domingo, 25 de setembro de 2011

Não é implicância, nada contra as mulheres, mas ela é muito ruim...,


Dilma Rousseff, depois do discurso na ONU: em 70 segundos, fortes emoções

Celso Arnaldo Araújo
Volta triunfal da presidente Dilma ao hotel Waldorf Astoria, depois de abrir o debate geral da 66ª Assembleia Geral da ONU – aliás, a 66ª vez consecutiva, desde 1947, que a chamada AGNU foi aberta por um brasileiro, tradição estabelecida pelo primeiro orador do evento, o diplomata gaúcho Osvaldo Aranha. Presidentes (FHC em 2001, Lula em 2003) e diplomatas (ministro Celso Amorim, no ano passado) sucederam-se, nesses anos todos, no púlpito reservado ao Brasil – com 5% da repercussão antecipada do discurso de Dilma. Ganha o contracheque de José Sarney em setembro quem se lembrar de uma linha ou de um assunto tratado por Celso Amorim na abertura da Assembleia de 2010.
Mas Dilma, reconheça-se a primazia, foi a primeira mulher a abrir o debate geral – por ser a primeira mulher presidente e nunca ter havido uma ministra das Relações Exteriores. Leu o discurso-clichê preparado por sua equipe (Patriota, Garcia) com garbo e firmeza, provocando aplausos do plenário da ONU, repleto de gente graúda. É contra a miséria, a doença, a injustiça social, a poluição, a violência contra a mulher, a desigualdade, a inflação, o déficit público, o descontrole de gastos. É pelos direitos humanos e pela paz entre os povos.
É, por estes dias, uma nova estrela no firmamento de New York, New York. Onde vai, é seguida. Onde chega, é aguardada. A mulher que encantou representantes de 192 estados-membros com seu discurso certamente tem muito mais a elaborar sobre esse momento histórico.
–Senhora presidente, senhora presidente… ─ apela um repórter, na calçada.
Dilma desvia-se da porta do Waldorf e, como ontem, concede dirigir-se ao cantinho da imprensa. Ainda no caminho, ouve a primeira pergunta, registrada pelo vídeo de apenas 35 segundos disponível no Blog do Planalto:
– A senhora se emocionou?
Abre os braços e os deixa caír pesadamente, para iniciar o sempre penoso calvário do improviso:
– É sempre uma emoção falar na Assembleia Geral, abrindo, a primeira mulher, uma emoção grande — resume Dilma, sugerindo que já falou em outras assembleias da ONU, ficando emocionada sempre.
– Qual foi a sensação? — insiste o repórter.
– Eu gostei de falá, acho que é importante pro Brasil, pras mulheres, foi muito bom.
– E a repercussão?
– Eu achei ótimo.
Mas a presidente Dilma terá muito mais a dizer. Um segundo vídeo no Blog do Planalto, também de apenas 35 segundos, registra a resposta dada a uma jornalista brasileira, identificada como repórter da Rádio ONU, provavelmente na mesma ocasião, sob a marcação cerrada de Patriota e Mercadante:
– Que lembranças a senhora vai levar desse evento?
– A lembrança do seguinte: foi um momento especial, eu acho, pra mim, para o Brasil e para as mulheres. Vou levar essa lembrança, da presença calorosa, eu acho, das mulheres desse plenário também (riso nervoso). Foi uma coisa importante que interagiu comigo.
— (Pergunta inaudível)
— Sem sombra de dúvida.

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