segunda-feira, 21 de março de 2016

Rosa Weber é a nova relatora de recurso de Lula no STF

Ministra foi citada em grampo do ex-presidente, em que ele pede a aliados que conversem com ela sobre 'saída' para o caso dele

Ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF), durante análise dos recursos apresentados pelas defesas dos 25 réus condenados pela corte, os chamados embargos, nesta quarta-feira (21
Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF)(Nelson Jr./SCO/STF/VEJA)
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), é a nova relatora do habeas corpus em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede que seja anulada a decisão que suspendeu sua posse como ministro da Casa Civil. Nesta segunda-feira, o ministro Edson Fachin declarou-se suspeito de apreciar o caso por ser padrinho da filha de um dos advogados que atua na causa.
Rosa Weber foi citada em um dos grampos da Polícia Federal nos telefones do ex-presidente Lula. No dia 4 de março, uma conversa entre o ex-presidente e o então ministro da Casa Civil Jaques Wagner, o ex-presidente pede que o aliado converse com a ministra. Na época, ele buscava uma saída para que seu caso deixasse a alçada do juiz Sergio Moro, na Justiça Federal, e passasse a tramitar no Supremo. Rosa Weber também era relatora deste pedido.
No fim de semana, a defesa de Lula recorreu ao Supremo sob a alegação de que a decisão de Gilmar Mendes de sustar a nomeação do petista teria de ser anulada e o caso ser remetido ao relator do processo da Operação Lava Jato na corte, Teori Zavascki.
Em outro pedido de habeas-corpus impetrado em favor de Lula, Edson Fachin negou seguimento sem analisar o mérito. Neste recurso, o advogado Samuel José da Silva, que não integra a defesa do petista, havia pedido um salvo conduto preventivo para evitar que o ex-presidente seja preso por ordem do juiz Sergio Moro.
Na última sexta-feira, Mendes suspendeu a nomeação do ex-presidente Lula para o cargo de chefe da Casa Civil e decidiu manter o processo em que o petista é investigado na Operação Lava Jato nas mãos do juiz Sergio Moro. Segundo o magistrado, a escolha do petista para o cargo de primeiro escalão no governo tem claros indicativos de fraude e significa um "salvo-conduto" conferido pela sucessora Dilma Rousseff para evitar que o padrinho político possa eventualmente ser preso em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. As suspeitas que recaem contra Lula são de que ele recebeu benesses de empreiteiras enroladas com o petrolão e ocultou o patrimônio, registrando os bens em nome de prepostos.

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