sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Qual país sério neste ou outro mundo , se houver, nomearia uma "erenice" ou uma "dilma", para ocupar um cargo público qualquer?

O senador ensina em 90 segundos que o dever de um oposicionista é fazer oposição

As bandalheiras da família de Erenice Guerra confirmaram que, se nenhum partido faz tanto para perder quanto o PT, nenhum se esforça mais que o PSDB para não ganhar. Desde o começo da campanha eleitoral, a oposição foi presenteada pelos governistas com pelo menos quatro cruzamentos para a pequena área que deixaram os adversários na boca do gol: o dossiê bandido contra José Serra, os estupros em série do sigilo fiscal de parentes e amigos do candidato, a prisão dos quadrilheiros do Amapá e, agora, as bandidagens na Casa Vil.
Nenhuma dessas bofetadas no rosto da lei, da moral e da ética animou os comandantes da campanha presidencial oposicionista a acordarem o país abúlico com veemência dos justificadamente indignados. Prisioneiro da opção pela ambiguidade e da falácia segundo a qual quem topa a briga perde pontos, Serra reagiu a cada escândalo com os mesmos protestos tímidos e o refrão soprado por marqueteiros: “O mais importante é discutir programas de governo”. Como se no país devastado pela gula dos ladrões e pela arrogância dos autoritários já não valessem por um programa inteiro de governo a defesa do estado democrático de direito a o combate feroz à corrupção.
Além do mais, ainda que confrontado com um quadro político-eleitoral adverso, o dever de um oposicionista é fazer oposição. A lição, velha como a primeira urna, é reiterada pelo senador Jarbas Vasconcelos no vídeo de 90 segundos (o tempo de que dispõe no horário eleitoral gratuito). Candidato ao governo de Pernambuco, o senador do PMDB tem lutado com a bravura de sempre contra o vale-tudo dos caciques regionais. Mas não renunciou ao combate na frente nacional. Afrontado pelo apodrecimento do coração do Planalto, defendeu José Serra e atacou o governo. Falou em nome dos brasileiros honestos.
Jarbas deve perder a eleição. É irrelevante. Não perdeu a valentia, a coerência e a capacidade de indignar-se que têm faltado à campanha presidencial da oposição.

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