quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Brasil foi "da recessão à depressão", diz Goldman Sachs

Logo da Goldman Sachs, nos Estados Unidos
Goldman Sachs prevê retração de 3,6% para o PIB brasileiro em 2015(Brendan McDermid/Reuters/VEJA)
Em relatório divulgado nesta terça-feira, o banco de investimento americano Goldman Sachs traçou para o Brasil um cenário que ele mesmo qualificou como "sombrio", dada a profundidade e a rapidez da deterioração econômica do país.
"O ano que começou com uma recessão e a necessidade de ajustes, graças ao acúmulo de grandes desequilíbrios macroeconômicos, agora se transforma em uma franca depressão econômica", escreveu, logo no texto de abertura, Alberto Ramos, diretor do grupo de pesquisas econômicas para América Latina do Goldman Sachs.
Segundo o relatório, a depressão da economia está bem caracterizada pela forte retração do consumo interno. Seis dos últimos oito trimestres registraram forte contração da demanda e a tendência, projeta Ramos, é que essa retração ocorra não apenas no último trimestre deste ano, mas também entre pelo próximo ano.
O relatório, intitulado "Brasil: evoluindo de uma profunda recessão para uma depressão econômica", destaca que o resultado para o Produto Interno Bruto PIB) no terceiro trimestre "surpreendeu negativamente" e contribuiu para a piora das expectativas. O banco prevê queda de 3,6% para o PIB neste ano, acompanhada de contração de 6% na demanda interna. Para 2016, a estimativa é que o PIB sofra nova queda, de 2,3%.
Na avaliação de Ramos, a economia brasileira vai penar com uma conjunção de "fortes ventos contrários", vindo de todas as direções. A perspectiva, segundo o relatório, é que o brasileiro enfrente arrocho no crédito, inflação alta, deterioração do mercado de trabalho, aumento de tarifas públicas e de impostos, o que tende a elevar o endividamento das famílias. Paralelamente, a expectativa é de estabilidade no preço internacional das (commodities) matérias-primas e de fraca demanda externa, o que dificulta a retomada da economia doméstica via aumento das exportações e deve elevar o nível de estoques nas empresas - em especial nas indústrias.

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