Especial VEJA: Brigitte Bardot – E Búzios criou essa mulher
Publicado na edição impressa de VEJA
Brigitte Bardot estava arrumando as malas em 31 de março de 1964. Encerrava um dos períodos mais tranquilos de sua trajetória infernal de celebridade assediada e atormentada, vivido na pouco conhecida vila de pescadores chamada Armação de Búzios. Acabava ali também o chamado verão dos inocentes, quando os biquínis já estavam incorporados às areias do Rio e adjacências, as primeiras pranchas de fibra de vidro apareciam no Arpoador e, sob o sol de até 35,8 graus, três mulheres ocupavam a imaginação dos brasileiros: a jovem e comentada primeira-dama Maria Thereza Goulart; a angelical miss Universo Ieda Maria Vargas; e a escandalosamente sensual BB.
Trazida por um namorado com ligações com o Brasil, o playboy Bob Zagury, ela havia desembarcado de um DC-8 da Panair no Galeão, em 7 de janeiro, usando um casaco de gola de pele e com a aura de deusa do sexo que a acompanhava desde E Deus Criou a Mulher. Feito oito anos antes, o filme ainda era comentado em voz baixa quando havia crianças na sala: Brigitte aparecia nua.
Quando ocorreu o golpe, os pais da atriz chegaram a procurar informações na Embaixada do Brasil em Paris. BB continuou embriagada pelo espumejante “mar de champanhe azul” que encontrou aqui: sem entender exatamente o que acontecia, em 4 de abril festejou com amigos no Rio, na boate Top Club, a vitória do novo regime. “Adorei a revolução no Brasil. Não houve morte nem tiros”, foi a declaração colocada no inesquecível biquinho, quando voltou a Paris.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/o-pais-quer-saber/especial-veja-brigitte-bardot-e-buzios-criou-essa-mulher/
Nenhum comentário:
Postar um comentário