sexta-feira, 15 de maio de 2015

Golpe, que golpe?

1992 ou 2015? Quatro semelhanças entre Collor e Dilma diante da possibilidade de impeachment

1. “Impeachment é golpe”
Vem de longe a estratégia de considerar o impeachment um atentado à democracia. Collor chamava de “sindicato do golpe” o grupo que lutava por seu afastamento da presidência. Até mesmo Leonel Brizola, governador do Rio, concordou com o presidente, num primeiro momento. “Nesse caldo de cultura se desenvolve sem nenhuma dúvida um movimento golpista”, disse Brizola à Folha de S. Paulo em agosto de 1992.
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2. “Os ricos estão contra mim”
A aprovação do governo Dilma é maior entre os pobres que entre os ricos. Isso é o suficiente para petistas desdenharem os protestos contra o governo como coisa de riquinhos cheios de ódio. Também foi assim em 1992. Uma pesquisa do Vox Populi mostrou na época que 60% dos eleitores de classe D e E apoiavam Collor, contra apenas 25% de classe A e B. O suficiente para o presidente retratar-se como uma vítima de uma conspiração dos ricos.
3. Os bons modos e o panelaço
Depois panelaço contra Dilma em março, blogueiros chapa-branca reclamaram da grosseria de quem gritou insultos contra a presidente. Collor teve uma reação semelhante – mas até que tinha motivos para reclamar. Em setembro de 1992, sua mãe, Leda Collor, foi internada no Hospital Pró-Cardiaco, no Botafogo. A frente do hospital logo se encheu de manifestantes, que chegaram a chutar e dar socos na lataria de uma ambulância pensando que Leda Collor estava lá dentro. A chegada do presidente ao hospital motivou um longo panelaço pelo bairro do Botafogo e Laranjeiras.
4. FHC contra o impeachment
Não é a primeira vez que FHC amarela diante da possibilidade de impeachment. “A primeira reação de Fernando Henrique Cardoso foi descartar o afastamento de Collor”, afirma Mario Sergio Conti em Notícias do Planalto. “O senador comparou o impedimento do presidente à bomba atômica: embora a existência do recurso constitucional fosse útil, ele não deveria ser usado.”
@lnarloch

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