25/03/2013
às 6:39Herança maldita da dupla Lula-Gabrielli: acionistas da Petrobras perdem 21% em 12 meses
Volte
e meia penso o que teria acontecido a José Sérgio Gabrielli, que
presidiu a Petrobras nos oito anos de governo Lula e no primeiro ano de
governo de Dilma, se tivesse sido dirigente de uma empresa privada. Não
seria convidado nem para servir um cafezinho. A quantidade de más
notícias que a estatal acumula decorrentes de sua gestão é uma coisa
espantosa. Por quê? Porque a gigante foi usada para fazer política. Em
vez de cair no index dos maus gestores, no entanto, Gabrielli foi ser
secretário de Planejamento da Bahia, e o governador Jaques Wagner (PT)
tenta emplacá-lo como candidato do partido à sua sucessão.
Num país
com uma oposição um pouco mais atilada e com um Parlamento minimamente
independente, já se teria instalado a CPI da Petrobras. Mas quê… Basta
tocar no nome da empresa para que alguns vigaristas apontem longo alguma
conspiração. Na Presidência da gigante, Gabrielli chegou a contar uma
mentira escandalosa: afirmou que FHC tinha a intenção de privatizar a
parte pública da empresa. A Petrobras é uma empresa de economia mista,
mas foi gerida durante nove anos como se fosse uma extensão do PT. Leiam
o que informa Maria Paula Autran, na Folha:
Cálculos
feitos para a Folha pela empresa de informações financeiras Comdinheiro
mostram que quem aplicou R$ 10 mil há 12 meses no papel mais negociado
da estatal (o preferencial, sem direito a voto) tinha, em 19 de março
deste ano, R$ 7.912,18, já considerando os proventos (dividendos, juros
sobre capital próprio e rendimentos). Quem investiu o valor na ação
ordinária (menos negociada, com direito a voto) perdeu mais dinheiro: o
saldo diminuiu para R$ 7.021,70.
As ações
caíram no período pressionadas pela desconfiança dos investidores em
relação à ingerência do governo na empresa, que impediu, por exemplo,
reajustes mais elevados da gasolina por causa da inflação. Além disso, a
companhia reduziu os dividendos (fatia do lucro distribuída aos
acionistas) no ano passado. Na avaliação de especialistas, para quem tem
papéis da companhia ou pensa em comprá-los com uma visão de retorno no
curto prazo, a perspectiva não é boa.
“O fator
político é preponderante e, se isso continuar no lugar de maximização de
valor, o resultado não tem por que ser diferente”, diz Rafael
Paschoarelli, professor da USP e um dos responsáveis pelo levantamento.
(…)
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