente, fez tudo errado e levou o País para o buraco. Tudo consequência do autoritarismo e da soberba de um projeto de poder irresponsavelmente populista, agravado pela incompetência gerencial e pela inapetência para o jogo político reveladas pela criatura imposta por Lula para revezar com ele a cadeira presidencial.
O argumento central da defesa de Dilma, repetido à saciedade ao longo de todo o processo do impeachment que chega agora a seu desfecho, é que, alimentados pelo ódio e pela intolerância, seus adversários, ao verem “contrariados e feridos nas urnas os interesses da elite econômica e política”, assacam contra ela acusações infundadas. E protestou: “As provas produzidas deixam claro e inconteste que as acusações contra mim dirigidas são meros pretextos, embasados por uma frágil retórica jurídica”. Dilma tem todo o direito de pensar o que quiser sobre o julgamento no qual é ré, mas não é a ela, e sim aos juízes, constitucionalmente investidos de autoridade jurídica e política para tanto, que caberá decidir se ela é ou não culpada. Essa é uma responsabilidade atribuída ao Congresso Nacional. E até agora, seja no âmbito da competência dos deputados, seja na dos senadores, Dilma perdeu sempre.
A presidente afastada sabe que perderá até o amargo fim e, portanto, nada mais lhe resta senão apelar para o ilusionismo retórico e as lágrimas de crocodilo em desesperada tentativa de reverter os votos de senadores que imagina que ainda possam ser persuadidos a absolvê-la e de convencer a opinião pública de que merece um lugar de destaque e honra na história que se escreverá. Foi certamente com essa intenção que Dilma reiterou com insistência, ao longo de sua fala, dois pontos: as “marcas da tortura” de que foi vítima quando pegou em armas para combater a ditadura militar e o fato de que “não há crime” nos crimes que lhe são imputados pela acusação.
Dilma classificou sua reeleição como “rude golpe a setores da elite conservadora brasileira”. Na verdade, foi um tremendo golpe para todos os brasileiros. É que, durante a campanha presidencial, ela fez tudo para dissimular a grave situação das contas públicas e a forte retração da atividade econômica, atribuindo aos adversários a intenção de praticar todas as “maldades” que ela própria, tão logo reeleita, tentou em vão implantar para aliviar a crise.
Dos argumentos de que a presidente afastada lançou mão em sua arenga, o mais ridículo é o de que, primeiro “é uma desproporção” mover um processo de impeachment por crimes como os que constam da acusação – ou seja, de pequena monta. Dilma protestou contra a tentativa de “criminalizar” o Plano Safra, quando em momento algum a acusação emitiu juízo de valor sobre aquele plano de subsídio à agricultura, limitando-se a denunciar que a forma de efetivação do financiamento violou a lei, pois o governo – controlador de bancos públicos – fez operações de crédito com essas instituições, numa prática vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Dilma ainda teve de fazer malabarismos para não entrar em choque com o PT, que acaba de rejeitar sua ideia de, caso seja reconduzida à Presidência, convocar um plebiscito para decidir sobre a antecipação das eleições presidenciais: “Chego à última etapa desse processo comprometida com a realização de uma demanda da maioria dos brasileiros: convocá-los a decidir, nas urnas, sobre o futuro de nosso país. Diálogo, participação e voto direto e livre são as melhores armas que temos para a preservação da democracia”.
Como era inevitável, Dilma protestou também contra o fato de estar sendo julgada pelo “conjunto da obra”. De fato, a profunda crise em que ela afundou o País agrava sua situação. Mas o julgamento em curso é, por definição, também político. E dessa perspectiva é impossível ignorar o “conjunto da obra”.

Na mais longa sequência de improvisos em dilmês castiço, o grande ausente foi um intérprete

Por falta de alguém que traduzisse o depoimento para o português, muitos senadores ficaram sem entender o que a presidente estava dizendo para, como sempre, esconder a verdade.


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Dilma Rousseff até que fez bonito na prova de leitura de discurso: abstraídas três ou quatro derrapagens veniais (como o “Vicente” acrescentado ao prenome do presidente João Belchior Marques Goulart), recitou com cuidado e atenção o texto escrito por algum assessor alfabetizado. Como antecipou esta coluna, o desastre começou a desenhar-se na etapa seguinte, reservada ao duelo verbal entre a depoente e parlamentares favoráveis ao impeachment.
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“Após discurso firme, Dilma volta a ser Dilma”, resumiu o título do post publicado pelo site de VEJA. “A presidente afastada voltou a fazer uso do ‘dilmês’ na fase de interrogatório”, constatou o texto. “A retórica confusa que sempre a caracterizou deu o tom das respostas aos senadores. Com frases emendadas umas nas outras e nem sempre respeitando a lógica, a presidente retomou o uso de metáforas e dos pleonasmos que consagraram o idioma próprio de Dilma”.
O zero com louvor em falatórios de improviso foi garantido com as respostas que deu às duas primeiras perguntas menos amistosas. A senadora Ana Amélia (PP-RS) quis saber o que Dilma queria dizer com a expressão “golpe parlamentar”. A interrogada pendurou-se numa imagem provavelmente nascida das trocas de ideias com a senadora ruralista e melhor amiga Kátia Abreu.
“A diferença consiste que no golpe militar é como se você tivesse uma árvore, que você derruba o governo e o regime democrático”, desandou o neurônio solitário. “O que tem acontecido no golpe parlamentar é que você tira um presidente eleito por razões que estão fragilizadas pelo fato de que não tem crime de responsabilidade que as sustentem. É como se essa árvore não fosse derrubada, mas atacada por forte e intenso ataque de fungos, por exemplo”.
Segundo da fila puxada por Ana Amélia, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) descobriu que, na cabeça baldia da presidente agonizante, a mentira comporta matizes até aqui ignorados pela ciência. “Considero que essa sua acusação é improcedente”, ensinou Dilma. “Acho que ela é aquela mentira que não tem base na realidade, ou seja, ela não expressa a verdade dos fatos”. Se existe aquela mentira sem relação com o mundo real, então também existe a mentira baseada em fatos.
O restante da sessão confirmou que, ao longo do depoimento reduzido a uma inutilidade tediosa, o grande ausente foi um intérprete. Faltou alguém que fizesse a tradução simultânea da mais longa sequência de improvisos em dilmês. Alguns senadores conseguiram decifrar a essência do falatório sem pé nem cabeça. Outros foram dormir sem saber o que a depoente estava tentando dizer para, como sempre, ocultar a verdade.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A fantasia da mulher honrada ficará em farrapos se os senadores fizerem meia dúzia de perguntas certas.

Forçada a responder de improviso, Dilma vai gaguejar mentiras com frases sem pé nem cabeça.

Dilma Rousseff vai aparecer no Senado fantasiada de ilha de honestidade ameaçada de afogamento por um oceano de conspiradores golpistas. A vastíssima conjura mobiliza tucanos ressentidos com a derrota em 2014, machos inconformados com a ascensão de uma fêmea ao cume do poder, empresários que levam a mão ao coldre quando veem ex-pobres embarcando no avião, barões da imprensa insones com a erradicação da miséria, juízes treinados pela CIA para facilitar o assalto ao pré-sal, traidores que se disfarçavam de ministros e outras ramificações da colossal direita golpista.
Cumpre ao grupo de senadores sem medo fazer o que fariam jornalistas independentes caso Dilma superasse o pavor que lhe causa a ideia de enfrentar uma entrevista coletiva de verdade. A fantasia da mulher honrada ficará em frangalhos se confrontada com meia dúzia de perguntas que obriguem a depoente a tratar de assuntos dos quais sempre fugiu. Por exemplo: que tal esclarecer se no time das brasileiras honestas onde vive se incluindo também joga Erenice Guerra? Ela mesma: a melhor amiga da presidente que também era chefe de quadrilha e acaba voltar ao noticiário político-policial a bordo de bandalheiras descobertas pela Lava Jato.
A lista de perguntas constrangedoras é interminável. Se despreza delatores, por que tentou incluir no julgamento do impeachment a delação de Sérgio Machado, o gatuno que manteve no comando da Transpetro? O que tem a dizer sobre as revelações de Delcídio do Amaral, líder do seu governo no Senado? Como pôde uma presidente fantasiada de faxineira fingir que nunca soube que a diretoria da Petrobras era infestada de corruptos? Por que mandou o Bessias entregar a Lula aquele habeas corpus preventivo disfarçado de termo de posse? Há mais, muito mais. Mas estes exemplos bastam.
Forçada a responder de improviso, Dilma vai contar mentiras com frases sem pé nem cabeça. Depois de cada tapeação, o autor da pergunta precisa registrar que a depoente não disse coisa com coisa, informar que ninguém entendeu o que disse e exigir que a depoente repita em língua de gente o besteirol gaguejado em dilmês castiço. Ela merece.

Estamos em guerra, só falta oficializar..,

Dois terços das cidades mais violentas estão no Nordeste

Segundo o Mapa da Violência 2016, dos 150 municípios com as maiores taxas de homicídio por arma de fogo no Brasil, 107 ficam na região.

O Nordeste concentra as cidades mais violentas do país. Com o surgimento de novos polos econômicos nas últimas décadas, a região precisou lidar com uma onda de criminalidade para qual não estava preparada. O resultado é que, hoje, dos 150 municípios com as maiores taxas de homicídio por arma de fogo no Brasil, 107 ficam no Nordeste – dois a cada três. No ranking de capitais, as seis primeiras colocadas também são da região.
Os dados compõem o Mapa da Violência 2016 – Homicídios por Armas de Fogo no Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), sob coordenação do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Eles mostram que, apesar de o crescimento das mortes por arma de fogo ter desacelerado na última década no país, as realidades locais e regionais não seguem um padrão.
Enquanto Rio e São Paulo, por exemplo, conseguiram reduzir os índices de assassinatos após investimentos em segurança, o Nordeste dobrou sua taxa de homicídio de 16,2 para 32,8 entre 2004 e 2014, puxando, ano a ano, os resultados do Brasil para cima. O índice é bem superior ao da segunda colocada, a Região Centro-Oeste, que tem taxa de 26 mortes por 100.000 habitantes e registrou aumento de 39,5% no período. Já o Sudeste foi o único a recuar nessa década, 41,4%, e tem catorze homicídios por arma de fogo para cada 100.000. No país, a média é de 21,2 homicídios por 100.000 habitantes.
Em 2014, o índice médio do Nordeste foi liderado por Alagoas (56,1), Ceará (42,9), Sergipe (41,2) e Rio Grande do Norte (38,9). “Na virada do século, todos eram Estados que apresentavam bons índices”, afirma Jacobo Waiselfisz. “Locais que antes tinham altos índices, como São Paulo, Rio e Pernambuco, passaram a receber recursos, e as taxas caíram.”
No Brasil, dois municípios têm taxa superior a cem homicídios por arma de fogo para cada 100.000 – número equivalente ao de zonas de guerra. São eles: Mata de São João (102,9), na Bahia, e Murici (100,7), em Alagoas, ambos em regiões metropolitanas do Nordeste. Para o cálculo, foram consideradas as cidades com mais de 10 mil habitantes, onde aconteceram 98% dos assassinatos por arma no país, no período de 2012 a 2014.
Das 150 cidades mais violentas, apenas 43 não ficam na região. O Distrito Federal e outros oito Estados não têm nenhum município na lista, incluindo São Paulo, Santa Catarina e Acre. Do Nordeste, apenas o Piauí não aparece. O estudo usa dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).
Segundo Jacobo Waiselfisz, houve uma interiorização dos crimes no Brasil, antes concentrados em grandes capitais. “Surgiram polos industriais, que são atrativos de população e de violência”, diz o sociólogo. Para ele, a “pandemia de violência” não foi acompanhada por incremento no aparato de segurança desses locais.
Já o ranking das capitais, liderado por Fortaleza, no Ceará, tem como base as taxas de 2014. Lá, foram 81,5 homicídios por arma de fogo por 100.000 habitantes. Na sequência, aparecem Maceió (73,7), São Luís (67,1), João Pessoa (60,2), Natal (53) e Aracaju (50,5). Só então, em sétimo lugar, vem Goiânia (48,5), no Centro-Oeste.
De acordo com o levantamento, as armas de fogo mataram 123 pessoas por dia em 2014. Mais do que no Massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos em São Paulo, em 1992. Para o sociólogo, apesar de a taxa de homicídio estar praticamente estável desde 2003, após uma política de controle de armas, com avanço de 0,3% ao ano, a quantidade de casos ainda preocupa. “A febre persiste. O indivíduo [Brasil] não morreu, mas continua na UTI.”

(Com Estadão Conteúdo)

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Hasta la vista..,

Faltam apenas sete dias para o fim da farsa que Lula pariu e Dilma Rousseff amamentou.


Quando a primavera chegar, a Era da Canalhice já será um cadáver em adiantado estado de decomposição.

Faltam apenas sete dias para o fim da farsa que Lula pariu e Dilma Rousseff amamentou.

A última semana deste agosto é também a última semana do mais longo e mais patético velório político da história do Brasil. Daqui a sete dias, milhões de brasileiros estarão festejando o fim de uma farsa que durou 13 anos e meio. Não é pouca coisa. Quando a primavera chegar, a Era da Canalhice já será um cadáver em decomposição.

enquanto, o governo Michel Temer é uma esperança espreitada por dúvidas. Melhor assim, atesta a comparação com a certeza medonha parida pelos governos de Lula e Dilma: com a permanência dessa dupla e seus comparsas no poder, seria proibido sonhar com a salvação de um Brasil devastado pela inépcia, pelo cinismo e pela corrupção.

No mesmo instante em que Dilma foi despejada do Planalto, sem que o presidente interino tivesse sequer esboçado uma única e escassa mudança de rumo, tudo subitamente pareceu menos aflitivo, mais respirável, menos desolador. Meia dúzia de decisões sensatas depois, o reinado do lulopetismo se reduzira a uma lembrança tão remota quanto a chegada de Cabral.

A reconstrução do Brasil não será fácil. Para torná-la menos penosa, lembremo-nos o tempo todo do legado de Lula e Dilma. Aconteça o que acontecer, o país que enfim se vai sempre será infinitamente pior do que o país que está chegando.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

‘Presidenta’ é palavra só usada por gente que flexiona a espinha com mais destreza que ginasta olímpico

A invencionice imposta por Dilma transformou-se no distintivo que identifica sabujos, vassalos, bajuladores e outras ramificações da tribo dos subalternos incuráveis.

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“Estou aqui falando como linguista”, avisa na primeira linha o comentário enviado à coluna por Rafael Brandão.
A frase é uma variação do velho “Sabe com quem está falando?” No caso, é fácil saber que estou falando com ─ melhor: estou ouvindo por escrito ─ uma sumidade em língua portuguesa, um doutor em anacolutos, assíndetos, hipérboles, pleonasmos, metonímias e verbos irregulares, fora o resto.
“Presidenta é um termo CORRETO e é aceito tanto em registros lexicográficos mais antigos quanto nos contemporâneos da língua”, começa a aula. 
As maiúsculas que engordam e elevam a estatura do adjetivo “correto” (CORRETO parece mais corpulento, mais musculoso) gritam a advertência: quem duvida da afirmação corre o risco de levar uma surra de ponto de exclamação, usado ora como borduna ora como bengala por linguistas enfurecidos. Afinal, faz mais de 100 anos que presidenta virou verbete de dicionário (“registro lexicográfico”, prefere Rafael Brandão).
“A flexão de gênero em termos como presidenta, contenta etc., está presente em três dos idiomas neolatinos: português, espanhol e italiano”, prossegue o mestre, dispensando-se de ressalvar que a maioria das nações cujos idiomas oficiais são neolatinos optou pelo exemplo da França, que mantém o Madame le Président.
A aula de falsa erudição é encerrada com um pito amplificado pelo cortejo de maiúsculas: “Portanto, pessoas, PAREM DE ATRIBUIR QUESTÕES FILOLÓGICAS A PARTIDOS POLÍTICOS. Pois no final das contas, se tornam arrogantes vocês, que opinam sem saberem sobre o que falam”.
Os idiotas estão por toda parte, alertou Nelson Rodrigues há quase 50 anos. E andam proliferando como nunca no mundo da linguística, informa o conteúdo do texto e confirma aos berros a última frase. Falta uma vírgula depois de “Pois”. O “vocês” se sentiria bem mais confortável se estivesse alojado entre a vírgula e o “se”. E esse “opinam sem saberem” é um pontapé no idioma de dar inveja a Dilma Rousseff. Brandão ignora que o certo, o CORRETO, é deixar o segundo verbo posto em sossego no infinitivo: “saber”. Esse “saberem” é coisa de quem nada sabe.
Enquanto o companheiro linguista estuda o que fazer com verbos e plurais, tratemos do que interessa. Como todo brasileiro alfabetizado, sei desde sempre que não é errado dizer ou escrever “presidenta”: a palavra existe. Como todo brasileiro sensato, sei desde os tempos de colegial que o status de verbete de dicionário não torna certos termos menos ridículos. (Ninguém chama o marido ou a mulher de “consorte”. Noiva nenhuma admite ser qualificada de “nubente”)
E sei sobretudo, como todo brasileiro que não renunciou à altivez, que “presidenta” é palavra usada só por gente que flexiona a espinha com mais destreza que ginasta olímpico. O tratamento que Dilma exigiu ao instalar-se no planalto é um exotismo que virou distintivo dos sabujos, dos vassalos, dos servis, dos bajuladores e de outras ramificações da tribo dos subalternos incuráveis.
Para alívio de quem preza a língua portuguesa, presidenta tem data marcada para morrer. Ainda que permaneça homiziada em dicionários, a invencionice não sobreviverá ao sepultamento político de Dilma Rousseff. E então será restaurado em sua plenitude o bom e velho “presidente”, substantivo de dois gêneros que designa alguém ─ homem ou mulher ─ que preside alguma coisa. Pode ser uma empresa. Pode ser uma organização criminosa. E também pode ser um governo que, disfarçado de instituição republicana, age como se fosse um bando de delinquentes.

domingo, 7 de agosto de 2016

SAL - Os diferentes sais e suas propriedades

Veja oito sais ideais para dar sabor à sua receita, do sal rosa do Himalaia à flor de sal

1. Sal refinado
É extraído da água do mar através do processo de evaporação e depois refinado industrialmente. É composto basicamente por cloreto de sódio. A lei brasileira obriga a adição de 40 a 60 mg de iodo em cada kg do produto. O objetivo é prevenir doenças provocadas pela falta desse mineral.


2. Sal grosso
É o condimento preferido dos brasileiros no preparo das carnes para o churrasco. É tirado das salinas e não passa pelo refino. Também formado por cloreto de sódio, seus grânulos grossos dão uma sensação de explosão quando se dissolvem na boca. Leva iodo na mesma proporção do sal refinado.

3. Sal marinho
Composto  99% por cloreto de sódio, é o sal integral produzido nas salinas. Na prática, é o sal grosso que passa pela moagem. Seus grãos ficam um pouco menores do que os do sal grosso, mas um pouco maiores do que os do sal refinado.

4. Flor de sal
É como se fosse a nata do sal, extraído da camada superficial das salinas. Tem grãos mais delicados e translúcidos. É utilizado para realçar o sabor dos pratos, após o cozimento. A sugestão é pegar alguns grãos crocantes e aplicar delicadamente no prato que vai ser servido.

5. Sal light
O sal light possui um sabor mais suave, mas não deixa de salgar os alimentos. É composto 50% por cloreto de sódio e 50% por cloreto de potássio. É ideal para os hipertensos e para pessoas que retêm líquidos. Mas o potássio é contra-indicado para quem tem problemas renais.

6. Sal defumado
Existem diversos tipos de sais defumados produzidos com métodos específicos de cada país. Esses sais geralmente são colocados sobre o calor do fogo produzido por madeiras nobres. O sal defumado francês, por exemplo, é feito na fumaça fria preveniente da queima de carvalho. Também é possível adicionar aromatizantes artificiais de fumaça a sais comuns, mas o gosto fica muito mais forte que os naturais.

7. Sal rosa do Himalaia
Considerado um dos sais mais puros do planeta e composto por mais de 70 minerais, o sal rosa do Himalaia é extraído de minas subterrâneas. Seu tom rosado é emprestado dos minerais presentes em sua composição como o manganês e o ferro. Combina com carnes grelhadas.

8. Sal avermelhado ou Sal avermelhado do Havaí
É um sal não refinado, proveniente do mar de Alaea. Rico em dióxido de ferro, esse sal tem uma coloração avermelhada. Seu sabor ferroso adocicado é bastante suave e pode ser utilizado em várias receitas de carnes e aves. Seus grãos são maiores que os do sal refinado e possuem vestígios de argila.
http://academiadacarnefriboi.globo.com/dicas/os-diferentes-sais-e-suas-propriedades

sábado, 6 de agosto de 2016

O BLUES NASCENDO!

O BLUES NASCENDO!
O blues é filho africano em terras americanas – nasceu do grito vindo dos campos, nasceu da dor, do movimento sincronizado do trabalho pesado, nasceu, sobretudo, pela necessidade de se libertar, de se fazer ouvir… entre os anos 20 e 30, Charley Patton, Blind L. Blake e Robert Johnson ajudaram no parto, fizeram-lhe as honras da casa e saíram em digressão por todo o sul, para apresentarem a mais nova criação. E os bons ventos encarregaram-se de o transportar a Chicago e Detroit, onde foi muito bem recebido. Nos anos 40 e 50, identificado e registrado já tinha um nome, conhecido nacionalmente. Muddy Waters, J.Lee Hoocker, Howlin Wolf e Elmore James confraternizam a passagem do ilustre visitante no Mississipi Delta Blues, acrescentando-lhe um cadenciado que o tornam irresistível. A corrente blues continua, a viagem prossegue – em Houston, T-Bone, abraça a mais nova paixão. Já robusto, formoso e bem dotado, a chegada a Memphis foi triunfal – alguém, ansiosamente, o esperava. Emocionado, diante de BB King, o jovem Blues deposita-lhe uma guitarra nos braços e diz – esta é minha casa, agora tu és Rei!

Santana destrói Dilma em negociação de delação premiada

Marqueteiro prometeu ao MP revelar um arsenal de informações que, como o próprio marqueteiro admitiu, vai “destruir” a biografia da presidente afastada.

DE CONFIANÇA - Em 2014, antes da campanha presidencial, Dilma garantiu que não haveria atraso nos pagamentos. Um assessor de sua confiança ficaria encarregado de “arrecadar” dinheiro junto aos empresários
DE CONFIANÇA - Em 2014, antes da campanha presidencial, Dilma garantiu que não haveria atraso nos pagamentos. Um assessor de sua confiança ficaria encarregado de “arrecadar” dinheiro junto aos empresários (Tomas Munita/The New York Times)
O marqueteiro João Santana guar­da­va segredos tão sulfurosos sobre as campanhas do PT que, por meses a fio, anos a fio, se recusou a revelá-los. Preso em Curitiba e questionado pelo juiz Sergio Moro sobre seu mutismo implacável a respeito das duas campanhas de Dilma Rousseff, Santana desmontou e confessou: “Eu, que ajudei a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente”. Na semana passada, VEJA levantou o véu sobre o cardápio de revelações que o marqueteiro entregou ao Ministério Público na negociação de sua delação premiada — e, considerando-se o que promete dizer, pode-se finalmente entender por que ele usou a expressão “destruir a presidente”.
A principal revelação que Santana e a sua mulher, Mônica Moura, se dispuseram a comprovar é que a presidente afastada autorizou ela mesma as operações de caixa dois de sua campanha. Ou seja: não se trata de dizer que Dilma sabia do que acontecia nos bastidores clandestinos de suas finanças eleitorais, mas sim que ela própria comandava o jogo. Faz sentido diante da personalidade meticulosa de Dilma, tão dada aos detalhes. Segundo Santana, em 2014, quando Dilma o convidou para tocar sua campanha à reeleição, ele relutou em aceitar a proposta. Argumentou que, nas eleições anteriores, de 2010, havia tido problemas para receber os pagamentos pelos serviços prestados e não queria voltar a enfrentar as mesmas complicações. Para piorar, em 2014, com um cenário político mais competitivo, achava que precisaria de mais recursos do que na campanha anterior. Para convencê-lo a topar a empreitada, Dilma garantiu que dinheiro não seria problema. Santana dirá que ouviu dela que não haveria atraso no pagamento e que o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, se encarregaria de negociar o caixa paralelo com os doadores.
Mantega, o ministro mais longevo da era petista, não era o único operador do caixa dois nas campanhas do PT, segundo Santana. O ex-ministro Antonio Palocci exerceu o mesmo papel até 2011, quando tropeçou nas explicações sobre a multiplicação do próprio patrimônio. Ex-todo-poderoso chefe da Casa Civil e da Fazenda, Palocci ganhou um capítulo exclusivo na proposta de delação do marqueteiro. Ele é apontado como o responsável por esquematizar o fluxo de pagamentos clandestinos que viabilizaram vários serviços nas eleições de 2006 e 2010, incluindo o do próprio Santana. Palocci tinha uma conta junto às empresas envolvidas no petrolão. Também tinha um braço-direito, Juscelino Dourado, que distribuía uma parte do dinheiro.
Os segredos do marqueteiro atingirão outras campanhas. Santana relatou aos procuradores que a reeleição de Lula, em 2006, também recebeu dinheiro sujo. O sistema era semelhante ao utilizado na campanha de Dilma em 2010: Palocci era o principal responsável por articular com os empresários a liberação de recursos para pagar determinados serviços.