Governo vai usar e-mails protegidos contra espionagem, anuncia Dilma no Twitter
Presidente diz que sistema garantirá “privacidade e inviolabilidade” de comunicações oficiais
A presidente Dilma Rousseff usou sua conta no Twitter neste domingo (13) para anunciar a implantação de um sistema seguro de e-mails em toda a administração federal. O objetivo é proteger as mensagens oficiais, após as denúncias recentes de que as comunicações do governo foram monitoradas pelos serviços de espionagem dos Estados Unidos.
Segundo a mandatária, o órgão responsável pela instalação do serviço é o Serpro (Serviço Federal e Processamento de Dados), empresa estatal que administra bancos de dados seguros para o governo.
— Determinei ao Serpro implantação de sistema seguro de e-mails em todo governo federal. Esta é 1ª medida p/ ampliar privacidade e inviolabilidade de mensagens oficiais.
O anúncio ocorre um mês e meio após serem publicadas as primeiras denúncias contra a NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA), que teria espionado o governo brasileiro.
Segundo documentos vazados por Edward Snowden, ex-funcionário da NSA e atualmente asilado na Rússia, a agência teria monitorado as comunicações entre a presidente brasileira e seus assessores e ministros.
Outros documentos de Snowden, divulgados pelo programa Fantástico (Rede Globo), ta,bém mostraram que a NSA monitorou as comunicações eletrônicas da maior empresa brasileira, a Petrobras, e do Ministério de Minas e Energia.
Em suas mensagens publicadas hoje na rede social, Dilma fez menção aos casos.
— É preciso + segurança nas mensagens p/ prevenir possível espionagem.
Em setembro, os Correios anunciaram que estão desenvolvendo um sistema próprio de e-mail. De acordo com a estatal, o novo serviço tem como público-alvo todos os seus clientes e deve começar a oferecer o e-mail até o fim do primeiro semestre de 2014.
Denúncias causaram mal-estar entre Brasil e EUA
As relações entre Brasil e EUA se estremeceram no início de setembro após documentos vazados pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden revelarem que a agência monitorou telefonemas e e-mails entre a presidente Dilma e seus principais interlocutores, como assessores e ministros, em junho de 2012.
Os documentos foram repassados por Snowden ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do diário britânico The Guardian que mora no Rio de Janeiro.
Após a denúncia, o Brasil pediu explicações formais e por escrito. Poucos dias depois, no entanto, novos documentos vazados por Snowden revelaram que a Petrobras também fora alvo de espionagem da agência americana.
Segundo Greenwald, que vem revelando esse escândalo mundial desde maio, “ninguém tem dúvidas que os Estados Unidos têm direito de fazer espionagem para proteger a segurança nacional”. Ele critica, no entanto, a espionagem de indivíduos e empresas que “não têm nada com terrorismo”.
Os casos levaram a presidente Dilma a cancelar uma viagem de gala que faria aos EUA neste mês, uma honraria concedida pelos norte-americanos uma vez ao ano.
E na semana passada, novos documentos da NSA indicaram que o Ministério de Minas e Energia foi alvo da agência canadense de segurança, que teria mapeado as comunicações telefônicas e de computador do ministério, incluindo e-mails.
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