terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Copiei do blog amamturma78.blogspot.com


UM MORTAL SILÊNCIO

Ao longe um clarim lamentoso.


Do frio metal um som dorido, pungente, magoado e tristonho.


É o toque de silêncio.


Os ouvintes compungidos abaixam a cabeça.


Uma dor amarga a nossa boca.


Esvai-se mais uma esperança.


Os olhos de todos se embaçam pela lágrima que não rolou, mas que foi engolida pela impotência, e desceu pela seca garganta.


Por ora, calou-se a única voz de um militar da ativa capaz de emitir uma opinião sem medo.


De denunciar o vergonhoso “establishment” que sombreia o futuro da Pátria. Calou-se, penalizada pela prepotência, pelo desmando, pela ignomínia, pelo totalitarismo, pois a bem da verdade, aquela voz inspirou medo.


Sufocou-se o alerta desinteressado, uma voz brasileira foi amordaçada, mas não se muda uma vírgula sequer do texto eivado de maléficas intenções e torpes objetivos. Diante da infidelidade no sofá, retira-se o sofá.


Esperamos que a imolação do General no altar da besta sirva de alerta para os incautos, para que dêem tratos à bola, e pensem. “Poxa”, se um General de Exercito, de altíssimo conceito foi capaz de expor-se contra alguma “coisa”, a “coisa”, “boa coisa não é”.


Nós militares perdemos e muito. O peso de um General de Exército entre nós é grande.


Sabemos do crivo para chegar a tanto, as qualidades necessárias para atingir o ápice da carreira. O militar precisa ter estofo, caráter, atitude.


O General Santa Rosa as teve e cultivou-as com desvelada atenção ao longo de sua carreira, e as manteve altaneiras, até no seu encerramento.


Porém, se de um lado o corneteiro, com toda a sua sensibilidade solta do fundo do peito acordes que tocam a nossa alma, lamentando o destino da voz amordaçada, por outro, festejemos a coragem e o exemplo do General.


Por isso, Mestre da Banda inicie o dobrado “Fibra de Heróis”, em regozijo, pois, certamente, outros da mesma estirpe, incentivados pelo exemplo altaneiro do exonerado e intimorato Chefe, terão a hombridade de afrontar com dignidade, com a altivez do soldado a tantos quantos pérfidos e canalhas surgirem, mesmo que acobertados por uma distorcida democracia, construída para atender seus deploráveis desígnios.


Quem viver verá que a fibra do soldado não perece.



Brasília, DF, 13 de fevereiro de 2010

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira



“Os homens só se lembram de Deus e dos soldados


nos momentos de aflição”

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