segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Tem gente que acredita em governo bonzinho e almoço de graça...,

Carlos Brickmann: sobre como nós, consumidores, vamos pagar a conta de luz do bilionário Eike Batista

Não fica bem, numa época de eventos importantes, faltar luz no Brasil (Foto: Getty)
Não fica bem, numa época de eventos importantes, faltar luz no Brasil (Foto: Getty)
Por Carlos Brickmann
TIRA, PÕE, DEIXA ENGANAR
A conta de luz baixou? Baixou, mas vai subir: para evitar apagões no ano da Copa (e das eleições presidenciais), o Operador Nacional do Sistema, que comanda a produção e distribuição de eletricidade em todo o país, anunciou oficialmente que o governo decidiu não mais desligar as usinas térmicas, que queimam gás, carvão e óleo.
O objetivo é economizar água e manter cheios os lagos das hidrelétricas: não fica bem, numa época de eventos importantes, faltar luz no Brasil. Só que a energia térmica é poluente e mais cara.
A conta de luz vai subir.
E a conta mais baixa? Ok, antes de subir, a conta vai dar uma descidinha. Mas o abatimento vai cair na conta do Tesouro – ou seja, vai sair dos impostos que pagamos.
Funciona mais ou menos assim: imaginemos que o empresário Eike Batista, por exemplo, tenha uma conta de luz bem alta.
Sua residência é grande, com ar condicionado central, salas com iluminação especial (onde, lembremos, expõe aquela joia mecânica que é o Mercedes McLaren, um dos poucos que existem no Brasil), adega climatizada, piscina com temperatura controlada, essas coisas.
Ele vai economizar na conta de luz, no curto período de baixa.
E quem paga por ele? Você, caro leitor; ou a moça da favela que lava roupa para fora e que paga impostos ao comprar pão, margarina e sabão. Os impostos de quem compra remédios, ou um par de sandálias de dedo, vão para o Tesouro, e de lá saem para ajudar os milionários a economizar em suas contas de luz.
Ah, não esqueçamos: o gás que move usinas térmicas é importado.
Coisa fina!

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