segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dom Quixote de La Mancha


Pintura de Pablo Picasso
Ano 1955
Trechos do livro 
O Engenhoso Fidalgo
D. Quixote de La Mancha

CAPÍTULO I

Que trata da condição2 e do exercício do famoso e valente fidalgo D. Quixote de La Mancha
Num lugarejo em La Mancha, cujo nome ora me escapa, não há muito que viveu um fidalgo desses com lança guardada, adarga antiga, rocim magro3 e cão bom caçador. Um cozido com mais vaca do que carneiro, salpicão no mais das noites,duelos y quebrantos aos sábados, lentilhas às sextas-feiras e algum pombinho por luxo aos domingos consumiam três quartos de sua renda.4 O resto ia-se num saio do melhor pano e uns calções de veludo para os dias santos, com seus pantufos do mesmo, honrando-se nos da semana com sua mais fina burelina. Tinha ele em casa uma ama que passava dos quarenta e uma sobrinha que não chegava aos vinte, além de um moço de campo e esporas que tanto selava o rocim como empunhava a podadeira. Beirava o nosso fidalgo a casa dos cinqüenta. Era de compleição rija, parco de carnes, rosto enxuto, grande madrugador e amigo da caça. Há quem diga que tinha por sobrenome "Quijada", ou "Quesada",5 não chegando a concordar os autores que sobre a matéria escreveram, ainda que de conjeturas verossímeis se possa tirar que se chamava "Quijana". Mas isso pouco importa ao nosso conto: basta que a narração dele em nada fuja à verdade.
Cumpre, então, saber que esse tal fidalgo, nas horas de ócio � que eram as mais do ano �, se dava a ler livros de cavalaria com tanto empenho e gosto, que esqueceu quase por completo o exercício da caça e até a administração dos seus bens; e a tal ponto chegou sua curiosidade e seu desatino, que vendeu boa parte de suas terras de semeadura para comprar livros de cavalaria, e, assim, levou para casa tantos quantos do gênero pôde conseguir; e dentre todos nenhum lhe parecia tão bom como aqueles compostos pelo famoso Feliciano de Silva,6 pois a clareza da sua prosa e aquelas intricadas razões suas lhe pareciam autênticas pérolas, e mais quando lia aquelas galantarias e cartas de desafios7 onde não raro achava escrito: "A razão da desrazão que da minha razão se faz, de tal guisa a minha razão languesce, que é razão queixar-me da vossa fermosura". E também quando lia: "Os altos céus que da vossa divindade com as estrelas divinamente fortificam-vos e fazem-vos merecedora do merecimento que a vossa grandeza merece...".
Nessas razões perdia o juízo o pobre cavaleiro, desvelando-se por entendê-las e desentranhar-lhes o sentido, sem atinar que nem o mesmíssimo Aristóteles o extrairia nem as entenderia se ressuscitasse só para isso. O que o não chegava a convencer eram os ferimentos que D. Belianis dava e recebia, pois imaginava que, por melhores que fossem os cirurgiões que o curavam, não deixaria de ter ele o rosto e o corpo inteiros cobertos de cicatrizes e sinais. Mas, ainda assim, apreciava em seu autor aquele terminar o livro com a promessa daquela interminável aventura, e muitas vezes foi assaltado pelo desejo de tomar da pena e cumprir ao pé da letra o que ali se oferece;8 e sem dúvida alguma assim teria feito e conseguido seu propósito se outros maiores e constantes pensamentos o não tivessem estorvado. Teve muitos debates com o padre do lugar � que era homem douto, diplomado em Sigüenza9 � sobre quem teria sido melhor cavaleiro: se Palmeirim de Inglaterra10 ou Amadis de Gaula; mas mestre11 Nicolás, barbeiro da mesma povoação, dizia que nenhum dos dois chegava aos pés do Cavaleiro do Febo e que, se algum se lhe podia comparar, era D. Galaor, irmão de Amadis de Gaula, por ter boa condição para tudo, não sendo cavaleiro tão melindroso nem choramingas como o irmão, e em valentia tampouco lhe ficava atrás.
Enfim, tanto ele se engolfou nas suas leituras que lendo passava as noites de claro em claro e os dias de sol a sol; e, assim, do pouco dormir e muito ler se lhe secaram os miolos, de modo que veio a perder o juízo. Encheu-se-lhe a fantasia de tudo aquilo que lia nos livros, tanto de encantamentos como de contendas, batalhas, desafios, ferimentos, galantarias, amores, borrascas e disparates impossíveis; e se lhe assentou de tal maneira na imaginação que era verdade toda aquela máquina daquelas soadas sonhadas invenções que lia, que para ele não havia no mundo história mais certa. Dizia que El Cid Ruy Díaz fora muito bom cavaleiro, mas que não se comparava ao Cavaleiro da Ardente Espada,12 que de um só revés partira ao meio dois feros e descomunais gigantes. E mais alto punha a Bernardo del Carpio, pois em Roncesvales dera morte a Rolando, o Encantado,13 valendo-se da indústria de Hércules em sufocar Anteu, o filho da Terra, entre seus braços.14 Dizia muito bem do gigante Morgante, que, sendo daquela geração gigântea, em que todos são soberbos e descomedidos, era ele o único afável e bem-criado.15 Mas o seu maior apreço era por Reinaldo de Montauban, ainda mais ao vê-lo deixar seu castelo e roubar todos aqueles que topava, e quando além-mar roubou aquele ídolo de Maomé que era todo em ouro, segundo conta sua história.16 Por deitar uma boa mão de pontapés naquele traidor do Ganelão,17 daria ele a ama que tinha em casa, e ainda acresceria a paga com a sobrinha.
Então, já de todo sem juízo, veio a dar com o mais estranho pensamento com que jamais deu algum louco neste mundo, e foi que lhe pareceu conveniente e necessário, tanto para o aumento de sua honra como para o serviço de sua república,18 fazer-se cavaleiro andante e sair pelo mundo com suas armas e seu cavalo em busca de aventuras e do exercício em tudo aquilo que lera que os cavaleiros andantes se exercitavam, desfazendo todo gênero de agravos e pondo-se em transes e perigos que, vencidos, lhe rendessem eterno nome e fama. Imaginava-se o pobre homem já coroado pelo valor do seu braço, quando menos do império da Trebizonda; e, assim, com tais e tão gratos pensamentos, movido pelo estranho prazer que deles tirava, se deu pressa em levar o seu desejo a termo. E a primeira coisa que fez foi limpar umas armas dos bisavós que, cobertas de ferrugem e azinhavre, longos séculos havia que estavam postas e esquecidas num canto. Tratou de limpá-las e amanhá-las o melhor que pôde; mas viu que apresentavam uma grande falha, que era não terem celada nem gorjal, mas apenas um morrião liso;19 problema que logo resolveu a sua indústria, pois com papéis gomados fez ele uma sorte de viseira que, encaixada no morrião, lhe dava a aparência de uma celada completa. É bem verdade que, para comprovar se era forte e podia resistir a uma cutilada, sacou da sua espada e lhe deu dois golpes, desfazendo com o primeiro e num ápice o que tinha feito numa semana. Não deixou de o preocupar a facilidade com que a despedaçara e, por se guardar desse perigo, a refez com umas barras de ferro por dentro, de tal maneira que ficou satisfeito da sua fortaleza e, não querendo pô-la à prova outra vez, a reputou e teve por finíssima celada de encaixe.
Foi então ver o seu rocim e, embora tivesse mais quartos que um real20 e mais tachas que o cavalo de Gonela, que "tantum pellis et ossa fuit",21 lhe pareceu que nem o Bucéfalo de Alexandre nem Babieca, o de El Cid, a ele se igualavam. Quatro dias levou a imaginar que nome lhe daria; pois � segundo o que ele mesmo se dizia � não era razão que o cavalo de um cavaleiro tão famoso, e de per si tão bom, andasse sem nome conhecido; e assim procurava algum que declarasse tanto quem tinha sido antes de ser de um cavaleiro andante como o que era agora; pois estava convencido de que, mudando de estado o amo, mudasse ele também de nome, recebendo algum de fama e estrondo, como convinha à nova ordem e ao novo exercício que ele já professava; e assim, depois dos muitos nomes que formou, apagou e riscou, acrescentou, desfez e tornou a fazer em sua memória e imaginação, veio por fim a chamá-lo "Rocinante", nome, ao seu parecer, alto, sonoro e significativo do que tinha sido quando rocim, antes do que era agora, o anteprimeiro de quantos rocins há no mundo.
Tendo dado nome, e um tão do seu agrado, ao seu cavalo, quis dar-se um a si mesmo, e nesse pensamento levou mais oito dias, ao cabo dos quais veio a se chamar "D. Quixote";22 donde, como já se disse, os autores desta tão verdadeira história tiraram que sem dúvida havia de se chamar "Quijada", e não "Quesada", como outros quiseram dizer. Mas ele então lembrou que o valoroso Amadis não se contentara em se chamar apenas "Amadis", tendo ajuntado o nome do seu reino e pátria, para sua maior fama, chamando-se "Amadis de Gaula", e assim quis ele, como bom cavaleiro, ajuntar ao seu próprio o nome da sua e se chamar "D. Quixote de La Mancha", com o qual, a seu parecer, declarava bem vivamente a sua linhagem e pátria, que honrava tomando-a por epíteto.
Tendo, então, limpado as suas armas, feito do morrião celada, batizado o seu rocim e confirmado a si mesmo, deu-se a entender que nada mais lhe faltava senão buscar uma dama da qual se enamorar, pois um cavaleiro andante sem amores era árvore sem folhas e sem fruto e corpo sem alma. Dizia-se ele:
� Se eu, por meus maus pecados, ou por minha boa estrela, topar por aí com algum gigante, como de ordinário acontece aos cavaleiros andantes, e o derribar de um encontro, ou partir-lhe o corpo ao meio, ou, finalmente, o vencer e render, não seria bem ter a quem o enviar em presente, e que este entrasse e caísse de joelhos aos pés da minha doce senhora, e dissesse com voz humilde e rendida: "Eu, senhora, sou o gigante Caraculiambro, senhor da ínsula Malindrânia,23 vencido em singular batalha24 pelo nunca bastantemente elogiado cavaleiro D. Quixote de La Mancha, o qual mandou-me apresentar ante vossa mercê, para que a vossa grandeza disponha de mim ao seu talante"?
Ah, quanto se regozijou o nosso bom cavaleiro ao fazer semelhante discurso, e mais quando achou a quem nomear sua dama! E aconteceu, ou assim se acredita, que num lugar perto do seu havia uma moça lavradora de muito bom parecer, de quem ele andara enamorado algum tempo, embora, até onde se sabe, ela nunca o tivesse sabido nem suspeitado. Chamava-se Aldonza Lorenzo, e a ela houve ele por bem dar o título de senhora dos seus pensamentos; e, procurando-lhe um nome que não destoasse muito do seu e que soasse e tendesse ao de princesa e grande senhora, veio a chamá-la "Dulcinéia d�El Toboso"25 por ser ela natural de El Toboso: nome, ao seu parecer, músico, peregrino e significativo, como todos os outros que a si e a suas coisas tinha dado.

Notas
1 Sobre a divisão da obra: O Quixote de 1605, isto é, o volume intituladoEl ingenioso hidalgo..., foi publicado dividido em quatro partes de extensão desigual (I, 1-8; II, 9-14; III, 15-27; IV, 28-52). Ao publicar a continuação de 1615, Cervantes a intitulou Segunda parte del ingenioso hidalgo..., prescindindo de qualquer segmentação análoga à de 1605. Com isto, o conjunto anterior se transformou retrospectivamente emPrimera parte, o que criou uma coincidência conflituosa com o título do seu primeiro segmento. Nas edições posteriores, buscou-se um modo de sanar o problema, fosse dividindo também o segundo livro, fosse suprimindo a divisão do primeiro. Optamos aqui por manter a divisão interna deste volume nas suas partes originais e, para evitar a coincidência, chamá-lo "primeiro livro".
2 Condição: refere-se, nesse contexto, tanto à posição social como ao temperamento do personagem. O termo será largamente usado na obra neste segundo sentido.
3 Lança guardada, adarga antiga, rocim magro: segundo registros da época, um "fidalgo de aldeia" que se prezasse devia ter "uma lança atrás da porta, um rocim no estábulo e uma adarga na câmara". A adarga, já em desuso em fins do século XVI, era um escudo leve, com a forma aproximada de um coração, feito de pele ou couro costurado.
4 Cozido com mais vaca do que carneiro: no original, olla, cozido de carne, toucinho, verduras e legumes que constituía o prato principal da alimentação diária castelhana na época. Por ser a carne bovina muito menos apreciada que a de carneiro, uma boa olha devia conter mais da segunda. "Duelos y quebrantos": certo prato que não rompia a abstinência de carnes, que se observava aos sábados. Até hoje não se estabeleceu com certeza sua composição, embora a maioria dos estudiosos o identifique como uma espécie de mexido de ovos com toucinho. Seja como for, a receita do prato não é aqui tão importante quanto seu nome, que, numa tradução literal, significa algo como "dores e desalentos". A citação do pombinho (palomino) indica a posse de um pombal, privilégio tradicionalmente reservado aos fidalgos e às ordens religiosas.
5 Quijada e Quesada: como substantivos comuns, os nomes significam "queixada" (mandíbula) e "queijada" (torta de queijo).
6 Feliciano de Silva (1492?-1558?): autor de uma Segunda Celestina(1534) e de várias continuações do Amadís de Gaula (Lisuarte de Grecia, 1514; Amadís de Grecia, 1530; Florisel de Niquea, 1532), citadas ao longo do Quixote.
7 Cartas de desafios, ou "cartéis": aquelas em que os cavaleiros dispostos a travar combate expunham os motivos e as condições do desafio. Constituíam um gênero comum à realidade e à literatura.
8 "... cumprir ao pé da letra o que ali se oferece": no final do Belianís, afirma-se que o sábio Fristão (Fristón), autor fictício da obra, perdeu os originais com a continuação da história. Jerónimo Fernández termina o livro dando licença a quem se habilitar para compor a segunda parte.
9 Diplomado em Sigüenza: referência à universidade de Sigüenza, cidade próxima a Alcalá de Henares. Por ser uma instituição das chamadas menores, seus diplomas não contavam com muito prestígio.
10 Palmeirim de Inglaterra: personagem-título de uma novela de cavalaria portuguesa cuja única tradução ao castelhano alcançou grande popularidade na Espanha quinhentista (ver nota 17, cap. VI).
11 Mestre (maese): tratamento dado aos cirurgiões e aos barbeiros habilitados a praticar pequenas intervenções, como sangrias.
12 Cavaleiro da Ardente Espada: personagem-título do Amadís de Grecia, de Feliciano de Silva, assim chamado por ter estampada no peito uma espada cor de fogo.
13 Bernardo del Carpio: herói mítico da independência de Castela. Entre suas muitas e grandes proezas, consta a vitória sobre o cavaleiro Rolando (Roland, Roldán ou Orlando) em Roncesvalles, relatada no poema épico Segunda parte de Orlando, con el verdadero suceso de la famosa batalha de Roncesvalles (1555), de Nicolás Espinosa. Rolando, o encantado: epíteto com que o paladino francês é por vezes nomeado no romanceiro espanhol, embora apareça mais freqüentemente como "Roldán el esforzado".
14 Indústria de Hércules: artimanha com que Hércules matou o gigante Anteu, agarrando-o e suspendendo-o para que não recuperasse suas forças em contato com a Terra, sua mãe. Recurso similar teria sido usado por Bernardo del Carpio para matar Rolando.
15 Gigante Morgante: personagem central do poema Morgante maggiore(c. 1465), de Luigi Pulci. Morgante é um dos três gigantes enfrentados por Rolando, que o poupa e o converte ao cristianismo. Depois disso, os dois se tornam companheiros inseparáveis.
16 Reinaldo (Renaud) de Montauban: um dos Doze Pares de França, companheiro de Rolando, que das gestas francesas passou para o romanceiro espanhol e a poesia italiana. No Espejo de caballerías (ver nota 8, cap. VI), narram-se suas aventuras além-mar e sua dedicação a "roubar os pagãos da Espanha".
17 Ganelão (Ganelon): padrasto de Rolando que, na Canção, traiu seus pares e desencadeou a derrota dos francos em Roncesvalles.
18 República: aqui e ao longo de todo o livro, no sentido clássico de "corpo político de cidadãos".
19 Celada: capacete semi-esférico semelhante a um elmo, próprio de cavaleiros, que cobria toda a cabeça, a nuca e, quando tinha viseira, também o rosto. Era "de encaixe" quando se encaixava diretamente sobre a couraça, sem necessidade de gorjal. Morrião: capacete alongado para o alto, próprio de arcabuzeiros, sem proteção para a face nem para a nuca. Sendo "liso", tem apenas uma borda, sem nenhum adorno.
20 Quartos: falhas nos cascos das cavalgaduras, mas também cuartos, moedas de baixo valor, equivalentes a 4 maravedis. Como o real de prata valia 34 maravedis, um real podia ser trocado por pouco mais de 8cuartos.
21 Tantum pellis et ossa fuit: "Era pura pele e ossos", fórmula encontrada em Plauto (Aulularia, III, VI, 564), retomada no epigrama de Merlin Cocai, pseudônimo do poeta italiano Teofilo Folengo (1496-1544), para referir-se ao cavalo de Gonela ("Stare parangono Gonellae nempe cavalli/ posset, qui tantum pellis et ossa fuit"), um bufão da corte dos duques de Ferrara.
22 D. Quixote (don Quijote): o tratamento de don, comuníssimo nos livros de cavalarias, era de direito exclusivo de cavaleiros e grandes, portanto vedado aos fidalgos. Quanto ao "quijote" � em português, "coxote" �, era a peça da armadura que protegia a coxa. A terminação do nome, por um lado, evoca o herói do ciclo arturiano Lancelote (Lanzarote) e, por outro, tem uma forte marca burlesca. O recurso já havia sido utilizado no Primaleón (1512), atribuído a Francisco Vázquez, para nomear Camilote, escudeiro feiíssimo armado cavaleiro de maneira jocosa.
23 Ínsula, e não ilha, segundo o arcaísmo próprio dos livros de cavalarias.
24 Singular batalha: confronto entre apenas dois cavaleiros, no sentido com que o adjetivo era usado nos combates e torneios cavaleirescos.
25 Aldonza, Dulcinéia: como o nome real de sua amada soava rústico na época ("A falta de moza, buena es Aldonza", dizia um ditado), D. Quixote a rebatiza como Dulcinéia, atentando à associação tradicional entre Aldonza e Dulce. A terminação evoca nomes de heroínas literárias de grande prestígio, como Melibéia e Claricléia.
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/181202/dom_quixote.html

Um comentário:

  1. Boa noite! Texto riquíssimo em conhecimento.
    Gostei de ler aqui. Voltarei!
    Grande abraço!

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