quarta-feira, 4 de maio de 2011

O objeto que representa a civilização é a "privada"


A potência emergente tropeça no IBGE e afunda numa frase de Vargas Llosa

A certidão de nascimento do Brasil Maravilha, registrada em cartório pelo ex-presidente Lula, garante que um país destruído por FHC foi entregue a Dilma Rousseff com a embalagem e o selo de qualidade que identificam potências emergentes. Mais alguns retoques e o mundo poderá contemplar uma Dinamarca tropical, anima-se quem acredita no mantra repetido há anos pelo padrinho e pela afilhada.
Os dois esqueceram de combinar com o IBGE, informa o Censo de 2010. Uma catarata de cifras cinzentas comprova que o espetáculo do desenvolvimento protagonizado pelo palanqueiro compulsivo, em parceria com a sucessora tartamuda, tem tanta consistência quanto uma análise econômica de Guido Mantega.
Uma das constatações que desnudam o embuste pode ser contemplada no retrato do saneamento básico: terminada a primeira década do século 21, os domicílios ligados à rede coletora de esgotos não chegam a 45% do total. “O objeto que representa a civilização e o progresso não é o livro, o telefone, a Internet ou a bomba atômica”, ensinou Mário Vargas Llosa ao receber o Nobel de Literatura. “É a privada”. Quase 100 milhões de brasileiro não sabem o que é isso.

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