terça-feira, 27 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010



Leonardo Attuch

MULHER DE VERDADE

Arruda tem sorte. Envelheceu 50 anos em cinco, mas saiu da cadeia ao lado da Amélia moderna


“Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me faz, você não sabe o que é consciência, nem vê que eu sou um pobre rapaz...” No samba de Ataulfo Alves e Mário Lago, composto para o Carnaval de 1942, mulher de verdade era a Amélia, aquela que não tinha a menor vaidade. Os anos se passaram, veio a igualdade entre os sexos e eis que o Brasil tem uma nova Amélia. Chama-se Flávia Arruda. Alta, morena e muito sestrosa, ela é também conhecida em Brasília como a Camila Pitanga do Cerrado. Uma mulher vaidosa, mas ao mesmo tempo maternal, compreensiva e especialmente dedicada ao marido. Não houve um único dia, dos 60 em que José Roberto Arruda esteve preso, em que ela não aparecesse na cadeia para levar ao ex-governador do Distrito Federal um pijaminha macio, uma comidinha quente ou uma palavra de conforto. E quando Arruda saiu, com a aparência de ter envelhecido 50 anos em cinco, invertendo a plataforma de governo criada por Juscelino Kubitschek, lá estava Flávia. Altiva, corajosa e sem medo de enfrentar as lentes dos fotógrafos. Como única proteção, óculos escuros de grife.
Arruda tem sorte. Foi abandonado pelo partido que ajudou a sustentar, pelo vice-governador que conseguiu eleger e pelos aliados a quem pagou régias mesadas, mas, ainda assim, encontrou um porto seguro na saída da cadeia – o que muitos homens livres, incluindo aqueles que o traíram, como o ex-secretário Durval Barbosa e o radialista Edson Sombra, talvez não tenham em casa. E Flávia, a Amélia de Arruda, jamais se intimidou. Quando foi perguntada sobre o vídeo em que Arruda aparece saltando sobre um maço de R$ 50 mil, respondeu com naturalidade: “Não me surpreendeu em nada porque eu sei que todo mundo recebe, e que política no Brasil é assim, pois as pessoas precisam receber dinheiro para campanha.” Na prática, a mesma resposta que o presidente Lula deu, em 2005, quando foi indagado sobre o caixa 2 de seu partido. À época, ele disse que “o PT fez do ponto de vista eleitoral o que se faz sistematicamente no País” – e, na semana passada, com cinco anos de atraso, reconheceu ter sido alertado por Roberto Jefferson sobre a existência do esquema petista de compra de apoio parlamentar.
É evidente que os “mensalões” do DEM e do PT são diferentes. Um dá cadeia, o outro não. Mas o do Democratas ao menos revelou a existência dessa Amélia dos tempos modernos. Uma mulher a quem falta apenas passar por um último e derradeiro teste de lealdade ao lado do marido: o da Amélia do samba de 1942. “Às vezes passava fome ao meu lado, e achava bonito não ter o que comer, e quando me via contrariado, dizia: meu filho, que se há de fazer.”



Pelo que já vimos de "inaugurações" de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPIs como a da Petrobras, do MST e tantos outros "deslizes", temos o suficiente para imaginar o que será a "disputa" eleitoral em 2010.

Não é necessário ser profeta para revelar antecipadamente o que será o ano eleitoral de 2010. Ou existe alguém com tamanha ingenuidade para acreditar que o "fascismo galopante" que aparelhou o estado brasileiro vá, pacificamente, entregar a um outro presidente que não seja do esquema lulista os cargos, as benesses, os fundos de pensão, o nepotismo, enfim, a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil?
Lula já declarou, que (sic) "2010 vai pegar fogo!". Entenda-se, por mais esta delicadeza gramatical, golpes abaixo da cintura: dossiês falsos, PCC "em rebelião", MST convulsionando o país... que a lei de Godwin me perdoe - mas assistiremos em versão tupiniquim, a Kristallnacht, A Noite dos Cristais que marcou em 1938 o trágico início do nazismo na Alemanha.

E os "judeus" serão todos os democratas, os meios de comunicação não cooptados (verificar mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão no país: em texto aprovado pelo diretório nacional do PT, é proposto o controle público dos meios de comunicação e mecanismos de sanção à imprensa). Tudo isso para a perpetuação no poder de um partido que traiu um discurso de ética e moralidade ao longo de mais de 25 anos e, gradativamente, impõe ao país um assustador viés autoritário. Não se surpreendam: Há todo um lobby nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder.

Prêmios, como por exemplo, o Chatham House, em Londres, que contou com "patrocínios" de estatais como Petrobras, BNDS e Banco do Brasil, sem, até agora, uma explicação convincente por parte dos "patrocinadores"; matérias em revistas estrangeiras, enaltecendo o "mantenedor da estabilidade na América Latina". Ou seja: a montagem virtual de um grande estadista...

Na verdade, Lula é o Übermensch dos especuladores que lucram como "nunca na história deste país".

Sendo assim, quem, em perfeito juízo, pode supor que este ególatra passará, democraticamente, a faixa presidencial para, por exemplo, José Serra , ou mesmo Aécio Neves?

Pelo que já vimos de "inaugurações" de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPIs como a da Petrobras, do MST e tantos outros "deslizes", temos o suficiente para imaginar o que será a "disputa" eleitoral em 2010.

Confiram.

Carlos Vereza é ator.
Uma breve lista de termos que esclarecem a mentalidade petista e trazem à memória alguns de seus delitos.

Adam Smith - protagonista do filme Mr. & Mrs. Smith;

Bancoop - Banco da Cooperativa Petralha: a química petista, que transforma apartamentos pagos por cooperativados, mas não entregues, em malas de dinheiro para campanhas políticas da companheirada, incluindo Lula;

Banda Larga - Internet estatal do lobista José Dirceu, já apelidada de Bandalha Larga;

Brasilistão - o sonho petista realizado, o Brasil dos quilombolas, reservas indígenas, guetos do messetê, versão moderna dos bantustões do antigo Apartheid sulafricano;

Capital - dinheiro do povo petista;

Cartão Corporativo - o povo petista vai ao shopping;

Para ler a lista completa clica no link:


http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/11015-pequeno-glossario-economico-lulopetista.html

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A punição da juíza que prendeu uma menina na jaula dos machos

Augusto Nunes
Em 31 de outubro de 2007, uma menina com 15 anos, 1m50 de altura e 38 quilos foi presa por tentativa de furto numa casa de Abaetetuba, cidade paraense a quase 100 quilômetros de Belém. Durante o interrogatório, declarou a idade à delegada de plantão Flávia Verônica Monteiro Teixeira. Por achar o detalhe irrelevante, a doutora determinou que fosse trancafiada na única cela do lugar, ocupada por homens. Já naquela noite, e pelas 25 seguintes, o bando de machos se serviu da fêmea disponível.
Depois de 10 dias de cativeiro, a garota foi levada à sala da juíza Clarice de Andrade. Também informada de que a prisioneira tinha 15 anos, a segunda doutora da história resolveu devolvê-la à cela. A descoberta do monumento ao absurdo não reduziu a força do corporativismo criminoso: por decisão do Tribunal de Justiça do Pará, ficou esbabelecido que o comportamento da juíza Clarice não merecia qualquer reparo. A história, contada na seção O País quer Saber em 22 de maio de 2009, é republicada agora em homenagem ao triunfo da razão.
Nesta terça-feira, o Conselho Nacional de Justiça puniu a magistrada com a aposentadoria compulsória, proporcional ao tempo de serviço. O castigo parece brando. Mas a partir de agora e para sempre, Clarice de Andrade será aquela juíza voluntariamente reduzida a carcereira de uma menina do Brasil que, antes da liberdade, teve roubada a infância. O Brasil que presta ganhou mais uma.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

“A gente tem ainda um minuto e 40 segundos. O que a gente faz agora? Quer cantar?”


Reinaldo Azevedo

É…

Estava eu aqui, como a Inês de Castro, de Camões, “posto em sossego!, quando uma amiga avisa pelo MSN: “Dilma está no Datena”. Essa profissão não é bolinho, não! Lá vou eu. Já tinha perdido a primeira parte em que ela se disse devota de Nossa Senhora de Fátima. Como sintetizar a entrevista? Acho que esta fala de Datena diz tudo: “Temos ainda um minuto e quarenta segundos. O que a gente faz? Quer cantar?” Como a petista não tinha mais nada a dizer — e, de fato, tinha passado o tempo todo tentando dizer alguma coisa —, ensaiou: “El día que me quieras”… E soltou mais uns dois versos em “embromacíon“, a versão em espanhol do “embromation“.

Não foi o único momento constrangedor, não, daqueles que causam vergonha alheia. Faltando uns três minutos para o fim do programa, o apresentador mandou ver: “A senhora até agora não me deu a manchete. Diga alguma coisa pra ser manchete”. E ela, com aquela sua descontração natural: “Achei a entrevista com você o máximo!”.

Mas nem uma coisa nem outra foram o auge do constrangimento. Alguma coisa combinada nos bastidores não deu certo, e Dilma sofreu um apagão mental no meio da entrevista — espero que a Band mantenha a entrevista em seu site. Datena: “A senhora me falou que ia dizer uma coisa aqui pela primeira vez”. Dilma arregalou os olhos, passou a olhar desesperadamente o vazio em busca de algum auxílio, engrolou palavras sem muito nexo até que achou a idéia luminosa: “Eu quero dizer que eu amo o meu país e que já é muita coisa ter chegado até aqui”. E o apresentador um tanto surpreso com o comportamento basbaque dela: “Mas isso não quer dize que já esteja bom”. E Dilma: “Não! Lembro sempre a mãe do presidente, que falava: ‘Teime, Lula, teime!’” Lula, Lula, Lula…


Temer

O entrevistador quis saber se Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara, é um bom candidato a vice. Com “zero” de entusiasmo, ela disse que era um bom nome. Mas se negou a tratá-lo como o candidato do partido ao cargo. Ocorre que ele É O CANDIDATO do PMDB!

Foi difícil levar a coisa até o fim, como se nota. A fala de Dilma ia se fragmentando e se perdendo em anacolutos, com parênteses dentro de parênteses, onde ela intercalava frases, metendo apostos em apostos… O raciocínio não era um novelo que se desenrolava, mas uma grande embromação. Depois de algum tempo, ninguém entendia nada. E quem conferia alguma inteireza àquele caos de idéias quase claras? Acreditem: Datena!

Dilma tentou explicar o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Não conseguiu. O apresentador ajudou: “É para dar moradia digna”. Isso! É para dar moradia digna!!!

Datena indagou o que ela pensava dos ataques (quais?) que FHC lhe teria desferido. Num sinal, talvez, de que a luta do suposto “bem” contra o suposto “mal” esgotou as suas virtudes eleitoreiras, Dilma fugiu da briga e disse apenas que a crítica é natural porque FHC é de um partido de oposição… Foi o seu melhor momento.

Faltam ainda seis meses. Vamos ver o que eles vão fazer agora.

sábado, 17 de abril de 2010

FRACASSO DO SUCESSO
Por Wagner Siqueira

Freud tem um trabalho clássico, “O Fracasso Após o Triunfo”, no qual mostra que há indivíduos que projetam, lutam e vencem, e, depois da vitória, anulam-se, arruínam-se e autodestroem-se. Explica que isso acontece quando o indivíduo carrega no seu inconsciente traumas e complexos inibidores do pleno sucesso. Lamentavelmente, muitas vezes as organizações desprezam e rejeitam o talento, a competência, o saber. Este é um fenômeno conhecido, sentido, porém pouco divulgado e, amiúde, sequer admitido. Quanto mais medíocre é o dirigente, mais ele despreza a inteligência e a cultura, a ponto de se transformar numa ilha de mediocridade cercada de medíocres por todos os lados. A incompetência dos dirigentes faz-se mais sentir quando eles têm receio de que a competência de seus subordinados possa ofuscá-los. Não admitem que possam ser tão ou mais competentes do que eles.

Leia a íntegra:

http://www.new.administradores.com.br/informe-se/artigos/fracasso-do-sucesso/29256/

Note que os ombros sobre os quais Lula presidente passa o braço protetor, são, com raras exceções, os mesmos onde Lula candidato descarregava as culpas dos males nacionais. Em tais afagos cabem alguns dos maiores - digamos assim - fichas-sujas da nossa era moderna.
As fanfarronadas com os números da economia nacional são quase incompreensíveis para quem conhece os dados mundiais. O Brasil, com Rússia, Índia e China, faz parte do BRIC, a nata na leiteria dos países emergentes. Pois bem, nos sete anos que vão de 2003 a 2008 (período áureo de Lula), o crescimento do PIB brasileiro foi sempre o menor dentre esses parceiros, exceto em relação à Rússia, no ano passado. Perdemos para todos nas demais 20 comparações de desempenho anual possíveis. E crescemos, sempre, bem abaixo da média do grupo. Se alguém - vá lá! - considerar que a parceria do BRIC é muito exigente, saiba então que, no mesmo período, nosso crescimento foi o 23º entre os 32 países que compõem a América Latina e o Caribe! Por fim, alguém precisa avisar nosso presidente de que as perspectivas nacionais estão longe de ser consistentes porque nenhum país progride de modo sustentável sem altas taxas de investimento e sem um bom sistema de ensino. Quanto ao primeiro fator, andamos abaixo do recomendável. Quanto ao segundo, mantemo-nos como um país produtor de semianalfabetos, ocupado na ideologização dos alunos, e sonhando com colher belos números de uma economia de empresa enquanto combate o sucesso e exsuda socialismo pelos poros.
Por isso, sempre que ouço o presidente, volta-me à lembrança a heroína Viola, em Noite de Reis, de Shakespeare. Horas tantas, nessa peça, a moça afirma odiar a ingratidão, a mentira, a tagarelice e a embriaguez. Já devo ter referido essa citação "somewhere, some time". Mas as palavras permanecem adequadas. Muito adequadas.
Como nunca antes na história, Lula revela desprezo por tudo que ocorreu Brasil no pequeno período que vai de 1500 até 2002. Nada feito antes de sua chegada ao poder merece consideração, exceto talvez, o esforço dele para chegar ao poder. No entanto, percorra de A a Z o elenco de medidas que retirou o Brasil das severíssimas dificuldades vividas nos anos 80 e 90 e verá que o presidente jogou contra essas providências todo o peso de seu partido, a ampla gama de organizações por ele aparelhadas e as respectivas massas de manobra. Foi uma campanha tão persistente e demolidora que arrasou reputações. Se Henrique Meirelles tivesse sido presidente do Banco Central no governo de FHC também teria sido jogado no inferno da maledicência por ter feito exatamente o que agora faz dele um santo nos altares do governo.
Note que os ombros sobre os quais Lula presidente passa o braço protetor, são, com raras exceções, os mesmos onde Lula candidato descarregava as culpas dos males nacionais. Em tais afagos cabem alguns dos maiores - digamos assim - fichas-sujas da nossa era moderna. Tamanha atração pelas más companhias lhe providenciou uma base parlamentar cuja solidez repousa no encardido balcão das negociações. Não nos surpreendamos, então, com que o sucesso dessa subpolítica interna haja desenhado uma estratégia simétrica na sua política externa. E lá se foi nosso estadista, a bordo do Aerolula, atrás dos fichas-sujas do planeta, para acolhê-los no lado esquerdo do peito. Mas caramba! Quem anda em tão más companhias, será boa companhia? O leitor sabe: se desse para elogiar os mesmos personagens e abraçar-se aos mesmos parceiros perderia os amigos e o respeito da família.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Do Blog do Reinaldo Azevedo:



O vídeo acima já foi acessado mais de 240 mil vezes. Eu não o conhecia. É genial! Trata-se da apresentação do Dispositivo de Conhecimento Bio-óptico Organizado, de nome comercial “Book”. É uma revolução tecnológica: “Book” não tem cabos, circuitos elétricos, baterias e dispensa qualquer forma de conexão. Compacto e portátil, “Book ” pode ser utilizado em qualquer lugar. Assista ao filme e veja as muitas outras vantagens de “Book” na comparação com as tecnologias obsoletas que há por aí. Mais: você também pode experimentar o gostinho de praticar um atentado terrorista. Quando um petralha chegar perto de você, exponha-o ao “Book”. O efeito será mais devastador do que a kriptonita para o Super-Homem.



O texto do vídeo que publico abaixo sobre a revolução tecnológica produzida pelo “BOOK” é uma versão em espanhol de um texto de Millôr Fernandes. Segue, pois o original, de Millôr.

TEXTO SOBRE O “BOOK” É DE MILLÔR FERNANDES

O texto do vídeo que publico abaixo sobre a revolução tecnológica produzida pelo “BOOK” é uma versão em espanhol de um texto de Millôr Fernandes. Segue, pois o original, de Millôr.
Um novo e revolucionário conceito de tecnologia de informação
Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas - L.I.V.R.O.
L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!
Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantêm automaticamente em sua seqüência correta.
Através do uso intensivo do recurso TPA - Tecnologia do Papel Opaco - permite-se que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade!
Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.
Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.
Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta “ERRO GERAL DE PROTEÇÃO”, nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.
O comando “browse” permite fazer o acesso a qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento “índice” instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.
Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você faça um acesso ao L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração.
Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.
Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada - L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O.






quinta-feira, 15 de abril de 2010

Vale a pena assistir, ainda existem pessoas de coragem:
Cidinha Cammpos(PDT-RJ)


quarta-feira, 14 de abril de 2010

O perigo da 'grande marcha'... a ré

 ARNALDO JABOR
 O GLOBO - 13/04/10



Vivemos um momento delicado para a democracia


Lula é um reality show permanente. Lula está em "fremente lua de mel consigo mesmo", como dizia N. Rodrigues.

Mas, em sua viagem narcisista, começam os sintomas do erro. A sensatez do velho sindicalista virou deslumbramento. Um dia, abraça o Collor, no outro está com o Hamas e o Irã.

Freud (não o Freud Godoy dos "aloprados"...) tem um trabalho clássico, "O fracasso após o triunfo", no qual mostra que há indivíduos que lutam e vencem, e, depois da vitória, se destroem, porque muitos carregam no inconsciente complexos inibidores do pleno sucesso.

Quanto mais medíocre é o dirigente, mais ele despreza a inteligência e a cultura, e se transforma numa ilha cercada de medíocres.

Será que foi por isso que Lula escolheu uma senhora sem tempero, uma gaffeuse sem prática, com "olhos de vingança", como me disse um taxista? Parece um sintoma.

A grande ironia é que Lula foi reeleito por FH.

Sem o Plano Real, o governo Lula seria o pior desastre de nossa História. E, ajudado também pela economia mundial em bonança compradora, ele hoje diz que é responsável pelos bons índices econômicos que o governo anterior organizou.

E não cai um raio do céu em cima...

Afinal, o que fez o governo Lula, além de se aproveitar do que chamava de "herança maldita", além do Bolsa Família expandido e dos shows de TV? Os primeiros dois anos foram gastos no assembleísmo vacilante dos "Conselhos" que ele nunca ouviu, depois a briga com a gangue dos quatro do PT, expulsos. Depois, a aventura da quadrilha de corruptos "revolucionários" que Roberto Jefferson desbaratou — para sua e nossa sorte —, livrando-o do Dirceu e de seus comunas mais ativos. Aí, Lula pôde voltar a seu populismo personalista.

Lula continua o símbolo do "povo" que chegou ao poder, mascote dos desvalidos e símbolo sexual da Academia. Lula descobriu que a economia anda sozinha, que basta imitar o Jânio Quadros, o inventor da "política do espetáculo", e propagar aos berros o tal PAC, esse plano virtual dos palanques.

Lula tem a aura sagrada, "cristã" do mito de operário ignorante e, por isso, intocável.

Poucos têm coragem de desmentir esse dogma, como a virgindade de Nossa Senhora...

Por isso, vivemos um importante momento histórico, que pode marcar o Brasil por muitos anos. Agora, com as eleições, vai explodir a guerra com o sindicalismo enquistado no Estado: 200 mil contratados com a voracidade militante de uma porcada magra que não quer largar o batatal.

Para isso, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais maléfica, tudo para manter o terrível "patrimonialismo de Estado". Não esqueçamos que o PT combateu o Plano Real até no STF, como fez com a Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como não assinou a Constituição de 88. Este é o PT que quer ficar na era pós-Lula. Seu lema parece ser: "Em vez de burgueses reacionários mamando na viúva, nós, do povo, nela mamaremos".

Os "companheiros" trabalham sincronizados como um formigueiro. O sujeito pode até bater na mãe que continua "companheiro". Só deixa de sê-lo se criticar o partido, como o Paulo Venceslau, que ousou denunciar roubos nas prefeituras, que depois se confirmaram na tragédia de Celso Daniel.

FH resumiu bem: se continuar o "lulismo" com sua tarefeira Dilma, "sobrará um subperonismo contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão".

Ou seja, o velho Brasil volta a seu pior formato tradicional, renascendo como rabo de lagarto. O país tem um movimento "regressista" natural, uma vocação populista automática.

Será o início da grande marcha a ré...

Com a eventual vitória do programa do PT, teremos a reestatização da economia, o inchamento maior ainda da máquina pública, a destruição das Agências Reguladoras, da Lei de Responsabilidade Fiscal, em busca de um getulismo tardio, uma visão do Estado como centro de tudo, com desprezo pelas reformas, horror pela administração e amor aos mecanismos de "controle" da sociedade, essa "massa atrasada" inferior aos "revolucionários". A esquerda psicótica continua fixada na ideia de "unidade", de "centro", de Estado-pai, de apagamento de diferenças, ignorando a intrincada sociedade com bilhões de desejos e contradições.

A tarefa principal da campanha de Serra será explicar qual é o "pensamento tucano". Como ensinar a população ignorante que só um choque democrático e empresarial pode enxugar a máquina podre das oligarquias enquistadas no Estado? Como explicar um programa de "mudanças possíveis" na infraestrutura e na educação, contraposto a este marketing salvacionista de Lula? Este é o desafio da campanha do PSDB.

Aécio Neves fez bem em se indignar com a demagogia de Dilma no túmulo de Tancredo — ele nos lembrou que o PT não apenas não apoiou Tancredo em 85 como expulsou seus três deputados que votaram nas eleições pela democracia.

A maior realização deste governo foi a desmontagem da Razão. Podemos decifrar, analisar, comprovar crimes ou roubos, mas nada acontece. Ninguém tem palavras para exprimir indignação, ou melhor, ninguém tem mais indignação para exprimir em palavras.

Aécio Neves devia ir além e ser vice, sim. Seria um gesto histórico que lhe daria riquíssimos frutos, para além do interesse pessoal de uma política imediata. Aécio ganharia uma rara grandeza na Historia do país. Seu avô aprovaria.

Só uma alternância de poder, fundamental na democracia, pode desfazer a sinistra política que topa tudo pelo poder e que planeja, com descaro, transformar-se numa espécie do PRI mexicano, que ficou 70 anos no poder, desde 1929. Durante o poder do PRI, as eleições eram uma simulação de aparente democracia, incluindo repressão e violência contra os eleitores. Em 1990, o escritor peruano Mario Vargas Llosa chamou o governo mexicano, sob o PRI, de uma "ditadura perfeita". Será que isso nos espera?

Os ladrões da verdade assumem o leme da nau dos insensatos



Augusto Nunes

Assaltantes da verdade histórica são incorrigíveis, confirma o palavrório dos stalinistas farofeiros embarcados na candidatura de Dilma Rousseff. Empenhados em explicar outra derrapagem da palanqueira aprendiz, que reduziu a fugitivos medrosos os brasileiros que se exilaram para escapar da morte, todos repetiram que Dilma não quis ofender os companheiros que, como a própria declarante, arriscaram a vida para derrubar a ditadura. Derrubar a ditadura militar para instituir a ditadura do proletariado, devem corrigir aos berros os veteranos da resistência democrática que a seita comunista sempre desprezou.
“As esquerdas radicais não queriam restaurar a democracia, considerada um conceito burguês, mas instaurar o socialismo por meio de uma ditadura revolucionária”, constatou Daniel Aarão Reis, ex-ideólogo do MR-8, ex-exilado e hoje professor de História na Universidade Federal Fluminense. “Não compartilho da lenda segundo a qual fomos  o braço armado de uma resistência democrática. Não existe um só documento dessas organizações que optaram pela luta armada que as apresente como instrumento da resistência democrática”.
Dilma Rousseff e seus camaradas jamais tiveram qualquer apreço pela liberdade. Percorreram o desvio da luta armada em busca de um regime ainda mais selvagem e infame que o imposto ao Brasil pelo AI-5. Pretendiam apenas trocar generais primitivos por sacerdotes da brutalidade. O sessentão Carlos Marighella, lembrei num post de julho de 2009 republicado em dezembro, ensinava  que “ser terrorista é motivo de orgulho”, e discorria sobre a beleza que há em “matar com naturalidade” em livros ou nas reuniões com pupilos grávidos de certezas.
No fim dos anos 60, continua o mesmo post, os passageiros do delírio decidiram que a rota que levaria à luz passava necessariamente pelos campos do horror ─ e declararam interditados os caminhos alternativos. Todos tinham como marco zero a rendição vergonhosa e conduziam à cumplicidade com os donos do poder, decretou a falácia autoritária afinal implodida pelos que se mantiveram lúcidos, recusaram a idiotia maniqueísta e percorreram a trilha da resistência democrática.
Estivemos certos desde sempre. Desarmados, prosseguimos o combate contra o inimigo que os derrotou em poucos meses. Enquanto lutávamos pela destruição das catacumbas da tortura, eles se distraíam em cursinhos de guerrilha ou no parto de manifestos de hospício. Estavam longe ─ no desterro, na cadeia ou na clandestinidade ─ quando militares ultradireitistas tentaram trucidar a abertura política. Só se livraram do cárcere e do exílio porque conseguimos a anistia, restabelecemos as eleições diretas e restauramos a democracia.
Nós vencemos. Eles perderam todas. Não foram poucos os que se tornaram contemporâneos do mundo ao redor durante o degredo e regressaram transformados em libertários irretocáveis. Mas são muitos os que mantêm a cabeça estacionada em algum lugar do passado, sempre exibindo a pose de condenados ao triunfo. Fantasiados de feridos de guerra, apropriaram-se de indenizações milionárias, empregos federais, mesadas de filho mimado. Com a velha arrogância, seguem convencidos de que quem está com eles tem razão e promovem perfeitos crápulas a soldados a serviço das causas populares. Quem não se junta ao bando é inimigo do povo, lacaio dos patrões, reacionário, elitista, golpista vocacional.
A postura e o desempenho dos dirceus, franklins, dilmas, genoínos, garcias, tarsos, vannuchis e o resto da turma advertem: passados tantos anos, estão prontos para errar de novo. Infiltrados no governo de um presidente que não lê, não sabe escrever, merece zero em conhecimentos gerais e faz qualquer negócio para desfrutar do poder, aparelharam o Estado e vão forjando alianças com o que há de pior na vizinhança para eternizar-se no controle do país. Sequestradores da liberdade e assassinos da democracia jamais deixam de sonhar com o pesadelo. Não têm cura. Nenhum democrata lhes deve nada. Eles é que nos devem tudo, a começar pela vida.
Agora com Dilma Rousseff na proa e os ladrões da verdade de posse do leme, a nau dos insensatos tenta atracar para sempre no coração do poder. Não conseguirá.

Lingua de trapo

domingo, 11 de abril de 2010

Pao com Manteiga


Conta a história que um casal tomava café da manhã no dia de suas bodas
de prata.

 A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o
marido, ficando com o miolo.

Ela pensou: Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o
meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis
satisfazer meu desejo.

Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez na vida".
Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele
lhe disse:

"Muito obrigado por este presente, meu amor...

Durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você

sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!"



*Moral da história*



*1. Você precisa **dizer claramente o que deseja**, não espere que o

outro adivinhe...*



*2. Você pode **pensar que está fazendo o melhor** para o outro, mas o

outro pode estar esperando outra coisa de você...*



*3. **Deixe-o falar**, peça-o para falar e quando não entender, não

traduza sozinho. **Peça que ele se explique melhor**.*



*4. Esse texto pode ser aplicado não só para relacionamento entre

**casais**, mas também para **pais/filhos**, **amigos** e mesmo no

trabalho.*



*PS: **Tão simples como um pão com manteiga*

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um crime perfeito

Leonardo Attuch

A Telebrás talvez tenha sido o golpe do século: a bolha que o governo criou e depois estourou

Nada, no governo Lula, cheira tão mal quanto o caso Telebrás. Perto dele, o Mensalão é até fichinha. Em resumo, durante vários meses, o governo disseminou boatos de que a antiga estatal das telecomunicações seria reativada. O objetivo? Prover serviços de banda larga nos mercados onde as empresas privadas não chegam. Boas intenções, no entanto, costumam ser o melhor disfarce para a bandalheira – e a Telebrás era um bom instrumento para isso porque estava inativa, mas ainda tinha ações em bolsa. Era uma “galinha morta” da Bovespa, cotada a centavos. Nesse festival de especulação, quem comprou R$ 100 mil em ações da Telebrás no primeiro dia do governo Lula poderia ter vendido os mesmos papéis por R$ 4,5 milhões no auge da boataria, quando o próprio presidente veio a público defender a criação de uma nova estatal, que receberia um aporte de até R$ 20 bilhões do BNDES. Na semana passada, no entanto, o gato subiu no telhado. Uma nota do governo, feita pelo Tesouro Nacional, apontou problemas técnicos na recriação da empresa. Num só dia, os papéis caíram mais de 15% – e hoje estão bem abaixo do pico atingido há cerca de dois meses. Até aí, nada demais, porque  o mercado financeiro é um jogo de risco.
Mas que também está sujeito a algumas regras. A principal delas é a isonomia no trato da informação, o que obriga os donos de empresas a publicar fatos relevantes, quando pretendem fazer qualquer nova operação, e também a adotar períodos de silêncio, para evitar especulações. Exatamente aquilo que o governo federal não fez. Ao contrário, espalhou boatos e jamais agiu de forma pública e transparente, sem que a CVM, o xerife do mercado financeiro, tenha tomado qualquer providência efetiva. Em todo esse período, o valor da empresa subiu de R$ 74 milhões para R$ 3,3 bilhões, antes de cair para R$ 1,5 bilhão – valor atual. O que significa que muita gente enriqueceu, enquanto os incautos, que embarcaram na onda e acreditaram no discurso oficial, ficarão a ver navios. Ganhou-se tanto dinheiro com essa brincadeira que é até lícito supor que toda a boataria não tenha sido acidental, mas apenas parte de um plano para alimentar o caixa de campanha oficial.
Até porque, enquanto estiveram fora do governo, vários petistas insinuavam que o exministro tucano das Comunicações, Sérgio Motta, havia criado o crime perfeito: o de inflar as ações da Telebrás. Bastava soltar um boato, formar uma bolha e vender as ações antes de estourá-la. À época, falava-se até no verbo “mottar”. E se os petistas aprenderam a pagar mesadas com os tucanos do PSDB mineiro, nada impede que também tenham aprendido a manipular o mercado com os mesmos professores – apenas superaram os mestres.

O anão político - Carta aberta a Lula da Silva

Humberto Montoya Portuondo

Com suas declarações o senhor ofende a dor de uma mãe, Reina Tamayo Danger; o senhor ofende a memória de nosso irmão de luta, o mártir Orlando Zapata Tamayo, encarcerado só pelo fato de lutar valente e pacificamente contra a ditadura.

7 de abril de 2010

A: Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República Federativa do Brasil.
Senhor Presidente:

Em entrevista oferecida à agência Associated Press, o Senhor comparou os presos políticos encarcerados injustamente pelo regime comunista dos irmãos Castro, com os presos comuns de seu país e pediu respeito à legislação cubana. Pois digo-lhe que a legislação vigente em Cuba, no que concerne ao Código Penal, é uma cópia quase fiel do Código Penal da Rússia de Stalin.

A luta que a oposição trava dentro e fora de Cuba, contra a ditadura, é pacífica; não tem nada a ver com métodos violentos, como o fizeram antes de 1959 os irmãos Castro. Para ser breve lhe darei só um exemplo: o movimento 26 de Julho em Havana, detonaram mais de cinqüenta bombas matando pessoas inocentes em apenas uma noite. Este acontecimento sangrento é recordado na história de Cuba como "O dia das cem bombas". Depois de usurpar o poder começaram os fuzilamentos semeando o medo e a violência, fatos que duram já mais de meio século.

Embora a greve de fome seja um instrumento de protesto que põe em perigo a vida de quem a realiza, é inumana, irracional e condenável a atitude do governo cubano que não escuta o pedido de libertação dos presos políticos por parte da oposição, da comunidade internacional e das valentes Damas de Branco que exigem apenas a libertação de seus seres queridos, as quais foram golpeadas e reprimidas por agentes do governo mostrando uma vez mais sua natureza repressiva.

Com suas declarações o senhor ofende a dor de uma mãe, Reina Tamayo Danger; o senhor ofende a memória de nosso irmão de luta, o mártir Orlando Zapata Tamayo, encarcerado só pelo fato de lutar valente e pacificamente contra a ditadura.

Orlando Zapata Tamayo se enfrentou desde sua cela escura durante sete anos com todo um exército de esbirros assassinos recebendo torturas e incontáveis golpes que, todavia, não puderam dobrá-lo. Pagou com sua vida o preço da liberdade; isso não fazem nem os bandidos de seu país nem os de nenhum país do mundo. Isso dói ao tirano, como o aborrece igualmente reconhecer que não puderam matar sua honra, sua galhardia, pois sabem que morreu de pé como só os homens dignos sabem fazer; dói-lhes saber que seu exemplo já é indelével.

Senhor presidente, pode-se ser agradecido, porém essa não é a melhor maneira de pagar aos Castro os favores que talvez lhe tenham feito em seu passado. Há alguns dias no programa de TV do jornalista Andrés Oppenheimer, escutei o ex-chanceler do México, Jorge Castañeda, dizer que o Brasil é um gigante econômico, mas ao mesmo tempo um anão político.

O Brasil é uma grande nação, cujo povo trabalha por seu progresso; o povo cubano sempre lhe dispensou um profundo respeito e é por isso que acredito que o anão político é seu presidente.

O senhor demonstrou com suas aberrantes e ofensivas declarações, e não só por isto, mas porque também, junto a alguns mandatários latino-americanos, por um lado comete a mesquinhez de não querer reconhecer um governo legítimo como o da República de Honduras e por outro, comunga com a ditadura de Havana. Isso, senhor presidente, é pequenez política e dupla moral. Se lhe falta valor para condenar os crimes da ditadura em meu país, então o senhor guarde silêncio.



Humberto Montoya Portuondo é co-fundador do Movimento Alternativa Republicana.

Exilado em Aurora, Illinois, USA.
… editorial de hoje do Estadão intitulado “Candidata pessoa jurídica”:

A população que se acostume: não há hipótese de a ex-ministra Dilma Rousseff, como ela disse e tornou a dizer nos últimos dias, se “desvencilhar” do governo Lula. Isso significa que não há hipótese de a candidata ir para o embate sucessório como uma figura de projeção que, embora fiel ao presidente a quem tudo deve, e leal à administração da qual fez parte desde a primeira hora, tenha identidade própria, propostas próprias ? em suma, vida eleitoral própria. A tática petista de transformar a campanha em um confronto entre o período Fernando Henrique e o atual já não se explica apenas pela expectativa de explorar a grande popularidade de Lula em favor de sua apadrinhada, que ainda não disputou nem uma vaga de síndica, diante de um adversário, o ex-governador José Serra, calejado nas urnas e na atividade pública.

Para o lulismo, a preferência pela disputa plebiscitária ? “nós e eles, pão, pão, queijo, queijo”, na memorável descrição do presidente ? tende a ser cada vez mais um imperativo advindo de uma indigesta realidade: a esqualidez aparentemente irremediável do desempenho da candidata, apesar do curso intensivo a que a submetem alguns dos melhores nomes do ramo. À falta de uma Dilma pessoa física, só resta aos seus mentores fazer dela uma pessoa jurídica ? a representação da era Lula.

Naturalmente, o esquema exige descarnar o opositor para criar a ficção de que os nomes à espera do eleitor na urna eletrônica serão, para todos os efeitos, os de dois governos. Daí as tentativas de Dilma de descaracterizar as manifestações do candidato que, diferentemente dela, tem um perfil político estabelecido e fala por si.

Dentro da camisa de força em que as suas limitações e os cálculos plebiscitários dos seus mentores a aprisionaram, a ex-ministra não pode permitir que Serra reconheça méritos neste governo e se proponha a ir em frente ? que é, afinal, o que a população deseja de todos os candidatos. O governador tem de se comportar como os “lobos em pele de cordeiro”, que Dilma diz enxergar nos oposicionistas quando defendem a manutenção das políticas sociais de Lula (sem omitir que as suas sementes foram plantadas na gestão que o precedeu). À interdição das opiniões contrárias ao maniqueísmo atrás do qual oculta as suas carências, a candidata acrescenta a mentira pura e simples. Serra ? ela disse isso duas vezes em poucos dias ? é o responsável pelo racionamento de energia em 2001 e 2002, por ter sido ministro do Planejamento de Fernando Henrique ? 6 anos antes, fingiu esquecer.

A súbita agressividade da ex-ministra, na sua ânsia de passar ao público mensagem do gênero “Dilma e Lula, tudo a ver”, decerto reflete também o seu visível desconforto ao participar, sem a confortadora companhia do presidente, de eventos preparados para promover a humanização de sua imagem. Nessas horas, temperamento e a lulodependência insatisfeita se combinam para fazê-la tropeçar nas próprias deficiências. O momento crítico é o encontro com a imprensa. Um dia, a ex-prisioneira torturada no regime militar, quando solicitada a comentar as declarações de Lula sobre as greves de fome de dissidentes cubanos, aproveitou para fazer uma comparação infame entre os presos políticos brasileiros. Estes, só a muito custo conseguiram falar com a Anistia Internacional. Já os cubanos, seriam privilegiados, deu a entender, “porque o acesso que eles têm à mídia é muito grande”.

Na sua produzida excursão sentimental a Minas, seu Estado natal e segundo maior colégio eleitoral do País, depois de São Paulo, Dilma teve de se haver com uma pergunta sobre as razões que a levaram a começar a sua pré-campanha em “berço tucano”, numa alusão ao governo Aécio Neves, do PSDB.

Agressiva, a candidata reagiu então com 4 pedras em cada mão e um disparate na cabeça. “Minas é meu berço, viu? E eu não sou tucana”, começou, para emendar: “Tancredo, que eu saiba, também não era tucano. Que eu saiba, Juscelino Kubitschek não era tucano.” Ao que se saiba, Juscelino morreu em 1976. Tancredo, em 1985. E o PSDB foi fundado depois, em 1988. Longe de Lula, logo se vê, Dilma é uma autêntica anticandidata. O criador terá de fazer muito mais do que já fez pela criatura.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Meu Deus do Céu, não dá pra votar nisso aí...,

Num discurso só, Dilma vence a pobreza, acaba com a escravidão e põe chapeuzinho em ‘tenhamos’
1 de abril de 2010

Augusto Nunes


Habituado a caçar cretinices com a fleugma de um lorde mirando simultaneamente duas raposas na Inglaterra rural do século 18, o jornalista Celso Arnaldo Araújo tinha o olho rútilo e o lábio trêmulo quando Dilma Rousseff encerrou o histórico discurso de despedida da Casa Civil. O que teria provocado tamanho espanto? A entrega do cargo mais importante depois da presidência a um caso de polícia com nome de Guerra? A segunda abolição da escravatura pela princesa do stalinismo farofeiro? Ou a espetacular descoberta de que, em dilmês, tenhamos ganha um chapeuzinho idiota e vira tênhamos?

Tudo isso junto, suponho. Fora a gesticulação que jamais combina com o que está dizendo a oradora bisonha. Fora o resto. Fora a farsa.

Dilma em seu último momento no Planalto é o brinde do feriadão. Bom proveito.



por Celso Arnaldo

Momento histórico da crônica política republicana, no auditório do Anexo 1 do Palácio do Planalto, neste 31 de março. Se as urnas de outubro recolherem o bom senso e a justiça, ali foram proferidas as derradeiras palavras de Dilma Rousseff investida num cargo público neste país. Pelo menos nos próximos oito anos.

“Alô? Ah! Eu vô (sic) cumeçá (sic) saudando o nosso presidente, é, como é do protocolo mas também devido à importância dessa solenidade. Cumprimentá (sic) o Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, vou cumprimentá (sic) os ministros que tão (sic) tomano (sic) posse. Tenho certeza (sic) que todos eles vão cumpri (sic) a missão que têm pela frente tão (sic) ou melhor do que nós fizemos…”

A voz está embargada, os olhos sinceramente marejados ─ e sua despedida da Casa Civil, traduzida por estas últimas palavras, terá a marca indelével da oradora que assombrou o país nos últimos meses. Tão ou melhor ─ para usar sua expressão tão precisa─ do que os grandes tribunos da História.

“Eu cumeço (sic) saudando a querida Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil”

Agora é oficial e não houve resistência. Mas, em outros tempos, pespegar o posto de ministra-chefe da Casa Civil ao nome da companheira Erenice seria guerra na certa ─ se alevantariam, inclusive da tumba, todos os antigos ocupantes da função, desde o tempo em que a casa era gabinete, em 1938.

“Sim, presidente, com o senhor, nós vencemos. E vamos vencendo a cada dia. Vencemos a miséria, a pobreza. Ou parte da miséria e da grande pobreza deste país. Vencemos a submissão, vencemos a estagnação, vencemos o pessimismo, vencemos o conformismo e vencemos a indignidade. Talvez, presidente, nós tênhamos (sic, sic, sic, mayday, mayday, mayday) vencido esse pesado resquício da escravidão que este país carrega ou que carregou tão forte”.

Tão impressionados com as obras do PAC 1, agora embrulhadas pra viagem para o PAC 2, nós talvez não tênhamos percebido que vencemos tanta coisa ruim e agora é tudo de bom.

Pena que ainda tênhamos escravidão no Brasil ─ isso nós também não tínhamos percebido. Dilma invoca o testemunho do ministro da Integração Racial, um austero senhor negro de óculos cujo nome não foi anunciado por ela, provavelmente porque o conhece tanto quanto nós:

“Ele sabe do que estou falando, porque neste processo nós continuamos vencendo mais de 400 anos de peso e de exclusão que pesa e que oprime nosso país”.

Esses 400 anos de peso que pesa sobre nosso país põem um primeiro ponto final nesta análise do testamento político de Dilma Rousseff. Até aqui, passou-se pouco mais de um minuto e este último discurso durou quase uma hora.

Tão ou melhor emocionado que Dilma, preciso me refazer.