sexta-feira, 17 de maio de 2013

Moral e Ética


Reynaldo-BH: Como demonstrar a um ignorante a diferença entre moral e ética?

REYNALDO ROCHA
Como descrever a um cego objetos que este nunca pôde enxergar? Como pedir a um surdo que entenda a diferença entre blues e jazz? Do mesmo modo, como demonstrar a um ignorante a diferença entre moral e ética?
Não sei desenhar, prezado analfabeto copresidente. Mas tentarei explicar com palavras que possam ser entendidas pelo mais novo cientista político da praça.
A moral é relativa. Temporária. Mutável. Existe moral (jamais ética) entre bandidos, por exemplo. Até entre quadrilheiros. Uma moral própria derivada da temporalidade e do espaço onde a mesma se insere. Não é imoral quem se comporta de acordo com as regras do próprio grupo social. São regras de convivência social. Mesmo que alguns defendam o caráter de universalidade ─ do qual discordo ─ são os freios que delimitam a atuação antissocial em um grupo.
Em nome da moral muitos crimes são cometidos. Ela é desnecessária? Jamais. É fruto do corpo social, ainda que este seja constituído por bandidos e quadrilheiros. É óbvio que tal grupo ─ se não representa a totalidade da sociedade onde está incluído ─ também passa a ser imoral. Moral é cultural.
É esse o caso do lulopetismo. É imoral (por afrontar as regras nas quais acreditamos) e amoral (por desprezar qualquer sentido de coletividade/cidadania).
E ética? Esta é verdadeiramente universal. Independe da cultura. Ética é um conjunto de princípios, não condutas sociais. A ética é o estudo filosófico da moral, baseado em conceitos temporais e não temporários.
“A ética é importante por que respeita os outros e a dignidade humana, ética é o que todos temos. Somente falta desenvolver e acreditar no bem, a ética orienta-nos e ajuda-nos para uma vida digna. A ética é praticada sem nenhum tipo de determinação vem de dentro, do consciente.” (Lia Sales / 2009 / Universidade do Porto).
A tentativa do ser aético e amoral é fazer com que os valores que lhe faltam sejam vistos como comunsa todos. Pela via da equalização, se todos são assim então somos normais. É a afirmação pela negativa.
Não somos assim.
Desde sempre Lula tenta (não conseguiu e não conseguirá) alcançar o patamar onde se situam os que tanto inveja. Ele sabe disso. Pouco importam os títulos honoríficos ofertados por universidades. A ignorância permanece. A cultura e conhecimento não são dados em cerimônias oficiais. Exigem algum esforço e a crença na construção de um ser humano mais atuante. Idem quanto à sensatez e visão que a história já começa a fazer dele e de antecessores.
Isso explica a fixação contra FHC e a aproximação com Sarney e Collor? O ódio a um, pois tenta colocá-lo como um igual no mesmo patamar indecente que admite estar? E a comparação desejada com os outros dois, da qual até mesmo um Tiririca sairia vitorioso? Não seria a motivação de ter aliados que são exemplos definitivos da falta de ética?
Seria este o móbil da comparação cretina, ofensiva e (como sempre) ignorante que Lula ousou proferir? Mesmo – e principalmente – colocando-se como mais um dos que são imorais e antiéticos?
Não é de hoje que Lula insiste que somos todos ladrões, corruptos (ou corruptores), falsos como notas de 3 reais e ignorantes como ele é e prefere ser. Não somos.
Quando fala de moral e ética (sem sequer saber do que se trata), Lula revela a pretensão de reescrever, além da história do Brasil, também a filosofia e a ciência política.
Aristóteles afirmava ser o homem um animal político.
Ele não conhecia Lula. Este é só um animal.

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