terça-feira, 4 de junho de 2013

Quem não governa sequer o que diz não pode governar um país...,

04/06/2013
 às 8:11 \ Direto ao Ponto

O falatório sobre a ressurreição da indústria naval adverte: quem não governa sequer o que diz não pode governar um país

Na tarde de 20 de maio, durante a festa do primeiro banho de mar do navio Zumbi dos Palmares, Dilma Rousseff resolveu animar a plateia com uma história que, ditada por uma cabeça sem avarias de bom tamanho, seria contada mais ou menos assim: “No começo de 2003, quando eu era ministra de Minas e Energia, fui encarregada por Lula de cuidar da recuperação da indústria naval. Cumpri a missão com a ajuda de Graça Foster, hoje presidente da Petrobras, que na época chefiava uma das secretarias do ministério”. Ponto.
O parágrafo abaixo, transcrito sem retoques do Portal do Planalto, mostra como ficou a coisa relatada em dilmês-de-marinheiro pelo neurônio solitário:
“Quando o presidente é eleito pelo voto dos brasileiros e das brasileiras, o presidente Lula, ele me escolheu como ministra de Minas e Energia e, logo no início do governo – ele tomou posse em janeiro –, no início do governo ele me chamou e disse: “Ministra, vamos construir aqui o que puder ser construído aqui. Então, fica a sua responsabilidade garantir que a indústria naval do Brasil ressurja”. Aí, então, era minha secretária de petróleo e gás a então… – a agora, né? – presidente da Petrobras, Graça Foster. E eu e a Maria das Graças Foster fomos providenciar que o Brasil voltasse a ter indústria naval”.
A versão que transforma a Mãe do PAC em Tia da Potência Naval é tão confiável quanto o cronograma do trem-bala. Mas o conteúdo, no caso, é menos inquietante que a forma. Quem não vê nada de mais nesse palavrório amalucado doido que erga o braço: fica mais fácil enfiar a camisa de força.
Nenhum candidato à sucessão presidencial conseguirá o apoio da oposição real se não afirmar com todas as letras, em voz alta e publicamente, que Dilma Rousseff é incapaz de produzir uma frase com mais de cinco palavras que tenha começo, meio e fim. Os brasileiros que pensam sabem disso pelo menos desde 2007, quando a afilhada do mestre estreou no palanque. Os políticos e quase todos os jornalistas seguem fingindo que o dilmês da supergerente de araque faz tanto sentido quanto o inglês de Winston Churchill.
O cérebro não é dividido em compartimentos estanques. Ninguém é metade imbecil e metade brilhante. Quem não governa sequer o que diz não pode governar um país.
*Augusto Nunes

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