No Brasil, erguer o braço esquerdo com o punho cerrado virou coisa de mensaleiro na porta da Papuda. Nos grotões infestados de órfãos da União Soviética, ainda é essa a saudação revolucionária dos camelôs de paraísos socialistas. O gesto beligerante é repetido pelo Lhama de Franja, pelo equatoriano Rafael Correa e seu terno de atropelado e por um Nicolau Maduro fantasiado de comunista russo que vai dinamitar o trem do czar.
Poupada de mais um fiasco em Davos, longe da zona conflagrada por apagões, inflação em alta, PIB em baixa, tiroteios no saloon governista, fogo amigo do PT, revelações da Operação Lava Jato, delações premiadas e delatados em pânico, fora o resto, a supergerente de araque desencarnou para que Dilma pudesse incorporar a Doutora em Nada. Dispensada por poucas horas da missão de desgovernar o Brasil, sobrou-lhe tempo para resolver os problemas do mundo trocando ideias de jerico Evo e Nicolás.
Quando a quermesse terminou, a trinca conseguira ferir de morte o imperialismo ianque, esmagar o capitalismo selvagem, expulsar os europeus colonialistas, exterminar a elite golpista e desterrar a burguesia ─ o resto do serviço ficou para o próximo encontro. É compreensível que nenhum dos que aparecem na foto acima tenha dado as caras na imagem abaixo. Eles pareceriam tão à vontade quanto o terninho do neurônio solitário num baile de gala promovido pela rainha da Inglaterra.
“Não houve tempo para preparar a viagem”, desconversou o chanceler oficioso Marco Aurélio Garcia. O governo soube da manifestação na quinta-feira. Em poucas horas, o avião presidencial teria chegado ao destino. Pode-se deduzir, portanto, que a ausência que preencheu uma lacuna não foi determinada pela geografia ou pela duração do voo. Caso a medida utilizada tenha sido o estágio civilizatório, Dilma fez muito bem em ficar por aqui. A França é muito longe.
A declaração de guerra ao ao terror ─ o mais perigoso inimigo das modernas democracias do século 21 ─ é uma perda de tempo para a mulher que não perde por nada uma reunião dos cucarachas estacionados no século 19. O fundamentalismo islâmico é primo do socialismo bolivariano. Com Dilma no Planalto, a distância entre Brasília e Paris é de dois séculos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário