sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

“Ih, Marisa, o filme fropou!!!”


Por Reinaldo Azevedo

Dizem-me os leitores que ontem, mais uma vez (comentários semelhantes já chegaram antes), personagens da novela Viver a Vidafizeram propaganda — na verdade, esse tipo de inserção se chama “merchandising” e costuma ser pago — do filme Lula, O Filho do Brasil

É, a coisa tá feia! O filme, como diz a moçada, “FLOPOU” .As forças vivas do petismo estão tentando dar um jeito de maquiar o desastre, mas está difícil. Já se fala até em sessões gratuitas para quem quiser ver, com ou sem filiação a sindicatos. Fiquei sabendo que, também no mercado pirata, o DVD é um micão. A frustração tem mais ou menos o tamanho da expectativa.

Já disse: quando eu vir o filme, farei uma análise mais acurada. De imediato, o que me parece é que não há Lula de mentira que consiga concorrer com o… Lula de mentira, entenderam? Nos trailers na TV, aquele ator forçando uma voz rascante, com a língua presa, remete à chanchada e ao humor, embora seja nítida a intenção dramática. Jamais haverá, por exemplo, um Lula como o saudoso Bussunda! A fala nesse trailer é qualquer coisa assim: “Marisa, eu só tenho medo de te perder”. Ah, convenham: é uma espécie de Fome Zero do cinema no grau zero do apuro artístico.

A própria novela de Manoel Carlos, que costuma ser um craque, certamente é muito superior a isso. A TV Globo deixou os brasileiros mal acostumados com o seu padrão de qualidade, jamais igualado, em seu gênero, nem pelo bom cinema. Imaginem quando se trata de mera hagiografia…

Vamos ver… Se o filme fosse o estouro que os petistas esperavam e prometiam, não acho que seria sintoma da possível vitória de Dilma. Do mesmo modo, não creio que a “flopada” seja um sinal de que ela vai perder. É só um sinal de que Lula não consegue transferir espectadores para Lula. Será que transfere os votos necessários para Dilma? Vamos ver. Há que se considerar que, nesse caso, o carisma dela também conta, né?

A família Barretão deveria ter imaginado que não há ficção de ficção que consiga superar a realidade de ficção. O filme teria estourado se o ator que finge ser Lula fosse o próprio Lula. Assim como, na vida real, Lula faz de conta que é Lula, entenderam?

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