terça-feira, 29 de julho de 2014

Quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país

Quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país

Na segunda metade dos anos 60, Stanislaw Ponte Preta fez enorme sucesso com os três volumes do seu Festival de Besteira que Assola o País, o FEBEAPÁ. Hoje, o alter ego do escritor Sérgio Porto teria material suficiente para publicar um livro por mês. Mas os leitores talvez não fossem tantos. Com o advento da Era da Mediocridade, o brasileiro padrão passou a encarar com indulgência de comparsa manifestações de ignorância que antes punia com gargalhadas, vaias, deboches, ironias, piadas desmoralizantes e outros corretivos impiedosamente didáticos.
O país embrutecido pela jequice é complacente até com presidentes da República incapazes de ler, escrever ou dizer coisa com coisa. E não reage a cenas de idiotia explícita que, nem faz tanto tempo assim, garantiam ao protagonista, fosse ele nativo ou gringo, pelo menos a carteirinha de cretino fundamental. Um caso clássico é o de Dan Quayle , vice-presidente dos Estados Unidos entre 1989 e 1993, que consolidou a fama de imbecil também entre brasileiros com mais de 20 neurônios com meia dúzia de frases.
Uma delas: “A perda de vidas é irreversível”. (“Minha mãe nasceu analfabeta”, empatou Lula sem que fosse imediatamente internado num hospício-escola).  Outra do americano trapalhão: “Fiz uma viagem à América Latina e só lamentei não ter estudado Latim com mais dedicação para poder conversar com aquelas pessoas”. (Lula, o Inimputável, superou-o ao inventar uma invasão da China pelo exército de Napoleão Bonaparte). O palanque ambulante continua por aí, despejando bobagens de meia em meia hora. A vida pública de Quayle foi encerrada em 1992, numa sala de aula onde resolveu posar de professor de ortografia.

No vídeo que registra o pedagógico fiasco, o vice de George Bush pai aparece ditando a palavra inglesa correspondente a “batata” a William Figueroa, aluno da 6ª série que participa de um concurso de soletração. Depois de escrever potato, o aluno é delicamente repreendido pelo mestre aloprado: “Está correto foneticamente, mas você está esquecendo alguma coisa”. Em seguida, Quayle sussurra algo aos ouvidos do garoto, que imediatamente deforma a grafia certa com o acréscimo de um e inexistente. O potatoe eliminou Figueroa do concurso e antecipou dramaticamente a aposentadoria política do ainda jovem n° 2 dos EUA.
Dilma Rousseff também recorreu a uma vogal pinçada no cérebro baldio para transformar Ariano Suassuna em Ariano “Suassuana”.  A frequência com que troca, embaralha ou esquece nomes de ministros, prefeitos, estados, cidades e coisas fica com cara de pecado venial quando confrontada com as sessões de tortura a que vive submetendo não só a língua portuguesa, mas também o raciocínio lógico, o senso comum e a inteligência alheia.
A performance de Dilma no coração do poder comprova que quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país. Ela acha que merece um segundo mandato. Os eleitores decidirão se o Brasil merece ser presidido mais quatro anos por uma versão assustadoramente piorada de Dan Quayle.

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