terça-feira, 7 de maio de 2013

O ‘New York Times’ também não sabia


O ‘New York Times’ também não sabia

(ÉPOCA – edição 779)
Lula vai ter uma coluna mensal no “New York Times”. Pelo visto, os americanos estão levando a sério o projeto da decadência do império. Escolheram a dedo o amigo dos fantasmas de Khadafi e Chávez, porta-voz nas Américas de Ahmadinejad, o tarado atômico que quer explodir os EUA. Não se sabe ainda quem vai escrever a coluna de Lula. Possivelmente, algum democrata importado por José Dirceu de Cuba. O “New York Times” vai ver o que é bom pra tosse.
Lula já cansou de dizer a seu povo que ler jornais é perda de tempo. O filho do Brasil vive exortando seus fiéis a não acreditarem no que a imprensa diz. Nesse aspecto, pode-se dizer que o “NYT” chegou à perfeição. Se a vocação da imprensa é mentir, o jornal americano tem agora o maior especialista no assunto.
O gesto do jornal mais influente do mundo, ao contratar um ex-presidente no exato momento em que ele é investigado pela polícia de seu país por corrupção, pode ser entendido de duas formas: ou o “NYT” aderiu à moral petista, ou – mais provável – o jornalão está se lixando para o que acontece no Brasil, e resolveu usar Lula como mais um souvenir da pobreza, desses que a esquerda festiva americana ama. Se o colunista disfarçar bem os ideais parasitários que implantou em seu país, a contratação exótica pode até ajudar a vender jornal. Ficção científica sempre dá ibope.
Dizem que a coluna de Lula tratará de vários assuntos internacionais. Fica aqui, então, uma sugestão de pauta para o texto de estréia: a conquista de Roma por Rosemary. A despachante de Lula e Dilma, investigada por tráfico de influência, foi instalada pelo Itamaraty na elegante embaixada brasileira na Itália, numa viagem de passeio. Não pode haver assunto internacional mais quente para a coluna de Lula no “New York Times”.
Mas o ex-presidente não deve contar tudo de uma vez só. O ideal seria que ele iniciasse uma série – sugestão de título: “Rose’s story” – e a cada coluna fosse detalhando os passos épicos de Rosemary Noronha como representante da Presidência da República em São Paulo, com todas as ações cirúrgicas para implantar picaretas nas agências reguladoras e transformá-las em balcões de cargos e negócios. Seguiria-se a história de como Dilma Rousseff protegeu a lobista no lendário escritório paulista da Presidência, até que a floresta de golpes finalmente vazasse. O leitor americano vai adorar – vai achar que está lendo Agatha Christie, a rainha do crime.
Truman Capote e Gay Talese sumirão na poeira com o realismo pulsante de Lula no “NYT”. Os americanos vão descobrir enfim o verdadeiro thriller da vida como ela é – e as famosas incursões de Capote e Talese pelo submundo vão parecer brincadeira de criança. O colunista brasileiro poderá narrar as peripécias de Waldomiro, Valdebran, Gedimar, Vedoin, Bargas, Valério, Delúbio, Silvinho, Erenice, Rosemary e grande elenco, o que garantirá ao “New York Times”, pelo menos uma vez por mês, uma edição de arrepiar. Os leitores interessados na realidade terceiromundista vão entender enfim o que é miséria (moral).
O público gringo de Lula vai vibrar com a história fantástica do mensalão, o escândalo que levou ao maior julgamento por corrupção da história do seu país, sem sequer arranhar o poder do grupo político que engendrou o golpe. O leitor americano se fascinará com a história da marionete que virou presidente e símbolo feminista sem completar um único raciocínio lógico de autoria própria. Vão achar que é realismo fantástico – e aí caberá ao colunista jurar pela liberdade de Rosemary que é verdade.
A coluna de Lula será um sucesso, basta ele colocar lá suas memórias dos últimos dez anos. Líderes do mundo todo ficarão magnetizados com o final feliz petista – a tecnologia de eternização no poder sem governar, apenas torrando as riquezas nacionais em propaganda “progressista” e aliciamento de cúmplices. Um governo que chama a inflação de volta com seu show de populismo, fisiologismo e negligência, e consegue recordes de aprovação… O mundo descobrirá que Paulo Coelho não é o maior mago brasileiro.
Enquanto a revolução bolivariana não acaba com a imprensa burguesa, o companheiro Lula pode contar tudo o que não sabia – basta mandar Dilma proibir a Polícia Federal de ler o “New York Times”.


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