sábado, 31 de julho de 2010

70% de estradas intransitáveis

Meus amigos a coisa está cada dia pior, esse tipo de gente governa o Brasil, deveriam ser expulsos à pontapés!

Aí está: o país de Lula, Dilma e mais um séquito de "poderosos" e "influentes" deputados,

senadores, vereadores, assessores e aspones. Temos em Curitiba e em todo Brasil
essa vergonhosa escala de podres poderes. Sinto-me um idiota vendo isso tudo e não podendo
fazer nada... vou ao menos tentar usar melhor o meu simples voto
Se você não assistiu ao programa CQC, veja esse vídeo até o final e o
repasse para o número maior de pessoas que puder. Quem sabe assim,
chegará as mãos de alguma autoridade e seja tomada providência.

que isso é vergonhoso para qualquer brasileiro.

Ninguém merece isso aí novamente...,

O presidente que exige uma mulher no Planalto nega socorro à mulher condenada à morte por apedrejamento...,


Lula acha que uma brasileira merece a Presidência sobretudo por ser mulher. Mas acha que não merece misericórdia uma iraniana que só foi condenada à morte por apedrejamento porque é mulher. Anda chorando quando lembra que a longa temporada  no poder está acabando. Não se comove com a prisioneira angustiada com a aproximação do fim macabro. Pune brasileiros que dão palmadas nos filhos. Absolve iranianos que matam a pedradas.
O candidato sem chances ao Nobel da Paz nem imagina o que é um humanista. Desde sempre fez a opção preferencial pelos pastores da violência. Dilma Rousseff acha que todas as mulheres devem apoiá-la porque é mulher. Não deu um pio sobre a saga da iraniana que vai morrer por ser mulher. Lula só pensa em Lula. Dilma não consegue pensar.
Como Sakineh, o Brasil merece e precisa ser salvo. Ela depende da solidariedade internacional para livrar-se do horror. O país só depende da sensatez dos brasileiros.
A íntegra AQUI:

sexta-feira, 30 de julho de 2010

LULA, CHÁVEZ E O SINAL DO FIM DE UM CICLO


Esta foto que está no blog Interprensa, da Venezuela, fala por si só. Lula pronto para pegar o boné e sabe que não conseguirá eleger a sua candidata. Enquanto isso Hugo Chávez chegou a exumar a ossada de Bolívar, para desviar a atenção dos venezuelanos do descalabro da economia, dos alimentos apodrecidos pela incúria e a corrupção do funesto Estado Bolivariano que se transformou numa ditadura cruel e que já coleciona presos políticos. O mais recente é o líder opositor Alejandro Peña Esclusa, encarcerado pela polícia política a mando do tirano de Miraflores.
Há fortes indicadores demonstrando que a estratégia do Foro de São Paulo, o movimento que reúne os tiranetes latino-americanos e do qual Lula é um dos fundadores, está fazendo água. Pressente-se um final melancólico desse ciclo de horror, porém incapaz de segurar fluir da história latino-americana.
Líderes carismáticos só se mantêm no poder desde que consigam realizar permanentes façanhas, tiradas espetaculares com sabor sobrenatural. Entretanto, a produção de sucessivas façanhas é algo impossível. Daí sobrevém um estado de crise e o carisma de repente some como por encanto, para dar lugar aos fatos, ou seja, esse fenômeno que afoga o carisma faz a transposição de uma idealização para a realidade.
Esta foto apreende Lula com ar decrépito, cansado, que não esconde o desapontamento existencial (eita!), enquanto Chávez leva a mão à cabeça em flagrante desespero.
É.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Stallone está certo

OLAVO DE CARVALHO 

RockyA declaração do ator de "Rambo" é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.
A mídia inteira está brabíssima com o ator Sylvester Stallone porque ele disse que no Brasil você pode explodir o país e as pessoas ainda lhe agradecem, dando-lhe de quebra um macaco de presente. Alguns enfezados chegaram até a resmungar que com isso o ator estava nos chamando de macacos - evidenciando claramente que não sentem a diferença entre dar um macaco e ser um macaco.
A íntegra AQUI:

"Indio Véio"

Deus nos livre...,

Deixem esta senhora longe do cofre.

Ideli Salvatti(PT) é um dos ícones da defesa exacerbada que o seu partido faz da corrupção no Congresso. Quem não lembra dela no Mensalão? E, depois, defendendo com unhas e dentes o José Sarney, que a trata carinhosamente comoLili? Isto que a petista nunca teve a chave de nenhum cofre público na sua mão. Imagine se tivesse. 

Do Painel da Folha
Na área Candidata ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti (PT) tenta pegar carona na torcida dos times do Estado, Avaí e Figueirense. A petista divulgou ter intermediado parceria entre os clubes e a Eletrosul, ontem, para reforma de estádios e centros de treinamentos que dariam suporte à Copa-2014. A Eletrosul é chefiada pelo ex-marido da petista, Eurides Mescolotto. As diretorias da estatal são cota dela. 

Ideli amarga um terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, pois é candidata ao governo do estado, em Santa Catarina. É uma mancha que os catarinenses querem apagar em 2010. Uma vergonha política. Ela foi eleita senadora na onda Lula de 2002. Nove entre dez catarinenses não se perdoam por isso. Tanto os que votaram nela quanto os que não fizeram campanha contra. As pesquisas estão aí para comprovar.  Hoje, ela não passa de 10% nas intenções de votoNão se reelegeria nem mesmo senadora e, remotamente, poderia ambicionar uma vaguinha de deputada. Estadual, não federal.

Pois é...,

"NO FUTEBOL, O BRASIL FICOU ENTRE OS SEIS
MELHORES DO MUNDO E TODOS ESTÃO TRISTES.  
NA EDUCAÇÃO É O 85º E NINGUÉM RECLAMA..."

Senador Cristovão Buarque   

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Índio da Costa está mentindo...,

Em defesa da Verdade! Índio da Costa está mentindo sobre o PT e as FARC!PDFImprimirE-mail
ESCRITO POR EMMANUEL GOLDSTEIN  
Camaradas,


O Partido VanguardaPopular © vem a público esclarecer os fatos à sua militância e à sociedade progressista organizada.
O Candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, Índio da Costa (DEM), afirmou que “Todo mundo sabe que o PT é ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)”. Vejam o vídeo:

É a mais pura MENTIRA a afirmação do dep. Índio da Costa de que “TODO MUNDO” sabe que o PT é ligado as FARC. “TODO MUNDO” uma pinóia! O blogueiro Josias de Souza, por exemplo, não sabia disso. A chamada “grande mídia”, vendida para o capital especulativo (Capespec em Novílingua), também não sabia disso!


É dever primordial do Partido empregar o máximo de seus esforços para esclarecer e organizar TODA a classe operária. Por isso, publicamos aqui parte da entrevista concedida pelo camarada Raúl Reyes, ex-comandante das FARC, à Folha de S. Paulo, em 24 de agosto de 2003:


Folha de S.Paulo - Vocês têm buscado contato com o governo Lula?



Reyes - Estamos tentando estabelecer --ou restabelecer-- as mesmas relações QUE TÍNHAMOS ANTES, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência.


Folha de S.Paulo - O sr. conheceu Lula?



Reyes Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dosFOROS DE SÃO PAULO.


(Nota do Coletivo Editorial: as FARC enviaram uma “carinhosa e bolivariana saudação” ao Foro de São Paulo em 2007 e agradeceram ao PT pela “formidável proposta de criar o Foro de São Paulo”. Confira o documento aqui: http://port.pravda.ru/mundo/15168-farcsaudacao-0 )


Folha de S.Paulo - Houve uma conversa?



Reyes - Sim, ficamos encarregados de PRESIDIR O ENCONTRO. Desde então, NOS ENCONTRAMOS EM LOCAIS DIFERENTES e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.


Folha de S.Paulo - Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?



Reyes - Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.


Folha de S.Paulo - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?



Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil.


Folha de S.Paulo - O sr. pode nomear as mais importantes?



Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores,jornalistas...



Folha de S.Paulo - Quais intelectuais?



Reyes - [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [ex-assessor especial de Lula] e muitos outros.


A entrevista completa você confere aqui:http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u62119.shtml

Pronto! Agora TODO MUNDO do Partido está sabendo!
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sábado, 17 de julho de 2010

"O BEM AMADO"



Guel Arraes faz a sátira da esquerda em 'O Bem Amado'

Diretor diz que foi difícil construir um vilão esquerdista e conta que mudou o final da obra de Dias Gomes para não renegar suas convicções políticas

"Os intelectuais, que normalmente são de esquerda, deveriam ser críticos. Mas no máximo fazem caricatura, fazem crítica de colega. Registram o que consideram exagerado, fora do tom, antiquado. Eu nunca vi comédia sobre o que está sendo abordado em O Bem Amado"

Concretizar esse projeto envolveu um desafio particular. Ao atualizar o texto de Dias Gomes, Guel deu-se conta da necessidade de incluir a esquerda na mira de sua sátira. Vladimir Castro (Tonico Pereira), o opositor de Odorico Paraguaçu, é um vilão de esquerda. Dono de jornal, almeja o poder e acredita que, pelo bem do povo, vale tudo para chegar lá. Chama propina de “desapropriação do capital burguês em favor da revolução” e diz que o que o diferencia da direita é mentir por uma causa justa

A íntegra AQUI:

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Com o frio que está fazendo por estas bandas, nada melhor do que uma boa leitura sobre vinhos e lógico, abrindo uma boa garrafa de vinho para esquentar o pêlo. Salute!

Mercado de vinhos finos ganha espaço no País

Cresce o número de vinícolas que já não se limitam a produzir apenas a versão de mesa da bebida; setor quer ampliar exportações


Para ler mais clica AQUI:

É muita cara de pau, será que essa gente acha que somos todos imbecis. Realmente, perderam completamente a vergonha, mentem sem pestanejar.


Celso Arnaldo esclarece o caso da menina de bom coração e do menino de olhos tristes

Vejam o que Celso Arnaldo achou do capítulo sobre a infância da nova biografia de Dilma Rousseff:
site oficial da Dilma está de cara nova — cara feia, claro, mas a biografia da musa foi incrementada.
O segmento “infância” tem o título de “A menina que sabia dividir”. Sabem o que Dilma dividia? Por favor, não pensem que é gozação minha. Leiam e, se houver dúvida, confiram no site:
“Estudou no Nossa Senhora de Sion, tradicional colégio para meninas, e frequentou o Minas Tênis Clube, ponto de encontro da elite belorizontina. Mas desde cedo aprendeu que o mundo não era cor de rosa. Um outro mundo, de cores tristes, saltava aos olhos sempre que subia o Morro do Papagaio, uma das maiores e mais pobres favelas da cidade, para fazer trabalho voluntário com colegas e freiras do colégio. Ou quando abria a porta de casa para algum mendigo que implorava por um prato de comida.
Certo dia, bateu à porta um menino tão magro e de olhos tão tristes que ela rasgou ao meio a única nota que tinha. Ficou com metade da cédula e deu a outra metade ao menino. Dilma não sabia que meio dinheiro não valia nada. Mas já sabia dividir.”
Não, Dilma não sabe dividir até hoje. Não sabe dividir sílabas. Não sabe dividir as frases de uma sentença, de modo a que elas façam sentido.
Dilma é a metade rasgada de uma cédula — a outra metade está com Lula, o menino magro e de olhos tristes de Garanhuns.
Sem a outra metade, Dilma não tem o menor valor.
Celso Arnaldo, como sempre, pegou na veia. Mas não resisto à tentação de pegar uma carona, continuar no campo das operações aritméticas e registrar que, já maior de idade, Dilma aprendeu a subtrair. Aprendeu tanto que participou da subtração do cofre do Adhemar. Os envolvidos na “ação revolucionária” acertaram na hora de subtrair. Mas até hoje todos se acusam, uns aos outros, de terem errado de propósito na hora de dividir.

Insubstituível...

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:"ninguém é insubstituível".

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim.

- E Beethoven ?

- Como? - o encara o diretor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio.....

O funcionário fala então:

- Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e

achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no
fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? etc...

Todos esses talentos marcam e marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são siminsubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus'erros/deficiências' .

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico ...

O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente/coordenador , ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder/ técnico, que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados . . . apenas peças.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi pra outras moradas'. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:... . Ninguém ... pois nosso Zaca é insubstituível".

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazeralguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco queposso".

"No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é..., eoutras..., que vão te odiar pelo mesmo motivo..., acostume-se a isso..., com muita paz de espírito...".

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ressentimento e onipotência

José A. Guilhon Albuquerque - O Estado de S.Paulo


Demétrio Magnoli publicou nesta página (8/7) uma receita ideal para José Serra perder as eleições e delas sair engrandecido aos olhos de um setor da elite. Mas, como disse o técnico da brava seleção espanhola, "una final no es para jugar, es para ganar".
O autor apresentou um diagnóstico impecável sobre o governo Lula e o "lulismo". Para eleger-se um estadista, entretanto, não se trata de diagnosticar os atores, mas sim o processo eleitoral, que não é um concurso de simpatia, erudição ou correção política aos olhos de jornalistas, intelectuais ou ativistas: o que estará em jogo em outubro é a confiança do eleitor para escolher quem é mais capaz de manter as conquistas que o povo valoriza e evitar as mudanças que o povo teme.
 A íntegra AQUI: 

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Adeus, Lênin - Janer Cristaldo, um artigo de 2006 que vale a releitura. Propício para os dias atuais.

Che ressuscita do lixo
28 de março de 2006

Em fevereiro de 2004, comentei Adeus, Lênin, este belo filme de Wolfgang Becker,
raridade nestes dias de salas inundadas por bestsellers para consumo de pobres de espírito.
O drama gira em torno de uma cidadã da antiga Berlim Oriental, que caiu em coma um
pouco antes da queda do Muro. Só sai do coma alguns meses depois, quando Berlim é uma
cidade só. Para evitar que a mãe tenha algum infarto com a nova realidade, seu filho
remonta o apartamento com os trastes da era socialista, que nesta altura já haviam sido
jogados a um depósito. Toma o cuidado de fechar janelas e eliminar rádio e televisão. Dada
a insistência da mãe em ter um aparelho de TV, o rapaz passa a produzir noticiários com
um amigo cineasta, no melhor estilo da finada Alemanha Oriental. Ele produz uma RDA
que não mais existe, para consumo da mãe em convalescença.
Um rápido detalhe, talvez despercebido aos olhos de muitos, mexeu comigo na ocasião:
entre os trastes da era antiga, que o filho recupera de um depósito de objetos inúteis para
manter a mãe na ilusão de que nada havia mudado, está um pôster do Che Guevara.
No filme de Becker, que reproduz uma
Alemanha de 1991, Che é ícone
jogado ao lixo.
Neste nosso país incrível, justo
naqueles dias em que eu escrevia a
crônica – isto é, treze anos após a
queda do Muro – estava sendo
ultimado Diários da Motocicleta, de
Walter Salles, idílico panegírico ao
assassino que tem no currículo, entre
outros feitos, ter tornado Cuba um dos
países mais pobres do continente, que
só não é o mais o pobre porque ainda
existe o Haiti.
Vi e revi o filme mais duas ou três vezes. Num destes sábados, dia 18 passado, encontrei-o
na programação do Telecine. Vou deliciar-me de novo, pensei, com este irônico relato da
derrocada da barbárie. Quando acabou o filme, senti uma lacuna em meu prazer. Não havia
visto o momento em que o pôster do Che é retirado do lixo. Imaginei que talvez tivesse ido
à cozinha ou ao banheiro e perdido a cena. Decidi então rever meu passado recente. Eu
havia visto o filho retirando da parede a foto de Honecker, quando o campeão de tiro na
nuca renuncia. Havia visto o rapaz repondo na estante um livro de Anna Seghers. Até ali
não havia levantado do sofá. A cena do pôster teria de estar antes da chegada da mãe ao
apartamento. Não estava. O episódio fora cortado.
Cena do filme Adeus, Lênin não exibida na TV e
vídeo no Brasil.
Denunciei o fato em meu blog e recebi mensagens de pessoas que também não haviam
visto a cena. Leitores incrédulos preferiram rever o filme, que seria reprisado na madrugada
de terça-feira, dia 21. Sentei-me de novo ante a telinha e confirmei: a cena de fato fora
cortada. Quando a mãe volta, em rápidos fotogramas vê-se o pôster reposto na parede de
cabeceira da cama. Che ressurge do lixo, mas a cena em que foi retirado do lixo nos foi
subtraída. É como se sempre estivesse estado naquela parede e jamais tivesse sido jogado
ao lixo. A direção do Telecine – escrevi então – deve ter julgado a imagem por demais
chocante para o público brasileiro.
Leitores que também curtiam o filme me alertaram: haviam-no visto em DVD e nada da
cena do pôster no lixo. Para conferir, peguei um DVD na locadora. De fato, o filme estava
censurado no próprio DVD. Quem julgou a imagem por demais chocante para o público
brasileiro foi a distribuidora. Mas pode o Telecine distribuir um filme mutilado, só para
agradar as viúvas do socialismo? A meu ver, tem a obrigação de reprisar, para o público
brasileiro, o filme sem cortes.
Em pleno ano da graça de 2006, dezessete anos após a queda do Muro, quinze anos após a
dissolução da União Soviética, temos ainda stalinistas de plantão preservando a imagem de
um bandoleiro internacional a serviço do comunismo. Da mesma forma que Stalin mutilava
fotos, para impor aos povos sua falsificação da História, mais de meio século depois da
morte de Stalin temos neste Brasil censores mutilando filmes para salvar a imagem de
Guevara. Se o filho da militante produzia uma RDA inexistente para manter sua mãe na
ilusão de um mundo socialista, os distribuidores de Adeus, Lênin produzem um filme
distinto do filme original, para manter o mito idílico de um apparatchik de gatilho fácil e
sem escrúpulos.
Não por acaso, na Bolívia, Guevara é cultuado como San Ernesto de la Higuera. La Higuera
é a aldeia onde Che foi preso. Um monumento ao assassino e um memorial na antiga escola
são as principais atrações turísticas da área. Depois do filme de Walter Salles, a aldeia
passou a fazer parte da "Ruta del Che". Eficaz intermediário entre Deus e os seres
humanos, o novo santo já tem operado milagres.
Associada a causas nobres, a imagem do Che pode circular. Na terça-feira passada, 21 de
março, está presente na primeira página da Folha de São Paulo, numa foto de alunos de
uma escola municipal em Itaquera, São Paulo. Discreto, como convém aos santos, Che está
no canto inferior direito da foto, na capa de um caderno escolar. A reportagem sequer fala
do guerrilheiro. Apenas denuncia o fato de que a escola está situada acima do forno da
padaria de um supermercado. O Che, você engole sem perceber.
Dois dias depois, na quinta-feira, no mesmo jornal, em página interna, uma homenagem
mais evidente. Em uma foto de indígenas equatorianos protestando contra as negociações
para um tratado de comércio com os EUA, lá está de novo o Che, glorioso, sobressaindo da
foto, como que liderando o protesto. Como se o homem que levou um país à miséria
econômica tivesse qualquer autoridade para liderar protestos contra tratados comerciais.
Já não basta termos de ver na televisão uma deputada dançando para saudar a vitória da
corrupção, já não basta vermos o Estado petista assestando toda sua máquina contra um
pobre caseiro, temos ainda de consumir gato por lebre e engolir as mentiras piedosas de
stalinistas instalados em distribuidoras de filmes. Nestes dias, quem quiser ver o filme na
íntegra, terá de viajar a Paris, Berlim ou Roma. Enfim, a países onde Che já teve o destino
que sempre mereceu, a famosa lata de lixo da História. Como fazíamos na época da
ditadura militar. Quem podia, viajava à Europa para ver bom cinema. Quem não podia ir à
Europa, ia a Montevidéu ou Buenos Aires. Neste sentido, os cidadãos de Santana do
Livramento eram privilegiados, bastava atravessar a Calle Internacional e assistir ao filme
em Rivera.
Não por acaso, um filme como La Palombella Rossa, de Nanni Moretti, jamais passou no
Brasil. Estava muito perto da queda do Muro, as chagas das viúvas ainda continuavam
abertas. East Side Story, produção alemã de 1997, dirigida por Dana Ranga, cineasta
romena que vive em Berlim, saudado pela imprensa americana como um dos melhores da
década, passou quase clandestinamente em uma sala no Rio, outra em São Paulo. A crítica,
nem um pio. Hoje, a censura é mais sutil. O filme passa. Mas que nenhuma blasfêmia seja
feita aos sagrados ícones do hagiológio das esquerdas.


Assista:
Filme completo



Trailer



Filme completo


Será que alguém em sã consciência tem coragem de votar nesse instrumento de garupa?


Quase 100 anos em menos de 100 palavras

Por Augusto Nunes


Se os candidatos ao exame do Enem fossem submetidos a um exame oral de História, se tivessem de dissertar sobre o que houve de mais importante no Brasil do século 20, se entre os julgadores figurasse o professor Antônio Cândido, imagine que nota daria o intelectual companheiro a um candidato que dissesse o seguinte:
“Entre os anos 20 e 30, quando a gente teve a Semana de Arte Moderna, o Brasil cumeçô a se pensar como país, depois houve a Revolução de 30, saiu da República Velha, depois, ali no final dos anos 50 e nos anos 60, teve Brasília, a bossa nova, o cinema novo, toda também uma discussão sobre os caminhos do futuro do país, né?, a discussão sobre a identidade. Acho que nós vivemo um momento igual”.
Esqueçamos as agressões ao português. Fiquemos no conteúdo. Como toda semana, também a Semana de Arte Moderna ─ que se realizou não “entre os anos 20 e 30″, mas em 1922 ─ durou sete dias. Foi um evento importante, mas não obrigou “a se pensar como país” um país que existia desde 1500. Antonio Cândido sabe disso. Sabe, também, que não foi pouco o que houve entre a Revolução de 30, que aposentou a República Velha, e “o final dos anos 50 e nos 60″.
Houve, por exemplo, a Revolução de 1932, a Intentona Comunista, a rebelião integralista, o Estado Novo, a Segunda Guerra Mundial, a queda de Getúlio Vargas, a redemocratização, a volta do ditador como presidente eleito e o suicídio. Também não foi pouco o que aconteceu entre o banquinho, o violão, a câmera na mão, o Plano Piloto, as curvas de Niemeyer e “o momento igual que nós vivemo”.
Houve a renúncia de Jânio Quadros, a ascensão de João Goulart, o golpe militar de 1964, a ditadura do AI-5, a Anistia, a Campanha das Diretas, a vitória e a morte de Tancredo Neves, os seis anos de José Sarney, o triunfo e o impeachment de Fernando Collor, os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real, o fim da inflação e a Era Lula. Fora o resto.
Avaliado por Antonio Cândido, um aluno que empacotasse quase 100 anos em menos de 100 palavras não conseguiria vaga em faculdade nenhuma, muito menos na USP. Pois foi exatamente isso o que fez Dilma Rousseff ao resolver dissertar sobre o século 20 na casa de Lily Marinho. Como neurônio solitário não quer um lugar na Universidade, e sim a presidência da República, Antonio Cândido sacou a caneta do paletó não para dar-lhe um merecidíssimo zero, mas para juntar-se ao abaixo-assinado dos “intelectuais e artistas” que consideram Dilma a governante que o Brasil merece.
Quem não sabe escrever o desfecho da própria biografia merece pena.