sexta-feira, 15 de abril de 2016

Quem em sã consciência ainda se dispõe a ouvir fanfarrão?

O fracasso de Lula informa que a pose de supercraque mascarava o Pelé de picadeiro

No dia 16 de março, caprichando na pose de Pelé do PT, Lula enfim se ergueu do banco onde esperava a hora certa para entrar em campo e virar o jogo do impeachment: o supercraque estava pronto para salvar o time ameaçado pela derrota seguida de expulsão. Com o uniforme de chefe da Casa Civil, seria simultaneamente o técnico, o capitão, o cacique da zaga, o regente do meio de campo e o artilheiro incomparável.
“Lula, o ministro da Esperança!, exultou Rui Falcão no Twitter. O deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara, homenageou o companheiro que fora rebaixado, sem chiar, a chefe de um Gabinete Pessoal da Presidência criado às pressas. “O ministro Jaques Wagner, no dia do seu aniversário, mostra grandeza e desprendimento ao deixar a Casa Civil! Lula novo ministro da pasta!”
Passado um mês, Wagner se foi, Lula não chegou, a sala segue deserta. E a fantasia do estrategista genial está em frangalhos. Proibido pelo Supremo Tribunal Federal de acampar no gabinete localizado no 4° andar do Planalto, Lula cansou-se de aguardar a autorização para a posse: transformou uma suíte de hotel no balcão de compra de votos parlamentares e nomeou-se ministro do Comércio de Congressistas.
Nestes 30 dias, o gênio de araque errou todas as jogadas e não fez um único gol. Graças ao bisonho desempenho do Pelé de picadeiro, a tripulação do Titanic dos cafajestes é cada vez menor. O grande articulador garantiu no começo da semana que a maioria do PMDB e quase todo o PP permaneceriam a bordo.
Era mentira,  comprovou horas depois a declaração de apoio ao impeachment divulgada por ambas as siglas. A performance de Lula facilitou a goleada. Neste domingo, o Brasil decente vai aposentar com um retumbante 7 a 1 o grotão assolado pela corrupção, pela inépcia e pela canalhice.
Lula não entendeu que a Lava Jato mudou o país. Os parlamentares que tentou adquirir se tornaram mais cautelosos — e muito mais atentos aos humores da nação. Num ano eleitoral, deputados e senadores tiveram de escolher entre o suicídio e a sobrevivência, entre as vontades do reizinho nu e a vontade popular.
As ruas venceram.

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