O ex-ministro Roberto Campos
dividia os países em duas categorias: os naturalmente pobres, mas
vocacionalmente ricos, como o Japão, a Coréia do Sul e Taiwan, e os
naturalmente ricos, mas vocacionalmente pobres, como o Brasil e a
Argentina.
Não dá par entender nosso país, imenso, rico de riquezas minerais, de terras férteis, de biodiversidade, de belezas naturais, mas pobre de ética, de justiça, de civismo e de planejamento. É aquela história da piada: “deixa você ver o povinho que vou colocar lá”.
Por isso, somos eternos candidatos ao desenvolvimento e potência emergente; um permanente quase.
Não agüento mais ver, entra ano sai ano, a mídia divulgar a inflação e juro em alta- que empobrecem o trabalhador-, as catástrofes sempre previstas, mas nunca prevenidas, a corrupção nunca punida, as mentiras repetidas, o político desmascarado nunca vencido.
Olha, é impossível fazer estas duas coisas: jantar e assistir ao Jornal Nacional. Dá ânsia de vômito. E me sinto um idiota quando uma autoridade aparece na TV justificando o pesadelo ou prometendo o sonho.
Temos que varrer a escória da vida pública brasileira. Bastam duas coisas: memória, para não esquecer de tudo isso daqui a dois anos, e mídia social, que está aí para democratizar nossa revolta.
Até lá me conforto num pensamento do Churchill:
"O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade."
*Renato Follador
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