terça-feira, 12 de julho de 2011

O PORCO CAN


Non entendo una pessoa que envenena un cachoro. Que fossa fétida e abismal deve chafurdar os pensmentos de ton embrutecido ser? Por qual pântano di ódio deve se atolar esta bela fera. Certamenti ele nunca teve un bicho di estimaçon na sua triste infância e jamais viu un cusco abanar o rabo e – como diria o Roberto Carlos – lhe sorir latindo. Tá certo que cachoro caga sempre onde non deve e existe un tipo de cão que é realmente iritante: é quelo cachorinho que late di madrugada. Se a pessoa está tentando pegar no sono e por acaso resolve encanar o pensamento no latido incessante do cachorinho, pode enlouquecer. A cosa é assim: durante a madrugada reina silêncio absoluto, condiçon primordiale pra arte de dormir e babar no travesseiro (no se faça de salame, tutto mondo baba no travesseiro, sim !!!) se atraca numa guera verbal e passam minutos intermináveis se ofendendo e se desafiando e sei lá mais o quê! Dopo a coisa vai amainando e a cachorada vai se acomodando. Todos menos um! O cachorinho que late solitário initeruptamente em espasmos di minutos em minutos. Por vezes ele parece que desiste e quando o ser quer tenta dormir, ele volta a atracar o seu latidinho neurótico. Que gana!!! Mesmo assim, non defendo a morte deste maldito, porém um bom tiro di sal…
Cachoro tem alma, dizem. Ma questa história que passo a relatar foi me contada pelo João da Vila Seca e foi recolhida dos mais verídicos causos vila-sequenses. Pra quem gosta di animais di estimaçon é um piatto ceio. Conta os antigo que o Diocrécio, morador lá di perto do Décio Ramos, tinha uma porca chegadinha pra dar cria, ma só dez tetas,  vindo a parir onze leiton. O Diocrécio é muito conhecido na region como criador e treinador de cachoro perdigueiro, tendo uma cadela famosa dado cria na mesma época e sendo costume por quellas bandas sumir com os cachorinho pra non estragar a cadela. O Diocrécio também muito econômico resolveu inxertá un leiton na cadela, pra o bicho non morer di fome. Un ano depois, pegando sua 28 e levando a cadela “resorveu dar una vorta nas codorna” e qual non foi a sua surpresa ao ver o porco criado pela sua cadela seguí-los pelo campo. Surpreso mesmo ele me ficou quando viu o porco “amarrando” una perdiz e ficar com a perna erguida e o rabinho esticado na típica posição do cachoro perdigueiro. Este porco ficou famoso, ficando conhecido internacionalmente até na Cazuza, Mulada, Campestre do Tigre e Lava-pé. Certa feita, em una caçada lá no Rincão Feio, sendo atirada una perdiz que veio a cair atrás di um morro, qual non foi a sua surpresa ao ver seu porco amarrando uma baita carpa na beira di um açude. Dando um tiro na carpa que branquiou com a bariga pra cima, ao chegar em casa, ainda chateado com a falha do leiton, foi limpar a carpa, achando na bariga – pra suo espanto – a perdiz. Claro, abatida a perdiz, caiu no açude e foi engolida pela carpa. O porco seguiu seu instinto amarrando a periz drento da bariga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário