domingo, 1 de maio de 2011

Aeroportos - uma política maiúscula

Suely Caldas - O Estado de S.Paulo
Dois anacrônicos dogmas ideológicos do Partido dos Trabalhadores (PT) foram derrotados nos últimos dias: a presidente Dilma Rousseff decidiu privatizar aeroportos e o Banco Central restabeleceu a taxa Selic como principal instrumento de controle da inflação.
No caso dos aeroportos, a realidade nocauteou o preconceito: o Estado não tem dinheiro nem a Infraero tem competência para tocar as obras. Essa estatal passou oito anos do governo Lula desperdiçando dinheiro público com desvios e roubalheira, e o pouco que sobrou para os aeroportos foi usado em maquiagens grosseiras que não ampliaram a capacidade de operação nem melhoraram a qualidade dos serviços.
Já a direção do Banco Central, com a nova postura de aliada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, incorreu em erro estratégico de gestão macroeconômica, ao jogar para escanteio a política de juros e priorizar as "medidas macroprudenciais" de restrição ao crédito, esperando efeito sobre a queda do consumo. Nem arranhou. A demanda continua forte, porque o comércio ampliou o número de prestações para fazer caber seus valores no orçamento das famílias.
Obrigado a recuar e reconhecer que a clássica arma de manejar juros funciona com mais eficácia para conter a inflação, o Banco Central promete agora um longo período de aumentos da taxa Selic.
Esses deslocamentos confusos da política monetária transmitem dubiedade, insegurança, indecisão e são prato cheio para o mercado financeiro especular, prejudicando o percurso da inflação. Situação própria de um governo que quer fazer omelete sem quebrar ovos, reduzir a demanda sem abalar a geração de empregos.
Como reagirá agora o quixotesco Guido Mantega? Vai brigar com o Banco Central, como fazia na época de Henrique Meirelles? Ou aplaudir a elevação da Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom)? A ver.
Aeroportos. É uma tarefa fácil e rápida constatar a incompetência da Infraero. Nos oito anos de governo Lula, ela se especializou em fraudar com dinheiro público e degradar a qualidade dos serviços em aeroportos. A CPI do Apagão Aéreo apurou práticas de superfaturamento com desvios de R$ 254 milhões em obras no aeroporto de Guarulhos (SP); R$ 52 milhões em Macapá (AP); R$ 41 milhões no terminal Santos-Dumont (RJ); mais R$ 28,4 milhões em Salvador (BA); e R$ 12 milhões em Congonhas (SP). O Tribunal de Contas da União (TCU) constatou irregularidades em contratos que somaram R$ 3 bilhões. Foram oito anos de gestão do PT na Infraero, muito dinheiro desperdiçado e nenhum diretor punido ou responsabilizado judicialmente.
A íntegra AQUI:

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