sexta-feira, 2 de abril de 2010

Meu Deus do Céu, não dá pra votar nisso aí...,

Num discurso só, Dilma vence a pobreza, acaba com a escravidão e põe chapeuzinho em ‘tenhamos’
1 de abril de 2010

Augusto Nunes


Habituado a caçar cretinices com a fleugma de um lorde mirando simultaneamente duas raposas na Inglaterra rural do século 18, o jornalista Celso Arnaldo Araújo tinha o olho rútilo e o lábio trêmulo quando Dilma Rousseff encerrou o histórico discurso de despedida da Casa Civil. O que teria provocado tamanho espanto? A entrega do cargo mais importante depois da presidência a um caso de polícia com nome de Guerra? A segunda abolição da escravatura pela princesa do stalinismo farofeiro? Ou a espetacular descoberta de que, em dilmês, tenhamos ganha um chapeuzinho idiota e vira tênhamos?

Tudo isso junto, suponho. Fora a gesticulação que jamais combina com o que está dizendo a oradora bisonha. Fora o resto. Fora a farsa.

Dilma em seu último momento no Planalto é o brinde do feriadão. Bom proveito.



por Celso Arnaldo

Momento histórico da crônica política republicana, no auditório do Anexo 1 do Palácio do Planalto, neste 31 de março. Se as urnas de outubro recolherem o bom senso e a justiça, ali foram proferidas as derradeiras palavras de Dilma Rousseff investida num cargo público neste país. Pelo menos nos próximos oito anos.

“Alô? Ah! Eu vô (sic) cumeçá (sic) saudando o nosso presidente, é, como é do protocolo mas também devido à importância dessa solenidade. Cumprimentá (sic) o Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, vou cumprimentá (sic) os ministros que tão (sic) tomano (sic) posse. Tenho certeza (sic) que todos eles vão cumpri (sic) a missão que têm pela frente tão (sic) ou melhor do que nós fizemos…”

A voz está embargada, os olhos sinceramente marejados ─ e sua despedida da Casa Civil, traduzida por estas últimas palavras, terá a marca indelével da oradora que assombrou o país nos últimos meses. Tão ou melhor ─ para usar sua expressão tão precisa─ do que os grandes tribunos da História.

“Eu cumeço (sic) saudando a querida Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil”

Agora é oficial e não houve resistência. Mas, em outros tempos, pespegar o posto de ministra-chefe da Casa Civil ao nome da companheira Erenice seria guerra na certa ─ se alevantariam, inclusive da tumba, todos os antigos ocupantes da função, desde o tempo em que a casa era gabinete, em 1938.

“Sim, presidente, com o senhor, nós vencemos. E vamos vencendo a cada dia. Vencemos a miséria, a pobreza. Ou parte da miséria e da grande pobreza deste país. Vencemos a submissão, vencemos a estagnação, vencemos o pessimismo, vencemos o conformismo e vencemos a indignidade. Talvez, presidente, nós tênhamos (sic, sic, sic, mayday, mayday, mayday) vencido esse pesado resquício da escravidão que este país carrega ou que carregou tão forte”.

Tão impressionados com as obras do PAC 1, agora embrulhadas pra viagem para o PAC 2, nós talvez não tênhamos percebido que vencemos tanta coisa ruim e agora é tudo de bom.

Pena que ainda tênhamos escravidão no Brasil ─ isso nós também não tínhamos percebido. Dilma invoca o testemunho do ministro da Integração Racial, um austero senhor negro de óculos cujo nome não foi anunciado por ela, provavelmente porque o conhece tanto quanto nós:

“Ele sabe do que estou falando, porque neste processo nós continuamos vencendo mais de 400 anos de peso e de exclusão que pesa e que oprime nosso país”.

Esses 400 anos de peso que pesa sobre nosso país põem um primeiro ponto final nesta análise do testamento político de Dilma Rousseff. Até aqui, passou-se pouco mais de um minuto e este último discurso durou quase uma hora.

Tão ou melhor emocionado que Dilma, preciso me refazer.

4 comentários:

  1. Até que enfim! Mais uma pessoa percebeu como a candidata fala mal. Como naquele `embroglio` todos são semi-analfabetos, eu teria outra versão para a vida escolar de Dilma.

    ``Dilma sempre foi pessoa difícil desde criança. Seus pais tiveram muito dificuldade em educá-la e levá-la a escola (não sei onde fica a crase no ``lepitopi``). Os professores os chamavam constantemente para reclamar de seus péssimos modos e sua notas sempre foram vergonhosas. Logo cedo, sem ainda conseguir escrever uma única frase, Dilma fugiu de casa com o namorado e foi viver na clandestinidade terrorista.

    Pronto. Esta versão combina bem mais do que a biografia conhecida e já fraudada anteriormente.

    Gente! Sempre que digo que Dilma não sabe falar direito ouço um ’E?` ou `Não reparei ainda`.

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  2. Vou indicar seu blog e este texto no http://dilma-mostra-tua-cara.blogspot.com/. Só falta o índice para terminar por ser mais um histórico divulgado pelas ruas para os não internautas. Mas aceito sugestões. Caso queira, retiro.
    Meu email: ju.cappel@gmail.com

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  3. CONVITE
    Sigam o blog http://www.amigosdoserra.com.br/
    Já somos muitos, mas queremos mais!

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  4. Pior, Jurema, têm aqueles que dizem que não faz diferença, que é preconceito. Que não pe preciso preparo e estudo para ser um presidente.

    Parece que Lula está preocupadíssimo com isto, pois cogita ou descumprir a lei, ou se licenciar para mantê-la escondida enquanto ele fala o que ela pensa, acha e fará!

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