segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Menos lixo eletrônico...,

O celular eterno

Novo aparelho é dividido em blocos que se juntam de acordo com as necessidades do usuário. Em caso de atualização, basta trocar a parte que envelheceu

por Juliana Tiraboschi
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LEGO 
No conceito de celular Phonebloks, cada bloco 
cumpre uma função e é totalmente independente 
 
Quando os primeiros computadores pessoais começaram a surgir no mercado, na década de 1970, os aficionados por tecnologia compravam os diferentes componentes e montavam as suas próprias máquinas, com o intuito de ter o melhor equipamento possível e mantê-lo sempre atualizado. Mais de 40 anos depois, o designer holandês Dave Hakkens retoma esse espírito com um conceito de celular modular, o Phonebloks. O aparelho é composto por blocos e cada um cumpre uma função: bluetooth, Wi-Fi, bateria, tela, câmera, etc. Se um componente apresenta defeito ou está defasado, basta repor a peça em questão. 

Assim, o consumidor compra o aparelho e pode manter sua estrutura básica por vários anos, gastando menos e reduzindo a quantidade de lixo eletrônico. O celular dá ainda a possibilidade de personalização de acordo com a necessidade. Um usuário que ama fotografia pode preferir ter uma câmera mais potente em detrimento de memória, por exemplo. Agora, Hakkens busca parceiros para começar a fabricar os Phonebloks.
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A possibilidade de customização de um celular modular é muito vantajosa, na avaliação de Ugo Dias, professor de comunicações móveis da Universidade de Brasília. “Uma pessoa que só quer fazer ligações e enviar mensagens pode trocar as outras ferramentas por mais espaço para a bateria”, diz. Há também um consenso sobre o quanto projetos como este são bons para o ambiente. 

Apesar dos benefícios, especialistas acreditam que o Phonebloks vai demorar para chegar ao mercado. “Ainda há muitas inovações que precisam ser alcançadas”, diz Michael Morgan, analista de dispositivos móveis da consultoria ABI Research. Uma dessas inovações é construir um celular 100% dividido em blocos. É preciso que alguns componentes sejam integrados para serem miniaturizados e por economia de energia. Com a tecnologia atual, um smartphone modular pode ser menos eficiente e mais pesado do que os modelos mais modernos. Mas isso muda conforme novos materiais são desenvolvidos. E seria ótimo para o ambiente que eles surgissem o quanto antes.  

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