domingo, 10 de outubro de 2010


O delírio de Aldir Blanc e as reflexões de Guttemberg Guarabyra

Carta de Aldir Blanc Mendes:
Pilatos não pode mais lavar as mãos com sabonete verde. Lamentável que Marina e o PSOL estejam “pensando”. Os que morrem de fome, de pancada, os que foram torturados e mortos, esses não tiveram esse confortável tempo para optar. A reação, desde a Comuna de Paris, desde os Espartaquistas, sempre matou mais rápido, enquanto gente do “Bem” pensava…
Votem em Dilma ─ ou regridam às privadizações (sic) selvagens, à perda da Petrobras, ao comando do latifúndio, dos ruralistas, dos banqueiros, de todas s forças retrógradas do país, incluindo os torturadores.
Aldir Blanc Mendes
Resposta de Guttemberg Guarabyra:
Pô, meu caro, tá certo que você vote em Dilma ou em qualquer candidato de sua predileção. Está inclusive correto que você, figura de projeção nacional, tente ajudar sua candidata esclarecendo às pessoas que lhe querem bem, o admiram e o respeitam sobre os motivos que o levam a votar em sua candidata e, com isso, quem sabe, conseguir influenciar na decisão de voto do seu público.
Mas é inadmissível, pelas mesmas razões acima descritas, ou seja, pelo fato de ser uma figura de projeção nacional e de ter pessoas que lhe querem bem e o respeitam, que você minta ao tentar influenciá-las.
Em primeiro lugar porque na introdução do seu pedido de ajuda à candidata de sua predileção, você procura confundir seu público ao sutilmente sugerir que o candidato Serra, que faz oposição à sua predileta, faz parte de um grupo favorável à fome, à tortura e à pancada, quando na verdade sempre fez parte do grupo contrário a isso tudo. Aliás, a última manifestação a favor de pancada foi do presidente Lula, anteontem, ao proclamar no Rio de Janeiro que “a polícia bate em quem deve bater”, outorgando à polícia o mesmo poder que a ditadura a ela conferiu e que resultou na índole de cruel desrespeito aos direitos civis herdada pelas forças de segurança de hoje. Como se não bastasse, o presidente que você quer ver sucedido na figura de sua candidata predileta, ainda acrescentou: “Não vamos mandar a polícia apenas para bater”. Como você vê. O lado da pancada indiscriminada é coisa do lado de sua candidata, e não da oposição que você de maneira covarde tenta desqualificar.
Quem é você para falar dos torturados e mortos sendo covarde?
E sendo mentiroso. Ao afirmar que votar em Dilma é apoiar privatizações selvagens, a verdade, o fato, é que as privatizações consolidaram a correção de nossa economia e proporcionaram um Brasil mais moderno, com um sistema de telecomunicações exemplar, milhões de celulares á disposição de nossa população, a Embraer nos projetando como uma nação capaz de desenvolver uma indústria de fabricação de aviões de alta tecnologia, uma Vale do Rio Doce, que antes só dava prejuízo e não passava de pesado cabide de empregos públicos hoje se apresentando como uma das maiores indústrias mineradoras do planeta e fonte de progresso e empregos para milhares de trabalhadores.
Se as privatizações ’selvagens’ não serviram ao Brasil, responda por que razão elas não foram então desfeitas durante os oito anos em que o governo de sua candidata predileta esteve no poder.
Ia dizer que você deprecia os ruralistas por preconceito. Mas prefiro acreditar que seja por falta de informação, já que o Brasil é líder no comércio internacional do agronegócio e produz emprego em massa no campo graças aos ruralistas. E isto, ao contrário do que prega o PT e desinformados como você, só favorece à população. Até mesmo seu líder já se dobrou a essa realidade e durante todo o seu mandato cuidou de vender para o comércio exterior um dos orgulhos da indústria ruralista, o etanol. Ou seja, você se encontra atrasado até mesmo em relação à política seguida pelo mentor de sua candidata.
E termina colocando num mesmo caldeirão todas essas forças progressistas tachando-as na cara de pau como retrógradas e numa forçação de barra impossível de ser superada escreve: “incluindo os torturadores”.
Ora meu caro, na boa, eu sinto muitíssimo que você, um talento, um poeta, uma figura nacional tenha vindo a público para declarar tamanho desvario. Ou você mudou muito ou já houve tempos em que esteve mais lúcido e mais inteligente.
Ass.: Guttemberg Guarabyra

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