O GOVERNO PARALELO DE DIRCEU. E DILMA SABE DE TUDO!
Dá
pra entender o estresse de ontem de José Dirceu. A reportagem de capa
da revista VEJA revela que membros do primeiro escalão do governo,
dirigentes de estatais e parlamentares - INCLUSIVE UM DA OPOSIÇÃO - se
ajoelham aos pés do cassado, a quem ainda chamam de “ministro” e prestam
reverências. É isto mesmo: o deputado defenestrado, o homem processado
pelo STF e acusado de ser chefe de quadrilha é tratado por figurões de
Brasília como um chefão — o Poderoso Chefão. Dirceu está bravo porque a
reportagem é devastadora para a reputação da República e deveria ser
também para ele e para aqueles que fazem a genuflexão. Vamos ver. Uma
coisa é certa: a presidente Dilma sabe de tudo; tem plena consciência de
que seu governo é assombrado e monitorado — às vezes com tinturas
claras de conspiração — por um ficha-suja.
A
reportagem de Daniel Pereira e Gustavo Ribeiro está entre as mais
importantes e contundentes publicadas nos últimos anos pela imprensa
brasileira. Ela desvenda o modo de funcionamento de uma parte importante
do PT e os métodos a que essa gente recorre. E traz detalhes saborosos:
podemos ver as imagens das “autoridades” que vão até o “gabinete” de
Dirceu, montado no Naoum, um hotel de luxo de Brasília, onde se produz,
nesse caso, o lixo moral da República. VEJA conseguiu penetrar no cafofo
do Muammar Kadafi da institucionalidade brasileira. Eis alguns
flagrantes.
Anotem alguns nomes, cargos e dia do encontro:
- Fernando Pimentel, Ministro da Indústria e Comércio (8/6);
- José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras (6/6);
- Walter Pinheiro, senador (PT-BA) - (7/6);
- Lindberg Farias, senador (PT-RJ) - (7/6);
- Delcídio Amaral, senador (PT-MS) - (7/6);
- Eduardo Braga, senador (PMDB-AM) - (8/6);
- Devanir Ribeiro, deputado (PT-SP) - (7/6);
- Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (PT-SP) - (8/6);
- Eduardo Gomes, deputado (PSDB-TO) - (8/6);
- Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (PSDB-TO) - (8/6)
- Fernando Pimentel, Ministro da Indústria e Comércio (8/6);
- José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras (6/6);
- Walter Pinheiro, senador (PT-BA) - (7/6);
- Lindberg Farias, senador (PT-RJ) - (7/6);
- Delcídio Amaral, senador (PT-MS) - (7/6);
- Eduardo Braga, senador (PMDB-AM) - (8/6);
- Devanir Ribeiro, deputado (PT-SP) - (7/6);
- Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (PT-SP) - (8/6);
- Eduardo Gomes, deputado (PSDB-TO) - (8/6);
- Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (PSDB-TO) - (8/6)
Esses
são alguns dos convivas de Dirceu, recebidos, atenção!, em apenas 3
dias — entre 6 e 8 de junho deste ano. Leiam a reportagem porque há
eventos importantes nesse período. É o auge da crise que colheu Antonio
Palocci. Ele caiu, é verdade, por seus próprios méritos — não conseguiu
explicar de modo convincente o seu meteórico enriquecimento. Mas, agora,
dá para saber que também havia a mão que balançava o berço. Uma parte
da bancada de senadores do PT tentou redigir uma espécie de manifesto em
defesa do ministro, mas encontrou uma forte resistência de um trio:
Delcídio Amaral, Walter Pinheiro e Lindbergh Farias - os três que foram
ao encontro de Dirceu no tarde no dia 7. À noite, Palocci pediu
demissão.
Dirceu,
então, mobilizou a turma para tentar emplacar o nome de Cândido
Vaccarezza para a Casa Civil. O próprio deputado foi ao hotel no dia 8,
às 11h07. Naquela manhã, às 8h58, Fernando Pimentel já havia comparecido
para o beija-mão. A mobilização, no entanto, se revelou inútil. Dilma
já havia decidido nomear Gleisi Hoffmann.
VEJA
conversou com todos esses ilustres. Afinal de contas, qual era a sua
agenda com Dirceu? Gabrielli, o presidente da Petrobras, naquele seu
estilo “sou bruto mesmo, e daí?”, respondeu: “Sou amigo dele há muito
tempo e não tenho de comentar isso”. Não teria não fosse a Petrobras uma
empresa mista, gerida como estatal, e não exercesse ele um cargo que é,
de fato, político. Não teria não fosse Zé Dirceu consultor de empresas
de petróleo e gás. Dilma não tem a menor simpatia por ele, e Palocci já o
havia colocado na marca do pênalti. Mais um pouco de interiores?
Não está na lista de hóspedes. E a máfia
O governo paralelo de Dirceu ocupa um quarto no hotel Naoum. Seu nome não consta da lista de hóspedes. A razão é simples. Quem paga as diárias (R$ 500) é um escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena, que também responde pelo salário de Alexandre Simas de Oliveira, um cabo da Aeronáutica que faz as vezes, assim, de ajudante de ordens do petista. Um dos sócios da empresa, Hélio Madalena, a exemplo de Oliveira, já foi assessor de Dirceu. O seu trabalho mais notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo Boris Berenzovski. Essa gente sempre está em boa companhia. Foi de Madalena a idéia de instar a segurança do Hotel Naoum a acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o quarto alugado pela empresa, mera manobra diversionista para tentar tirar o foco do descalabro: um deputado cassado, com os direitos políticos suspensos, acusado de chefiar uma quadrilha, montou um “governo paralelo”. A revista já está nas bancas. Leia a reportagem, fartamente ilustrada, na íntegra.
O governo paralelo de Dirceu ocupa um quarto no hotel Naoum. Seu nome não consta da lista de hóspedes. A razão é simples. Quem paga as diárias (R$ 500) é um escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena, que também responde pelo salário de Alexandre Simas de Oliveira, um cabo da Aeronáutica que faz as vezes, assim, de ajudante de ordens do petista. Um dos sócios da empresa, Hélio Madalena, a exemplo de Oliveira, já foi assessor de Dirceu. O seu trabalho mais notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo Boris Berenzovski. Essa gente sempre está em boa companhia. Foi de Madalena a idéia de instar a segurança do Hotel Naoum a acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o quarto alugado pela empresa, mera manobra diversionista para tentar tirar o foco do descalabro: um deputado cassado, com os direitos políticos suspensos, acusado de chefiar uma quadrilha, montou um “governo paralelo”. A revista já está nas bancas. Leia a reportagem, fartamente ilustrada, na íntegra.
Abaixo,
segue um quadro com todas as áreas de “atuação” do “consultor de
empresas privadas” e “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral
da República. Se Dilma não agir, será engolida. Poderia começar por
demitir Pimentel e Gabrielli. Ou manda a presidente, ou manda José
Dirceu.
Por Reinaldo Azevedo
Nenhum comentário:
Postar um comentário