quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Carrinhos elétricos para catadores de lixo


Catadores vão ganhar carrinho elétrico

A alcunha de Capital Ecológica dada a Curitiba, mais viva no imaginário dos turistas, ganhará novos contornos na próxima semana. Isso porque catadores de material reciclável da capital receberão 108 carrinhos elétricos em substituição aos modelos de tração manual. Esses veículos fazem parte de uma frota total de 504, cujos veículos restantes deverão ser distribuídos pela prefeitura até 2013.
O investimento desse primeiro lote, que beneficiará 15 parques de recepção de material reciclável do programa EcoCidadão, foi de quase R$ 1 milhão – cada carrinho custou R$ 8,7 mil. Os veículos foram fornecidos pela empresa Oficina de Metal Indústria e Comércio de Móveis e são parecidos com os modelos utilizados por empresas como a Coca-Cola e os Correios.
Hoje, de acordo com a prefeitura, cerca de 400 catadores estão cadastrados no EcoCidadão, mas a expectativa é de que até mil profissionais sejam incluídos no programa até o final de 2013. Os beneficiados pelos carrinhos elétricos serão escolhidos de acordo com o número de associados em cada parque de recepção e o espaço físico disponível.
A expectativa é de que a substituição faça aumentar a coleta seletiva na cidade. Segundo a prefeitura, os catadores coletam diariamente 445 toneladas de resíduos – quatro vezes mais do que o montante transportado pelos caminhões do programa Lixo que não é lixo.
Protótipo
A aquisição dos carrinhos foi possível graças a um convênio de R$ 26 milhões entre a administração municipal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além dos veículos, a verba será empregada na construção de 13 novos parques de recepção de recicláveis (previstos para o ano que vem), formação de capital de giro para catadores e aquisição de novas máquinas e equipamentos, como balanças digitais, elevadores de fardo, empilhadeiras, esteiras e prensas hidráulicas.
Os protótipos curitibanos são semelhantes ao modelo usado em Foz do Iguaçu há cerca de quatro anos. O veículo iguaçuense é fruto de uma parceria entre a Itaipu e a empresa Blest Engenharia, sediada em Curitiba. Em Foz estão 55 dos 83 carrinhos em operação para coleta de lixo reciclável no Paraná – os demais estão espalhados em outras cidades da Bacia do Paraná.
Autoestima
Segundo Rogério de Paula Guimarães, diretor de criação e desenvolvimento da empresa, a quantidade de veículos já prontos para o uso é muito maior. “Temos 200 carrinhos fabricados”, diz. O carrinho da Blest custa R$ 8,9 mil – custo pouco superior ao preço pago pela prefeitura de Curitiba –, carrega até 300 quilos e a bateria tem autonomia de 25 quilômetros.
Em Foz, os modelos são operados pelos catadores cadastrados na Cooperativa dos Agentes Ambientais – que mantém dez barracões na cidade. De acordo com Viviane Nertig, presidente da instituição, os veículos melhoraram a autoestima de catadores e a coleta seletiva da cidade. “Com os carrinhos, eles não precisam fazer força e conseguem levar mais materiais. Hoje, recolhemos 180 toneladas de resíduos por mês”.

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