quarta-feira, 9 de junho de 2021

CARTA AO LEITOR - REVISTA OESTE


O espetáculo do horror da CPI da Covid, o sequestro da bandeira ambiental pela esquerda e as áreas preservadas no interior das propriedades rurais brasileiras.

Tom Jobim constatou que “o Brasil não é para principiantes”. A descoberta é agravada pela suspeita de que nem especialistas em assuntos brasileiros conseguem decifrar o país. Como levar a sério, por exemplo, uma CPI do Senado presidida por Omar Aziz e conduzida pelo relator Renan Calheiros, ambos protagonistas de casos de polícia? Ou qualificar de fracassada uma campanha de vacinação que aplicou quase 70 milhões de doses em menos de três meses? Ou, ainda, acreditar que o principal candidato da oposição é um corrupto condenado duas vezes, uma delas em terceira e última instância? “Só no Brasil”, como resume o título do artigo de J. R. Guzzo.

Também é só no Brasil que qualquer notícia positiva inclui um “mas” que introduz uma ressalva destinada a piorar o fato que realmente importa. “Sob Bolsonaro, crime cai e emprego cresce, mas área social piora”, noticiou um dos três principais jornais no começo de 2020. “PIB cresce 0,4% e surpreende, mas retomada é lenta”, avisou o segundo em agosto. Na semana passada, os “vigaristas da adversativa”, na definição de Augusto Nunes, entraram novamente em ação nas primeiras páginas para impedir que os leitores se animassem com a recuperação econômica. “PIB cresce mais que esperado, mas desemprego ainda resiste”, disse o terceiro.

Não é só no Brasil, contudo, que a bandeira ambiental foi sequestrada pela esquerda, informa a reportagem de capa desta edição, escrita pela jornalista Ana Brambilla. Quem conhece a história do Brasil sabe que esse estandarte sempre foi carregado por conservadores. No livro Filosofia Verde, o escritor inglês Roger Scruton, um dos grandes pensadores de direita, responsabiliza cada habitante do planeta pela preservação da natureza, “desde o recolhimento do lixo até o cuidado com outras espécies”.

Entre as desinformações difundidas por uma esquerda carente de causas relevantes figura a fantasia segundo a qual o agronegócio brasileiro é o grande predador ambiental. A farsa é desmontada no artigo de Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial. Ele prova com argumentos consistentes que o produtor rural é quem mais preserva a natureza. Evaristo lembra que “mais de um quarto do território nacional (26,7%) está dedicado a preservar a vegetação nativa no interior dos imóveis rurais”.

Também não é só no Brasil que feministas se recolhem à mudez — “um silêncio ensurdecedor”, afirma Rodrigo Constantino em seu artigo — quando as vítimas do ataque são “conservadoras” ou “de direita”. Na CPI da Covid, o tratamento a mulheres assim definidas por bandos esquerdistas gerou um espetáculo do horror que serviu de inspiração para a crônica “A médica e o monstro”, de Guilherme Fiuza.

Decididamente o Brasil não é para principiantes. Nem para profissionais.

Boa leitura.

Os Editores.

terça-feira, 8 de junho de 2021

O cavaleiro do apocalipse

 

Extraordinárias descobertas resultaram daquelas pestes e pandemias nos diversos campos do conhecimento, sobretudo na medicina e nos sistemas de saúde pública

Durante pouco mais de um ano de confinamento, tenho lido muitos textos sobre o coronavírus, claro, mas nenhum como o de Carmen Iglesias, intitulado Historia de las Pandemias (História das Pandemias, sem tradução). São cerca de 20 páginas sem uma única linha que possa ter sido desperdiçada e que, além de traçar uma síntese muito precisa da maneira como as pestes e as epidemias coletivas acompanham a história da Europa, conseguem tirar conclusões otimistas e civilizadoras sobre esta praga e suas variantes —a britânica, a australiana, a brasileira, a indiana— que, temos a impressão, estão devastando a Europa (e o resto do mundo também).

Iglesias nos lembra de que o poema fundador de Homero, Ilíada, descreve a mortandade que cai como um castigo divino sobre os aqueus e como vingança de Apolo pelo sequestro da filha de um dos sacerdotes. Desde então, a literatura dará testemunho daquelas incompreensíveis devastações que semeavam o horror por todos os cantos do planeta, e que as pessoas, que não entendiam nada do que acontecia ao seu redor, salvo que morriam como moscas, atribuíam aquilo a um castigo dos deuses pelos pecados dos seres humanos. Procuravam-se bodes expiatórios, e certamente entre eles os judeus, as bruxas, os magos, todos os que eram diferentes e constituíam alguma forma de marginalidade. Quantas fogueiras e vítimas a ignorância causou!

Tucídides é o primeiro historiador a descrever, em sua História da Guerra do Peloponeso, com rigor e sem atribuir responsabilidade alguma aos deuses, a peste que destruiu Atenas no ano 430 antes da era cristã. Desde então, há documentos históricos registrando esses periódicos cataclismos humanos que vão devastando todas as civilizações conhecidas, das mais estáveis e firmes, como o Império Romano em tempos de Marco Aurélio (uma das vítimas da calamidade) e o Império Bizantino, do imperador Constantino, destruído pela peste bubônica, até uma Idade Média arrasada pelo cólera, o tifo, a disenteria, a febre amarela e outros males. E, poderíamos acrescentar, após longos anos, pelos cavaleiros mongóis, que invadem a Europa não apenas com facas em busca de gargantas, mas que carregam em seus alforjes todas as doenças e pandemias asiáticas que semeiam por toda parte as famosas “pestilências” da quais nos falam os romances de cavalaria.

No centro da Europa chega-se a inventar, naqueles anos terríveis, “o cavaleiro apocalíptico” que vai de cidade em cidade, de vilarejo em vilarejo, espalhando as doenças que acabam com as pessoas e mandam suas almas se queimarem no inferno. A geografia das cidades se transforma em função das pandemias, pois os sobreviventes de cada surto se adaptam a essas mudanças e fundam novos vilarejos e cidades, fugindo dos desconhecidos e invisíveis agentes do diabo que, como é o caso da lepra, destroem pouco a pouco o organismo das pessoas infectadas antes de matá-las. A passagem do tempo não admite sossego para os habitantes da Europa; com as pestes, explodem “superstições e disparates”. Mas também aumenta o espírito religioso, e muitas das longas procissões que ainda percorrem as ruas europeias nasceram para combater, com as orações dos fiéis, sacerdotes e pastores, os “castigos do céu” que chegavam à Terra em forma de doenças coletivas.

A mudança de clima às vezes provoca transtornos espetaculares na vida das cidades. Foi o que aconteceu durante os cinco séculos conhecidos como “a pequena Era do Gelo”, tempos em que se chegou a dizer que era impossível compreender as variações entre as altas temperaturas e as geadas vividas pela Europa, e com a fome que estas provocavam, como ocorreu entre 1315 e 1316, quando os países europeus foram literalmente dizimados pelos súbitos transtornos da atmosfera. Morreram tantas famílias quanto nas piores pandemias de que se tem notícia.

E, no entanto, apesar dessa tradição destrutiva, é possível dizer que a humanidade foi aprendendo. E que extraordinárias descobertas resultaram daquelas atrocidades nos diversos campos do conhecimento, sobretudo na medicina e nos sistemas de saúde pública. E que não houve nada como as pandemias periódicas às quais o mundo esteve acostumado (e talvez sempre estará), para criar os modernos hospitais e enfermarias, e fazer avançar as descobertas da ciência. A covid-19 teria produzido provavelmente cem vezes mais vítimas em todo o planeta se tivesse ocorrido antes ou ao mesmo tempo que a arbitrariamente chamada “gripe espanhola”, considerada responsável por matar mais gente que em toda a Primeira Guerra Mundial. A medicina progrediu de forma prodigiosa graças à peste, o que não impede que esta continue desafiando o saber científico, como se revelou na última pandemia. Quando acreditávamos que aquilo seria impossível nestes tempos, em que nós viajamos à Lua e vários países invadem as estrelas com suas naves espaciais, porque a natureza já não parecia ter segredos para nossos pesquisadores. Tivemos então a surpresa maiúscula, por causa, aparentemente, de um homem que numa cidade chinesa comeu ou fornicou com um morcego, criando um vírus que deixou dezenas de milhares de mortos espalhados pelo mundo inteiro.

Uma das partes mais interessantes do trabalho de Carmen Iglesias se refere à peste como incitadora dos prazeres, que ela chama o Carpe diem (Aproveite o dia). A proximidade da morte e a atração do perigo despertam apetites sexuais em certos seres humanos, uma excitação dos sentidos e uma busca irracional do prazer que transforma os palácios e castelos em bordéis de luxo, onde praticam-se todos os vícios e se morre do excesso antes que da doença. Tucídides já considerava esse fenômeno durante a epidemia que devastou Atenas no quarto século da era passada. A literatura tem sido especialmente rica ao apresentar esse aspecto mortuário e cerimonial dos prazeres em tempos descentrados pela revolução e pelas pragas, como ocorre na narrativa chamada “gótica” e nos pesadelos novelescos do Marquês de Sade.

Em seu ensaio, Carmen Iglesias cita com elogios o livro ¡Aplaca, Señor, tu ira! Lo maravilloso y lo imaginario en Lima colonial (Acalma, Senhor, sua ira! O maravilhoso e o imaginário na Lima colonial, sem tradução), do historiador peruano Fernando Iwasaki, no que diz respeito à chamada Morte Negra, o inapelável fim do mundo, que era considerado iminente e espalhava o terror e a loucura em amplos territórios, como nas distantes colônias espanholas da América. O misterioso desaparecimento de culturas e civilizações, como a dos maias na América Central e a dos mochicas no Peru, sem dúvida tem relação com esse fenômeno.

Embora relativamente pequeno, o trabalho deve ter tomado um bom tempo de Carmen Iglesias, com a revisão de velhos livros e inúmeros documentos. Ela é uma trabalhadora discreta e pertinaz que costuma produzir esplêndidos ensaios. Lendo-a, aprendi muito sobre a Espanha. Iglesias dirige a Real Academia de História e integra Real Academia Espanha. E muitos nos perguntamos como consegue ter tempo para fazer tudo o que se lhe impõe. Ela foi também professora de temas de história do atual rei da Espanha, Felipe VI. E não há dúvida, ouvindo seus discursos, de que ele aproveitou muito bem seus ensinamentos.

Madri, abril de 2021

Mario Vargas LLosa - El País



Só no Brasil

Somos o único país no mundo onde há uma CPI 'para investigar a covid' na qual o presidente, um Omar Aziz, foi investigado pela PF por corrupção XXXXL-plus na área de saúde.
No tempo em que o patriotismo ainda era um sentimento lícito, e o sujeito não precisava se esconder para dizer que gostava do Brasil e de ser brasileiro, ninguém achava nada de mais que um professor de ginásio recomendasse a leitura de algumas páginas de Porque Me Ufano do Meu País, do conde Afonso Celso. Hoje em dia, é claro, não passa pela cabeça de ninguém fazer algo parecido — principalmente numa dessas escolas que cobram mensalidades de R$ 10 mil, exigem a “inclusão social” e chamam alunos e alunas de “alunes”. O infeliz que citar um texto assim na sala de aula vai ser posto no olho da rua, sob o aplauso dos pais, acusado de vício fascista, direitista ou até bolsonarista. Já imaginaram? Melhor não imaginar nada. Tudo bem: mesmo naquela época de inocência, o texto já era visto como um belo exagero em matéria de ingenuidade. Nos dias de hoje, porém, o buraco é muitíssimo mais embaixo.

O problema não é só o risco de parecer bobo, ou de ser denunciado pela prática de crime ideológico. Com o país do jeito que está, até o patriota mais otimista não vê motivo para se orgulhar de nada — não em qualquer coisa que tenha algo a ver com a maior parte da vida pública nacional. Orgulhar-se de quê? Ao contrário. Onde se dizia que o Brasil era um lugar único no mundo, porque nosso céu tem mais estrelas, nossos bosques têm mais vida e nossa vida mais amores, hoje se diz: ”Só no Brasil é possível um negócio desses”. Você sabe muito bem o que significa esse “só no Brasil”, e que “negócios” são esses. Significa que o Brasil é o único país, entre outros mil (ou pelo menos os 200 e tantos que estão na ONU), onde acontece um certo tipo de aberração em modo extremo — tão extremo que não é possível, segundo a lógica comum, encontrar nada de equivalente em qualquer outro ponto do planeta.

A lista desses despropósitos é uma obra em aberto. Cada um pode fazer a sua, com quantos itens quiser — e a qualquer hora do dia ou da noite, mesmo fora do horário de expediente público, a relação dos tops de linha pode ser aumentada por uma alucinação novinha em folha. Feita essa ressalva, segue abaixo, com data de hoje, o pretinho básico, estritamente básico, em termos de “só no Brasil”.

 O Brasil é o único país no mundo onde há uma CPI “para investigar a covid” na qual o presidente, um Omar Aziz, tem a seguinte anotação em sua folha corrida: foi investigado pela Polícia Federal por corrupção XXXXL-plus na área de saúde. (Não é piada; é o presidente mesmo.) Mais: sua mulher foi para a cadeia acusada de meter a mão em dinheiro público, também em questões de saúde. (Também não é piada; é a mulher dele mesmo, e foi mesmo para a cadeia.) Mais: além da mulher, nada menos do que três irmãos do homem foram presos nesse mesmo rapa e, mais uma vez, não é piada. Mais: dos 81 senadores que representam as 27 unidades da Federação, o escolhido para presidir as investigações vem, justamente, do Amazonas, o lugar onde mais se roubou no Brasil, e possivelmente no mundo, por conta das despesas públicas com a covid. A PF, por sinal, acaba de realizar busca e apreensão na casa e nos escritórios do atual governador do Estado, Wilson Lima, em mais uma operação para combater a ladroagem na compra de respiradores; um dos investigados, um dono de hospital a quem ele deu um contrato, recebeu a polícia à bala.

Como é possível que uma pessoa que jamais teve problemas com a Justiça seja interrogada por alguém com a ficha de Renan Calheiros?

Não gostou do presidente? Espere, então, pelo relator. Trata-se de ninguém menos que Renan Calheiros — o “Atleta” da lista de políticos corruptos registrados nos computadores do departamento de roubalheira da empreiteira Odebrecht, e um dos senadores mais encrencados com a Justiça criminal em todo o sistema solar. A presença de Renan nesse picadeiro é ainda mais inexplicável que a de Omar; do outro, pelo menos, ninguém tinha ouvido falar até a CPI. Mas o relator já está nessa vida há 30 anos. Como é possível que ele investigue alguma coisa? Como é possível que dezenas de pessoas que jamais tiveram o mínimo problema com a polícia, ou que jamais foram processadas por alguma coisa na Justiça penal, sejam interrogadas por alguém com a sua ficha? Renan, no papel misto de delegado de polícia, promotor e juiz, frequenta todos os dias as primeiras páginas e horários nobres da mídia como se fosse um Santo Tomás de Aquino, pelo menos. Mas ele é apenas o Renan Calheiros de sempre, que no momento responde a nove processos por corrupção. (Não são dez, nem onze, nem doze: as “agências de checagem de fake news” já fizeram questão de dizer que tudo isso é notícia falsa — são só nove processos penais no lombo, nem um a mais. Ah, bom. Ainda bem que avisaram.)

 O Brasil é o único país no mundo onde o presidente da República é acusado de ser o responsável por quase 470 mil mortes causadas até agora pela covid, pelo que informam os atestados de óbito. No resto do mundo já morreram, até agora, cerca de 3,5 milhões de pessoas; segundo a oposição, os comunicadores e as classes intelectuais brasileiras, desses 3,5 milhões, por volta de 3,1 milhões não são culpa de ninguém. Só os mortos do Brasil são culpa do governo.

 O Brasil é o único país no mundo onde uma campanha de vacinação que já aplicou perto de 70 milhões de doses em pouco mais de três meses é considerada um fracasso pelos cientistas de oposição — sim, porque no Brasil há tipos de ciência diferentes, a ciência boa e a ciência ruim, conforme a opinião política do cientista. Só três países, em todo o planeta, vacinaram mais que o Brasil. Dois deles são a China e a Índia, os maiores produtores de vacinas do mundo; além disso, a China tem 1,44 bilhão de habitantes, e a Índia, 1,38 bilhão. O outro são os Estados Unidos, país que tem um PIB de 21 trilhões de dólares, mais de dez vezes superior ao brasileiro, e também está entre os maiores exportadores; o “auxílio emergencial”, lá, equivale a mais de R$ 6 mil. Por que, então, o Brasil fracassou? “Vacinas para todos”, pede oficialmente a oposição. O país, na opinião da Frente Nacional Pró-Vírus, já deveria ter vacinado a população inteira, no mínimo — mesmo sem produzir aqui um único frasco de vacina, e depender 100% da importação de matéria-prima estrangeira. Os atrasos nas exportações de insumo por parte da China não são culpa da China — são culpa “do Bolsonaro”.

Há o argumento, também único, de que o Brasil vacinou apenas um terço da sua população total até agora — e a Inglaterra, ou Israel, já vacinou quase todo mundo. A Inglaterra tem um quarto da população do Brasil, além de ser um dos países que inventaram a vacina; Israel, então, não chega a ter 10 milhões de habitantes, e sua área é um pouco maior que a ocupada pelo território de Sergipe. Faça as suas contas.

 O Brasil é o único país no mundo onde o principal candidato da oposição, do centro moderado e dos defensores da democracia às eleições para presidente de 2022 é um ladrão condenado legalmente pela Justiça, em terceira e última instância, por nove juízes diferentes, por ter praticado os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A mídia, o mundo político e os institutos de “pesquisa de intenção de voto também já decidiram que ele está eleito, quase um ano e meio antes da eleição —  escolhe-se, no momento, o seu ministério, e discute-se a sério qual o cargo que vai ser ocupado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que foi, ela própria, despejada do Palácio do Planalto por fraude contábil cinco anos atrás.

O Brasil, como outros países, tem uma lei que proíbe réus condenados pela Justiça penal de ocupar cargos públicos. Mas só aqui se consegue manter uma lei em vigor e, ao mesmo tempo, permitir que os interessados não façam nada do que está escrito nela — a saída, outra solução estritamente nacional, é dizer que o réu foi julgado num lugar e deveria ter sido julgado em outro. Nem é preciso inventar que ele não cometeu os crimes pelos quais foi condenado, ou perder tempo com qualquer fato que envolva a discussão de culpa ou de inocência: basta dizer que erraram de “foro”.

 O Brasil é o único país no mundo onde um ministro do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de Justiça da nação — no caso, o ministro Antonio Dias Toffoli —, reúne em si próprio, e ao mesmo tempo, as seguintes condições:

• Foi reprovado duas vezes — isso mesmo: duas vezes seguidas — no concurso público para juiz de direito, o que significa o seguinte, em português claro: ele não está autorizado a julgar nem uma ação de despejo na comarca de Arroio dos Ratos, por falta de habilitação profissional, mas pode dar sentença sobre qualquer coisa no tribunal máximo do Brasil.

• Recebia, e só parou de receber depois que descobriram, uma mesada de R$ 100 mil da própria mulher, que é advogada num escritório da capital federal com causas em julgamento no tribunal onde o marido dá expediente.

• Teve reformas na sua casa em Brasília, no valor de R$ 15 mil, pagas por uma empreiteira de obras públicas, quando já era ministro do STF.

• É acusado de receber propinas no valor de R$ 4 milhões e, no julgamento que o STF fez do caso — sobre a validade da delação feita contra ele —, não achou nada de mais em julgar a si próprio. Também não achou nada de esquisito em declarar a delação inválida e, com isso, julgar-se inocente. Salvo o ministro Marco Aurélio, nenhum dos seus dez colegas de Corte Suprema imaginou que Toffoli deveria abster-se do julgamento. Ficamos assim, então. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pode ser investigado já. O presidente da República tem cinco dias para explicar por que não usa máscara. O governo tem três anos para resolver o problema das penitenciárias no Brasil — tudo por decisão do STF. E Toffoli? Nele é proibido mexer.

∗ O Brasil é o único país no mundo onde as pessoas existem ou deixam de existir, fisicamente, conforme a percepção visual, ética e política dos jornalistas. “Milhares saem às ruas contra Bolsonaro”, anunciaram alguns relatos sobre manifestações públicas no último fim de semana. Deveria ter sido noticiado, então, que “milhares saem às ruas a favor de Bolsonaro”, quando aconteceu a mesma coisa no fim de semana anterior, certo? Errado. Fotos, vídeos e testemunhos pessoais atestam a presença de gente nas duas ocasiões. Mas, segundo a mídia militante, há duas categorias de gente, como no caso dos cientistas — a gente que existe e a gente que não existe. A gente de quem você não gosta não existe.

J. R. Guzzo - Revista Oeste

segunda-feira, 7 de junho de 2021

HÁ 77 ANOS, ACONTECIA O DIA D, O EVENTO QUE MUDOU A HISTÓRIA

 A data é considerada fundamental para o fim da Segunda Guerra Mundial. Entenda!



O dia 6 de junho de 1944 ficou marcado na história da humanidade como a data crucial para o fim da Segunda Guerra Mundial. O episódio ficou conhecido pelos ataques das forças do Reino Unido, dos Estados Unidos, do Canadá e da França contra as tropas alemãs que ocupavam o litoral norte do território francês. 

O Dia D foi a maior operação militar realizada durante este conflito, responsável por marcar o início da libertação de parte do território europeu até então dominado pelos nazistas.

Ataque inesperado

O termo militar Dia D foi usado para se referir ao primeiro dia da operação que mudaria completamente os rumos da história da humanidade. Durante aproximadamente um ano, as forças contrárias ao nazismo planejaram o ataque contra os inimigos. 

Inicialmente, o plano foi pensado para ser executado no dia 5 de junho. Até então eles consideravam ser um dia bom para o ataque, já que combinaria mar calmo e maré baixa. Contudo, uma forte tempestade mudou os planos dos Aliados, que transferiram a operação para o dia seguinte.


Durante a madrugada, tropas de paraquedistas saltaram atrás das linhas inimigas. Já no mar, milhares de navios se posicionaram na costa da Normandia. Embora os alemães esperassem pelo confronto, os aliados utilizaram táticas de defesa e ataque que confundiram os nazistas. 

No decorrer daquele dia histórico, diversas tropas desembarcaram nas praias. De acordo com a BBC, cerca de 7 mil embarcações, com 156 mil militares, foram utilizadas no ataque. Além disso, 10 mil veículos foram usados nas cinco praias ocupadas.

Perdas militares e civis  

Estima-se que somente no Dia D, cerca de 4.400 soldados das forças aliadas foram mortos e outros 9 mil soldados ficaram gravemente feridos ou desapareceram durante o confronto.

Já o número de soldados alemães que foram mortos ainda hoje é desconhecido, conforme a BBC. Contudo, estima-se que entre 4 mil e 9 mil militares nazistas tenham sido executados. 




Por outro lado, milhares de civis franceses e outros inocentes foram mortos durante a operação, principalmente em decorrência dos intensos bombardeios na região. 

Os desdobramentos

O sucesso da operação deve-se ao apoio das forças aéreas e navais dos Aliados, que sem sombra de dúvidas eram muito mais fortes do que as forças nazistas. Todavia, naquele momento, eles temiam que os alemães pudessem reverter o cenário.

Para evitar serem empurrados de volta ao mar, os Aliados reforçaram suas tropas e, aos poucos, conseguiram avançar pelas cidades. Desta forma, no fim de agosto de 1944, Paris foi libertada.

Apesar da vitória, muitas pessoas foram mortas durante o processo. Acredita-se que cerca de 10% dos 2 milhões soldados aliados que participaram do confronto foram mortos ou ficaram gravemente feridos. Além disso, muitos outros homens desapareceram.

Dia D



quinta-feira, 3 de junho de 2021

Como calcular juros de financiamento de forma simples e segura

 Conhecer as taxas de juros envolvidas na operação é fundamental para adquirir um bem sem prejudicar o seu orçamento. Entenda como fazer o cálculo.


Saber como calcular os juros de um financiamento é fundamental para quem deseja comprar um bem. Seja para adquirir um imóvel, um automóvel ou qualquer outra propriedade, saber as taxas envolvidas na operação é importante para que o comprador conheça a quantia total a ser paga. Assim, fica mais fácil se planejar financeiramente para quitar a dívida sem prejudicar o orçamento.

A seguir, mostraremos que existem diferentes maneiras de fazer o cálculo e traremos algumas orientações para que você descubra exatamente o quanto será pago pela quantia emprestada. Confira: 

Como calcular juros de financiamento? Conheça a fórmula

Quando desejam calcular os juros de um financiamento, muitas pessoas consideram a diferença de preço para pagamento à vista e a prazo e, em seguida, dividem este número pela quantidade de parcelas. Embora seja simples, a conta não traz o resultado correto. Vamos a um exemplo. 

Um consumidor deseja comprar um carro que custa 80 000 reais à vista, mas a loja também oferece a opção de adquirir o automóvel em 24 prestações de 4 000 reais. Logo, o raciocínio mais comum seria:

24 x 4 000 = 96 000 reais 

96 000 - 80 000 = 16 000 reais, ou seja, 20% a mais do que o valor para pagamento à vista

20% / 24 meses = 0,83%

Seguindo este pensamento, a taxa de juros do financiamento do veículo custaria 0,83% ao mês. No entanto, para descobrir as taxas, valores das prestações ou quantidade de parcelas envolvidas em um financiamento com valor fixo, como o de automóveis e imóveis, aplica-se a seguinte fórmula:

Valor financiado = [{1 - (1+ taxa de juros) - prazo}/ juros] x valor da prestação

Que, neste caso, ficaria assim: 

96 000 = [{1 - (1+ taxa de juros) - 24}/juros] x 4 000 

Para este exemplo, o real valor da taxa de juros envolvida na operação é de 1,51%, e não 0,83%.

Embora seja importante saber que existe uma fórmula para calcular os juros de um financiamento, há outras maneiras de chegar a esse valor sem precisar fazer uma conta tão complexa. Para facilitar a operação, o Banco Central desenvolveu a Calculadora do Cidadão, disponível na página oficial do BC e em aplicativo, onde o consumidor pode fazer contas mesmo sem acesso à internet. Para utilizá-la, o usuário deve selecionar a opção “financiamento com prestações fixas”. 

A calculadora permite que o consumidor informe três de quatro variáveis para, então, descobrir a faltante. Desta forma, além dos juros, é possível saber o número de prestações envolvidas no financiamento, valor da parcela e o total financiado.

Por que é preciso saber como calcular juros de financiamento?

Descobrir o valor das taxas de juros praticadas em qualquer operação financeira é importante para não ser atraído por um financiamento “mascarado”. Em algumas operações, instituições financeiras incluem taxas de abertura de cadastro, taxas de avaliação de crédito, seguros, entre outros - e cobram juros sobre todas elas.

O problema é que, muitas vezes, os juros praticados sobre essas taxas não são informados, e as instituições divulgam para o cliente apenas o valor da principal taxa de juros do financiamento, para que o crédito pareça mais atrativo. O custo de todo o financiamento, incluindo todas as tarifas que o cliente paga, chama-se Custo Efetivo Total, ou CET.  

Leia também | CET: saiba o que é Custo Efetivo Total e como calcular 

Onde consultar o valor total dos juros?

Para evitar que o CET fique disfarçado no financiamento, o Banco Central criou uma norma que obriga as instituições financeiras a divulgarem o Custo Efetivo Total em destaque, em todos os contratos. As exigências estão reunidas na resolução n° 3.517.

No entanto, o ideal é perguntar sobre o CET e cobrar essa informação da instituição financeira muito antes de fechar negócio, ainda na fase de pesquisas. Assim, fica mais fácil mensurar o tamanho da dívida que poderá ser assumida e, principalmente, comparar as diferentes opções disponíveis no mercado. 

Isso porque, ao compararmos operações de crédito ofertadas por duas instituições financeiras, aquela que apresenta uma taxa de juros mais baixa pode não ser a mais vantajosa para o consumidor, quando considerados todos os outros custos envolvidos. 

Leia também | Melhor empréstimo: como comparar e escolher o ideal para você

Além disso, é importante saber que operações que envolvem aquisição de bens e de serviços devem conter esse total nos informes publicitários quando forem veiculadas ofertas específicas. Fique atento às “letras miúdas” para que nenhuma informação passe despercebida. 

De acordo com norma do Banco Central, o agente financeiro também deve informar ao consumidor o cálculo feito para chegar no CET. A fórmula oficial do CMN (Conselho Monetário Nacional) para chegar ao CET é a seguinte:

Veja o que significa cada uma das letras:

  • N: prazo do contrato, contado em dias corridos
  • J: intervalo entre o desembolso inicial e a data do pagamento das quantias periódicas
  • FCj: todos os custos cobrados (juros, taxas, seguros, etc.)
  • Dj: data do pagamento
  • D0: data de liberação do crédito pela credora financeira
  • FC0: valor do crédito, deduzido das despesas

Como calcular juros de financiamento imobiliário e de veículos

As fórmulas e simuladores apresentados anteriormente podem ser utilizados para diferentes finalidades, como calcular juros de financiamento imobiliário e de veículos - as modalidades mais comuns no Brasil. 

Para todos os casos, é importante ficar atento aos elementos acrescidos à taxa principal, como os tributos, tarifas, seguros, custos relacionados a registro de contrato e outras despesas cobradas na operação - o que faz com que a taxa real da operação aumente. 

Veja, a seguir, um exemplo de financiamento imobiliário com valor líquido de R$ 200.000,00, em que a instituição financeira em questão informou as seguintes despesas para efetivar a contratação:

  • Despesas de avaliação do imóvel e jurídica = R$ 980,00
  • Despesas de cartório (notas e registro) = R$ 2.584,87
  • Seguros (DFI – Danos Físicos do Imóvel + MIP – Morte e Invalidez Permanente) = R$ 64,13 ao mês
  • Taxa de administração = R$ 25,00 ao mês
  • IOF (1,91% x valor do empréstimo + despesas de avaliação) = R$ 3.840,82
  • Taxa de juros mensal = 1,42% ao mês

Veja agora as condições do financiamento imobiliário informadas pela financeira. Vale ressaltar que as nomenclaturas utilizadas aplicam-se a uma calculadora financeira, como a HP-12C, por exemplo:

  • PV: “Valor Presente”, que significa o montante que de fato o mutuário colocou no bolso com a contratação do empréstimo ou o quanto o mutuário deixou de desembolsar ao contratar o financiamento. É o valor bruto do financiamento (Considerar o valor líquido do financiamento + despesas de avaliação + IOF) = R$ 204.830,32
  • n: Número de parcelas a pagar = 180
  • Parcela: informado pela instituição (em nosso caso: R$ 3.083,68)
  • PMT: “Payments”, ou o valor total das parcelas mensais que o mutuário terá que desembolsar para pagar o empréstimo ou financiamento, incluindo seguros e taxas. Prestação Mensal Total = Parcela + seguros + taxa administrativa (em nosso caso R$ 3.255,27)
  • i: “interest” – taxa de juros ou CET, se for isso que estamos calculando. No caso, taxa de juros mensal = 1,42%

Para o cálculo do Custo Efetivo Total são considerados não só os juros, mas todas as despesas que compõem a Prestação Mensal Total. Dessa maneira, com juros mensais de 1,42%, chegamos a um CET mensal de 1,54% (a diferença entre os dois números é o impacto das despesas adicionais). A taxa equivalente anual do CET é 20,2% ao ano.

Para que a comparação seja eficaz é necessário certificar-se de que todas as instituições informaram o Custo Efetivo Total da operação. A partir daí, embora os bancos não sejam obrigados a cobrir outras ofertas, o consumidor poderá utilizar a divulgação de forma positiva, estimulando a concorrência e beneficiando-se com melhores preços.

Para escolher a melhor opção de financiamento, faça as contas e cobre das instituições financeiras as informações completas sobre taxas envolvidas, pois é seu direito. Mais do que exigir o CET, é importante fazer o seu próprio cálculo, para garantir que não haja erros. 

Como calcular juros

Embraer anuncia pedido de 200 ‘carros voadores’

Devido ao anúncio, as ações da empresa subiram 6%


Embraer anunciou ontem, terça-feira 1º de junho, que recebeu encomenda para entregar 200 unidades do veículo elétrico de pouso e decolagem vertical — o “carro voador”, como é chamado no mercado aéreo. Devido ao anúncio, as ações da empresa subiram 6%.

O pedido, cujas entregas devem começar em 2026, faz parte de uma parceria da Embraer com a Halo, empresa que fornece serviços de táxi aéreo de helicóptero e mobilidade aérea urbana privada nos Estados Unidos e no Reino Unido. Do lado da Embraer, o negócio foi fechado pela Eve, braço da companhia brasileira criado para desenvolver o “carro voador”.

“A parceria é um passo importante para a Eve assumir sua posição como líder global na indústria de mobilidade aérea urbana”, afirmou, em nota, o presidente da companhia, André Stein. “Estamos confiantes em que este relacionamento mutuamente benéfico terá impacto positivo para muitos usuários futuros e permitirá que ambas as empresas cresçam seus negócios de forma exponencial”, acrescentou.

Revista Oeste

quarta-feira, 2 de junho de 2021

CARTA AO LEITOR


O liberalismo em territórios da esquerda, a tolice da linguagem neutra e os erros das pesquisas de intenção de votos

E você achando extenuante aquele esforço para defender as virtudes do liberalismo na discussão com o cunhado simpático ao receituário desenvolvimentista do Estado grande… Que dirá assumir-se liberal em Cidade Tiradentes, bairro da extrema periferia da zona leste da capital paulista, distante quase 45 quilômetros do centro da cidade, lugar onde a militância política articulada costuma repetir os dogmas “progressistas”. Ou argumentar em favor do pensamento econômico da direita na comunidade LGBT.

Dois depoimentos nesta Edição 62 da Revista Oeste expõem as dificuldades de ir contra os clichês que se incrustaram no debate público em territórios historicamente sequestrados pela esquerda. Alessandro Santana, morador de Cidade Tiradentes, negocia com sucatas e propaga o pensamento liberal-conservador em dois canais no YouTube. O advogado Tiago Pavinatto, gay assumido, condena abertamente os preceitos coletivistas e o código politicamente correto em grupos que discutem o espaço de homossexuais e transgêneros na sociedade. O ativismo dos dois é uma pedreira. Mas as notícias que dão são auspiciosas. “Tem mais liberal aqui no meu bairro do que em áreas nobres de São Paulo”, diz Alessandro Santana. Pavinatto, em entrevista ao repórter Edilson Salgueiro, atesta: “Só vi trabalho real, efetivo, eficiente em prol dos LGBT realizado por liberais”. O advogado critica os partidos de esquerda por abandonarem questões legítimas para abraçar pautas absurdas como não binariedade e ideologia de gênero.

Uma dessas bandeiras estúpidas é a defesa da linguagem neutra. O editor-assistente Cristyan Costa expõe o tamanho da sandice. Na prática, o léxico criado pelo batalhão de néscios neomarxistas serve apenas de marcador de virtude para os que fazem uso do tal palavreado “fofo” e “do bem”. Afinal, que benefícios produz em favor de quem realmente é vítima de preconceito?

Na Europa, já é radical a intolerância contra quem se opõe ao cânone woke — como se tornou conhecido o combo Black Lives Matter + #MeToo + defesa de gênero fluido + revisão histórica anticolonialista + outras tolices do tipo. Uma universidade escocesa abriu uma investigação contra uma estudante do curso de direito porque, num debate, ela disse que “mulheres têm vagina”. A aluna também discordou de colegas que alegam que todos os homens são estupradores em potencial. Ela pode acabar expulsa da instituição. O episódio assombroso é relatado por Joanna Williams, colunista da revista britânica Spiked, uma das principais publicações conservadoras do mundo, com a qual Oeste mantém uma parceria exclusiva no Brasil.

Quando o protoevangelho woke começa a se imiscuir em atividades que deveriam ser guiadas por objetividade e frieza científica de dados, aí podemos constatar a que nível o fenômeno chegou. Nem os institutos que aferem as tendências da opinião pública são mais confiáveis. O editor-executivo Silvio Navarro explica as razões na reportagem de capa desta edição, “Por que as pesquisas erram tanto”. J. R. Guzzo acrescenta: “Estão querendo convencer o público pagante, para começo de conversa, de que Lula está botando na caçamba do seu caminhão uma quantidade incalculável de votos do ‘centro’. Não existem tantos lulistas assim no Brasil nem no mundo; de onde estariam vindo, então, os números publicados pelos institutos?”.

Tão canhestra quanto a performance dos institutos de pesquisa é a encenação diária do elenco da CPI da Covid, com destaque para o intérprete Renan Calheiros. “Só um trapalhão vocacional mostraria já na terceira semana de apresentações que o relatório ficou pronto antes de colhido o primeiro depoimento, e foi redigido pelo pior aluno da classe na faculdade de direito em Maceió”, escreve Augusto Nunes.

Aqui na Revista Oeste, essa prosápia toda jamais terá espaço.

 

Boa leitura.

Os Editores.

Carta ao Leitor - Revista Oeste