quinta-feira, 10 de março de 2016

Oliver: A língua da jararaca

*VLADY OLIVER
O que eu insisto em registrar aqui são o “código”, os “mantras”, os “cacarejos” que essa gente usa sem cerimônia para nos intimidar. Parece que falam outra língua e administram outro país. E na verdade é isso mesmo. Eles falam é para a militância. Não querem nos explicar o que fizeram; querem nos intimidar por tê-lo feito. São chefes de quadrilha.
Enquanto o Brasil definha no niilismo político, a “república das bananas” não cabe nos contêineres onde foi escondida. São caixas e caixas de “produto do roubo”, meus caros. Pacotes e pacotes de grana traficada em cuecas com estrelinhas. Descobrir que lulão é uma espécie bem peculiar de Tio Patinhas – o original, pelo menos, era só um desenho – não deixa de ter um lado trágico e irônico nessa história toda.
É a lamentável história do Brasil, escrita debaixo das “começões da verdade” e dos “marcos civis da internet”. Jack Sparrow perde para essa horda de bucaneiros que se apoderou de Brasília, singrando os mares da indecência para chegar até lá. É impressionante o que a Polícia Federal está nos mostrando ao vivo e em todas as suas cores sórdidas. Creio que Jandirona, a Fegalinha, nos brindou com uma das mais cruas demonstrações do embuste que já vi na vida.
Insisto nessa parte do episódio de “house of the calhords” porque ela desnuda a farsa em que essa gente viceja. A comunistona em botão avisando à claque de famélicos que “sua santidade está bem, está calma” enquanto ele vocifera com uma “suposta” – eu adoro essa palavra – Dilma de chefe, mandando o juíz enfiar o processo no lugar onde ele perdeu o mindinho não tem preço.
Aliás, não teria preço se não fosse tão caro. Pagar por este circo para que as hienas – nem leão este circo tem – fiquem intimidando a sociedade que lhes paga os proventos realmente beira o patético. Esperar um gesto que seja de grandeza de um simulacro de presidente, uma cretina fundamental soldada numa ideologia que não para em pé é esperar demais de cérebros tão baldios.
Que os grandes empresários deste país percebam de uma vez por todas que, como está posto, a cadeira presidencial só serve para eleger com o fígado um bucaneiro qualquer que vai apelar para o proselitismo barato, o mutirão de catarata e as intermináveis políticas compensatórias para pesar no bolso dos pagantes, no lugar de presidir um país absolutamente comum, com demandas absolutamente comuns, de uma democracia que insiste em continuar nascendo.
Tudo o que eu quero de volta é a minha liberdade, sumariamente confiscada no episódio ainda não esclarecido de uma Smartmatic abolivarianada, que só teve espaço para agir porque a oposição só finge que existe. Fala sério. O canal de notícias da platinada nos mostrou estes dias que os maiores críticos de tudo isso que aí está, para eles, foram o Gabeira e o Roberto Freire.
Nada contra ambos, que até fizeram muito bem seus papéis diante das câmeras. Mas tudo contra a ideologia rampeira que se apoderou do canal sem a menor cerimônia, para tentar nos fazer acreditar que, no Brasil, o contrário de esquerda também é esquerda. Faltou entrevistar a Mercedez Sôfrega e a Bruxa de Bleargh, com comentários exclusivos da Glória de Pires. Um espanto.

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