domingo, 12 de dezembro de 2010


As novas cédulas do real deveriam lembrar a Lula que ele, na verdade, recebeu herança bendita de Fernando HenriqueRicardo Setti

Amigos do blog, viram as novas cédulas de real que passarão a circular a partir de segunda-feira, inicialmente as de 100 e 50 reais?
Agora, cada uma tem um tamanho diferente e marcas táteis em relevo. O Banco Central diz que o novo formato atenderá a uma demanda dos deficientes visuais, que tinham dificuldade para identificar os valores nas notas atualmente em circulação. Também seguiria um padrão para dificultar falsificações e devem “facilitar a internacionalização da moeda brasileira”, seja lá o que isso signifique.
Mas, cá para nós, não deixa de ser uma forma de o presidente Lula, ante de ir embora, deixar sua marquinha também no dinheiro pátrio — não fosse o tamanho do ego que tem…
Seria interessante se também ocorresse a Lula, neste momento, a constatação de que cédulas com o mesmo valor de face de há 16 anos esvaziam inteiramente a alegada “herança maldita” que recebeu do governo FHC. (Excetuadas as de 1 real, substituídas inteiramente por moedas, e as de 2 reais, criadas posteriormente ao lançamento do real).
Como todo mundo sabe, mas Lula sempre procura ignorar, foi FHC, onipresente fantasma a assombrar o presidente, que, como ministro da Fazenda de seu antecessor, o presidente Itamar Franco (1992-1995), concebeu e aplicou o plano que derrubou o pesadelo da inflação. Foi dele a iniciativa do ataque à inflação, foi ele quem convidou os economistas que formularam o plano, a começar pela dupla “Larida” — André Lara Resende e Pérsio Arida, com quem mantinha forte relação pessoal.
É justíssimo lembrar o papel que teve, como sucessor de FHC no Ministério da Fazenda, o embaixador Rubens Ricupero, grande defensor, gestor e divulgador do Plano Real.
A partir de 1º de janeiro de 1995, sendo ele próprio presidente, FHC, tendo como braço direito o ministro da Fazenda, Pedro Malan, administrou admiravelmente a estabilidade econômica — herança bendita elogiada várias vezes pelo ministro da Fazenda mais popular de Lula, o futuro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e que Lula, com sensatez mas mal agradecido, soube manter.

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