quinta-feira, 30 de junho de 2016

Alô, senadores! Dilma, a comediante, deixa claro: se voltar, quer governar sem o Congresso

A Afastada decidiu também demonstrar que Temer está cortando direitos dos trabalhadores. Usou como exemplo o reajuste do Bolsa Família e dos servidores, que chamou de “irresponsabilidade fiscal”. Santo Deus!

Dilma Rousseff tem o emprego assegurado depois que for impichada de vez: vai ser humorista. Já sugeri à direção da Jovem Pan que a contrate. Por que não? Fora do governo, ela é engraçadíssima. Também falei a Tutinha e Emílio Surita que o “Pânico” não pode abrir mão da sua contribuição. São empregos dignos, que rendem um salário honesto e podem divertir os brasileiros. Na noite desta quarta, a Afastada concedeu uma entrevista ao “Jornal do SBT”. Se a gente levar a serio o que diz, é o caso de recomendar internação.
Começo pelo fim. O entrevistador, Kennedy Alencar, perguntou o que ela fará de diferente caso volte ao poder. Tergiversou um pouco e deu um exemplo: disse que não repetiria o governo de coalizão. Hein? Como assim? “Mas é possível governar sem ele?” E a mulher pensou alto: claro que sim! Segundo ela, dá para governar, então, sem o apoio dos partidos desde que “se discuta claramente com a população”.
Fica o recado aos senadores: caso Dilma volte, pretende adotar o método bolivariano de tomada de decisões, consagrado, no momento, por Nicolás Maduro, aquele notável democrata: nada de intermediação de políticos. Vai ser papo direto e reto com o povo.
Dilma está cada vez mais engraçada porque domina cada vez menos a matemática. E isso ficou claro quando, ainda nos divertindo com a sua galhofa, afirmou que pretende escrever uma carta de compromissos com o povo antes do julgamento no Senado. E o que conterá essa carta?
Ela não sabe ainda muito bem, mas adiantou duas coisas. Em primeiro lugar, disse, “resgatar a democracia”. Vai ver, então, estamos sob o império de uma ditadura. Em segundo lugar, afirmou que pretende devolver os direitos que estão sendo retirados do povo. Mas quais direitos? Que legislação mudou até agora?
E foi aí que se viu Dilma, a comediante, no melhor da sua forma. Na proposta que ela havia enviado ao Congresso, o Bolsa Família teria um reajuste médio de 9%; na aprovada pelo governo Temer, esse índice saltará para 12,5%. Ora, se ele dá um aumento maior do que o dela, onde está a subtração de direitos, considerando que ela própria não deu reajuste nenhum em 2015?
Dilma tentou explicar: é que o majoração deveria ter acontecido em abril, e os 3,5 pontos percentuais a mais, garantidos pelo atual governo, buscariam compensar o atraso. Dilma continua sem saber matemática. É por isso que pedalou tanto.
Mas a petista foi além: embora tenha proposto 9%, e seu antípoda, 12,5%, afirmou que o reajuste do Bolsa Família é pequeno quando confrontado com o dos servidores do Judiciário, como se alhos pudessem ser comparados com bugalhos.
Então ficamos assim. Quando Dilma foi dar exemplos de como Temer está subtraindo direitos dos trabalhadores, escolheu dois:
1: reajuste de 12,5% no Bolsa Família (ela queria dar apenas 9%):
2: reajuste dos servidores do Judiciário.
Vale dizer: a tal perda de direitos estaria traduzida em dois reajustes reivindicados justamente por aqueles que ela diz que estão sendo prejudicados.
E ainda coroou a sua avaliação chamando o conjunto da obra de irresponsabilidade fiscal.
Dá para entender algumas coisas:
– por que o governo dela foi para o buraco;
– por que o governo dela não fazia sentido;
– por que o governo dela era um caos;
– por que não conseguia dialogar com o Congresso;
– por que não conseguia dialogar nem com seus ministros;
– por que era e é detestada no próprio PT.
Há uma expressão de que gosto muito com que Marx brindou Lassale, um de seus adversários intelectuais: “caos de ideias claras”. Dilma é mais óbvia: é um caos de ideias confusas mesmo!
E esta senhora quer voltar!

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Perto dos casais descobertos no pântano drenado pela Lava Jato, Bonnie e Clyde parecem bandidos principiantes

O caso de Paulo e Gleisi informa: a mulher de político que intimidava maridos pecadores é uma espécie extinta pela proliferação das duplas de comparsas.


Nesta quinta-feira, a ida para a gaiola do ex-ministro Paulo Bernardo e a permanência no Senado de sua mulher Gleisi Hoffmann, protegida pelo foro privilegiado, conseguiram o que parecia impossível: separar um dos casais mais unidos do planeta. Eles moram juntos, militam juntos no PT, trabalharam juntos no ministério de Dilma Rousseff, entraram juntos no pântano do Petrolão e estão juntos na fase mais recente da Operação Lava Jato. Ainda que acabe condenada pelo Supremo, Gleisi não ficará junto com o marido. Infelizmente para o casal, no sistema carcerário brasileiro não existem cadeias mistas nem celas para casal.
Pensar no jeitão de pároco agnóstico de Paulo e na pose de última vestal exibida por Gleisi me remete à madrugada em que o deputado federal Ulysses Guimarães descreveu o comportamento das mulheres dos políticos de antigamente. Vale a pena reprisar a conversa ocorrida em setembro, durante a campanha para as eleições municipais de 1974. Eu era um repórter novato. Ele comandava o MDB, que o fim do bipartidarismo transformaria em PMDB, e era uma lenda em seu começo.
Nada a ver com essa cara de faraó, pensei enquanto olhava de soslaio o chapéu de palha que Ulysses, à minha esquerda no banco traseiro do Opala, usava desde o fim da tarde daquele sábado. Ganhara o chapéu em Itaquaquecetuba, um cortejo de vogais e consoantes fincado na Grande São Paulo que hospedara o quinto comício do dia. Cinco horas e dois palanques depois, o presente do eleitor anônimo continuava no mesmo lugar. Por que será?, perguntei-me.
– Presente de eleitor é coisa séria – surpreendeu-me Ulysses com o aparte mediúnico. Fiquei espantado ao ouvir a voz grave e o timbre de cantor de cabaré. Aos 60 anos, ele cumpria o sétimo mandato na Câmara dos Deputados (e seria reeleito outras quatro vezes) e fazia coisas de que até Deus duvida. Mas nunca imaginei que adivinhava pensamento.
– O problema do político é a mulher do político – mudou de assunto enquanto abria os olhos profundamente azuis e ajeitava no banco o corpo magro e rijo. – O sujeito entra em casa no escuro, tira o sapato para não fazer barulho, mas não adianta: acaba ouvindo uma mulher sonolenta querendo saber como foi o dia. O sujeito conta que almoçou com fulano ou encontrou beltrano e lá vem algum comentário do tipo “sei, aquele que você disse que é cafajeste”, “sim, esse que vive dizendo que você não presta”. Elas têm uma memória tremenda. Vereador de distrito, presidente da República, nenhum político escapa da mulher.
Era difícil imaginar Mora Guimarães, muito risonha e pouco falante, protagonizando cobranças noturnas. Embora assumidamente apaixonado pelo poder (“Não existe nada mais afrodisíaco”, repetia), Ulysses jamais vendera a alma para consegui-lo. Fora sempre um homem honrado. E continuaria a sê-lo até 12 de outubro de 1992, quando desapareceu no mar depois da queda do helicóptero em que viajava com Mora e os amigos Severo e Henriqueta Gomes.
Como os políticos da linhagem a que Ulysses pertenceu, também sumiram as mulheres dos políticos orientadas por valores éticos ou morais. No Brasil envilecido pela Era da Canalhice, que institucionalizou a corrupção impune, quem se casa com um pai da pátria desce do altar convencida de que só é pecado perder a eleição e o poder. O resto pode, até vender a mãe a preço de custo. Já na lua-de-mel vira comparsa do marido, e comparsas não fazem perguntas. Já sabem as respostas e aprendem a ocultar as safadezas praticadas em parceria.
Que Bonnie e Clyde, que nada. Esses parecem amadores quando confrontados com João Santana e Mônica Moura, por exemplo. Ou com Eduardo Cunha e Cláudia Cruz. Ou com Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Sobretudo com Lula e Marisa Letícia. Antes do surgimento da República de Curitiba, todos desfrutavam do sono dos sem-culpa, privilégio reservado a gente desprovida do sentimento da vergonha. Algum dia estarão tentando dormir em celas separadas.


Recuperação judicial da Oi é a pá de cal na política dos 'campeões nacionais'


Crédito farto do BNDES para criar gigantes empresariais brasileiras deixou histórico de quebras de companhias e, agora, registra o maior pedido de recuperação judicial da história

Loja da Oi
Débitos da Oi somam 65,4 bilhões de reais(Paulo Fridman/Bloomberg/Getty Images)
Nesta segunda-feira, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial. A dívida da companhia, de 65,4 bilhões de reais, faz desse o maior pedido do gênero já registrado no país - e joga de vez uma pá de cal sobre a malograda política de campeões nacionais, empreendida pelo governo petista a partir de 2008.
Apesar de toda a ajuda federal, essas companhias nem sempre se mostraram capazes de assumir a posição de liderança que almejavam. No caso específico da Oi, a "supertele nacional" jamais chegou a ameaçar a posição das rivais Vivo, Claro e TIM em telefonia celular.
Entre outros negócios que foram eleitos como prioritários pelo governo, o resultado foi variado: enquanto a JBS se tornou líder global em carnes e a Fibria é a maior empresa de celulose do país, a LBR, de lácteos, pediu recuperação judicial e saiu do mercado. O frigorífico Marfrig também tem atuado no vermelho e precisou vender ativos.
E mais: a política de eleger campeões nacionais para competir globalmente criou um grupo de "perdedores nacionais", segundo quem não estava no grupo dos ungidos. Em setembro do ano passado,o empresário Graciano Roberto Russo, ex-controlador do frigorifífico Independência, compareceu ao Congresso para prestar depoimento à CPI do BNDES, que analisava, entre outras coisas, os critérios de escolha dos tais campeões nacionais.
As declarações de Russo foram didáticas e pungentes sobre os efeitos colaterais da estratégia criada pelo governo. "Quando se faz uma política de campeões nacionais e o governo arbitra, automaticamente cria-se uma cadeia de perdedores", disse ele. O Independência, um dos "perdedores", quebrou em 2009, enquanto a JBS virou uma gigante global - com as bênçãos do BNDES.
A "supertele nacional" surgiu em 2008, quando a Oi se fundiu com a Brasil Telecom, criando à época uma empresa com atuação em todos os Estados, à exceção de São Paulo. Para que essa fusão fosse feita, o governo teve de mexer na legislação - havia uma série de entraves legais ao negócios.
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Em 2013, também com uma ajuda do governo, a Oi, já em dificuldades, se uniu à Portugal Telecom. A ideia foi vendida, à época, como uma forma de criar uma multinacional de língua portuguesa capaz de concorrer até em outros continentes. Mas nada disso deu certo, a dívida da empresa não parou de subir e acabou culminando na recuperação judicial.
Insucessos - "O BNDES até ajudou companhias no passado. As que prosperavam eram aquelas que precisavam de capital e tinham bons projetos", Sergio Lazzarini, professor do Insper. A Embraer, por exemplo, foi um caso que contou com ajuda estatal e conseguiu prosperar.
O exemplo de sucesso da Embraer não tem paralelo com a política mais recente, em particular com a Oi. "No caso da Oi, houve uma conjugação política importante. Foi uma movimentação que buscava duas coisas: resolver os conflitos que estavam ocorrendo entre os acionistas e a decisão do governo Lula de criar grandes grupos", afirma o professor.
De acordo Lazzarini, a política de campeãs nacionais acabou no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. "Um divisor de águas foi a tentativa do Abílio Diniz de fundir o Carrefour e o Pão de Açúcar, com o dinheiro do BNDES. Na época, foi extremamente criticado."
Em entrevista recente, Rodrigo Zeidan, professor de economia da Fundação Dom Cabral, disse que um dos problemas da política de campeãs nacionais foi não ter focado em setores estratégicos, mas sim em empresas que mantinham boa relação com o governo.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2013, o então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que a promoção da competitividade de grandes empresas era uma política que havia se exaurido. Coutinho contestou, à época, o termo "campeãs nacionais". O BNDES diz que associar o banco a campeãs nacionais pressupõe que há privilégios a poucas empresas, o que seria incorreto. No entanto, as empresas que não entraram na lista de eleitas dizem que o que ocorreu foi exatamente isso - o benefício aos amigos do governo -, como atesta o depoimento de Graciano Roberto Russo à CPI do BNDES em 2015.
Prioridade - Pelo menos, agora, com o pedido de recuperação judicial, o BNDES terá uma vantagem. Os credores com garantia real - casos do BNDES e o BRB (Banco de Brasília) - são os que deverão receber primeiro, além dos credores trabalhistas. Os demais credores entram em fila separada. "No fundo, o pedido de recuperação judicial não é ruim para a Oi. Eles caíram na real de que a situação é crítica e que a reestruturação terá de ser feita", disse uma fonte a par do assunto.
(Com Estadão Conteúdo)

Gestão Estratégica

Recebi Cinco aulas de Gestão Estratégica...
Não sei se já conhecem, mas achei interessante. 

1ª AULA
Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:
- Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?
O corvo responde:
- Claro, porque não?
O coelho senta no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.

Conclusão: Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar no topo.

2ª AULA

Na África todas as manhãs o veadinho acorda sabendo que deverá conseguir correr mais do que o leão se quiser se manter vivo.
Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deverá correr mais que o veadinho se não quiser morrer de fome.

Conclusão: Não faz diferença se você é veadinho ou leão, quando o sol nascer você tem que começar a correr.

3ª AULA

Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e, na rua, encontram uma antiga lâmpada mágica.
Eles esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um gênio.
O gênio diz:
- Eu só posso conceder três desejos, então, concederei um a cada um de vocês!
- Eu primeiro, eu primeiro, grita um dos funcionários! Eu quero estar nas Bahamas dirigindo um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida... Puff e ele foi.
O outro funcionário se apressa a fazer o seu pedido:
- Eu quero estar no Havaí, com o amor da minha vida e um provimento interminável de pina coladas! Puff, e ele se foi.
Agora você, diz o gênio para o gerente.
- Eu quero aqueles dois folgados de volta ao escritório logo depois do almoço para uma reunião!

Conclusão: Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.

4ª AULA

Um padre está dirigindo por uma estrada quando vê uma freira em pé no acostamento. Ele para e oferece uma carona que a freira aceita. Ela entra no carro, cruza as pernas revelando suas lindas pernas. O padre se
descontrola e quase bate com o carro. Depois de conseguir controlar o carro e evitar acidente ele não resiste e coloca a mão na perna da freira. A freira olha para ele e diz:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
O padre sem graça se desculpa:
- Desculpe Irmã, a carne é fraca... E tira a mão da perna da freira.
Mais uma vez a freira diz:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
Chegando ao seu destino a freira agradece e, com um sorriso enigmático, desce do carro e entra no convento. Assim que chega à igreja o padre corre para as Escrituras para ler o Salmo 129, que diz:
“Vá em frente, persista, mais acima encontrarás a glória do paraíso”.

Conclusão: Se você não está bem informado sobre o seu trabalho,você pode perder excelentes oportunidades.

5ª aula

Um fazendeiro resolve colher algumas frutas em sua propriedade, pega um balde vazio e segue rumo às árvores frutíferas. No caminho, ao passar por
uma lagoa, ouve vozes femininas e acha que provavelmente algumas mulheres invadiram suas terras. Ao se aproximar lentamente,observa várias belas
garotas nuas se banhando na lagoa. Quando elas percebem a sua presença, nadam até a parte mais profunda da lagoa e gritam:
- Nós não vamos sair daqui enquanto você não deixar de nos espiar e for embora.
O fazendeiro responde:
- Eu não vim aqui para espiar vocês, eu só vim alimentar os jacarés!

Conclusão: A criatividade é o que faz a diferença na hora de atingirmos nossos objetivos mais rapidamente.

Portanto,
Antes de falar, escute...
Antes de escrever, pense...
Antes de gastar, ganhe...
Antes de julgar, espere...
Antes de desistir, tente...

“No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é, e outras, que vão te odiar pelo mesmo motivo.”
https://www.facebook.com/mariaeugenia.cerqueira/posts/1174024839296032

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Correios operam no vermelho e, em seis meses, não terão caixa para salários

Rombo estimado é de R$ 2,1 bilhões em 2015, ano em que a estatal não emitiu balanço.

Mais uma caixa-preta vai se abrindo com a saída da máquina petista do governo. Reportagem do Estadãomostra o rombo no caixa dos Correios. A estatal, que já protagonizou as primeiras denúncias de corrupção que deram origem às investigações que levaram ao escândalo do Mensalão, agora consolida uma trajetória de má gestão que fará com que, em seis meses, não haverá recursos próprios para pagar salários.
Semelhante à estratégia usada pelo governo Dilma com o preço dos combustíveis que onerou os cofres da Petrobras, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) também opera com tarifas abaixo dos custos reais, um mecanismo de contenção da inflação.
Outro fator que diminuiu ainda mais o caixa foram repasses ao Tesouro Nacional para ajudar a conter o rombo das contas públicas. Resultado: como a petroleira fez em 2014, os Correios também adiaram a publicação de seu balanço de 2015. R$ 2,1 bilhões seriam as perdas em 2015 e neste ano, até agora, acumula-se prejuízo de R$ 700 milhões.
A reportagem menciona ainda que todos os cargos de comando da estatal estão sob o controle de indicações políticas dos governos Lula e Dilma, nem sempre com perfis adequados à gestão.

Dilma, a Xerxes de bucho cheio, é servida por uma corte de 36 eunucos

Presidente Michel Temer manda acelerar a demissão de petistas do segundo e terceiro escalões. Ainda bem! Já não era sem tempo

Já temos o nosso imperador persa no Planalto, ao menos no que respeita aos eunucos: chama-se Dilma Rousseff. A Afastada, desocupada e, em breve, desempregada teve o topete de requisitar, atenção!, 36 funcionários para “trabalhar” com ela no Palácio da Alvorada, sendo 31 do gabinete da Presidência da República, e nada menos do que cinco ajudantes de ordem. Dilma é a nossa Xerxes do bucho cheio.
Para que tanta gente, meu Deus? Resposta: pra nada! Qual é hoje o trabalho daquela senhora? Sair por aí berrando que foi vítima de um golpe. Conceder entrevistas para difamar o Brasil. Mobilizar governos estrangeiros para ver se eles retaliam o país por ter cumprido a Constituição.
É um acinte e um disparate. Dá para entender por que a dita “presidenta” elevou seus ministérios a 39 e, com esse exército, conduziu o país à bancarrota.
A coisa é tão estúpida que o atual presidente, Michel Temer, está sem espaço para nomear os seus assessores. Dos 31 cargos que Dilma sequestrou, 16 estão no topo da pirâmide salarial.
E os eunucos da Xerxes do Cerrado ainda reclamam. Dizem que a Casa Civil se negou a pagar a hospedagem da turma que acompanha a Presidenta Desocupada. Ora, não me digam… Os dilmistas também não se conformam que aviões da FAB estejam liberados agora apenas para conduzir a Sem-Nada-Para-Fazer a Porto Alegre. Para deitar proselitismo em Campinas, por exemplo, Dilma teve de alugar um jatinho, pago pelo PT.
Bucho cheio
É preciso pôr logo um ponto final a essa história. Conforme informou o Painel, da Folha, de janeiro a maio, Dilma gastou R$ 280 mil, em seu cartão de suprimentos, com despesas para alimentação — R$ 62 mil por mês.
“Ah, coitada, recebia muita gente… Sabem cumé…” Ora vejam: de 13 a 31 de maio, já afastada, a “presidenta” torrou R$ 54 mil para abastecer o Alvorada. A assessoria da petista soltou uma nota furiosa contra o vazamento de dados, mas não contestou os números.
Como é que uma presidente afastada, sem agenda, consegue gastar R$ 54 mil em alimentação em uma quinzena?
Despetização
Folha informa que Michel Temer determinou que sejam aceleradas as demissões dos quadros petistas que ainda ocupam cargos de segundo e terceiro escalões. Daqui a pouco, as esquerdas já estarão chorando por aí, dizendo-se perseguidas…
Que fique claro: trata-se de cargos de confiança. Até que não sejam extintos, é evidente que os, digamos, “agentes” do governo anterior têm de ser ao menos substituídos.
Essa patuscada já foi longe demais. O Brasil precisa saber, sim, qual é o custo da “resistência” de Dilma, aquela que insiste em ficar torrando dinheiro público, mesmo afastada de suas funções, depois de quebrar o país.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

MOVIMENTO VOLTA DILMA – Janot, pedidos de prisão, Marina, demagogos e imbecis

Os que ambicionam usar a ousadia irresponsável de Janot em favor de novas eleições ou ainda não entenderam o que está em curso ou estão a serviço de um dos dois extremismos: de direita ou de esquerda. Em qualquer dos casos, fazem o jogo objetivo de Dilma e dos que lutam por sua volta.


Ai, ai…
É como costumo começar um post quando os imbecis não me surpreendem. Num dos textos que escrevi ontem sobre os absurdos pedidos de prisão feitos por Rodrigo Janot, mandei ver: “Esse destrambelhamento geral de querer meter todo mundo na cadeia, de baciada, por razões erradas, só serve a quem está apostando no clima do ‘quanto pior, melhor’ para justificar novas eleições”. Batata! Bastaram algumas horas para que viesse das trevas da inconsistência a voz de Marina Silva. E ela está cobrando… novas eleições!
O mesmo, claro!, passaram a fazer alguns coleguinhas na imprensa, como se a realização de uma disputa eleitoral agora pudesse livrar a política dos vícios. Mas nem me atenho a esse particular neste texto. O que me incomoda muito especialmente são a demagogia e o oportunismo.
Releiam o que escrevi os que estiverem honestamente interessados no debate. É uma estupidez e um despropósito debater se Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney são culpados ou inocentes. As acusações contra eles vão se acumulando. As instituições estão em pleno funcionamento. Temos um Supremo Tribunal Federal que já deixou claro que manda, se preciso, para a cadeia os poderosos. O Ministério Público e a Polícia Federal podem reclamar de tudo, menos de interferência indevida em seu trabalho.
Se e quando se produzirem as provas, comprovadas as culpas — ou antes, no caso de haver ameaça objetiva à apuração —, haverá as prisões. O ponto, definitivamente, não é esse. Eis a demagogia nefasta, que corrói a inteligência.
Em sua coluna na Folha, Elio Gaspari, por exemplo, se limita a exaltar o fato de que a Lava-Jato chegou ao PMDB. Mas esperem aí! Não chegou agora! Já havia chegado. Todos os figurões do partido estão sob investigação. Isso não está em debate. FINGIR QUE ESSE É O TEMA CORRESPONDE A ENGANAR OS LEITORES, OS INTERNAUTAS, OS OUVINTES, OS TELESPECTADORES. As perguntas são outras:
1: os motivos alegados por Janot para pedir a prisão dos três fazem sentido? Há nas conversas conhecidas evidências de crimes?;
2: é aceitável que dez ministros do Supremo sejam informados pela imprensa de que a Procuradoria-Geral da República quer prender o presidente do Congresso, um senador e um ex-presidente da República?
As respostas são óbvias a qualquer operador medianamente informado do direito. Se há motivos para prender a trinca, certamente não são aqueles alegados por Janot. E, obviamente, é um despropósito que o Supremo seja posto contra a parede por vazamentos que procuram tirar dos ministros a capacidade de julgar com isenção.
Ora, esses procedimentos não lustram o estado de direito; não estão adequados ao padrão da democracia. E, salvo engano, uma das razões por que devemos apoiar a Lava-Jato é o fato de que seus protagonistas pretendem fazer com que a lei se sobreponha ao arbítrio.
Os idiotas logo saem em marcha, achando que a cadeia responde a todos os desafios do Brasil e que a Lava-Jato pode fazer pelo país o que a política não faz. Aliás, foi o que disse Marina Silva na sua habitual e detestável glossolalia. Segundo a preclara, uma das virtudes da operação é promover a reforma política. É um pensamento asnal.
O mais curioso, noto, é que tanto a extrema esquerda como a extrema direita — além da turma do miolo mole — resolveram embarcar na tese das novas eleições. Cada uma dessas correntes, abraçada à sua vocação messiânica, está convicta de que a população estaria disposta a abraçar o seu sectarismo.
O Brasil precisa, mais do que nunca, de um ajuste fiscal e de uma moralização das contas públicas. Em meio à recessão, à inflação e a uma crise política como nunca se viu, imaginem a disposição que teriam candidatos de defender medidas que demandam algum sacrifício. Penso no espetáculo de generosidades irresponsáveis que uma disputa não ensejaria agora…
Cadeia, sim, para quem precisa de cadeia. Mas segundo as regras.
Os que ambicionam usar a ousadia irresponsável de Janot em favor de novas eleições ou ainda não entenderam o que está em curso ou estão a serviço de um dos dois extremismos: de direita ou de esquerda. Em qualquer dos casos, fazem o jogo objetivo de Dilma e dos que lutam por sua volta.
Texto publicado originalmente às 5h27
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/movimento-volta-dilma-janot-pedidos-de-prisao-marina-demagogos-e-imbecis/

terça-feira, 7 de junho de 2016

Planalto corta R$ 8 mi de sites e blogs simpáticos ao PT

Veículos são instrumento de opinião partidária, segundo o governo. Foram cortados R$ 8 milhões dos R$ 11 milhões previstos para serem liberados até o final do ano

Dilma Rousseff caminha entre militantes e integrantes de movimentos sociais após ser notificada da decisão de seu afastamento do cargo de presidente, no Palácio do Planalto - 12/05/2016
Recursos que seriam destinados a blogs e sites considerados aliados da presidente afastada Dilma Rousseff foram cortados pelo governo interino de Michel Temer(Andressa Anholete/AFP)
Em nova batalha da guerra da comunicação contra os petistas, o presidente interino, Michel Temer, cortou a principal fonte de recursos de blogs e sites considerados aliados da presidente afastada Dilma Rousseff e bloqueou ao menos 8 milhões de reais dos 11 milhões de reais previstos para serem liberados até dezembro em publicidade de ministérios e estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
A justificativa é que os veículos seriam "instrumento de opinião partidária", com críticas ao atual governo e ao impeachment, e que a verba será direcionada a iniciativas de divulgação de "múltiplas opiniões".
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Deixarão de receber recursos o Brasil 247, o Diário do Centro do Mundo e o blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim. Também estão na lista o blog O Cafezinho, o site Pragmatismo Político e o blog de Esmael Moraes. O Planalto bloqueou verbas ao jornalista Luis Nassif, que tinha contrato com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para apresentar um programa semanal. Esse contrato foi suspenso. Outro jornalista alvo dos bloqueios é Sidney Rezende, cujos contratos com a EBC e de patrocínio foram suspensos. Em maio, a Caixa já havia vetado 100.000 reais a um encontro de blogueiros em Minas simpáticos ao PT.
O Planalto preservou a publicidade em veículos considerados apartidários e destinados à promoção de debates de relevância pública. Estão nessa lista o Observatório de Imprensa, autodefinido "website e programa de rádio e TV brasileiro cujo foco é a análise da atuação dos meios de comunicação em massa no país", que receberá este ano 231.000 reais, e o site Congresso em Foco, que se dedica ao Legislativo e tem previstos 940.000 reais em publicidade.
(Com Estadão Conteúdo)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Cervejaria Ouro Verde - 1908 >>> 1930 - Cervejaria Canoinhense / Canoinhas - SC


A CERVEJARIA MAIS ANTIGA EM FUNCIONAMENTO DO BRASIL



Comprada pelo imigrante alemão Otto Loeffler nos anos 20, a cervejaria, batizada de Canoinhense em homenagem à cidade, Canoinhas (SC), mantém a mesma fórmula e o mesmo maquinário desde seu início. E por mais de 80 anos seu funcionamento se deu sob o olhar atento de Rupprecht Loeffler, filho de Otto, que acompanhou a cervejaria desde os 10 anos de idade. Falecido em 2011, aos 93 anos, o sr. Loeffler deixou muitos admiradores, e uma família que mantém vivo o seu legado. História, tradição e muita dedicação fazem com que a cervejaria mais antiga do Brasil possa seguir seu funcionamento até hoje. E manter as suas lendas de “cerveja falada”, ou seja, um testemunho vivo da história oral.
A história da Canoinhense começa em 1908. Pedro Werner e Otto Bachman fundaram a cervejaria Ouro Verde, que funcionou até 1912, ano do início da Guerra do Contestado, que atingiu Canoinhas (a cidade até é considerada o epicentro da Guerra, por ficar na divisa com o Paraná). Depois do fim da Guerra, em 1916, Pedro e Otto venderam o espaço para Luis Kaesemudel, que já tinha experiência no ramo e manteve a Ouro Verde até 1924. Nesse ano, em 1º de abril, Otto Leoffler comprou a cervejaria, por 110 contos de réis e 2 cavalos.  “Senhor Otto, pai de Rupprecht, comprou a cervejaria no nome de seu filho Guilherme”, conta Gerda Loeffler, viúva de Rupprecht, que hoje mantém a cervejaria em funcionamento. “Trabalharam 10 anos juntos. A cervejaria passou por ampliações e reformas após ser adquirida por ele. Quando Otto comprou a cervejaria Ouro Verde, havia só a parte baixa da cervejaria, e a parte restante foi construída no mesmo estilo. No início da década de 1930, a cervejaria passou a ser denominada Cervejaria Canoinhense, fazendo jus ao nome da cidade”. Como imigrante alemão, Otto Loeffler veio para o Brasil no final do século XIX. Trouxe o maquinário da cervejaria direto da Alemanha, ainda em uso. Importou também as técnicas do país: sua cerveja segue a Reinheitsgebot, ou Lei de Pureza Alemã, aplicada até hoje. “Tudo continua como antes”, afirma Gerda, companheira constante do trabalho do marido. A sua afirmação é a mais pura tradução da essência do trabalho da Canoinhense: tradição. Tradição que Rupprecht Loeffler conheceu ainda menino – desde cedo soube que a cerveja faria parte de sua vida. Conhecer a história da cervejaria implica conhecer a do mestre cervejeiro.

O mestre Rupprecht Loeffler e suas histórias
A história da vida de Rupprecht Loeffler se mistura com a da cervejaria. No documentário “Cerveja Falada” (ver box), sobre a Canoinhense, Loeffler conta muitas histórias, como a que seu pai dava cerveja às crianças, na falta de leite. “Dá chope pra essa piazada aí! E nós, desde pequenos, tomavamos cerveja”. Lembrando que na Alemanha a cerveja é tratada como alimento, “pão líquido”. Desde os 10 anos Loeffler já acompanhava o trabalho do pai, quando andava pela cervejaria. No documentário “História da cerveja em Santa Catarina” Loeffler diz que em resposta à pergunta do pai sobre o que ele queria ser vida, a resposta veio rápida: “‘Quero ser cervejeiro como o senhor”. Ao que, então, respondeu seu pai: “Então eu vou te ensinar. Você tem que trabalhar três anos aqui para aprender a profissão. E não ganha nada’”, conta, com muito bom humor. Loffler aprendeu com o pai as técnicas, que seriam mantidas e passadas aos funcionários da cervejaria. Hoje são esses funcionários, juntamente com Gerda Loeffler, que mantêm a produção. Em 1938, Loeffler comprou a parte do irmão e seguiu com a cervejaria. O velho Otto também previu a Segunda Guerra Mundial e se antecipou na compra de um grande estoque de lúpulo, na época importado da Alemanha, via Rio de Janeiro. “Aí os vizinhos disseram: o Loeffler ficou louco, comprou tanto lúpulo, encheu o paiol e a cervejaria, tudo com lúpulo’”, disse o filho mais tarde. Medida acertadíssima: com o início da guerra, em 1939, a travessia pelo oceano foi bloqueada por ingleses, e a Canoinhense era a única cervejaria com estoque para produzir cerveja.

O cervejeiro caçador
Quando a Segunda Guerra acabou, em 1945, a produção de cerveja em Santa Catarina – feita em sua maoria por imigrantes europeus – diminuiu. A maior parte dos descendentes dos cervejeiros migrou para outras áreas de produção. Mas Rupprecht Loeffler seguiu com a Canoinhense durante toda a vida. No ano do fim da guerra, em março, Loeffler casou-se com Gerda Stein, com quem viveu por 65 anos. Gerda sempre acompanhou o marido, especialmente na parte administrativa. “Enquanto tinha saúde, ele atendia os fregueses com muito carinho, os empregados e todos os que ajudavam. A vida de Rupprecht Loeffler era a cervejaria, sua esposa e seus filhos”, conta Gerda. “E, claro, as caçadas também, na época em que permitiam”. A paixão de Loeffler pelas caçadas é visível logo na entrada da Canoinhense. A sala de recepção é toda decorada com animais empalhados ou em potes de formol. Macacos segurando um cigarro ou uma cuia de chimarrão, tamanduás, berrantes, peles de animais, capivaras e passáros de diversos tipos. Também são exibidas cobras em potes de formol e o item mais famoso da coleção: um porco de duas cabeças.
Loeffler tomava dois litros de cerveja por dia. No documentário, ele afirma: “Cerveja faz bem pra saúde. O médico é que me disse: “a tua cerveja é uma cerveja medicinal, quem toma essa cerveja não precisa de remédio de farmácia”.” Nos anos 80, ele recebeu o título de cidadão honorário de Canoinhas. “Ele foi bem reconhecido, ganhou muitas homenagens em jornais, revistas, título de cidadão honorário, e aos 92 anos foi homenageado pela Câmara com o selo. Quando faleceu, o prefeito Leoberto Weinert decretou três dias de luto”, conta Gerda. Aquele que era considerado o mestre cervejeiro mais antigo do Brasil.

A cervejaria hoje e a identidade cultural da cidade e região
A fábrica de tijolos à vista da Canoinhense está no mesmo lugar desde a época em que ainda era a Ouro Verde, antes de ser comprada pela família Loeffler. Atualmente, a cervejaria produz cerca de três mil garrafas por mês, seguindo o método artesanal. As quatro cervejas – Jahú, Nó de Pinho, Mocinha e Malzbbier – são vendidas apenas na fábrica.
A cervejaria ajudou a construir parte da identidade cultural da região. Canoinhas foi colonizada por vários povos, e tem na cervejaria seu legado alemão. A Canoinhense é umas das atrações mais procuradas da cidade, também famosa pela erva mate e pela Guerra do Contestado. “Como é um ponto turístico, vem gente de todo o Brasil e até do exterior para conhecer. E como é a cervejaria mais antiga em funcionamento, senti por bem continuar”, conta Gerda que aos 88 anos, mantém vivo o legado do marido, acompanhada por funcionários, alguns na cervejaria há mais de 20 anos, como Tadeu Massaneiro. “Eles não querem parar. Tem 60 e poucos anos, e é a alegria da vida deles, porque eles têm contato com o público junto”, diz Gerda. Tadeu e o irmão, Raul Massaneiro, são os responsáveis pela fabricação das cervejas.

As cervejas Loeffler
Todas as cervejas Loeffler têm em torno de 3% de teor alcoólico, marca menor que as de fabricação industrial que variam de 4% a 5%. São cervejas mais ácidas e azedas, com notas de madeira causada pela maturação nos barris de carvalho. Uma de suas características é a espuma, considerada fundamental por Loeffler. “Quando conservar a espuma, daí é sinal que é cerveja boa!”, diz no documentário “Cerveja Falada”.  A Jahú é uma cerveja blonde ale. Gerda conta que a Jahú tem esse nome “em homenagem à travessia do Oceano Atlântico efetuada por João Ribeiro de Barros em um pequeno hidroavião chamado Jahú, da cidade de Jahú, interior de São Paulo”. A cerveja se chamava Cristal, e Otto Loeffler rebatizou-a em 1927. Rupprecht já ajudava na cervejaria nessa época. A Nó de Pinho é uma cerveja ale, amarga e preta, feita com maltes torrados. Se chamava Sport, mas foi rebatizada depois da insistência de alguns visitantes. “Naquela época meu pai comprava muito nó de pinho, que era um combustível para cozinhar a cerveja”, conta Loeffler no documentário.  “Uns portugueses achavam que faziam a cerveja do nó de pinho, sabe? Preparando com o nó do pinheiro, por ela ser preta. Então o pessoal falava que não era, que eles faziam a cerveja preta, claro, como todas, com cevada e lúpulo. Mas eles não se conformaram enquanto não passou o nome da cerveja preta, amarga, para Nó de Pinho. E o nome está até hoje”, conta Gerda. A Mocinha é uma amber ale, cerveja clara, mais suave e doce, feita com a ideia de atender o público feminino, e a Malzbbier é uma cerveja preta, bastante adocicada. Todas são de alta fermentação.


Cerveja Falada: a Canoinhense ganha o Brasil
O documentário foi produzido pela Exato Segundo Produções Artísticas, e dirigido por Demétrio Panarotto, Luiz Henrique Cudo e Guto Lima. “Cerveja Falada” foi premiado no edital Prêmio Cinamateca Catarinense/Fundação Catarinense de Cultura, de 2008, rodou em Canoinhas em junho e julho de 2009. A obra foi fi nalizada em Florianópolis e estreou em agosto de 2010. O documentário tem duração de 15 minutos, e conta um pouco da história e do cotidiano de Rupprecht Loeffl er e da Canoinhense. “História da cerveja de Santa Catarina” é de 2007, também pela Exato Segundo, com direção de Andreas Peter para o projeto “Santa Catarina em Cena” (RBS/ TV), e acompanha os extras do “Cerveja Falada”. Foi onde surgiu a ideia de um documentário sobre a Canoinhense, diz Guto Lima, um dos diretores. “A Canoinhense é uma jóia, uma raridade. A fi gura do seu Rupprecht pedia um documentário. Que bom que conseguimos o fazer com ele ainda em vida. A cervejaria continua sendo importante – um símbolo de resistência à velocidade dos novos tempos”.

'Economia brasileira está como a de um país em guerra civil', diz professor do MIT

Roberto Rigobon descreve como 'catastrófico' o desempenho da economia no governo Dilma e diz que o país tem medo de assumir o papel de líder da América Latina

Roberto Rigobon, professor do MIT
Roberto Rigobon, professor do MIT(mitsloan.mit.edu/Reprodução)
O Brasil não está em guerra civil, mas o estado atual de sua economia é como o de um país conflagrado, de acordo com Roberto Rigobon, professor de economia aplicada do Massachusetts Institute of Technology (MIT). "Em uma guerra civil é assim: há muita inflação e a economia se estanca", diz. "Na economia, o governo Dilma foi catastrófico."
Rigobon, que é venezuelano, define como "patética" a política externa adotada pelo Brasil nos últimos anos. O país, avalia, se omite em momentos em que ele deveria assumir um papel que lhe seria natural, o de líder da América Latina. "Parece que o Brasil tem medo de se comprometer e tomar decisões e ações duras, que cabem a um líder", afirma. Em vez disso, argumenta Rigobon, o Brasil gosta de se cercar "do pior do mundo" - e ele põe na lista Argentina, Rússia e sua Venezuela natal. "Só falta firmar um acordo de intercâmbio com a Coreia do Norte", ironiza.
Confira trechos da entrevista do professor ao site de VEJA.
O Brasil acaba de mudar seu governo. O senhor acredita que isso pode favorecer a economia do país? Depende de como essa mudança acontecerá em termos concretos. Acredito que uma gestão que suceda um impeachment é diferente da eleita pelo povo. Por enquanto, parece haver um otimismo exagerado. Em geral, na história mundial, observamos uma quantidade pequena de presidentes efetivamente culpados por corrupção. Antes de se tornar pública, quando se faz uma investigação, como a da Petrobras, por exemplo, a polícia pode investir todo o tempo na apuração do caso. Nesse contexto, é mais fácil chegar às provas dos crimes cometidos. Depois de vir à tona na mídia, os desafios aumentam, e isso se torna mais difícil. Já imaginou o que aconteceria se o Congresso resolvesse que não há evidências claras de que Dilma esteja envolvida em crime de responsabilidade? A lei prevê que ela volte ao poder, não é? Ainda que o mercado atribua "chance zero", acredito que existe o risco de o Congresso brasileiro não encontrar evidências suficientes para depor a presidente ou obrigá-la a renunciar. O fato de ter havido uma votação para abrir o processo não significa, necessariamente, que houve crimes. Isso complica o cenário.
Como o senhor avalia o papel do Estado na economia brasileira no governo Dilma? Foi catastrófico. Tão ruim quanto ter uma guerra civil, período em que os países não crescem e, ao mesmo tempo, têm inflação, em um quadro típico de "estagflação". Esse quadro é piorado, em grande parte, por medidas tomadas do lado da oferta, como a intervenção brutal do Estado, expropriações, em um cenário em que o setor privado tem medo de investir. Em uma guerra civil é assim: há muita inflação e a economia se estanca.
Qual o peso da crise externa para esse cenário? Nenhum. Esta inflação, por exemplo, tem raízes totalmente internas. Foi, portanto, causada pela incompetência do governo brasileiro. Em 2009, o mundo todo estava em crise, mas o Brasil não foi afetado. Esta é uma evidência clara de que os problemas que começaram a aparecer no país foram provocados pela acumulação de ineficiência e ideologia do governo anterior.
Como o senhor avalia a premissa de que o Brasil só pode negociar acordos comerciais junto com o Mercosul? Quando o Mercosul foi criado, há mais de vinte anos, ele trouxe muitos benefícios a Brasil, Argentina e Uruguai. Esses países adotaram diversas medidas pró-mercado, fazendo com que suas empresas buscassem atingir o mesmo nível, de uma maneira justa. Mas, como em todos os acordos, as partes têm que evoluir. Depois de ter desenvolvido bastante sobretudo a indústria, os países do bloco deveriam procurar outros parceiros, que fossem melhores que eles. A única forma de melhorar é incluir no clube nações mais desenvolvidas que as que já estão. Falo de Estados Unidos e países europeus. Isso forçaria o Mercosul a seguir evoluindo.
Mas o bloco optou por tomar outro rumo, certo? Sim. Há muito o que melhorar em termos de política externa. No caso do Brasil, a política externa foi patética nos últimos anos. Parece que o país gosta de se cercar do pior do mundo - Venezuela, Argentina, Rússia. Só falta afirmar um acordo de intercâmbio com a Coreia do Norte. O Brasil é muito covarde para investir em acordos internacionais, considerando o tamanho e a importância que tem.
Qual seria o passo natural para a evolução do bloco? Depois de incluir os países desenvolvidos, como EUA, Inglaterra, Alemanha, Espanha, União Europeia, o passo seguinte é: os países que não estiverem de acordo com essa ideia, devem ficar com suas ideologias - e deixar o grupo.
O Brasil, como grande potência do bloco, deveria assumir uma liderança nesse processo? Sim, mas o Brasil falhou nessa missão. Ele deveria ser o líder da região, posto que é compartilhado por Chile e Colômbia. Quando olham para a vanguarda da modernização, social política, econômica, da América do Sul, as pessoas não veem o Brasil. O país nunca quis, por razões que desconheço, assumir esse papel de líder. As empresas brasileiras não têm a visibilidade e a liderança que deveriam ter, dado o tamanho e a importância do Brasil. É muito triste. Parece que o Brasil tem medo de se comprometer e tomar decisões e ações duras, que cabem a um líder. Mas nunca é tarde. É importante que o Brasil seja líder da América Latina. Tem todas as condições. Só mencionam o Brasil para fazer a seguinte comparação: o Brasil, geograficamente, equivale a todos os outros países somados. Os países líderes da região deveriam ser Argentina e Brasil.
E os BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)? Isso durou muito pouco. As razões, novamente, se relacionam com a falta de decisão e vontade do Brasil de ser líder neste espaço.
Como a comunidade externa percebe o momento das crises política e econômica do Brasil? Os desdobramentos dos escândalos de corrupção têm um aspecto positivo, de mostrar que as instituições estão funcionando e estão punindo corruptos. Nesse sentido, é muito positivo. Por outro lado, há ainda muita incerteza sobre quem será o próximo presidente, o que preocupa. Mas, em geral, o saldo é positivo.
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O senhor é venezuelano e se mostra bastante crítico dos caminhos tomados por seu país. Que saída econômica o senhor vê para a Venezuela? Acredito que a Venezuela vai enfrentar uma hiperinflação ainda maior do que a atual. Se isso acontecer, a parte econômica é mais fácil de resolver. Há que considerar que ela é muito ruim, pois produzem muita pobreza e dor. O aspecto positivo é que ela elimina todas as distorções do mercado, incluindo os preços de diversos contatos. Depois que isso acontecer, terá de haver uma mudança radical de governo. A atual gestão é muito ideológica, o que torna os desafios mais difíceis de ser superados. O governo venezuelano tem a maturidade de uma criança de 3 anos, especialmente no quesito teimosia. Por isso, em vez de se chamar "Maduro", deveria se chamar "Imaduro" (risos).
O que um novo governo teria de fazer? Se há uma hiperinflação, em novas eleições outro governo deveria ser eleito - e um que considere, em suas políticas, todos os venezuelanos. Um governo que reconheça que o chavistas são um grupo grande da população, que, de alguma forma, devem ser considerados e respeitados. Algo que se aprendeu com o governo Chavista - e que é uma lição para todos os países da América Latina - é que os programas sociais têm de ser mais ambiciosos.
Em que sentido? Há 50 anos, pensava-se que fazer algo pelos pobres já era suficiente. Hoje em dia, está claro que não temos que fazer algo, mas muito. O fenômeno de Chávez, na Venezuela, de Lula, no Brasil, dos Kirchner, na Argentina, de Morales, na Bolívia, tem em comum ideologias muito esquerdistas, antiquadas, algumas da Idade Média. Elas são resultado de uma frustração muito grande na sociedade, que reflete a falha dos sistemas democráticos na hora de suprir os cidadãos mais pobres. Espero que os últimos 15 anos de desastre na região sejam usados como aprendizado, para entender que o modelo de desenvolvimento futuro tem de incluir programas sociais muito mais ambiciosos que os do passado - que atendam os pobres e lhes deem oportunidades. Os próximos governos, tanto na Venezuela quanto no Brasil, não podem esquecer dos erros cometidos no passado.