segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O fracasso da Petrobras explicado em uma frase

A Folha traz hoje uma entrevista com o geólogo Guilherme Estrella, o “homem que inventou o pré-sal”. Nela, o geólogo petista diz uma frase que define o fracasso da Petrobras sob a gestão do PT. Diz ele:

Começamos a expansão. E no primeiro leilão de áreas de petróleo eu vi que a coisa era séria. Quando perdi o primeiro bloco para a Devon, que colocou 100% de conteúdo nacional, a então ministra Dilma Rousseff me ligou cinco minutos depois e disse: “Soube que você perdeu um bloco, isso não vai se repetir, está entendido?“.
E claro que não perdi mais nenhum. Ali eu senti que a Petrobras ia reassumir a hegemonia do setor de petróleo no Brasil.
É bem a cara da presidente Dilma ligar dessa forma e dar uma bronca dessas. Essa reação de Dilma resume uma década de fracasso da Petrobras, que não consegue crescer direito sua produção e, não obstante, afunda-se em dívidas cada vez maiores.
O foco, a prioridade, era fazer a Petrobras “reassumir a hegemonia do setor de petróleo no Brasil”, segundo o entendimento do próprio geólogo. Para tanto, a estatal tinha que adquirir todos os blocos leiloados. Perder algum bloco era algo inadmissível. Não ia se repetir. Está entendido?
E o que uma empresa faz quando tem essa prioridade definida de forma tão clara e objetiva pela ministra em pessoa? Ora, ela compra todos os blocos, sem se importar com o retorno financeiro, claro! Viabilidade econômica? Isso é papo de liberal chato, de economista pentelho.
A única meta era colocar a Petrobras como hegemômica no setor, custe o que custasse. Tamanho é tudo que importa. Monopolizar a produção nacional é o objetivo. Apresentar bom retorno sobre os investimentos? Coisa de especulador do mercado financeiro!
Alguém fica surpreso com o resultado? Em duas imagens:
Petrobras contra a cesta de empresas americanas
Valor de mercado e endividamento da Petrobras
O PT conseguiu praticamente destruir a maior empresa do país. As agências de risco devem a qualquer momento rebaixar sua classificação, os investidores morrem de medo do uso político da empresa, a dívida cresce sem parar, ao contrário da produção. Normal, quando o critério econômico não está nas prioridades da gestão.
E agora ainda vem o leilão de Libra, do qual as grandes empresas americanas e inglesas, privadas, correram, restando basicamente as estatais chinesas, que também não ligam para retorno sobre investimentos. A agora presidente Dilma deve ter ligado para alguém da Petrobras e dito: “Não vá perder blocos para ninguém, está entendido?”
Está. Muito bem. Está entendido que a gigante não quer saber de retorno sobre capital investido. Resta saber se todos os investidores que compram suas ações já entenderam isso…

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