A carne de onça é uma das principais iguarias de botecos curitibanos. Muitos forasteiros que aqui chegam na aldeia, acabam acreditando realmente que o prato é feito com a carne de felino, assim como o nome sugere. Mas aí entra uma das maiores dúvidas da humanidade: Se a carne não é de onça, porque se chama carne de onça?
São muitas as estórias e explicações, mas eu acredito fielmente na lenda abaixo:
Há muitos anos o Bar do Martelo, no Rebouças, é um ponto de encontro de distintos Atleticanos. Certa vez apareceu por lá um coxa branca sacana em semana de Atletiba. Em meio a conversas, palpites, discussões e provocações, ele lançou uma aposta: Se o Atlético ganhasse aquele Atletiba, os Atleticanos do bar poderiam fazer uma mistura de comidas em um prato da maneira que quisessem e que ele comeria. E assim foi, o Rubro Negro goleou o time verde em pleno “Pinga Mijo”. Na semana seguinte ao clássico, os frequentadores fizeram uma enquete sobre os possíveis ingredientes desse prato, a fim de sacanear o já sacaneado pela vida, o tal coxa branca.
Misturaram carne moída crua com muita cebola, pimenta do reino, sal, azeite, e mostarda escura. Ao provar a sacanagem, o besta verde nem cara feia fez e pediu repeteco. Ali nascia a carne de onça.
Mas a iguaria não havia sido batizada, e todos que chegavam ao bar logo gritavam: – William, me vê uma “carne”!
E o William gritava para sua esposa, que era quem preparava o prato na cozinha: – Faz uma “Carne”, ONÇA!
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