quinta-feira, 27 de maio de 2010

Charge do voto de cabresto mostrando o político levando o eleitor para votar, do cartunista Storni, publicada na revista Careta n° 974, de 1927. Créditos: Storni / Revista Careta / Biblioteca Nacional.


É INACREDITÁVEL – B I Z A R R O, ABSURDO – MAS É O “NOSSO BRASIL” !Aconteceu no Ceará!

Curso para 500 mulheres

Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a
demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser
constantemente formada e preparada.
Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para
coordenar um curso de formação de costureiras.
O governo exigiu que o curso deveria atender a um grupo de 500
mulheres que recebem o Bolsa Família. De novo: só para aquelas que
recebem o Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o
Governo entrou com o recurso; o SENAI com a formação das costureiras,
através de um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o
compromisso de enviar o cadastro das formadas às inúmeras indústrias
do setor, que dariam emprego às novas costureiras.
Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor.
Pois bem. O curso foi concluído recentemente e, com isso, os cadastros
das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se
prontificaram em fazer as contratações.
E foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número
de contratações foi ZERO. Entenderam bem? ZERO!
Enquanto ouvia o relato, até imaginei que o número poderia ser baixo,
mas o fato é que não houve uma contratação sequer. ZERO.
Sem nenhum exagero. O motivo?
Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com dó, o
diretor do Sinditêxtil: todas as costureiras, por estarem incluídas no
Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada. Para
todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um
benefício que não pode ser perdido.
É para sempre. Nenhuma admite perder o subsídio

SEM NEGÓCIO.
Repito: de forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formadas é de
que não se negocia a perda do Bolsa Família. Para trabalhar como
costureira, só recebendo por fora, na informalidade. Como as empresas
se negaram, nenhuma costureira foi aproveitada.
Casos idênticos do mesmo horror estão se multiplicando em vários setores.

QUEM ESTÁ CRIANDO ELEITORES DE CABRESTO, COMPRADOS ATÉ EM SUA

DIGNIDADE, RECUSANDO-SE A TRABALHAR PELO SEU SUSTENTO?

E QUEM PAGA O PATO, TODO MÊS 27,5 % ?

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