terça-feira, 22 de setembro de 2015

Quem tem medo do Capitalismo?


A VEJA desta semana traz um material especial de 31 páginas que procura responder à pergunta que está no título deste post. Há reportagens, entrevista, pesquisa, artigos — entre eles, um deste escriba, de que publico um trecho abaixo. Vale a pena ler a revista.
Nestes dias em que o Brasil parece disposto a dizer “não” à bandalheira e aos assaltantes dos cofres públicos, é preciso que a gente se pergunte onde está o centro da questão.
Será que há saída virtuosa para o país enquanto o estado tiver o tamanho que tem por aqui? Enquanto um ente pantagruélico dominar todas as esferas da nossa vida — tentando, o que é pior, expandir-se?
Leiam trecho do meu artigo intitulado: “Esquerdas transformaram o Leviatã numa vaca leiteira”.
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Sabem o que nasce do cruzamento do teórico comunista italiano Antonio Gramsci (1891-1937) com um coronel nacionalista, que aprendeu a esconder a peixeira no fardão, ambos incensados por padres de passeata? O petrolão — o maior escândalo com dinheiro público jamais visto neste “planetinha”, que é como Lula se referiu, certa feita, à Terra, entre o desdém e a intimidade, como é típico de sua humilde e sideral megalomania.
Convenham: o homem tem todo o direito de se achar uma divindade extraterrena, já que não foi fulminado a tempo pela história, pela lógica, pela matemática ou por uma entrevista concedida à revista Playboy, em 1979, em que revelava as várias escatologias que se somaram para criar, como queria Gramsci, o “intelectual orgânico” das esquerdas, incensado pelas universidades brasileiras — os últimos redutos do comunismo do “planetinha”, junto com a Coreia do Norte.
Lula confessou à revista, sob múltiplos silêncios cúmplices, admirar a determinação de Khomeini, Mao Tse-Tung e Che Guevara. Hitler também foi citado, assim: “Mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”. O jornalista lhe deu uma segunda chance: “Quer dizer que você admira o Adolfo?” E ele: “Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as ideias dele, a ideologia dele.”. Ficou claro. Admirava “o fogo”.
O sujeito já se anunciava ali como o nosso compromisso com o atraso. Margaret Thatcher, Santo Deus!, havia acabado de chegar ao governo do Reino Unido. No ano seguinte, Ronald Reagan venceria a eleição para a Presidência dos EUA. Mas o Brasil só revogou da Constituição a discriminação ao capital estrangeiro em 1995, com a chegada de FHC à Presidência. E isso aconteceu debaixo do chicote da academia e de colunistas influentes da imprensa, penúltimo reduto do esquerdismo, que vociferavam contra o tal “neoliberalismo”. Os Jecas Tatus de casaca eram muito ciosos do amarelão, ou vermelhão, ideológico.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

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